Governo federal autoriza envio de Forças para o ES, afirma secretário
A expectativa dele é de que ainda nesta segunda-feira (6/2), as tropas estejam nas ruas e a situação comece a voltar à normalidade
O governo federal autorizou o envio da Força Nacional e das Forças Armadas para reforçar o policiamento nas ruas de cidades do Espírito Santo, informou o secretário de Segurança Pública do Estado, André Garcia, em entrevista à Rádio Estadão. A expectativa dele é de que ainda nesta segunda-feira (6/2), as tropas estejam nas ruas e a situação comece a voltar à normalidade.
Desde a noite de
sexta-feira (3/2), familiares e amigos de policiais militares estão
realizando manifestações em ao menos 30 cidades do Espírito Santo,
impedindo a saída das viaturas para as ruas e afetando a segurança
desses municípios. No domingo, dia 5, o
comando da Polícia Militar foi substituído. O governador em exercício,
César Colnago (PSDB), pediu o apoio do Ministério da Justiça para o
envio da Força Nacional e da Defesa para as tropas militares, disse o
secretário. O pedido foi reforçado pelo governador, Paulo César Hartung
(PSDB), que está internado em São Paulo, ao presidente Michel Temer - e
teve resposta positiva, segundo o secretário. "O
policiamento não pode ser descontinuado. Estamos fazendo prevalecer a
Constituição, temos que ter policiamento. Se não for pela Polícia
Militar, será pela Força Nacional e pelas Forças Armadas", disse o
secretário.
Garcia reforçou que as negociações com os policiais, diante das
reivindicações de reajuste salarial e melhores condições de trabalho,
serão feitas apenas quando o policiamento na rua for retomado e a
situação estiver controlada. "Assim que retornar a normalidade, o
governo vai manter as portas abertas, como sempre o fez", afirmou. O
secretário frisou que segurança pública é questão de segurança nacional
e "não pode ser submetida a interesses corporativos, por mais legítimos
que eles sejam".
Garcia disse que o governo
ainda não recebeu uma proposta objetiva de reajuste salarial e que não
há no momento folga no orçamento para revisões de remuneração aos
servidores. "O pagamento dos servidores está em dia, as contas
equilibradas mas não há folga de caixa para se pensar nisso hoje (em
reajuste), diante de queda da arrecadação e crise econômica", explicou. A
criminalidade, incluído o número de homicídios, aumentou com a falta de
policiamento nos últimos dias, afirmou o secretário, mas ainda não há
levantamentos oficiais da quantidade de crimes e da real situação do
Estado. "Certamente nós tivemos incremento da criminalidade, o número de
homicídios aumentou. Com movimentos como esse, os resultados, depois de
sete anos seguidos com redução de crimes letais e intencionais, ficam
prejudicados para 2017", disse.
Na manhã desta
segunda-feira, a prefeitura de Vitória suspendeu o funcionamento das
escolas municipais no período da manhã e de todas as unidades de saúde
por causa do protesto.
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