Poucos fatos
representarão tão significativamente os episódios deste ano no julgamento do
impeachment
quanto a sofreguidão com que sua tropa de choque
tratava de ganhar tempo. Como se o tempo fosse dinheiro. Era um apetite insaciável, que se
empanturrava de cada segundo para somar meses, fechar o ano. Tempo, tempo,
tempo! Uma voragem. Ele foi caçado assim, como grande tesouro, porque,
paradoxalmente, viam-no como se fosse tudo, ainda que a nada mais servisse. A
melhor expressão do que descrevo era
proporcionada pelo senador Lindbergh Farias, qual menino birrento, quase
choroso, gritando ao microfone, sem parar: "Eu quero o meu tempo! Eu quero o meu tempo! Eu quero o meu
tempo!".
Por vezes tive certeza de que um Chicabon amainaria aquele surto. O pacientíssimo senador Raimundo Lira entregaria o picolé ao garoto e o afagaria dizendo: "Pronto, pronto, passou...". Importa menos, no caso, o direito de peticionar o tempo regimental e mais a conduta própria de quem atravessou a infância e a adolescência longe dos limites adequados ao convívio social. Ele não estava só nisso. A tropa de choque que defendia a presidente Dilma na Câmara e no Senado aprendeu a fazer política nos baixios onde a mistificação se exibe como sabedoria, e a mentira, cobrando reverências que a verdade dispensa, é repetida de modo incessante porque não há verdade alguma a ser dita sem imensa desdita.
Por vezes tive certeza de que um Chicabon amainaria aquele surto. O pacientíssimo senador Raimundo Lira entregaria o picolé ao garoto e o afagaria dizendo: "Pronto, pronto, passou...". Importa menos, no caso, o direito de peticionar o tempo regimental e mais a conduta própria de quem atravessou a infância e a adolescência longe dos limites adequados ao convívio social. Ele não estava só nisso. A tropa de choque que defendia a presidente Dilma na Câmara e no Senado aprendeu a fazer política nos baixios onde a mistificação se exibe como sabedoria, e a mentira, cobrando reverências que a verdade dispensa, é repetida de modo incessante porque não há verdade alguma a ser dita sem imensa desdita.
Foram
meses disso! Agora,
por fim, prenunciam-se os últimos atos
de um processo tão volteado e circunvagado no andar quanto retilíneo no
objetivo. Tão demorado quanto urgente. Foram meses durante os quais o bem nacional foi desprezado pela
defesa de um governo insanável e pela atuação de um grupo político que
deixou o constrangimento nos jatinhos das empreiteiras e nas lavanderias do
dinheiro mal havido. O povo, o povo
simples e humilde, vítima preferencial do
desemprego, da inflação e da recessão que o
governo petista semeou, plantou e colheu, foi o grande esquecido nas
longas e procrastinatórias sessões que a tropa de choque petista transformou em
trincheiras contra o Brasil.
Por mais que os próprios senadores favoráveis ao
impeachment esqueçam de mencionar, ele nasceu, cresceu e se tornou inevitável
na voz das ruas. Por isso, a tropa de choque petista no Senado conseguiu a proeza de falar durante meses a fio sem jamais referir o povo,
mencionar a nação ou dirigir uma palavra aos desempregados, às empresas cujas
portas se fecharam, aos desatendidos do SUS, às vítimas da violência, nem aos
saqueados pela organização criminosa que governou o país.
O Brasil
que produz, que quer trabalhar e empreender, que deseja estudar, tem pressa. O cotidiano impõe urgências às
famílias! Mas que se danem os brasileiros! A estes jamais foi sensível a
arrogante tropa de choque do governo Dilma. Falando por seus representantes no
Senado, a Orcrim furtou-nos, segundo a segundo, meses a fio, um tempo tão
essencial à nação quanto inútil para quem dele se apropriava. Quando nada mais
havia a arrebatar, saquearam-nos um precioso tempo.
Fonte: http://puggina.org
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