Blog Prontidão Total NO TWITTER

Blog Prontidão Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER
Mostrando postagens com marcador Simone Tebet. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Simone Tebet. Mostrar todas as postagens

terça-feira, 1 de agosto de 2023

Sobre o tipo de personagem que a ministra oficial do Planejamento decidiu ser - J. R. Guzzo

VOZES - Gazeta do Povo 
 

     Foto: (ministra Tebet,alcunhada pelo seu chefe de 'estepe'.)Marcelo Camargo/Agência Brasil  
 
Ao pular para dentro do barco de Lula no segundo turno das eleições, depois de passar a campanha toda dizendo que defendia um programa oposto ao dele, a ministra oficial do Planejamento mostrou que é do tipo de personagem política que faz qualquer coisa para entrar no governo. Agora, ao engolir um nome que jamais passou pela sua cabeça para presidir o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, uma das poucas coisas que Lula e o PT não tiraram do seu ministério, mostrou que também faz qualquer coisa para não sair. 
Quando foi nomeada, aceitou sem dar um pio a demolição geral das atribuições que deveria ter; deixaram com ela uns trocados de quinto escalão como uma “Assessoria de Participação Social e Diversidade”, a Comissão Nacional de Cartografia e outras insignificâncias burocráticas da mesma natureza. 
 
Nos sete meses que se passaram desde então, não foi autorizada a resolver nem o planejamento da controladoria nacional dos carrinhos de pipoca
Com a imposição do novo magnata do IBGE, sem sequer uma consulta a que teria direito pelas regras elementares da boa educação, já está batendo no fundo-do-poço.

“Nada mais justo do que atender o presidente Lula”
, disse a ministra depois que o ministro da Comunicação anunciou à imprensa a escolha do novo estatístico-mor do Brasil. 
Mas, nesse caso, o presidente Lula não poderia, pelo menos, ter dito alguma coisa a ela uns dias antes, ou na véspera? 
É provável que o próprio Lula tenha se surpreendido com uma exibição de puxa-saquismo desse tamanho: quer dizer que ele trata a ministra como um pedaço de pano de estopa, e ela diz que é muito justo? 
O novo chefe do IBGE já estava despachando direto com Lula e outros peixes graúdos do governo antes, sequer, de ter uma primeira reunião com a sua suposta superiora hierárquica
Ela disse que iria marcar uma reunião com o suposto subordinado “na semana que vem” – há, inclusive, a possibilidade de que seja recebida. O resto da reação foi a mesma tristeza. “Agora que eu sei o nome dele, terei o maior prazer em atender ao presidente Lula”, disse a ministra. “Não faço pré-julgamentos. A conversa será técnica, e ele será muito bem-vindo.”

Quando foi nomeada, aceitou sem dar um pio a demolição geral das atribuições que deveria ter; deixaram com ela uns trocados de quinto escalão

O novo presidente do IBGE é tudo, menos um “técnico”.  
Não entende nada de estatística. 
Manda prender números que não o satisfazem. Acha que a aritmética tem de ser “social”, e servir para os interesses das lutas “progressistas”. Passou a vida de “instituto” em “instituto”, de emprego em governo a emprego em governo, sem contato com o mundo do trabalho real – não o trabalho como ele é entendido pelo brasileiro comum. Não se sabe de uma ideia sua que tenha sido vista com seriedade pelos círculos respeitados da ciência econômica – ou sequer percebida. 
 
Trata-se de um militante político da ala mais “esquerdista” do PT, e sua nomeação tem o propósito de fazer o IBGE produzir unicamente os números que Lula quer. 
Ele é contra o PIX, a favor da exploração do “espaço sideral” e se acha capaz de “zerar” a dívida pública expropriando a riqueza dos milionários. 
É tão qualificado para presidir o IBGE quando o rei Herodes seria qualificado para dirigir o serviço federal de creches. Mas e daí? 
O Estado brasileiro está sendo privatizado de alto a baixo em favor do PT. Podem contar para isso, de olhos fechados, com a ministra do Planejamento.

