Este espaço é primeiramente dedicado à DEUS, à PÁTRIA, à FAMÍLIA e à LIBERDADE. Vamos contar VERDADES e impedir que a esquerda, pela repetição exaustiva de uma mentira, transforme mentiras em VERDADES. Escrevemos para dois leitores: “Ninguém” e “Todo Mundo” * BRASIL Acima de todos! DEUS Acima de tudo!
Escrevi o seguinte, no segundo parágrafo: “...O STF
aprovou regra que criou a seguinte situação: uma empresa foi ao Supremo
e lá obteve sentença dizendo que não precisava pagar a Contribuição
Social sobre o Lucro Líquido; era coisa julgada, isso desde 2007”.
Para ser exato, o STF decidiu, em 2007, que a cobrança da CSLL é
constitucional. Ponto. Mas, para confirmar a tese da coluna — a da
sabotagem tributária — ainda que houvesse essa norma do STF, vários
contribuintes haviam obtido decisões definitivas, coisa julgada em
diversas instâncias, dispensando-os do pagamento da CSLL. E tocaram seus
negócios durante dez, 15 anos, com base nessa segurança da coisa
julgada.
E aí vem o Supremo e diz que essa coisa julgada em matéria tributária
simplesmente não vale. E o que não foi pago no passado, tem que ser pago
agora. Daí o comentário do ministro Luiz Fux, citado na coluna: “Nós
tivemos uma decisão que destruiu a coisa julgada, que criou a maior
surpresa fiscal para os contribuintes, um risco sistêmico absurdo”.
Para o resto, a coluna explica a confusão: mesmo o STF tendo decidido
um caso em última instância, a decisão pode não valer. Tribunais e
Congresso podem mudar.
Recomendo fortemente a leitura do voto e dos comentários do ministro Luiz Fux.
Na última semana de fevereiro, o Supremo Tribunal Federal lançou o programa "STF na Escola” que, segundo a presidente da Corte, ministra Rosa Weber, tem como objetivo aproximar o Supremo do ambiente escolar e combater a “desinformação” contra o Judiciário.
A iniciativa faz parte do Programa de Combate à Desinformação do STF, criado em 2021 durante a gestão de Luiz Fux na presidência, que conta com 56 instituições parceiras, dentre ONGs, associações representativas, agências de checagem e universidades públicas. A ideia é que essas instituições repliquem o STF na Escola nos estados para ampliar seu alcance. Estão previstos no programa palestras com servidores e até ministros do STF, distribuição de materiais impressos, concursos de redação e visitas de estudantes à Corte.
Ao discursar no evento de lançamento do programa, a ministra Rosa Weber mencionou os episódios de vandalismo aos prédios dos Três Poderes, em 8 de janeiro, e disse que o STF na Escola tem como objetivos “quebrar a corrente da desinformação”, “contribuir para o fortalecimento da imagem institucional do Supremo e ampliar a credibilidade do Tribunal junto à sociedade”.
“O programa foi criado para reagir às práticas direcionadas a afetar a confiança das pessoas neste Supremo Tribunal Federal, minando-lhe a credibilidade, inclusive com a distorção ou alteração do significado de suas decisões, bem como para combater ações de diversas naturezas que colocam em risco os direitos fundamentais e tensionam a estabilidade democrática”, disse a ministra.
Segundo Rosa Weber, a atuação do Judiciário contra a desinformação teve início em 2018 após se intensificarem as críticas às urnas eletrônicas utilizadas no Brasil. O STF, segundo ela, também virou alvo, e algumas decisões da Corte teriam sido deturpadas ou distorcidas. “Só se ama o que se conhece”, emendou a ministra ao defender o estreitamento da Corte junto à comunidade escolar.
Apesar do apelo da desinformação, a medida também compõe uma estratégia para atenuar a imagem negativa que a maioria da população brasileira tem da Corte. Segundo pesquisa do Datafolha divulgada em dezembro do ano passado,apenas 31% dos brasileiros aprovam o trabalho do STF.
Em 2020, a aprovação chegou a marcar apenas 19%, o que tem motivado uma série de iniciativas por parte do Tribunal para reverter o quadro.
Extrapolação de funções do Judiciário Na avaliação do professor de Direito Constitucional e doutor em Direito pela Universidade de São Paulo (SP), Antônio Jorge Pereira Júnior, a medida representa uma “extrapolação evidente” das funções do Judiciário, uma vez que políticas públicas relacionadas à educação são atribuição do poder Executivo.“Estão sendo dedicadas verbas do Judiciário para uma função que não compete a esse poder executar. Além disso, o uso da verba pública está ocorrendo no sentido de tentar forçar uma leitura favorável de um órgão a estudantes”, afirma o jurista.
Para Pereira Júnior, há um erro de interpretação do Supremo, de que as críticas vêm sendo direcionadas ao órgão em si. Segundo ele, questionamentos diversos são direcionadas não à instituição, mas a condutas vistas como reprováveis de alguns de seus membros.“Há muitas críticas quanto a abusos do poder institucional que estão sendo cometidos. Em vez de buscarem correção sobre esses apontamentos, querem perpetuar o erro criando algum tipo de roupagem argumentativa para justificá-los”, aponta.
Por fim, o jurista destaca que a excessiva preocupação de ministros em conduzirem a opinião pública sobre diversos assuntos compromete a própria produtividade da Corte. Ao final do ano passado, o STF somava mais de 22 mil processos em tramitação, alguns deles aguardando decisão há décadas.
O ex-deputado federal Paulo Martins (PL-PR), que é crítico do ativismo judicial abraçado por parte dos ministros, também destaca a extrapolação de funções no STF na Escola. “O Tribunal está completamente fora de seu escopo de atuação e assume uma postura proativa em busca de apoio popular. O objetivo disso é ampliar ainda mais o poder da própria Corte”, diz.
Martins ressalta, ainda, que causa estranheza a contundente busca de apoio popular por um órgão do Judiciário. “A impressão que passa é que estão em busca de uma ligação direta com a população, em atropelo às forças representativas eleitas. Não há nenhum caso análogo na história. A democracia precisa de equilíbrio entre poderes e não da construção de um superpoder”.
Lançamento do "STF na Escola" gera críticas e preocupação com abordagem Os comentários nas redes sociais do STF sobre o lançamento do programa, compostos quase que integralmente de críticas à iniciativa e à atuação da Corte, mostram que a medida encontra resistência popular significativa. Parte das mensagens mencionam os sucessivos “atropelos” dos ministros à própria Constituição, com desrespeito ao devido processo legal para avançar pautas de interesse dos membros da Corte ou contrárias a seus desafetos, e expressam preocupação com o conteúdo a ser ministrado aos estudantes.
Nos últimos anos, as acusações de atuação inconstitucional por parte de ministros têm crescido, sobretudo a partir de 2019, quando o Supremo abriu, de ofício, um inquérito sigiloso para apurar supostas notícias falsas, ameaças e crimes contra a honra que estivessem relacionadas aos ministros da Corte e a seus familiares. Nesse processo, o STF assumiu as posições de acusador, vítima e juiz, funções que deveriam ser tomadas por agentes diversos para garantir a lisura do processo legal, como está previsto na Constituição.
