“Os policiais estão chateados e não estão blefando”, diz Eric Seba, diretor-geral da Polícia Civil
No dia em
que delegados e policiais civis prometem entregar cargos de chefia, o
diretor-geral da Polícia Civil, Eric Seba, confirmou que, embora boa parte da
categoria esteja insatisfeita e ameace abrir mão das funções de chefia, a cúpula da corporação tenta conduzir o processo com
responsabilidade para não comprometer a Polícia Civil. “As palavras que eu tenho mais ouvido
ultimamente são humilhação, indignação, desprezo. Os policiais estão
chateados e não estão blefando. Ao mesmo tempo, a entrega de chefia não oferece
um resultado final. Denota insatisfação. Mas os servidores buscam sentido em
dar solução para o impasse que atenda a categoria”, destacou.
Seba
evitou falar sobre a declaração do Sindicato dos Delegados de Polícia
Civil de que até o diretor-geral estaria disposto a entregar o cargo. “Foi dito, em assembleia no sindicato, que
havendo uma entrega de chefia das seções e de delegados chefes, os diretores de
divisão acabariam ficando inviabilizados. E, se houvesse uma entrega por parte
dos diretores de departamentos, inviabilizaria a direção. Não daria”, esclareceu.
Preocupado
com o cenário que se desenha, o diretor-geral confirmou que existe um
compromisso profissional de todos os diretores. “Existe uma responsabilidade de gestão da instituição da qual não se
pode abrir mão. Se tiver que haver troca ou mudança na cúpula da Polícia Civil,
começando pelo próprio diretor, que seja feito com responsabilidade.
Nossa
função é estritamente técnica e não de ficar apegada a status de cargo ou valores
de gratificação. Por enquanto algo a
força é na preservação da instituição”, alegou.
Na noite
de segunda-feira (15/8) o governador Rodrigo Rollemberg (PSB) chamou o
diretor-geral da Polícia Civil para uma reunião a portas fechadas. Segundo
Seba, o chefe do Executivo local manifestou intenção de procurar equacionar o
impasse. “Mais uma vez, ele comprometeu
sanar os problemas financeiros por vários caminhos, para que possa dar um
atendimento (ao pleito). Não o ideal, mas o razoável. Talvez com os mesmos
percentuais (oferecido à Polícia Federal), mas mudando as datas. Acredito que
seja verdadeiro e quero acreditar no alcance do resultado, mas, às vezes, o
tempo que precisa não é o que o servidor gostaria que acontecesse”,
ressaltou. “O governador está empenhado
para equacionar o atendimento do pleito, mas não estipulou data.”
Segundo
ele, não existe, até o momento, tendência em movimento de paralisação dos
servidores. No entanto, caso seja deflagrada uma greve em assembleia na tarde
desta terça-feira (16/8), Seba reforçou a necessidade de conversa com a
categoria. “Vamos pedir bom senso para
manter certa tranquilidade dos servidores para conduzir o processo de forma
mais tranquila, sem maiores desgastes e sempre respeitando a sociedade sem
trazer prejuízos”, garantiu.
Seba
reforçou, ainda, que a direção está empenhada para buscar soluções, inclusive,
se for preciso, junto ao governo federal em algumas interlocuções. “É uma forma equivocada de pensar que, se
houver entrega de cargo, ninguém vai ocupar. É uma inverdade, porque alguém vai
ocupar. A despesa precisa ser ordenada, a máquina tem de andar. Existe uma
situação que precisa ser medida com muita cautela e a gente tem de manter a
sociedade preservada”, reforçou.
Em relação à mobilização de
policiais militares para pressionar o Governo do Distrito Federal (GDF) em conseguir o mesmo reajuste salarial que for
oferecido a policiais civis, Seba ressaltou que teria ouvido
manifestações neste sentido. “Escutei que
isso poderia ter causado algum tipo de postergação do processo, mas,
efetivamente, não tenho como confirmar, pois não tenho nada que comprove. A
dificuldade financeira afeta o país inteiro e acaba interferindo nos
processos”, esclareceu.
Fonte: Isa Stacciarini – Correio Braziliense
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