Veja Também: 
 Economia ficará estável – desde que não se coloque em prática as ideias de Lula
Em uma democracia séria, ministros do STF não se encontrariam com julgados pela Corte
Obsessão da esquerda totalitária é desarmar o brasileiro honesto


Conteúdo editado por: Jônatas Dias Lima
 
J.R. Guzzo, colunista - Gazeta do Povo - VOZES
 
 
 
 

sexta-feira, 24 de março de 2023

Simone Tebet corre o risco de ficar isolada no governo - Gazeta do Povo

Vozes - Alexandre Garcia

Ajuste fiscal

Estou sentindo que o futuro reserva uma despedida do governo da ministra do Planejamento, Simone Tebet. Uma, que deve ser muito desconfortável ela ouvir toda hora o presidente da República falar mal do presidente de honra do seu partido, que é Michel Temer. Outra, que ela está falando em cortar gastos do governo, porque o rombo está em R$ 120 bilhões. Só para lembrar, o ano passado terminou com superávit de R$ 54 bilhões; agora, com esse rombo, ela disse que tem de cortar gastos.

E o que é cortar gastos? É contrariar o presidente da República, inclusive, porque, se o governo gasta demais, ele está pressionando a inflação, que o Banco Central está combatendo, dando exemplo para Estados Unidos, Reino Unido e Europa, desde o ano passado. Mas o presidente da República quer a cabeça do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e quer que se mexa na política de juros.

Eu falei para vocês aqui no ano passado, faz tempo. O Banco Central brasileiro percebeu mais rápido que uma das heranças da pandemia era a inflação, atuou botando freios através da taxa Selic, e deu certo.  
A inflação no Brasil fechou o ano com 5,8%; nos Estados Unidos, 6,5%; a da Inglaterra foi 11%, e Alemanha e França tiveram inflação parecida.  
A presidente do Banco Central Europeu está reclamando. 
A Inglaterra seguiu o Fed americano, que aumentou a taxa de juros e avisou que vai continuar aumentando: nessa semana, foi 0,25 ponto percentual.  
O Reino Unido saiu correndo atrás da inflação e o nosso Banco Central saiu correndo na frente da inflação
Seis meses atrás, a taxa na Inglaterra era 2,25% e hoje já é praticamente o dobro disso. Eles chegaram atrasados, nós sacamos primeiro e seguramos a inflação, que poderia fechar o ano disparando, como aconteceu com eles. Fomos mais rápidos nesse gatilho.

E mesmo assim o chefe de governo quer a cabeça do presidente do nosso Banco Central, a única cabeça pensante econômica que está dando certo porque a ministra do Planejamento está pedindo corte de gastos e duvido que ela seja atendida. E aí fico pensando se ela vai aguentar ficar no governo.

Deputada quer impedir repetição do esquema do Mais Médicos para bancar ditador em Cuba
Quero falar do caso do dinheiro para os médicos cubanos. Vocês sabem: no primeiro Mais Médicos, eles recebiam aliás, o governo brasileiro pagava com o dinheiro dos nossos impostos R$ 11,5 mil e eles só recebiam cerca de R$ 3 mil, o resto ia para o governo cubano.
E ainda havia um intermediário que levava mais um pouco, a Organização Panamericana de Saúde, que alegava que todos os médicos eram funcionários do governo cubano. Ou seja, o governo cubano estava alugando funcionários, alugando médicos.  
 
O Ministério Público do Trabalho, aqui no Brasil, entenderia isso facilmente como trabalho análogo à escravidão, porque esses profissionais não recebiam, eram usados, havia intermediários. 
Os cerca de 200 que ficaram no Brasil entraram na Justiça para cobrar do governo brasileiro o restante do dinheiro que eles não receberam.  
Digo isso porque, com essa história de medida provisória ressuscitando o Mais Médicos, a deputada Adriana Ventura (Novo-SP) está propondo uma emenda à MP que atende aos cubanos que ficaram por aqui, para que eles recebam diretamente o salário, sem intermediários.
 