De lá para cá, a Corte, sem pedido do Ministério Público, da Procuradoria-Geral da República ou de autoridade policial, como também está previsto na Constituição (o STF não poderia agir sem ser provocado), ordenou bloqueios de perfis nas redes sociais, prisões e mandados de busca e apreensão de materiais eletrônicos de investigados críticos a conduta dos membros do STF.
Em maio desde ano completará três anos que advogados dos investigados no inquérito das fake news (4.781) e em alguns de seus desdobramentos, como o inquérito das mídias digitais (4.874), estão sem acesso à íntegra dos autos desses processos, o que fere a Súmula Vinculante 14, do próprio STF.
Os arroubos dos ministros são, frequentemente, defendidos por políticos, ativistas e parte da imprensa alinhada à esquerda sob a ótica da defesa da democracia e do Estado Democrático de Direito, e críticas ao órgão costumam ser apontadas genericamente como “desinformação”, “discurso de ódio” ou “ataques à democracia”. Por outro lado, juristas renomados brasileiros e operadores do Direito têm tentado chamar a atenção aos excessos. No exterior, alguns dos principais jornais do mundo vêm demonstrando grande preocupação com os rumos tomados pela Corte brasileira.
A conduta excessivamente linha-dura de Moraes contra dezenas de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL), que são investigados em inquéritos tocados pelo próprio STF, é alvo de questionamentos diversos quanto à sua legalidade. Recentemente reportagem do New York Times, principal jornal norte-americano, questionou ações do ministro e definiu parte delas como“alarmantes”.
Mais recentemente, durante a campanha eleitoral, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que é presidido por Moraes e conta com outros ministros do STF na composição, atribuiu a si próprio poder de polícia para remover da internet, sem provocação de qualquer parte ou do Ministério Público, perfis e canais nos quais considere haver “desinformação sistemática”. A determinação era válida apenas durante as eleições 2022, mas ainda está vigente, o que tem permitido que o Tribunal siga censurando desde usuários comuns até políticos eleitos mesmo sem nenhum processo em andamento, comprometendo o direito constitucional de liberdade de expressão.
No início deste ano, preocupações sobre as decisões da alta cúpula do Judiciário reverberaram com intensidade inédita na opinião pública internacional. Além de nova matéria no The New York Times, veículos como os norte-americanos Washington Post e Wall Street Journal, e o espanhol El País, foram alguns a denunciar as medidas.
Um dos riscos para o programa é que casos como esses sejam transmitidos aos estudantes como legítimos, sem espaço para o contraditório. Um dos pontos que Rosa Weber mencionou como elementos de desinformação, a serem eliminados, durante o lançamento do STF na Escola foi justamente “a distorção do significado das decisões” de ministros.
Riscos de levar ideologia política às salas de aula O risco de politização do programa STF na Escola é outro ponto de preocupação, segundo fontes ouvidas nesta reportagem. Nos últimos meses, os episódios de envolvimento de ministros da Corte com grupos políticos se multiplicaram, como mostrado aqui pela Gazeta do Povo.
No mês passado, por exemplo, o ministro Ricardo Lewandowski compareceu a um evento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que mantém sólida ligação com o Partido dos Trabalhadores. Tal medida rompe o distanciamento necessário entre magistrados e atividades político-partidárias, preconizado pela Constituição e pelos Códigos de Ética da Magistratura e do STF.
No escopo do Programa de Combate à Desinformação, o STF firmou parceria com uma entidade integrada por organizações radicais de esquerda, a Rede Nacional de Combate à Desinformação(RNCD). Como já mencionado, as instituições parceiras desse programa conduzirão o programa direcionado aos estudantes em conjunto com o Supremo.
Várias das organizações que compõem a RNCD possuem clara pauta ideológica à esquerda. A lista de organizações afiliadas inclui o Sleeping Giants, que tem um longo histórico de perseguição a grupos conservadores e de intimidação de patrocinadores, e o Brasil de Fato Pernambuco – que apoia declaradamente pautas da esquerda radical. O Instituto Vero, outro membro da rede, tem o youtuber e militante de esquerda Felipe Neto como cofundador.
Outro parceiro da iniciativa do STF é o site “Vaza, Falsiane”, cuja autodescrição é “um curso online ultrapop para entender e combater fake news e desinformação”. Além do curso, o “Vaza, Falsiane” – conduzido por sócios ativistas de esquerda, como o jornalista Leonardo Sakamoto – costuma fazer palestras sobre desinformação em instituições de ensino, sindicatos e órgãos governamentais com uma visão de “combate à desinformação” que estimula a censura a posicionamentos conservadores ou considerados de direita – o que é inconstitucional.
Sem citá-lo nominalmente, presidente do Supremo critica ataque de mandatário
Um dia após o presidente Jair Bolsonaro (PL) apresentar teorias da conspiração sobre urnas eletrônicas a embaixadores estrangeiros, o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Luiz Fux, repudiou nesta terça-feira (19) tentativas de questionamento do processo eleitoral. "Em nome do STF, o ministro Fux repudiou que, a cerca de 70 dias das eleições, haja tentativa de se colocar em xeque mediante a comunidade internacional o processo eleitoral e as urnas eletrônicas, que têm garantido a democracia brasileira nas últimas décadas", diz nota divulgada pela assessoria do Supremo, sem citar nominalmente o presidente da República.
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A fala de Fux foi feita em reunião por videoconferência com o ministro do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Edson Fachin, que também é integrante do Supremo. De acordo com o STF, os dois conversaram sobre os ataques ao Poder Judiciário e ao processo eleitoral brasileiro."A Fachin, o Ministro Fux reiterou confiança total na higidez do processo eleitoral e na integridade dos juízes que compõem o TSE", informou o Supremo.
Aos embaixadores, nesta segunda (18), Bolsonaro tentou desacreditar o sistema eleitoral, promoveu novas ameaças golpistas e atacou ministros do STF. O chefe do Executivo concentrou suas críticas nos ministros Alexandre de Moraes, Edson Fachin e Luís Roberto Barroso. Fachin é o atual presidente do TSE. Barroso presidiu a corte eleitoral, e Moraes deve comandar o tribunal durante as eleições.
O mandatário acusou o grupo de querer trazer instabilidade ao país, por desconsiderar as sugestões das Forças Armadas para modificações no sistema, a menos de três meses da disputa."Por que um grupo de três pessoas apenas quer trazer instabilidade para o nosso país, não aceita nada das sugestões das Forças Armadas, que foram convidadas?", disse.
Em mais de um momento, Bolsonaro tentou desacreditar os ministros, relacionando especialmente Fachin e Barrosoao PT e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Os ministros do Supremo, Dias Toffoli e Cármen Lúcia, desistiram de ir à Gramado, na Serra Gaúcha, porque haviam sido convidados para 26ª Jornada Internacional de Direito, entre os dias 6 e 8 de julho, mas a comunidade fez um movimento grande, sinalizando que não queria saber de ministros do Supremo nos solos de Gramado.
