Além de o trabalhador poder receber uma remuneração mais elevada na sua conta, hoje abaixo da inflação, criam-se obstáculos para indicações políticas na CEF
[Afirmamos no título que CEF presta o pior serviço, como bando ou agente imobiliário, do Brasil e quem quiser comprovar basta procurar ser atendido em uma agência da Caixa (existe uma ou outra exceção, raríssima) você parece ser o objeto de um campeonato de COMO ATENDER MAL.
Os funcionários te tratam com indiferença, tentam te convencer a realizar o depósito no Caixa automático - esquecendo que aquele depósito só é creditado no final da noite e muitas vezes você precisa do dinheiro disponibilizado em sua Conta durante o expediente bancário - e buscam por todas as formas mostrar que você não é bem-vindo.
O Banco do Brasil também atende pessimamente, mas, a Caixa Econômica Federal consegue ser pior.
A solução é separar a Caixa Banco da Caixa autarquia - a Caixa Banco passando a prestar serviços bancários e ser realmente um banco e atender como os bancos particulares atendem.
A Caixa AUTARQUIA passando a desempenhar as atividades inerentes a sua condição de autarquia, incluindo a administração do FGTS, parte imobiliária e demais atividades que não são de um banco.
Funcionário da Caixa, especialmente os que trabalham nas agências, precisam se conscientizar que são bancários, empregados e não donos da Caixa.
Precisam aprender a buscar clientes, cumprir metas - hoje ficam na espera dos clientes cativos e quando algum aparece, tratam mal.]
Vem em bom momento — quando a crise impõe uma agenda de reformas — a
mobilização de bancos privados para propor a quebra do monopólio da
Caixa Econômica na administração dos bilhões do Fundo de Garantia
(FGTS). Revelação do GLOBO, o fato, se prosperar, pode resultar em
vantagens generalizadas.
Em primeiro lugar, para os milhões de cotistas, lesados por receberem como remuneração meros 3% ao ano, mais a Taxa Referencial (TR), fixada abaixo da inflação. Mesmo somadas, as duas taxas ficam abaixo da desvalorização da moeda. A perda do fundo, com a ínfima remuneração, desde a instituição da TR, em 1999, soma R$ 329 bilhões, pelos cálculos da Ong Fundo Devido, aproximadamente tanto quanto o saldo do FGTS. Os bancos privados acenam com uma remuneração maior para o cotista. E continuariam a atuar nos segmentos apoiados hoje pelo fundo, reivindicando uma certa margem na regulação para aplicar em títulos privados, cujas taxas são mais elevadas que a dos papéis públicos.
Um dos modelos em discussão seria permitir que o segurado escolha o banco no qual ficaria sua conta do FGTS. Ou a empresa definiria a instituição financeira. Na verdade, a descentralização não será inédita, pois funcionou desta forma até 1992. Uma crítica à proposta é que uma remuneração mais elevada dos cotistas afetará o custo final de imóveis populares e projetos de saneamento básico, segmentos importantes atendidos pela CEF com recursos do FGTS. Uma solução seria, desatado o nó fiscal, explicitar no Orçamento o subsídio para estes dois setores. Forma até mesmo de dar mais transparência a este fluxo financeiro.
O fundo é um instrumento importante de poupança compulsória, criado
em 1966, com o fim da estabilidade no emprego. O perfil do FGTS é
indicado a financiamentos de longo prazo. Nos últimos tempos, porém, tem
sido malbaratado, não fosse o bastante a remuneração abaixo da
inflação. Por isso, economistas dizem que o trabalhador é “roubado” no
FGTS.
Houve, também, roubo no sentido literal. O aparelhamento da Caixa pelo PT e aliados atingiu, como era inevitável, o fundo, por meio da nomeação fisiológica de diretores. Lembre-se que o último presidente da CEF, até Dilma ser afastada pelo Senado, foi Míriam Belchior, ex-ministra do Planejamento, fiel e disciplinada militante petista. Um dos casos mais simbólicos desta fase trevosa do banco público foi a colocação de Fábio Cleto, indicado por Eduardo Cunha, na vice-presidência da Caixa que trata dos pedidos de recursos do FGTS para projetos de investimento. Cunha, Cleto e o doleiro Lúcio Funaro, conhecido desde o mensalão, fizeram o diabo neste balcão de propinas. Até por isso, a gestão do fundo por bancos privados dará mais segurança aos trabalhadores. Afinal, ela escapará das indicações políticas.
Em primeiro lugar, para os milhões de cotistas, lesados por receberem como remuneração meros 3% ao ano, mais a Taxa Referencial (TR), fixada abaixo da inflação. Mesmo somadas, as duas taxas ficam abaixo da desvalorização da moeda. A perda do fundo, com a ínfima remuneração, desde a instituição da TR, em 1999, soma R$ 329 bilhões, pelos cálculos da Ong Fundo Devido, aproximadamente tanto quanto o saldo do FGTS. Os bancos privados acenam com uma remuneração maior para o cotista. E continuariam a atuar nos segmentos apoiados hoje pelo fundo, reivindicando uma certa margem na regulação para aplicar em títulos privados, cujas taxas são mais elevadas que a dos papéis públicos.
Um dos modelos em discussão seria permitir que o segurado escolha o banco no qual ficaria sua conta do FGTS. Ou a empresa definiria a instituição financeira. Na verdade, a descentralização não será inédita, pois funcionou desta forma até 1992. Uma crítica à proposta é que uma remuneração mais elevada dos cotistas afetará o custo final de imóveis populares e projetos de saneamento básico, segmentos importantes atendidos pela CEF com recursos do FGTS. Uma solução seria, desatado o nó fiscal, explicitar no Orçamento o subsídio para estes dois setores. Forma até mesmo de dar mais transparência a este fluxo financeiro.
Houve, também, roubo no sentido literal. O aparelhamento da Caixa pelo PT e aliados atingiu, como era inevitável, o fundo, por meio da nomeação fisiológica de diretores. Lembre-se que o último presidente da CEF, até Dilma ser afastada pelo Senado, foi Míriam Belchior, ex-ministra do Planejamento, fiel e disciplinada militante petista. Um dos casos mais simbólicos desta fase trevosa do banco público foi a colocação de Fábio Cleto, indicado por Eduardo Cunha, na vice-presidência da Caixa que trata dos pedidos de recursos do FGTS para projetos de investimento. Cunha, Cleto e o doleiro Lúcio Funaro, conhecido desde o mensalão, fizeram o diabo neste balcão de propinas. Até por isso, a gestão do fundo por bancos privados dará mais segurança aos trabalhadores. Afinal, ela escapará das indicações políticas.
Fonte: O Globo - Editorial
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