Tem uma outra questão a ser resolvida: o ensino de Medicina em Cuba é muito rápido; eles têm fábrica de fazer médicos, médico de família que faz umas receitas bem esquisitas aqui de coisas baratas, claro
Pode ser que dê certo, mas fica estranho porque os brasileiros que vão lá por amor a Cuba, por amor ao regime cubano, fazem Medicina lá e depois se queixam que não passam no Revalida aqui no Brasil, dizem que é muito duro. 
Ou seja, as exigências para ser médico no Brasil são aquelas que respeitam o paciente brasileiro, o que não estava acontecendo com os cubanos que vieram para cá. 
Isso era uma injustiça para com os brasileiros, os pacientes, e ainda havia a outra injustiça, para com os cubanos que ficavam só com 30% do salário.
 
Conteúdo editado por:Marcio Antonio Campos

Alexandre Garcia, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


domingo, 4 de dezembro de 2022

“Gabinete da Transição” já é maior que cidade de Minas

 Ao descartar a presidente do PT no futuro ministério, Lula indicou limites ao horizonte do partido no governo

Mais que dobrou o número de integrantes do “Gabinete da Transição” do futuro governo Lula.

Na terça-feira, dia 22 de outubro, eram 417 pessoas.

Na quinta-feira, primeiro de dezembro, passou a 904 nomeados no Diário Oficial. O grupo inchou (116,7%) em apenas nove dias. O trabalho é voluntário, apenas 50 pessoas são remuneradas. Tem mais gente no “Gabinete da Transição” de Lula, sediado em Brasília, do que moradores na cidade de Serra da Saudade, recanto bucólico do centro-oeste de Minas com 776 habitantes, a menor do Brasil (onde Jair Bolsonaro venceu Lula com 7,7 pontos de vantagem).

O grupo já é 18 vezes maior que a equipe da transição de 2002, quando Lula ganhou o primeiro mandato.

Prevalecem indicados pelo Partido dos Trabalhadores, empenhado em reafirmar o histórico de hegemonia nas alianças que faz. O clima interno é de luta no escuro por vagas nos ministérios a partir de janeiro.  Num exemplo, o PT começou a semana manobrando para vetar a senadora Simone Tebet na área social. Ela foi candidata presidencial do MDB e se aliou a Lula no segundo turno.

Fez circular, como alternativa a Tebet, o nome da sua presidente, Gleisi Hoffmann, ex-chefe da Casa Civil de Dilma Rousseff. Lula descartou a ideia, em público, na sexta-feira (2): “É importante não desmontar o partido”, disse ao lado da ex-ministra.

Na prática, indicou limites ao horizonte do PT no governo, ao contrário do que fez em 2003 quando entregou ao partido mais da metade dos ministérios. No “Gabinete da Transição as jornadas começam pelos consensos no diagnóstico da penúria. Todos concordam, por exemplo, quando se examina a situação da defesa civil e dos recursos disponíveis para situações de desastres — não há dinheiro nem sequer estoque de cestas básicas de alimentos para atender desabrigados na temporada de chuvas de verão.

A partir daí, sobra confusão. Às vezes, com mais de vinte pessoas numa mesma sala, falando ao mesmo tempo. E todas, é claro, em defesa da racionalidade.

José Casado - Blog em VEJA



sábado, 8 de outubro de 2022

“Não posso apoiar o Lula, ele dilacerou o Brasil”, diz vice de Tebet

Senadora Mara Gabrilli, do PSDB de São Paulo, afirma que votar no candidato do PT seria trair seu pai, sua família e sua história

A senadora Mara Gabrilli (PSDB-SP) foi candidata a vice-presidente da República na chapa encabeçada pela senadora Simone Tebet (MDB-MS), que ficou em terceiro lugar nas eleições. Fechadas as urnas do primeiro turno, Tebet anunciou seu apoio ao ex-presidente Lula (PT). Mara, por sua vez, disse que não se engajaria em nenhuma das duas campanhas e que votaria em branco.

A senadora tucana explicou sua opção. Segundo ela, apoiar a candidatura petista seria, para dizer o mínimo, uma contradição. “Não posso apoiar o Lula, ele dilacerou o Brasil”, ressaltou . Mara Gabrilli  se refere aos vários escândalos de corrupção envolvendo o ex-presidente e os governos do PT. Mais que isso, ela tem um motivo pessoal para se manter afastada da campanha do ex-presidente.