Ainda no sábado, as mulheres em Gramado fizeram uma manifestação contra a presença dos dois.Os patrocinadores estavam retirando o patrocínio, inclusive o mais importante hotel de Gramado, disse que não iria mais patrocinar o evento, ou seja, não iam cobrar menos diárias para os integrantes desse encontro.
Automóveis carregavam nos vidros laterais plásticos repudiando a presença dos dois ministros.
Foi a repetição do que aconteceu há pouco mais de um mês em Bento Gonçalves. A industriosa cidade gaúcha, que produz móveis, metalurgia, alimentos e que tinha um evento para o qual havia sido convidado o presidente do Supremo, Luiz Fux, um evento do centro, da indústria, comércio, serviços, que reunia todas as chamadas forças econômicas da cidade. As pessoas retiraram a inscrição, os patrocínios, e Fux teve que desistir.
Acho que é um aviso para o Supremo, até amigável eu diria. Parecido com aquele, o jurista Ives Granda Martins, disse outro dia em entrevista ao senador Eduardo Girão, que todos são ótimos, todos são muito bons, mas que volte ao que era o Supremo no início do milênio.
Com grandes nomes, obedientes à Constituição, à serviço dela e não alteradores da Constituição.
Eles estão agindo como se fossem inconstituintes permanentes e não tem voto para isso.
Não tem a legitimidade popular para dar decisões que alteram à Constituição.
Como foi o caso do casamento gay.A Constituição continua dizendo que o casamento é entre o homem e a mulher,não podem alterar o que está na Constituição, somente o Congresso Nacional, que tem esse poder.
Ao mesmo tempo em outros casos, passar por cima, simplesmente, das inviolabilidades dos parlamentares, fazer um processo que não tem nada a ver com o devido processo legal.
É bom que aconteça isso para dar uma agitada aos ministros do Supremo, que talvez estejam desligados do país real, da nação. Talvez seja isso. Tomara que isso se corrija.
Uma outra correção vai ter que ser feita numa lei, e lei é com o Congresso Nacional. Estão discutindo sobre o artigo 14 da lei das estatais, que foi feita em 2016, na esteira de toda aquela corrupção, que usou as estatais. Foi naquele grande esquema de corrupção do governo do PT, em que, inclusive, a presidente Dilma ordenou que a Petrobras não alterasse o preço do combustível, e a Petrobras teve bastante prejuízo com a corrupção e com os preços políticos. Foi naquela ocasião que fizeram uma lei para impedir isso.
Então, de agora em diante, e a partir da lei de 2016,assinada por Michel Temer, por Alexandre de Moraes como ministro da Justiça, por Henrique Meirelles como ministro da Economia,essa lei diz que os conselheiros da Petrobras e o acionista majoritário, podem ser responsabilizados criminalmente, ação de reparação de danos, por qualquer prejuízo que uma atitude deles causar à Petrobras.
Então qualquer acionista pode dizer, "não alteraram o preço, ficaram 90 dias sem mexer no preço e tiveram prejuízo por causa disso. Ou tiveram menos lucro, então o lucro era para ser R$15 bilhões e só foi R$12 bilhões, então a ação está valendo R$3 bilhões. E então os conselheiros, mesmo os do governo, que são a maioria, e o próprio governo, fica com o pé atrás. Então está nas mãos do Congresso alterar essa lei que foi 8 ou 80. E não olhando para o jeitinho brasileiro, que é o momento da Petrobras pensar na sua função básica inicial, que foi criada para servir o povo brasileiro. É uma questão complicada, que o Congresso terá que resolver.
A
falta de bom senso faz muitas vítimas em seu redor e, às vezes – apenas
às vezes – gera consequências entre os destrambelhados.Esse parece ser o
caso da conduta feroz e descabida do ministro Alexandre de Moraesarrastando o pleno para sua implicância revanchista com o deputado
Daniel Silveira.
A conta de chegar que levou a pena aos absurdos 8 anos e
nove meses de reclusão, a reação imediata da presidência da República, a
posterior imposição de bloqueio de contas e de multa que excede o
patrimônio do parlamentar geraram crescente mal estar na Corte.
Começaram a vazar lamúrias internas de ministros ante a malquerença
social e seus naturais reflexos no Congresso, onde a base do governo
começou a se organizar e a olhar com reprovação para o lado direito da
Praça dos Três Poderes.
Transcrevo
trecho de análise publicada pelo site JOTA, de autoria do jornalista e
escritor Felipe Recondo, dando destaque a algumas ações que têm gerado
desagrados recíprocos entre os ministros:
“Repetindo
o ditado popular – na casa que falta pão… -, ministros começaram a
buscar os responsáveis pela fragilidade do tribunal neste momento
politicamente difícil.
Começaram a surgir nos jornais as hipóteses
levantadas pelos ministros: o presidente Luiz Fux não mantém diálogo com
a política; sem um presidente que se articula, o tribunal é
surpreendido pelas crises e não tem como agir;
Barroso não deveria ter
atacado os militares;
Alexandre de Moraes errou ao propor uma pena de 8
anos e 9 meses de pena [sic] para Daniel Silveira;
o mesmo Alexandre de
Moraes age solitariamente e não pensa na instituição, mas apenas nos
seus planos;
Cármen Lúcia mobiliza artistas no Supremo para
indevidamente fazer oposição ao governo;
Nunes Marques agiu como se não
fosse parte do tribunal e, ao votar pela absolvição de Silveira, lavou
as mãos e virou o rosto para os ataques que Bolsonaro desferiria ao
tribunal;
André Mendonça foi se explicar para Bolsonaro e usou o Twitter
para dar satisfação de seu voto para os evangélicos”. (*)
O presidente da Câmara, Arthur Lira, vai se reunir hoje com
o presidente do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux, para discutir a
decisão da ministra Rosa Weber de suspender os pagamentos de emendas de
relator, também conhecidas como do orçamento secreto. A reunião deve ter
também um representante do Senado, já que o presidente da Casa, Rodrigo
Pacheco, está em Glasgow participando da COP-26.
Lira passou o final de semana procurando ministros da corte para dizer que a decisão é uma interferência indevida nos assuntos do
Legislativo. O presidente da Câmara também tem cobrado apoio de
alguns ministros mais próximos na votação em plenário a respeito da
decisão da ministra, que ocorre de forma virtual das 0h de terça-feira
até as 23h59 de quarta.
As emendas do orçamento secreto são distribuídas entre os
parlamentares da base e todas assinadas pelo relator, sem que se saiba
exatamente quais os critérios para a escolha dos parlamentares
beneficiados e para a aplicação do dinheiro. Os R$ 16,8 bilhoes deste
ano são divididos entre Câmara (R$ 11 bilhões, administrados por Lira e
R$ 5,8 bilhões a cargo do Senado).
