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segunda-feira, 23 de janeiro de 2017

A febre amarela pode chegar às cidades?

O surto da doença em Minas Gerais lembra que o vírus se mantém à espreita 

No início de janeiro, no norte de Minas Gerais, eram pouco mais de 20 casos suspeitos de febre amarela, uma doença que já foi o principal problema de saúde pública no Brasil até o século XIX. Duas semanas depois, até o fechamento desta edição, já somavam 206 em 29 cidades do estado – além de oito casos no estado vizinho, Espírito Santo. Trinta e quatro foram confirmados, entre eles 23 mortes. 

Em São Paulo, quatro casos importados foram confirmados e no Distrito Federal registrou-se uma morte. A escalada de casos da doença – que mata cerca de metade dos pacientes graves por complicações renais, hepáticas e hemorrágicas – voltou a chamar a atenção das autoridades de saúde e de especialistas. Eles temem que o vírusda mesma família dos que causam dengue, zika e chikungunya – volte a assolar as cidades nas asas de um velho conhecido dos brasileiros, o mosquito Aedes aegypti.

O vírus chegou ao Recife em 1685, em um navio vindo da África que fizera escala nas Antilhas durante uma epidemia. No Brasil imperial, dizimava milhares a cada episódio. Em 1850, quando chegou ao Rio de Janeiro, 9.600 adoeceram e mais de 4 mil morreram. Em Salvador, vitimara 2.800. O desenvolvimento de uma vacina, em 1937, e uma campanha agressiva para erradicar o Aedes à base de um pesticida poderoso, o DDT, hoje proibido, afastaram a ameaça da cidade e a confinaram às áreas de mata. Desde 1942, quando os três últimos casos de febre amarela transmitida por Aedes foram confirmados em Sena Madureira, no Acre, não há registro em áreas urbanas do Brasil.

O vírus corre zonas silvestres em mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes, que vivem na mata e se alimentam preferencialmente do sangue de macacos, como bugios, mas também de humanos. Ano a ano, o país registra casos de pessoas que contraem febre amarela nas zonas rurais (leia o quadro acima). A cada sete anos, em média, há registros de surtos maiores. Se os casos suspeitos se confirmarem, o Brasil está a caminho de seu maior surto em décadas. Para cada infectado com sintomas, há outros dois assintomáticos. A Organização Mundial de Saúde estima que, em surtos, o número de casos seja entre dez e 250 vezes maior do que o confirmado. Como quase um terço dos casos é grave e o Aedes, o vetor urbano, é frequente nas cidades, o país convive com a sombra da reurbanização da doença.

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