A senadora afirma que votar em Lula seria trair a memória de seu pai, o empresário Luiz Alberto Gabrilli, que, por anos, foi  extorquido durante a gestão do então prefeito de Santo André Celso Daniel (PT), no início da década de 2000. O prefeito, assassinado em 2002, era coordenador da campanha de Lula à Presidência em 2002.

Em depoimento à Polícia Federal, o publicitário Marcos Valério, condenado no escândalo do mensalão, disse que o crime tinha ligações com PCC, organização criminosa que arrecadaria dinheiro junto à prefeitura de Santo André para as campanhas do PT.

O assassinato do prefeito, aliás, acabou ressurgindo durante a campanha eleitoral no primeiro turno. Em um dos debates, o presidente Jair Bolsonaro fez referência ao caso em uma pergunta dirigida a Simone Tebet. A emedebista preferiu não entrar na polêmica, indicando que o questionamento deveria ser encaminhado ao candidato do PT.

Marcos Valério contou que Lula, quando ocupava o Planalto,  foi chantageado e pagou milhões de reais para que seu nome não fosse citado como um dos mandantes do crime — acusação, ressalte-se, que nunca foi comprovada.

Logo depois do primeiro turno Mara Gabrilli foi convidada para um encontro no diretório do PMDB em São Paulo, com a presença de políticos dos partidos que apoiam Lula. Foi quando ouviu o pedido — recusado — para que declarasse apoio ao petista.

Política - Revista VEJA


quarta-feira, 21 de setembro de 2022

Lula pede voto útil para impor frente com ‘cheque em branco’

Por enquanto, não houve efeito nas pesquisas. PDT de Ciro Gomes e MDB de Simone Tebet advertem sobre risco de fuga de apoios num eventual segundo turno

Depois de três semanas, a campanha pelo voto útil não produziu os efeitos previstos para aliados de Lula. Por enquanto, as pesquisas contrariam as expectativas e não indicam desidratação das candidaturas de Ciro Gomes e de Simone Tebet.

Lula, porém, acha conveniente continuar jogando com a carta do voto útil com ações específicas, típicas de guerrilha eleitoral, até a véspera da votação. Aposta na conveniência da pressão sobre os eleitores de Ciro Gomes e de Simone Tebet com duplo objetivo:

1) aumentar as chances — ainda incertas — de liquidar a disputa contra Jair Bolsonaro no primeiro turno;

2) ou passar à segunda rodada na posição de líder de uma ‘frente antiBolsonaro’ imposta pelo voto, hegemônica e inibidora de críticas, sobretudo em relação às vagas ideias para o governo — os adversários acham que ele quer extrair das urnas a absolvição política do passado e um cheque em branco para um futuro governo.

Há meses os índices de preferência eleitoral do ex-presidente se mantêm inalterados. Na média das pesquisas superam o patamar de 40% das intenções, mas sem consolidar os necessários 50% dos votos válidos para encerrar a eleição no primeiro turno (a lei exige metade dos votos válidos mais um). [o descondenado petista, tal qual um 'cão raivoso' caminha para o desespero, tanto que convidou uma porção de ex-qualquer coisa para  atrair votos, além da idiota tentativa do voto útil - que não resultou em nada. O 'coisa ruim' está tão desesperado que até se arrepende de ter sido descondenado = saiu de um 'resort' para ser esmagado politicamente pelo seu maior inimigo JAIR MESSIAS BOLSONARO.

Uma consequência política, porém, já é perceptível: no PDT de Ciro Gomes e no MDB de Simone Tebet há um visível aumento da resiliência, com advertências de que a tática do voto útil poderá resultar, para Lula, em fuga de apoios políticos e de eleitores num eventual segundo turno. Ciro Gomes e Simone Tebet somam nas pesquisas o equivalente a duas dezenas de milhões de votos. A reação dos dois candidatos à ofensiva lulista tende a ser cada vez mais corrosiva.

.
VEJA

“Por que ele [Lula] está se escondendo?”— provocou Simone Tebet, lembrando a inusitada condição do adversário que lidera as pesquisas presidenciais há mais de um ano e até agora não apresentou suas propostas de governo. “É porque ele tem medo de dizer em público o que vai fazer com o Brasil, se ganhar.” [É UM DOS MEDOS; mas, a mãe de todos os medos é de ser vaiado (até está se acostumando em fazer comício para algumas centenas de 'devotos) e o que mais o deixa apavorado - considera a suprema humilhação - é ser pisado politicamente pelo 'capitão do povo'.]