Na decisão tomada na sexta-feira,Rosa
Weber não só determinou a suspensão dos pagamentos como também deu 24
horas à Câmara para explicar a tramitação das emendas e a forma como de
decidiu quanto seria enviado, para onde e em nome de que parlamentar.Segundo a ministra, as emendas de relator criaram
dois regimes de distribuição do dinheiro do orçamento: o regular, em que
o "dono" de cada emenda fica registrado; e o "sistema anônimo de execução das despesas decorrentes de emendas do relator", que é o orçamento secreto
Na prática, as emendas se tornaram moedas de troca no
Congresso. São distribuídas a parlamentares da base a cada votação em
troca de votos a favor do governo, por meio de de negociação com Arthur
Lira e alguns de seus aliados. Para a ministra, tanto a falta de transparência como a
diferença de regimes de pagamento são inconstitucionais porque violam
os princípios constitucionais da “publicidade e da impessoalidade dos
atos da Administração Pública e com o regime de transparência no uso dos
recursos financeiros do Estado”.
Nas conversas com os ministros e outros aliados, no
final de semana, Lira tem dito que as emendas de relator não ferem a
Constituição e que estão regulamentadas há anos pelo próprio Congresso. Mas a aposta de interlocutores dos ministros do
Supremo neste final de semana é a de que a votação no plenário será
apertada, o que renderá dificuldades extras para Lira. Por essas contas,
haveria pelo menos cinco votos favoráveis à liminar entre os dez
membros da corte.
Embora
o presidente da Câmara tenha interlocutores próximos no Supremo, como o
ministro Gilmar Mendes, o clima para ele não é dos melhores na corte
desde a aprovação daPEC da Imunidade, a emenda constitucional
que proíbe a prisão cautelar por decisão monocrática, ou seja, de um
único ministro do tribunal. Foi o que ocorreu com o deputado Daniel
Silveira (PSL-RJ), preso por decisão de Alexandre de Moraes.
A aprovação do Código Eleitoral, com dispositivos
que enfraquecem o TSE, e a decisão de Lira de levar ao plenário a PEC do
voto impresso geraram ruído no Supremo. Segundo relatos de ministros,
Lira havia se comprometido a arquivar a proposta caso ela fosse
rejeitada na comissão especial criada para avaliar o assunto. A comissão
de fato rejeitou a proposta, mas Lira a enviou ao plenário mesmo assim.A PEC foi derrubada no plenário.
[Comentário: A IMPUNIDADE DA IMAGINAÇÃO FÉRTIL DA MÍDIA MILITANTES.
Curioso: quando a mídia militante imagina diálogos entre ministros do Supremo, parlamentares, interlocutores próximos, e apresenta apresenta narrativa que deixa a impressão de desentendimentos entre Judiciário e Legislativo, nenhum partideco, ministro do Supremo, membro do MP considera que a narrativa, fruto da imaginação, seja 'fake news';
porém, se a mesma imaginação fértil que acomete a citada mídia acometer um apoiador do presidente Bolsonaro e notícia de teor semelhante for veiculada, o 'imaginador' será preso sob acusação de: prática de fake news, ato atos antidemocráticos, atos contra a Constituição e o Estado Democrático de Direito.]
Presença de Anderson Torres chamou a atenção de magistrados, mas eles avaliam que bate-boca só inflaria objetivo do presidente
Ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) e do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) classificaram, nos bastidores, como "patética" alive nas redes sociais realizada pelo presidente Jair Bolsonaro na noite desta quinta-feira (29).Para magistrados, o presidente revelou-se desesperado diante da perda de popularidade que vem sofrendo e por ser alvo de denúncias de suspeitas de irregularidades e corrupção na compra de vacinas. [Nossa opinião:
1 - o presidente Bolsonaro, a exemplo de 99,999% dos políticos, gosta de falar e quando começa deita falação se atrapalhando no que verbaliza e se enrola.
Exemplos: fraudes nas urnas eletrônicas - ao que se sabe não existem provas de que eleições foram fraudadas = abundam fortes suspeitas, em alguns casos, que quando investigadas não foram encontradas provas. O que os defensores do voto auditável, também conhecido como voto impresso, pretendem e conseguirão é que as urnas sejam dotadas de um complemento que permita a detecção de fraudes que porventura tenham ocorrido.
O sistema atual não permite - caso tenham ocorrido fraudes - que elas sejam constatadas.O chamado voto impresso permite, e sem comprometer o sigilo do voto ou oferecer qualquer risco a lisura do processo eleitoral.
Vejam o vídeo abaixo e entendam toda a mecânica do voto auditável ou voto impresso.
2 - O ministro da Justiça, apesar 'da Justiça' na denominação do seu cargo, integra o Poder Executivo da União, portanto, tem total e absoluta liberdade de participar de live com o presidente da República, não estando sujeito a censura de nenhuma autoridade de outro Poder. Aliás, em nosso modesto entendimento, autoridades de um Poder fazer juízo sobre o comportamento de integrantes do outro Poder é uma atitude não muito louvável.
Também temos o entendimento que o fato da Polícia Federal integrar o Ministério da Justiça não implica no cerceamento dos direitos de cidadão do titular da pasta da Justiça;
Ser o cidadão titular do MJ, não constitui motivo que possa ser considerado impedimento, ou inconveniente, ao seu comparecimento em evento em que possíveis fraudes em eleições são comentadas - evento com a presença do presidente da República.]
Convidado
a participar dos últimos momentos da transmissão, o ministro da Justiça
e Segurança Pública, Anderson Torres, afirmou que a Polícia Federal
enxergou vulnerabilidades quando convidada pelo TSE a participar da
auditoria de processos eleitorais em pleitos anteriores.
Segundo Torres, nos anos de 2016 e de 2018, a PF afirmou que há risco
de subversão de resultados caso candidatos consigam acesso aos cartões
com resultados de urnas e que "por mais maduros que sejam softwares,
eles sempre estarão suscetíveis a possíveis vulnerabilidades"]
Chamou a atenção de integrantes das cortes superiores a participação na live do ministro da Justiça, Anderson Torres. O fato de o ministro ter sob seu guarda-chuva a Polícia Federal e ter estado ao lado de Bolsonaro em evento para divulgar supostas fraudes nas eleições foi avaliado como um ataque ao pleito. Magistrados estudavam na noite desta quinta se reagiriam à participação específica de Torres. Bolsonaro havia prometido apresentar provas de que houve fraude na eleição de 2018, como ele já propagou diversas vezes. Na transmissão, porém, o mandatário apenas reciclou teorias que circulam há anos na internet e que já foram desmentidas anteriormente. [a adoção do voto auditável permite que as chamadas teorias sobre fraudes sejam derrubadas em definitivo. O sistema atual, não permite que eventuais fraudes sejam provadas, nem fornece elementos físicos para sufocar em definitivo futuras suspeitas.]
Ao longo de sua fala, Bolsonaro mudou o discurso e admitiu que não pode comprovar se as eleições foram ou não fraudadas. "Não tem como se comprovar que as eleições não foram ou foram fraudadas. São indícios. Crime se desvenda com vários indícios”, declarou. Ao final da exposição, foi questionado por jornalistas se havia mostrado suspeitas ou provas. Respondeu: "Suspeitas, fortíssimas. As provas você consegue com a somatória de indícios. Apresentamos um montão de indícios aqui".
