O MDB
reúne sua bancada nesta terça-feira para deflagrar o processo de escolha do
candidato da legenda à presidência do Senado. Há sobre a mesa dois nomes: Renan
Calheiros (AL), que tenta retornar à poltrona pela quinta vez, e Simone Tebet
(MS). Em tese, o perdedor deveria apoiar o rival. Entretanto, Simone avisou aos
aliados que cogita desafiar seu oponente no plenário do Senado mesmo sem o aval
da bancada. Nessa hipótese, ela permaneceria na disputa como candidata avulsa.
Tratado
pela adversária como representante da "velha política", Renan evita
morder a isca: "Só serei candidato indicado pela bancada". Ante a
perspectiva de que Simone arraste para o plenário o apoio de senadores como
Tasso Jereissati (CE), que representa o PSDB na disputa, o cacique alagoano dá
de ombros: "As tentativas do Tasso nunca dão certo. Difícil será
compatibilizar os interesses dele com a candidatura da Simone, com a bancada do
PSDB e com a nossa."
Simone
afirma aos colegas que obteve também o compromisso de apoio do neo-senador
Major Olimpio (SP), lançado como alternativa ao comando do Senado pelo PSL,
partido do presidente da República. Renan contaria com a simpatia do ministro
Paulo Guedes (Economia), o Posto Ipiranga de Jair Bolsonaro. A decisão do MDB
deve ser empurrada para quarta ou quinta-feira, véspera da eleição.
A proliferação
de candidatos e a disputa que racha o MDB, maior partido da Casa, injeta na
corrida pelo comando do Senado uma dose de imprevisibilidade que parece não
haver na Câmara. Ali, a disputa ganhou ares de jogo jogado nesta segunda-feira,
quando o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) consolidou seu favoritismo ao arrastar
para o bloco de apoiadores da sua reeleição o PP, o MDB e o PTB.
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