Em José Casado - VEJA, leia MATÉRIA COMPLETA


quinta-feira, 9 de junho de 2022

O que Bolsonaro vai dizer a Biden na Cúpula das Américas - Vozes

Alexandre Garcia 

Reunião bilateral

O presidente Jair Bolsonaro está viajando aos Estados Unidos para participar da Cúpula das Américas acompanhado dos ministros Carlos França (Relações Exteriores), Paulo Guedes (Economia), Fábio Faria (Comunicações) e Joaquim Leite (Meio Ambiente).

Antes de embarcar, Bolsonaro disse na Associação Comercial do Rio de Janeiro que faz questão de aproveitar todo o tempo possível para mostrar ao presidente americano Joe Biden o que é o Brasil de hoje. Um país que teve que gastar R$ 700 bilhões com a pandemia, mas que evitou com isso a ocorrência de saques e da fome.

Vai falar também que o Brasil é o país que mais preserva o meio ambiente. Temos dois terços do nosso território preservado, coisa raríssima no mundo. E vai tratar também de assuntos comerciais e econômicos, e falar sobre compromissos assumidos com o Brasil pelo presidente anterior, Donald Trump.[único comentário: somos totalmente contrário a ida do presidente Bolsonaro a tal 'cúpula das Américas'. Bolsonaro tem a obrigação de defender o Brasil e não aceitar proximidade com autoridades de outros países que tentam ignorar que o Brasil é uma NAÇÃO SOBERANA.
Biden e o francês não merecem confiança, tanto que logo após a posse do presidente Bolsonaro e a do senhor que preside os Estados Unidos, o francês se manifestou,  com o silêncio concordante do mandatário norte-americano,  pela internacionalização da Amazônia. 
Foi um ofensa à SOBERANIA DO BRASIL e a única resposta do nosso presidente seria a de enviar um secretário do Itamaraty, alguém do terceiro escalão, para representar o Brasil.
Biden nada tem a oferecer de bom ao Brasil. O Brasil pode e até deve ser amigo dos Estados Unidos da América mas sem a interveniência do atual presidente norte-americano ou de sua vice.]

O que Bolsonaro quer ao dizer que pode não cumprir decisões do STF

Esposa de Daniel Silveira questiona bloqueio de suas contas bancárias por ordem de Moraes

Falar mal da urna eletrônica virou pecado mortal

Enfim, Bolsonaro quer reescrever a versão que os americanos têm do Brasil a partir da visão de ONGs estrangeiras e de brasileiros apátridas, que falam mal do Brasil lá fora e empanam o conceito dos brasileiros.

Terceira via está perdida
Os tucanos decidiram apoiar a candidatura de Simone Tebet, do MDB. Eles estão lutando pela sobrevivência. Lula disse outro dia que o PSDB acabou, mas a verdade é que ainda não.

Eduardo Leite certamente já desistiu de ser candidato à Presidência da República porque viu que não tem o menor sentido. Ele deve estar arrependido de ter renunciado ao governo do Rio Grande do Sul e agora quer ser candidato a governador de novo.

O MDB precisou fazer concessões ao PSDB no Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais para garantir o apoio a Tebet. O partido dela tem candidatos ao governo nesses estados que não queriam abrir mão das candidaturas, mas tudo é uma questão de negociação.

Também está difícil a vida de Sergio Moro, que entrou e saiu do Podemos, foi para o União Brasil, se domiciliou eleitoralmente em São Paulo, e no fim não deu certo. 
Agora pode ser candidato no Paraná, mas sabe-se lá a quê? Ao Senado? Mas Alvaro Dias, que é o mentor de Moro na política, já é o candidato.
 
E o União Brasil, o que pensa disso? Quem manda no União Brasil no Paraná é Fernando Francischini, que é apoiador de Bolsonaro, que foi traído por Moro. O ex- juiz andou fechando portas. 
A esposa de Moro chegou a publicar um sanduíche de mortadela nas redes sociais dizendo que isso os identificava com São Paulo.