Durante a apresentação, foram veiculados vídeos divulgados na internet que buscam transmitir, sem qualquer embasamento sólido, a mensagem de que é possível fraudar o código-fonte para computar o voto de um candidato para o outro. A apresentação ocorreu em transmissão no Palácio da Alvorada e foi transmitida pela TV Brasil, rede pública do governo. Bolsonaro usou a transmissão para defender que a população vá a atos marcados para o próximo domingo (1º) em defesa do voto impresso.
Diante das declarações de Bolsonaro, o TSE divulgou uma série de checagens para contestar quase duas dezenas de alegações feitas pelo presidente. Ministros do STF e do TSE haviam combinado de só se manifestar publicamente caso Bolsonaro apresentasse alguma evidência ou ataque concreto que fugisse a teorias da conspiração. A constatação, no entanto, foi a de que o presidente propagou teses velhas. O presidente do TSE, Luís Roberto Barroso, que já foi chamado de "imbecil" por Bolsonaro, só viu o final da live, mas ao longo dela recebeu avisos de que Bolsonaro estava propagando "fake news".
A live de Bolsonaro ocorre numa esteira de rusgas entre o presidente e o Judiciário. Nesta quinta, antes da live, Bolsonaro afirmou que o STF cometeu crime ao permitir que prefeitos e governadores tivessem autonomia para aplicar medidas restritivas contra a pandemia da Covid-19. "O Supremo, na verdade, cometeu um crime ao dizer que prefeitos e governadores de forma indiscriminada poderiam, simplesmente suprimir toda e qualquer direito previsto no inciso [do artigo] 5º da Constituição, inclusive o 'ir e vir"', disse Bolsonaro a apoiadores.
A fala foi divulgada por um canal bolsonarista no YouTube.A declaração de Bolsonaro foi uma reação à mensagem postada em uma rede social do STF na quarta-feira (28). No texto, a corte reafirma que não impediu o governo federal de agir no enfrentamento da Covid-19. "O STF não proibiu o governo federal de agir na pandemia! Uma mentira contada mil vezes não vira verdade!", afirmou no Twitter. [clicando aqui, você terá elementos para avaliar que a mensagem do STF - o vídeo kamikaze do STF - foi um tiro no pé.]
Embora tenha partido para cima do tribunal, ministros do Supremo decidiram não responder ao ataque sob a mesma alegação da ausência de reação à live: de que não adianta o Judiciário ficar batendo boca com o mandatário, sob pena de inflar ainda mais as alegações de Bolsonaro. O presidente do STF, Luiz Fux, pretende responder a ameaças golpistas no discurso que fará na semana que vem na reabertura dos trabalhos do Judiciário, conforme antecipou o Painel. O magistrado vai pregar que cada ator político atue dentro dos limites institucionais, sem extrapolá-los, para que a democracia fique firme.
A resposta é classificada como tardia por ala do Supremo. Apesar do clima e da impaciência crescente de magistrados, Fux ainda busca uma forma de estreitar o laço e pacificar a relação entre os Poderes. Para isso, a previsão é que o ministro telefone na próxima segunda-feira (2) para Bolsonaro, e os presidentes da Câmara e do Senado, Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (DEM-MG), respectivamente, para marcar uma reunião. O encontro entre os Poderes teria ocorrido neste mês, mas foi cancelado depois que Bolsonaro precisou ser internado com um quadro de obstrução intestinal.
[Encerramos com uma pergunta recorrente sobre a resistência ao voto auditável:
Por que ser contra algo que pode tornar a votação mais segura?
Uma das alegações do ministro Barroso - líder da oposição ao voto auditável é o custo elevado. Nos cálculos do ministro em torno de R$ 2 bilhões - valor que se torna mínimo quando comparado aos quase R$ 10 bilhões, quando os R$ 5,7 bilhoes do fundão eleitoral se somam a outros penduricalhos =“usar o dinheiro dos impostos que
você paga para financiar as campanhas eleitorais de partidos e
candidatos nos quais você jamais votaria!”.]
O presidente do Supremo é um mestre em jogar para a galera - Ele lançou sobre um servidor o peso de decisão que só o presidente do Supremo poderia tomar
Luiz Fux —para se lavar de um aval que obviamente dera — arranjou-se cuspindo ao mar um colaborador de terceiro escalão. Aquele exercício covarde de onipotência típico dos que se sabem inalcançáveis. O presidente do Supremo Tribunal Federal é um poder inteiro e, no caso do atual, um mestre em jogar para a galera.(Não tardará, aliás, até que abra enquetes em rede social para que seus seguidores determinem como deve votar.) Outra coisa, porém, será cultivar a imagem de homem justo e combatente de regalias afogando um subordinado em injustiça; um desmando autoritário reativo para não assumir o desmando patrimonialista original.
Sim. Refiro-me ao caso — um escândalo — em que Fux, pressionado pela imprensa que o adula, decidiu, fingindo-se de chocado, exonerar o secretário de saúde do STF.
(Sendo também o caso de perguntar por que o tribunal precisaria de uma tal secretaria.)
O doutor Marco Polo Dias Freitas levou a culpa. Pagou pelo ato por meio do qual a Corte constitucional brasileira — vergonhosamente — demandara à Fiocruz uma reserva de 7 mil doses de vacina contra a peste para seus togados e funcionários.Pego em flagrante, Fux — em gesto de rara desonra — lançou sobre um servidor o peso de decisão que só o presidente do Supremo poderia tomar. Um conjunto de arbitrariedades a não ser esquecido. (E que só será surpresa para quem admite o modo como o ministro maneja a Constituição.)
Freitas foi elegante, impessoal, ao sair, talvez com a intenção de preservar a instituição a que se dedicava havia década; mas deixou claríssimo o que se passara: “Respeito rigorosamente a hierarquia administrativa do Supremo Tribunal Federal. Nesses onze anos no STF, nunca realizei nenhum ato administrativo sem a ciência e a anuência dos meus superiores hierárquicos”.
Elegante. Eu também serei. (Quem sabe, assim, este artigo escape da censura no clipping do tribunal?) E serei igualmente claro. O ofício de requisição da reserva de doses foi assinado, em 30 de novembro, pelo diretor-geral do Supremo, Edmundo Veras dos Santos Filho; que, no entanto, manteve o cargo.Fux justificou a demissão do mais fracoafirmando que o pedido fora feito sem o seu consentimento. Não é verdade.
O presidente do Supremo faltou com a verdade; o que se prova facilmente, sendo o próprio Fux a se desmentir. [não podemos esquecer que o oficio foi assinado pelo diretor-geral do Supremo, Edmundo Veras, superior hierárquico do doutor Marco Polo - e os mais elementares fundamentos hierárquicos, rudimentares princípios da hierarquia, estabelecem que ao ter seu pedido acatado pelo superior hierárquico, o subalterno está respeitando a hierarquia.
