Sítio
Santa Bárbara entrou na mira da Polícia Federal após a descoberta de que as
obras foram feitas por empreiteiras do petrolão
Um laudo produzido pela
Polícia Federal aponta que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva supervisionou a reforma da cozinha gourmet no sítio Santa
Bárbara, em Atibaia, no interior de São
Paulo. A informação se baseia em mensagens e fotos encontradas no celular do
arquiteto da OAS, Paulo Gordilho, que teria viajado ao sítio “exclusivamente para dirimir dúvidas do casal
Lula da Silva”, conforme perícia da PF. As obras em questão teriam
custado 252.000 reais.
Em uma mensagem de WhatsApp, Paulo Gordilho afirma que vai a um churrasco em Atibaia com o então presidente da OAS, Léo Pinheiro, na “fazenda de lula”. Lá, ele diz que vai “passar o dia” com o petista e sua mulher, Marisa Letícia. O arquiteto inicia a mensagem pedindo “sigilo absoluto”.
O sítio Santa Bárbara entrou na mira da Operação Lava Jato após a descoberta de que empreiteiras do petrolão (OAS e Odebrecht) realizaram reformas no local. Os investigadores suspeitam que o ex-presidente, que sempre negou ser o dono da propriedade, recebeu gratificação das construtoras em troca de contratos obtidos da Petrobras. A propriedade está registrada oficialmente no nome dos empresários Fernando Bittar e Jonas Leite Suassuna Filho. Bittar é filho de Jacó Bittar, ex-prefeito de Campinas e amigo pessoal de Lula. E Suassuna é sócio de Fábio Luis Lula da Silva, o Lulinha, na empresa BR4 Participações.
A PF também identificou um e-mail enviado por Paulo Gordilho a Fernando Bittar, que, por sua vez, encaminhou-o sete minutos depois para Sandro Luiz Lula da Silva, outro filho de Lula. O e-mail continha a maquete digital da cozinha. No final da análise, os peritos concluem que o sítio foi vendido aos empresários Fernando Bittar e Jonas Leite Suassuna Filho para o uso da família de Lula. Isso porque, segundo a PF, logo após a assinatura do contrato foram elaboradas as primeiras plantas para “acomodarem as necessidades da família Lula”.
A PF também apontou como “discordante” o patrimônio de Fernando Bittar e o valor pago pelo sítio, de cerca de 1,7 milhão reais. “O montante de aproximadamente 1,7 milhão de reais, dispendidos entre 2010 e 2011, apresenta-se discordante frente aos rendimentos, bens e direitos declarados no seu imposto de renda”, diz o laudo. O engenheiro que fez as primeiras reformas no sítio, em 2011, era Frederico Horta, da Odebrecht.
Fonte: Veja – Eduardo Gonçalves
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