Já o ex-governador João Doria ainda não percebeu o seu tamanho real. Disse que vai fazer um pronunciamento à nação no dia 13 de junho. Não sei qual o tamanho que ele julga ter.

Então, esse parece ser o destino da terceira via, que está completamente sem rumo. Parecem tontos nesse momento, já lutando por migalhas, o que vai sobrar para eles nessa eleição, para se manterem com uma bancada razoável nas Assembleias Legislativas, na Câmara e no Senado.

Alexandre Garcia, colunista - Gazeta do Povo -  VOZES


quarta-feira, 25 de maio de 2022

Alexandre Garcia: Nem mesmo o PT está seguro de sua escolha

Doria desistiu, mas não resolveu o enigma tucano. O PSDB continua em cima do muro, agora balançando entre Simone Tebet e Eduardo Leite. Adiou a decisão para a próxima semana. 
Ficar com Eduardo Leite escancara o golpe contra Doria, o vencedor da prévia do partido; 
ir para Tebet mostra a carência de nomes tucanos, ao adotar a candidata do MDB. Nessa segunda, ele chegou ao encontro com seus correligionários já decidido, de discurso pronto e acompanhado da mulher, dona Bia, e do irmão Raul. Lançou uma frase destinada a ser lapidada: "Me retiro da disputa com o coração ferido, mas com a alma leve". Afinal, fora rezar em Goiânia na véspera. O choro, depois, nos braços de Bia, fez lembrar a Pietà — e pareceu tão sincero quando o recolhimento com as mãos postas, em oração. E ainda fez uma frase de marketing, projetando seus 2%: "Agradeço aos seis milhões de brasileiros que manifestaram a intenção de votar em meu nome para presidente". Doria sendo Doria. PSDB sendo PSDB.
 
O episódio faz parte de um problema mais amplo: a ausência de nomes conhecidos e populares em grandes partidos. O MDB e o Cidadania (novo nome do PCB) se reúnem para apontar candidato e — perguntar não ofende — será que vão mesmo convergir para Simone Tebet? A senadora, ex-prefeita de Três Lagoas (MS), se tornou conhecida na patética CPI da Covid, mas não muito. Além das divisas do seu estado, vai ser difícil conquistar eleitores. No próprio MDB, há divergências — e até aparece o nome de Temer como candidato. Como já se viu num jantar em Brasília entre senadores do MDB e Lula, a preferência do partido no Nordeste é pelo ex-presidente. 
De Minas para o Sul, as preferências são aderir a Bolsonaro. O Cidadania vai a reboque, e o União Brasil já caiu fora, com o candidato autoescolhido, o presidente do partido, Luciano Bivar, outro quase desconhecido, a não ser pelos iniciados em política. Imagino o quanto o DEM esteja se lamentando de ter-se juntado ao PSL para formar o União Brasil. E também imagino que a via dos eleitores do DEM e do PSL leva a Bolsonaro.
 
Nem mesmo o PT está seguro de sua escolha. As trocas de comunicadores e marqueteiros mostram isso. E até há petista sonhando com Ciro Gomes, que teria menos rejeição que Lula, cujo passado o condena. Também há petistas tentando atrair Ciro, mas Ciro está convicto de que é alternativa a Lula. Tanto que faz críticas a Lula e parece esquecer Bolsonaro. O presidente que busca a reeleição, por sua vez, está aceitando todos os convites para eventos e levando seus ministros para apresentar pelo Brasil resultados de obras todas as semanas
As multidões que atrai servem como água fria sobre as pesquisas que põem Lula na frente, o candidato que evita as ruas.
 
Uma via de meia-volta foi vista na Justiça. A Corte foi unânime em recusar ação do ex-presidente do PT Rui Falcão e de Fernando Haddad para obrigar o presidente da Câmara a despachar pedidos de impeachment do partido.  
E, agora, Alexandre de Moraes volta atrás e revoga sua liminar que proibia o presidente da Câmara de convocar eleição para substituir os membros da Mesa Diretora, inclusive o vice Marcelo Ramos, ferrenho crítico de Bolsonaro. Lira já convocou eleição para esta quarta. Parece que o Supremo deu uma relida no segundo artigo da Constituição, sobre Poderes independentes e harmônicos. A via da Constituição não comporta contramão. [Bolsonaro é o POVO e o POVO sabe o melhor para o Brasil. Ainda temos dúvidas que o Povo Nordestino vá votar em ladrão.]
 