Se alguém descumpriu a hierarquia foi o diretor-geral do Supremo = se impondo sua exoneração - exceto se, o ministro Fux tinha conhecimento do oficio (o mais provável, devido as implicações políticas do pedido desaconselharem o senhor Veras de até pensar no assunto, sem o aval do presidente do STF.]
Freitas foi exonerado em 27 de dezembro. No dia seguinte, o presidente do STF pôs em campo uma blitz para, em suma, apregoar que não sabia e que não admitia; versão que rui diante da entrevista veiculada cinco dias antes, em 23 de dezembro, pela TV Justiça, em que se demonstra não apenas informado sobre o pedido, mas favorável à demanda. Fala Fux: — Nós, por exemplo, fizemos um pedido, de toda forma delicada, ética, um pedido, dentro das possibilidades, que, quando todas as prioridades forem cumpridas, de que também os tribunais superiores — que precisam trabalhar em prol da Covid — tenham meios para trabalhar. E, para isso, precisa vacinar. Não adianta vacinar os ministros e não vacinar os servidores. A difusão da doença seria exatamente a mesma. [um aspecto não destacado: os servidores se tornaram beneficiários do pedido para não contagiarem os supremos ministros. Fosse a covid-19 apenas letal, não contagiosa, os ministros seriam vacinados e os servidores aguardariam.]
Que tal? Que tal essa ética? Mesmo o português truncado de Fux —que decerto gostaria de trabalhar contra a Covid, e não em prol do vírus— não é capaz de deixar dúvidas. Nós é nós. Né? Nós somos. O “nós fizemos um pedido” o inclui. Nós pedimos. Certo? Nós só são os outros — quando o bicho pega, e o bafo da sociedade esquenta o cangote — na ética fuxiana do bode expiatório. E não deixa de ser requisição de tratamento prioritário, uma que se queira postar à fila logo após as prioridades já consagradas. Fim da fila de prioridades ainda prioridade será. Não há delicadeza nisso.
Fux não apenas tinha ciência do pedido como — sob visão estratégico-corporativa — avalizou-o. E diga-se que, fosse verdadeiro que a demanda tivesse sido feita sem sua chancela, teríamos apenas mais uma exibição de incompetência;e ele precisaria demitir o diretor-geral. Mas não foi incompetência. Não desta vez. Foi um movimento natural, consciente, relaxado, de quem se sabe mesmo privilegiado; de alguém cuja trajetória educou para o hábito do privilégio. Foi desde esse lugar que o presidente do STF ceifou o doutor Freitas.
Fux, contudo, ao explicar a demissão covarde do subordinado, disse: “Sempre fui contra privilégios”. De novo, não é verdade. Temos memória. Ou não terá sido ele — agora todo enérgico contra decisões monocráticas — o ministro que ficou, atenção, quatro anos sentado sobre liminar, canetada classista de próprio punho, que garantiria auxílio-moradia a juízes e procuradores, uma conta bilionária? [vale a pena conferir a íntegra da matéria, da qual destacamos: A lentidão na análise da liminar foi motivada,- dizem as más, ou bem informadas línguas - pelo fato da desembargadora Mariana Fux, filha do ministro Fux, trabalhando no Rio, receber auxilio moradia, mesmo sendo proprietária de dois apartamento no Leblon.]
O privilegiado Luiz Fux é o privilégio. Pode tudo. É também um — mais um — ministro da corte constitucional brasileira em quem não se deve confiar.
O presidente do Supremo, ministro Luiz Fux, surpreendeu ao
esvaziar o poder das duas turmas no julgamento de ações penais e
inquéritos criminais, que voltarão a ser analisados em plenário
Em cerimônia no Palácio do Planalto, ontem, bem ao seu estilo, o
presidente Jair Bolsonaro disparou: “Queria dizer a essa imprensa
maravilhosa nossa que eu não quero acabar com a Lava-Jato… eu acabei com
a Lava-Jato”. Entretanto, relativizou: “porque não tem mais corrupção
no governo”. Bolsonaro endossou a avaliação feita pelo senador Renan
Calheiros (MDB-AL) de que seu grande legado será o “desmonte” da
operação, que já teria ocorrido em razão de mudanças no Coaf, na Receita
Federal, na Polícia Federal, no Ministério Público Federal (MPF) e
estaria em vias de ocorrer no Supremo Tribunal Federal (STF), com a
indicação do desembargador federal Kassio Marques para a vaga do decano
Celso de Mello, que está se despedindo da Corte.
Mas pode não ser bem assim, porque o presidente do Supremo Tribunal
Federal (STF), ministro Luiz Fux, ontem, surpreendeu a maioria dos pares
ao propor a mudança do regimento da Corte e esvaziar o poder das suas
turmas no julgamento de ações penais e inquéritos criminais, que
voltarão a ser analisados em plenário. A proposta foi aprovada por
unanimidade. Desde 2014, depois do processo do mensalão, essas matérias
eram apreciadas nas turmas, cada qual com cinco ministros. Agora, serão
apreciadas por 11 ministros, inclusive o presidente do Supremo, que não
vota nas turmas. A mudança fortalece o ministro Edson Fachin, relator da
Lava-Jato, que estava perdendo quase todas as votações na Segunda
Turma, presidida pelo ministro Gilmar Mendes.
O argumento utilizado para a mudança foi o fato de que a decisão de
atribuir os julgamentos às turmas fora uma decorrência do acúmulo de
processos no STF, o que não ocorreria mais. A proposta de Fux pegou os
chamados “garantistas” de surpresa. De certa forma, dará uma sobrevida
para a Lava-Jato no caso dos processos relatados pelo ministro Fachin,
cujas investigações estão concluídas. Os casos que ainda estão sendo
investigados pelo Ministério Público Federal (MPF) são outra história:
vão depender das medidas adotadas pelo procurador-geral da República,
Augusto Aras, para enquadrar e centralizar a atuação dos procuradores
das forças-tarefas no Paraná, no Rio de Janeiro, no Distrito Federal e
em São Paulo.
Simbolismo
Renan tem razão quando assinala que o cerco à Lava-Jato se fechou, com
as medidas adotadas por Bolsonaro. Entretanto, no plano simbólico, tudo o
que é feito contra a operação tem repercussão negativa na opinião
pública. A operação continua sendo um vetor importante nas eleições
municipais em curso e, provavelmente, o será nas de 2022, mas sem o
mesmo efeito catalisador que teve nas eleições passadas. As pesquisas
eleitorais em muitas cidades estão mostrando cautela dos eleitores com
candidatos desconhecidos e certa tendência à reeleição, bem como
preferências por políticos ficha limpa já conhecidos.
Além disso, houve de fato um descolamento de Bolsonaro da Lava-Jato,
assumido publicamente ontem, que começou com a demissão do ex-juiz
Sergio Moro do Ministério da Justiça. Esse afastamento se consolidou com
a aliança do presidente com o chamado Centrão, cujos partidos são
liderados por políticos tradicionais, quase todos enrolados na operação.
