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sábado, 12 de agosto de 2017

Temer, o novo Sarney?

José Sarney governou o Brasil por cinco anos (1985-1990). Adotou três planos de estabilização econômica todos fracassados —, lutou para que a Assembleia Nacional Constituinte lhe concedesse cinco anos de mandato e conseguiu — e ao longo da sua Presidência foram denunciados diversos casos de corrupção envolvendo diretamente auxiliares do governo ou membros da sua base governamental no Congresso Nacional. 

Deixou como legado do seu quinquênio um governo caracterizado pelo caos político e econômico, tanto que, na eleição de 1989, nenhum dos 22 postulantes à Presidência quis o seu apoio e os dois que restaram no segundo turno Collor e Lula deixaram bem claro a rejeição a Sarney. Temendo processos após à saída do governo, buscou foro privilegiado. Acabou postulando o Senado pelo recém-criado estado do Amapá e forjando um domicílio eleitoral em Macapá — no Maranhão, dificilmente seria eleito pois seria renovada apenas uma cadeira.

Michel Temer vive uma situação parecida. Em 2018 nenhum candidato à Presidência da República vai desejar o seu apoio. Em pouco mais de um ano acabou se transformando em zumbi político. Seu governo terminou a 17 de maio, quando o Brasil tomou conhecimento da delação da JBS, e foi sepultado a 2 de agosto, quando a Câmara impediu que o STF pudesse apreciar a denúncia da PGR de corrupção passiva que pesa sobre Temer. Até 31 de dezembro de 2018 — se é que chegará até lá — vai lutar contra as denúncias de corrupção que pesam sobre ele e seus principais auxiliares, além de enfrentar baixíssimos índices de popularidade. Deve se sustentar estabelecendo como permanente a política do “é dando que se recebe” com o Congresso Nacional e apoiado pelo mercado, que o vê como a solução possível em um cenário de tantas incertezas.

A questão que fica é se o Brasil vai suportar a sarneyzação da gestão do Estado no momento da mais grave crise econômica da história do Brasil republicano. Nada pior do que a cada semana o País tomar conhecimento de uma nova delação premiada ou de uma bombástica denúncia. Não há governo, no sentido lato do conceito, quando todas as ações tem como principal objetivo simplesmente a sua sobrevivência. [tudo pode mudar a proporção que a economia mantenha o ritmo de melhora: aumento de emprego, queda da inflação, juros mais baixos - e isto Temer, apesar do Janot, tem conseguido.] O custo para o Brasil é fantástico, tanto no plano econômico, como no político. E mais, o Estado democrático de Direito é desmoralizado, o que poderá gerar consequências imprevisíveis.
Ele deve se sustentar estabelecendo como permanente a política do “é dando que se recebe” com o Congresso Nacional

Fonte: Marco Antonio Villa, historiador - Isto É 

 

Fonte: Marco 
Antoni

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