Quem são os investigados por terrorismo presos pela Polícia Federal
Suspeitos têm entre 20 e 50 anos e se comunicavam pela internet
Os investigados pela Polícia Federal por terrorismo, presos nesta
quinta-feira formam um grupo heterogêneo. Entre eles, há homens de 20 a
50 anos. Alguns tem filhos e mulher. Outros moram com os pais. Um é
atendente de telemarketing, outro foi funcionário da Secretaria de
Segurança Pública do Amazonas por ao menos dois anos. Veja o perfil dos
suspeitos.
Antonio Andrade dos Santos Junior (Antônio Ahmed Andrade): 34
anos. Ex-cristão e ex-ateu, ele se radicalizou pela internet. O
suspeito teve o primeiro contato com o Islã, em João Pessoa, na Paraíba.
Por por suas declarações radicais e de apologia do Estado Islâmico, ele
chegou a ser banido da mussala (sala de oração, para muçulmanos). Em
fotos na internet, ele está ao lado de outros muçulmanos, segurando a
bandeira do Estado Islâmico.
Antônio é pai de um menino de nove meses,
de um casamento arranjado com uma brasileira que também adotou o Islã
como ele. Em uma foto feita no Egito, ele aparece ao lado de outro dos
presos, Vitor Abdullah, ao lado de uma bandeira negra do Estado
Islâmico. Antônio treinou boxe numa academia na periferia de João
Pessoa, onde também funciona a mussala.
Após ser banido da mussala,
parecendo revoltado, ele foi procurar o Centro Islâmico de João Pessoa,
fundado por João (de Deus) Cabral, ex-pastor evangélico que adotou o
Islã em 2008.
Lá, ele chegou a frequentar a mussala por cerca de três
anos, mas Cabral também começou a ficar preocupado com suas declarações
radicais e sua conduta. Depois de um tempo, Antônio se afastou. Ele
fazia bicos em João Pessoa e nunca se fixou em nenhum emprego. Ele
chegou a se mudar para São Paulo e a trabalhar com refugiados sírios em
uma ONG da comunidade islâmica.
Levi Ribeiro Fernandes de Jesus (Muhammad Ali Huraia): 21
anos. Morador da Região Metropolitana de Curitiba. Foi um dos primeiros
investigados por suspeita de integrar a suposto organização terrorista.
Até o ano passado, Levi trabalhou como atendente de telemarketing.
Segundo o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, ele seria um dos
mais atuantes. Segundo seu tio, Edson Ribeiro, Levi tocava violino numa
igreja evangélica em São Paulo e decidiu se mudar para Curitiba após
conhecer a namorada na internet. Em Curitiba, ele teria passado a ter
contato com a religião muçulmana. No Facebook, Levi que exaltava ações
terroristas realizadas ao redor do mundo e lembrava a proximidade das
Olimpíadas no Brasil para atacar delegações de países da coalizão que
combate o terror no Oriente Médio.
Marco Mario Duarte (Zaid Duarte): É conhecido por
ter fundado uma entidade chamada Sociedade Islâmica do Maranhão e manter
no ar a página Islam Maranhão. Ele teria se convertido há cerca de 13
anos à religião e, desde então, passou a usar como nome Zaid Mohammad
Abdul-Rahman Duarte. Nascido no Maranhão, ele foi viver em Amparo, em
São Paulo. No entanto, continuou a a manter o Islam Maranhão, sempre
atualizando a página. Há informações de que Zaid também usaria o site
para obter doações para a causa Jihadista. Em Amparo, ele trabalhou para
uma indústria que prepara alimentos de acordo os preceitos islâmicos,
mas teria deixado a empresa, contra a qual teria ações trabalhistas na
Justiça. Na cidade, Zaid passou a frequentar um clube de rúgbi, onde
também treinaria paintball. Os investigadores acreditam que ele pudesse
usar a brincadeira, em que são empregadas réplicas de armas como fuzis,
para treinar tiro.
Mohamad Mounir Zakaria (Zakaria Mounir): 50 anos. É
proprietário de uma confecção na Brás, em São Paulo. Ele frequentava a
Mesquita de Parí, também na Zona Norte de São Paulo.
Oziris Moris Lundi dos Santos Azevedo (Ali Lundi):
27 anos. Ele é casado há 4 anos e tem um filho. Oziris foi funcionário
da Secretaria de Segurança Pública do Amazonas por ao menos dois anos.
Seu nome aparece como auxiliar administrativo da pasta desde o início de
2014 no portal da transparência. Até a folha de pagamento de maio,
Oziris permaneceu vinculado ao órgão, recebendo salário mensal entre R$
800 e R$ 1 mil. No fim de abril, o suspeito foi substituído por outro
profissional temporário, nomeado por publicação no Diário Oficial do
Amazonas. De acordo com informações fornecidas pela Secretaria de
Segurança Pública à imprensa local, Oziris era atendente no Centro
Integrado de Operações de Segurança (Ciops). O suspeito abandonou o
curso de design da Universidade Federal do Amazonas (Ufam) após
frequentar aulas por cerca de 2 anos.
Daniel Freitas Baltazar (Caio Pereira)
Hortencio Youshitake (Teo Yoshi)
Israel Pedra Mesquita (Israel Pedra)
Fonte: O Globo
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