Isso significa que Bolsonaro abdicou completamente da bandeira da
ética? Obviamente não. A atuação da Polícia Federal nos escândalos
envolvendo a Saúde, em diversos estados, mostra exatamente o contrário. O
que há é uma separação entre o combate à corrupção e a Lava-Jato. E a
suspeita de que haveria manipulação política nessas ações, mas esse
costuma sempre ser o argumento de defesa dos políticos investigados.
Na verdade, o desgaste ético de Bolsonaro ocorre em razão do caso
Fabrício Queiroz, no inquérito que investiga as rachadinhas nos
gabinetes dos deputados da Assembleia Legislativa fluminense, no qual
familiares do presidente são investigados, sobretudo o senador Flávio
Bolsonaro (Republicanos-RJ), seu filho mais velho. A mudança de rota do
Palácio do Planalto tem muito a ver com isso, pois as investigações
forçaram Bolsonaro a articular uma base de apoio mais consistente no
Congresso, que não quer nem ouvir falar em Lava-Jato, e promover uma
aproximação com Supremo. Estava tudo dominado por Bolsonaro na Segunda
Turma, na qual tramita o caso de Flávio, mas a decisão de ontem de levar
os processos para o plenário da Corte embaralhou o jogo. Faltou
combinar com os russos, isto é, com o presidente do Supremo, Luiz Fux,
que não tem vocação para rainha da Inglaterra.
Nas Entrelinhas - Luiz Carlos Azedo, jornalista - Correio Braziliense
STF volta a adiar sua decisão sobre a constitucionalidade do tabelamento do frete
O governo [sic] conseguiu mais uma vez procrastinar o julgamento das ações que
questionam o tabelamento do frete para transporte rodoviário no Supremo
Tribunal Federal (STF). Por obra e graça do relator, Luiz Fux, o País
seguirá refém de um cartel flagrantemente inconstitucional.Em maio de 2018, insatisfeitos com os reajustes nos preços dos
combustíveis, os caminhoneiros não só paralisaram seus serviços, como
sabotaram os de todos os brasileiros, bloqueando rodovias em todo o
País. Com a escassez de combustíveis e de insumos como alimentos e
remédios, a redução do movimento das frotas de ônibus e aviões e a
paralisação de indústrias, serviços e escolas, o Ministério da Economia
estimou as perdas em R$ 15,9 bilhões.
Mas o maior dano foi ao tecido institucional do País. O governo de
Michel Temer não só foi incapaz de punir os responsáveis, como cedeu até
mais do que pediram os chefes do movimento paredista. O grande butim
foi a fixação do preço dos fretes por medida provisória logo
sacramentada pela Lei 13.703/18. A depreciação nos valores dos fretes resultava de uma intervenção
indevida no mercado: os subsídios à frota de caminhões que geraram uma
oferta excessiva de transporte. Sob pressão para corrigir as distorções
desencadeadas por essa anomalia, o poder público, ao invés de arrancá-la
pela raiz, suplementou-a com outra:a legalização de um cartel que
assegura aos caminhoneiros os preços pelos quais teriam de batalhar,
como faz a iniciativa privada, por meio de negociações e acordos.
Os efeitos desse atentado ao princípio constitucional da livre
concorrência logo se fizeram sentir. Às majorações de preços resultantes
da paralisação, acrescentaram-se outras, derivadas do valor fixado para
o frete, 7,4% acima do preço de mercado, segundo estudo da Confederação
Nacional da Indústria (CNI). Inflacionando cada elo da cadeia
produtiva,estes custos criados artificialmente para garantir o lucro
dos caminhoneiros são repassados ao consumidor, com prejuízo maior aos
mais pobres. Segundo a CNI, o tabelamento acarretou só em 2018 uma perda
de R$ 20,3 bilhões no PIB.
Isso era previsível e foi advertido à época pelo Ministério da Fazenda e
pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica. Entre as diversas
contestações na justiça, três Ações Diretas de Inconstitucionalidade
foram ajuizadas na Suprema Corte, que, representada por Luiz Fux, tem
relutado em julgá-las por omissão, já que não há complexidade processual
ou probatória que justifique a demora em apreciar o mérito da questão.
Agora, Fux retirou o julgamento da pauta do dia 19, acolhendo um pedido
da Advocacia-Geral da União de convocar uma “audiência de conciliação”
entre as partes. É mais um disparate. Primeiro porque não há “partes”,
como se se tratasse de um litígio civil: o Supremo não é câmara de
conciliação e, de resto, os autores das ações já manifestaram nos autos
sua contrariedade ao adiamento, declarando que só esperam da Corte que
ela cumpra sua obrigação de se pronunciar sobre a constitucionalidade do
frete.
Entre a sofreguidão de uns e a morosidade de outros, é difícil apontar
qual dos Poderes da República tem mais responsabilidade pelos prejuízos à
Nação: se o Executivo, que, incapaz de impor a lei e a ordem, gestou
essa monstruosidade econômica e jurídica; se o Legislativo, que a pariu e
consagrou em lei; ou se o Judiciário, que (com o apoio do governo
Bolsonaro)permite que ela viceje há quase dois anos, submetendo a
economia e as instituições à chantagem de privilegiados constituídos em
cartel. [o Judiciário tem se destacado por, de forma recorrente, prescindir do apoio do governo Bolsonaro.]
o assunto só pode ser tratado de uma forma:
- a curto e médio prazo não negociar com os caminhoneiros e para tanto adotar as medidas que estão disponíveis - no governo Temer, sob holofotes muitas punições foram aplicadas aos grevistas e também aos donos de transportadora (pelo cometimento do crime lock-out;
apagaram os holofotes e as punições foram esquecidas, especialmente as multas que não foram cobradas e, por óbvio, não pagas - e os inquéritos contra os empresários, engavetados.
- a médio e longo prazo, levar a sério o incremento do transporte ferroviário - caminho demorado e caro para ser implantado, mas, o único capaz de 'desarmar' os caminhoneiros.
Demora, mas, o importante é começar. ]
Ante a possibilidade de se restaurar a livre concorrência, o líder
caminhoneiro Wallace Landim, dito Chorão,exprimiu exemplarmente este
estado de anomia: “Não concordo, porque ganhamos a lei”.Ou o Supremo
impõe a Lei Maior ou mais grupos de pressão ávidos por “ganhar”seus
nacos no grito e na força se sentirão livres para depredá-la como
predadores sobre sua presa.
Não há calmaria possível com Luiz Fux no plantão judiciário. Em
janeiro de 2019, o ministro trancou a investigação do caso Queiroz. A
decisão deu um refresco a Jair Bolsonaro, que começava o governo à
sombra de um escândalo de corrupção. Um ano depois, Fux suspendeu a aplicação da lei que criou o juiz de
garantias. A canetada alegrou Sergio Moro, que ainda reclamava da regra
aprovada pelo Congresso. Em diálogos revelados pelo Intercept Brasil, o
ex-juiz já havia deixado claro que vê o ministro como um aliado
incondicional. “In Fux we trust”, escreveu.
