O dia de ontem derrubou o argumento de todos os acusados de que são
perseguidos. O presidente Temer foi ao Supremo Tribunal Federal com sua
tese de ser alvo de perseguição pelo procurador-geral. E seu agravo não
foi acolhido. O ex-presidente Lula e seus seguidores continuam
defendendo a teoria da perseguição. Mas o fato é que ontem havia fatos
acontecendo contra pessoas em campos opostos na política.
O dia começou com a prisão preventiva de Wesley Batista decretada
pela Justiça por insider trading (informação privilegiada). Na mesma
ação, seu irmão Joesley passou à prisão sem data para terminar. É a
primeira vez que alguém é preso no Brasil por manipulação de mercado, e o
fato inicia uma outra frente de combate ao crime no país.
Sempre houve
rumores de compra e venda de ação por vários agentes quando há uma
grande operação de mercado. Investiga-se, mas ou não se chega a nenhum
resultado ou o suspeito recebe punição leve. Usar informação
privilegiada para manipular o mercado ou ter lucro indevido são crimes
punidos pesadamente em países em que o mercado de capitais é levado a
sério. A Polícia Federal e o MPF se basearam em relatórios da CVM e da
PF que constataram a venda e compra atípica de dólar e ações.
O JBS, dias antes da divulgação da delação dos seus donos, fez uma
compra alta de dólar e vendeu ações. O dólar disparou e as ações caíram,
o grupo então recomprou as ações a um preço bem menor. Com as
operações, eles tiveram um lucro indevido de US$ 100 milhões pelos
cálculos da PF e do MPF. Essa foi a primeira suspeita de que eles haviam
quebrado as regras do acordo de delação, porque quem assina uma
colaboração premiada se compromete e não cometer mais nenhum crime sob
pena de perder os benefícios.
Enquanto assinavam a colaboração, a
empresa já manipulava o mercado usando essas informações. A pena de
prisão, por ser inédita, leva a outro patamar a repressão ao crime de
insider trading. Eles ainda respondem a processo na CVM e podem ter que
pagar multas altas e que foram recentemente majoradas. Mas agora ficou
claro para os espertos do mercado que a Polícia Federal pode investigar,
e o crime, levar à prisão.
A coincidência do presidente Temer estar no STF pedindo a suspeição
de Janot, no mesmo dia em que o ex-presidente Lula está de novo no banco
dos réus, mostra que ambos não têm razão de se dizer perseguidos
políticos. O que está em andamento desde o começo da Operação Lava-Jato é
um processo de combate ao crime de corrupção. O chefe da delegacia de crime financeiro, Vitor Hugo Alves, explicou
que, ao venderem suas ações antes da delação para recomprar por preço
menor, os irmãos Batista empurraram o prejuízo para os outros
acionistas:
— Os Batista detêm 42% da JBS: a maior parte do prejuízo portanto
ficou com outros acionistas. O BNDESpar, inclusive, que detém 30% da
JBS. As ações caíram até 37% e houve a maior desvalorização do dólar
desde 1999, 9%.
Em Curitiba, o ex-presidente Lula chegou de carro, em vez do avião do
ex-ministro Walfrido dos Mares Guia. Seus seguidores acorreram em menor
número mas sustentaram a mesma tese de que Lula é um perseguido
político. Outro argumento une os defensores de Lula e Temer. No Palácio
se diz que as acusações contra o presidente podem atrapalhar a
recuperação econômica, em Curitiba um dirigente da CUT sustentou o
argumento, não se sabe baseado em que, de que cada prisão da LavaJato
leva à perda de 22 mil empregos.
A monótona repetição dos acusados, quaisquer que eles sejam, de que
são vítimas de perseguição do Ministério Público, do próprio Rodrigo
Janot, dos procuradores de Curitiba, ou do juiz Sérgio Moro, foi sendo
desmontada a cada nova etapa das investigações. Hoje a Lava-Jato se
expandiu por várias cidades e varas, está nas mãos de outras
forçastarefas, decisões são tomadas por outros juízos. Como disse a
presidente do STF, Cármen Lúcia, quem conduz as investigações não são as
pessoas, mas as instituições.
O dia ontem que levou à prisão o ex-governador Anthony Garotinho
mostrou mais uma vez que não se trata de ataque a um partido, a um
político, ou a uma empresa, mas do combate à prática que inundou as
relações entre o setor público e o setor privado e dominou a política
brasileira.
Fonte: Coluna da Míriam Leitão - O Globo
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sexta-feira, 15 de setembro de 2017
Míriam Leitão: Dia de ontem derrubou a tese de que acusados são perseguidos
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