Criação de postos de trabalho com carteira assinada ocorreu em todos os setores do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Nos quatro primeiros meses do ano, o saldo é de 336,8 mil novas ocupações formais no país
O Brasil criou 336.855 vagas com carteira assinada no primeiro
quadrimestre do ano, de acordo com o Cadastro Geral de Empregados e
Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho. Nos últimos 12 meses,
entre maio de 2017 e abril de 2018, o saldo positivo foi de 283.118
empregos formais. Somente em abril, foram 115.898 novos postos de
trabalho, resultado de 1.305.225 admissões e 1.189.327 desligamentos. O
presidente Michel Temer, em cerimônia com representantes do setor
empresarial, em São Paulo, comemorou o avanço, pelo quarto mês
consecutivo. “Com o otimismo e com a certeza de que o Brasil saiu da
recessão e vai caminhar, é que digo: vamos em frente”, destacou.
Reforça
o otimismo do chefe do Executivo, de acordo com o Ministério do
Trabalho, o fato de que os oito setores de atividade analisados
cresceram em abril. O setor de serviços saiu na frente, com mais 64.237
vagas, seguido da indústria de transformação, com mais 24.108 postos, da
construção civil (+14.394), do comércio ( 9.287), da agropecuária (
1.591), da administração pública ( 980), da indústria extrativa mineral (
720) e dos serviços industriais de utilidade pública ( 581).
Entre
as regiões, o Sudeste encerrou abril com 78.074 vagas de trabalho a
mais do que em março. No Centro-Oeste, foram 15.769 postos. No Sul,
13.298, no Nordeste, 4.447, e no Norte, 4.310 novas vagas. Os salários
de admissão e de desligamento dos trabalhadores também subiram. O valor
da remuneração inicial, no mês passado, foi de R$ 1.532,73 ( 1,22%). O
salário de desligamento cresceu 1,5%, para R$ 1.688,34. De
acordo com Jason Vieira, economista-chefe da Infinity Asset, a economia
está no rumo certo, mas a melhora no emprego não é “nenhuma maravilha”.
“Um dado interessante foi o desempenho dos setores de serviços e de
construção civil. Não é possível prever, no entanto, se isso vai se
sustentar. Há ainda muita insegurança. As decisões de investimento
dependerão do contexto eleitoral”, destacou.
O
resultado de abril não agradou César Bergo, sócio consultor da Corretora
OpenInvest. “A expectativa do mercado era de, pelo menos, mais 180 mil
vagas”, assinalou. “O ano de 2018 vai ser muito difícil. As expectativas
se reverteram ao longo do tempo, por exemplo, em relação às reformas.
Além disso, nem a indústria de transformação nem a de construção civil
receberam incentivos para crescer. Com a fraqueza da economia, o mercado
botou o pé no freio. Talvez em 2019, com o novo governo, o emprego tome
impulso”, disse.
De
acordo com o Ministério do Trabalho, como resultado da Lei nº
13.467/2017, houve 12.256 desligamentos por acordo entre empregador e
empregado. No trabalho intermitente, foram 4.523 admissões e 922
desligamentos, com saldo de 3.601 empregos. “O
melhor resultado da modernização trabalhista ainda não é a criação de
vagas, mas a segurança jurídica e a redução do número de ações na
Justiça. Esse itens são os que vão, no futuro, abrir as portas para o
mercado de trabalho”, destacou Jason Vieira. Já para César Bergo, a
reforma, até o momento, somente aumentou a informalidade. “Resolveu o
problema de curto prazo, mas criou outro, no longo prazo. As pessoas que
fazem bicos não pagam a Previdência, não têm férias, não têm rendimento
fixo. Enfim, o governo jogou o problema para debaixo do tapete”,
avaliou.
Correio Braziliense
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