Além de atropelar o Legislativo, a liminar desautorizou o presidente
do Supremo. Na semana passada, Dias Toffoli estabeleceu que a lei
deveria entrar em vigor em seis meses. Ao assumir sua cadeira, Fux
rasgou a decisão anterior e jogou o prazo para as calendas. Agora o juiz de garantias está suspenso por tempo indeterminado — ou
melhor, até que o ministro resolva autorizar sua implementação. O vaivém
agrava o clima de cada um por si no tribunal. Em vez de garantir
segurança jurídica, o Supremo consegue tomar decisões contraditórias até
no período de recesso.
Fux atendeu a pedido de duas associações de juízes. São entidades
corporativistas, que militam por causas como o aumento dos salários e
penduricalhos. Na ação, elas disseram que o juiz de garantias vai
reduzir a “eficácia” da Justiça. As férias de 60 dias são um problema
muito maior, mas ninguém abre mão do descanso dobrado. [ o 'juiz das garantias' atrasa ainda mais por reduzir a eficiência do já lento Poder Judiciário brasileiro ao exigir eficácia nos procedimentos da Justiça. Ao aumentar a possibilidade de mais recursos - aumentando a morosidade da Justiça, pode, ao pretender mexer na própria estrutura judiciária, causar um caos na Justiça criminal.] Ao suspender a aplicação da nova lei, Fux alegou que o Legislativo
não teria discutido seus impactos “em toda a sua complexidade”. Ele
acrescentou que a discussão foi abreviada “indevidamente”, como se
coubesse ao Judiciário ditar o ritmo dos debates no Congresso.
Em outra passagem, o ministro escreveu que a implementação do juiz de
garantias causará “impacto orçamentário de grande monta”. É um
argumento curioso. Por quatro anos, Fux garantiu o pagamento de
auxílio-moradia a magistrados que têm casa própria na cidade em que
trabalham.[entre os magistrados favorecidos, estava a desembargadora Mariana Fux, filha do ministro, que recebia o auxílio, trabalhando no Rio, onde possui dois apartamentos.] exercendo A generosidade custou mais de R$ 4 bilhões aos cofres
públicos.Só foi revogada quando o governo topou aumentar os salários
dos juízes.
O ministro Celso de Mello definiu como
“atrevimento sem limites” porque o ministro é um homem educado e sabe o
código de conduta no uso das palavras por uma autoridade. O que o
presidente Bolsonaro fez ao comparar o STF a uma hiena da alcateia que
ataca o“leão conservador e patriota” é muito mais grave do que ele
admitiu mesmo no pedido de desculpas. “Foi uma injustiça sim, corrigimos
e vamos publicar uma matéria que leva para o lado das desculpas.” É bem
mais que uma “injustiça”.
O presidente jurou respeitar a Constituição, e ela reconhece o
Judiciário como um dos três poderes, e o STF é o órgão máximo desse
poder. Tratá-lo com um achincalhe desrespeitoso em uma molecagem de
Twitter é descumprir preceito constitucional. Aquele é um canal oficial
do presidente, e portanto é sua palavra. A explicação de que várias
pessoas têm acesso aumenta o absurdo da situação. Com a mensagem ele
açula os seus seguidores radicais que têm defendido o fechamento do
Supremo. Sem Supremo, não temos democracia. Isso significa que ele está
fortalecendo um movimento de ameaça à própria democracia.
Cada cidadão é livre para ter críticas às decisões do STF. Os
ministros da Corte inclusive divergem entre si. Neste momento de decisão
sobre um assunto em que há uma divisão acalorada no país é normal que o
foco esteja sobre o Supremo. Os ministros Luis Roberto Barroso, Luiz
Fux, Edson Fachin e Alexandre de Moraes acham que deve-se manter o
cumprimento da pena após a condenação em 2ª instância, argumentando que
neste ponto o mérito já terá sido julgado e revisto por um colegiado. E
que os recursos protelatórios têm sido a arma do crime de colarinho
branco para a impunidade. A ministra Rosa Weber, o relator Marco Aurélio
Mello e o ministro Ricardo Lewandowski sustentam ser incontornável o
princípio constitucional do cumprimento da pena só após o trânsito em
julgado.
A favor de Barroso, Fux, Fachin e Moraes existe o fato de que essa
interpretação extrema de trânsito em julgado, apenas após o último
recurso da última instância, não é seguida em inúmeros países
democráticos. E vai favorecer a impunidade da elite, num momento crucial
do combate à corrupção. Há muito que cada pessoa pode considerar sobre
tudo o que está sendo julgado. Está ficando claro que a possibilidade
maior é de que prevaleça o entendimento de que não pode haver
cumprimento da pena após a 2ª instância. Neste caso, fica ainda mais
grave essa postagem do presidente Bolsonaro, porque ele já está elevando
a temperatura dos correligionários radicais que têm atacado o Supremo
em cada contrariedade. Essa é apenas mais uma postagem ou declaração
polêmica. Coincidentemente, elas saem sempre que o governo está em
apuros para explicar, por exemplo, o caso Queiroz.
A mensagem foi apagada, e o presidente disse que foi um erro. Porém,
nada atenua o que foi postado. Presidentes não têm palavras
extraoficiais, nem declarações para serem apagadas como se não tivessem
sido feitas. O governante tem que saber como se comporta. No início,
alguns diziam que haveria uma curva natural de aprendizado. Dez meses
depois, qual é a parte que o presidente Jair Bolsonaro não entendeu
sobre como funciona uma república democrática com independência dos
poderes?
Bolsonaro é definido no filme como um conservador patriota. Aí também
cabe reparos. Pode-se ser conservador, liberal, progressista. Há
liberdade de opinião. Mas a melhor palavra para definir certos valores e
comportamentos do presidente é reacionário. Tecnicamente, reacionário é
aquele que defende um mundo que já morreu e gostaria de trazê-lo de
volta. Suas manifestações de saudosismo e de defesa da ditadura militar
se enquadram nessa definição.
Sobre o patriotismo, no sentido de amor ao Brasil, ele não é
monopólio de conservadores, muito menos de um grupo político. Essa terra
comum que nos abriga é um legado de todas as pessoas que integram o
grande mosaico étnico, de classe social, de idade, de regiões, de
convicções políticas, de orientação sexual, de crenças. Populistas
manipulam o sentimento nacional para confundir o amor à Pátria com o
apoio a um governo. Autoritários definem-se como reis da selva.
Democratas entendem os limites institucionais e convivem com as
diferenças de pensamento. [o que deixa qualquer leitor super curioso é que em um Post deste - escrito por uma jornalista e um jornalista super competentes, com domínio total sobre as palavras, com amplo vocabulário, tem que mudar radicalmente para a área de orientação sexual. O termo, para usar um dito popular, surgiu no Post igual Pilatos no Credo. Será que determinada imprensa só pensa em sexo, em divulgar ideias que não devem ser lidas por nossas crianças inocentes ?]