Roraima deverá ser o primeiro Estado a receber as tropas das Forças
Armadas para fazer vistoria na Penitenciária Agrícola de Monte Cristo,
em Boa Vista, palco do massacre de 33 presos neste ano. Além de Roraima,
outros quatro Estados pediram ajuda ao governo federal para ajudar na
varredura das celas e instalações: Amazonas, Mato Grosso do Sul,
Rondônia e Rio Grande do Norte. Cumprindo o prazo estabelecido pelo
Ministério da Defesa, a partir da semana que vem os primeiros mil homens
do Exército, da Marinha e da Aeronáutica estarão prontos para iniciar
os trabalhos de vistoria, sempre a pedido dos governadores.
Os detalhes das operações estão sendo mantidos sob sigilo, por
questão de segurança. Mas todo o planejamento coordenado pelo
Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas já está pronto, e passa, agora,
por uma fase final de revisão e adaptação. O trabalho principal dos
militares será no uso de detector de metais nas celas e na área
administrativa. Equipamentos mais sofisticados empregados na Olimpíada e
na Copa do Mundo também serão usados agora, incluindo os que detectam
armas dentro de paredes e enterradas no chão.
O trabalho das Forças Armadas nos presídios terá como base as
operações desse tipo feitas pelo Exército em Pernambuco e Amazonas. No
Recife, em março de 2015, equipamentos foram usados para rastrear
bombas, minas terrestres e metais no Presídio Frei Damião de Bozzano.
Ações semelhantes ocorreram em Manaus em julho daquele ano e agora em
janeiro, nove dias depois da morte de 56 detentos no Complexo
Penitenciário Anísio Jobim (Compaj). O governo do Amazonas pediu ao
Ministério da Defesa apoio para varredura não só no Compaj, mas em
vários outros presídios do Estado.
Sem confronto
A maior restrição, no momento, é em
relação à entrada das tropas federais em locais como a Penitenciária
Estadual de Alcaçuz, na Grande Natal. O Ministério da Defesa já avisou
que os militares não entrarão em presídio que estiver conflagrado, como
ocorre lá. As Forças Armadas também não terão contato com os
presidiários e todo o trabalho será feito em parceria com forças locais.
Fonte: Revista IstoÉ
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