Alexandre Garcia, colunista -  Correio Braziliense
 

terça-feira, 24 de maio de 2022

A terceira via de Simone Tebet - Percival Puggina

Eu precisaria não ter visto a senadora Simone Tebet, olhos postos na eleição presidencial, participar ativamente das ridicularias da CPI da Covid para querer vê-la longe do poder. Momentos como aqueles não fazem pessoas como Renan Calheiros, Omar Aziz e Randolfe Rodrigues serem como são. Situações que extravasam perversidade só existem porque existem pessoas como Renan, Omar, Randolfe e Simone (que voluntariamente aderiu ao grupo) para as quais o interesse próprio é a determinante superior das decisões e ações políticas.

É o que confere nocividade ao poder. É o que dá longa vida a um modelo como o nosso, onde a crise está no cardápio do dia ou está prevista para amanhã, só faltando decidir o modo de servi-la aos desapoderados cidadãos do país. Entre estes, caro leitor, sem saber seu nome, seu estado de origem ou o que você faz na vida, eu sei que você se inclui.  Tem sido assim ao longo do meu tempo de vida. A crise, ou estamos nela ou é um prognóstico seguro.

Muitas pessoas me diziam, desde antes da eleição de 2018: “A vitória de Bolsonaro vai levar o país para uma crise sem fim porque aqueles que mandam não querem um presidente com essas características”. 
Era verdade, mas havia muitos outros motivos para tudo que sobreveio. 
O principal deles é um modelo político mal costurado, essencialmente inaproveitável. Muitas vezes, ao longo das últimas décadas, em palestras, eu o descrevi como trabalho de má alfaiataria institucional.

Nossos muitos constituintes republicanos criaram sucessivos modelos que não funcionam. A sociedade brasileira paga, no seu conjunto, o preço dos imensos desníveis econômicos, sociais e culturais que nela se manifestam. “Os problemas da democracia se resolvem com mais democracia” ouvi muitas vezes ser dito numa época em que o ‘Orçamento participativo’ era recheio de discurso esquerdista e solução para as dificuldades do Rio Grande do Sul. Meninos, eu vi aquele orçamento, dito democrático, ser levado do Palácio Piratini para o Palácio Farroupilha (do governo ao parlamento), num comício petista, entre bandeiras vermelhas ao som de discursos de louvor e ladainhas revolucionárias.

Os problemas da democracia se resolvem com inteligência, com todos sujeitos às leis aprovadas (o que significa extinção de privilégios) e sob regras que tornem a ação virtuosa mais compensadora do que a ação viciosa, o que se traduz em prerrogativas dos membros do poder severamente contidas pela ordem política criada e pela atenção social.

Não, meus caros. Não vejo serventia política para pessoas que se deixam empolgar por qualquer ação originária do deplorável trio a que a senadora entusiasticamente serviu, a ponto de dizer que a CPI (leia-se G7) foi ensaio para uma grande convergência democrática... Aquele grupo foi, isto sim, uma aula sobre o fracasso institucional brasileiro e Simone Tebet fez questão de aparecer na foto.

Percival Puggina (77), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.


Doria levou um xeque-mate do próprio partido - Gazeta do Povo

Vozes - Alexandre Garcia

PSDB

João Doria durante pronunciamento em que anunciou retirada de sua pré-candidatura

João Doria durante pronunciamento em que anunciou retirada de sua pré-candidatura -  Foto: Divulgação

Doria deixa a corrida
Pré-candidato a presidente da República, o ex-governador João Doria acabou se curvando às evidências. Ele não saía de 1% nas pesquisas de intenção de voto e não era bem visto pelo próprio partido, e, por isso, desistiu de concorrer.

ELE CHOROU… TADINHO…


Só que o PSDB ainda não se resolveu, ele continua indeciso. Um lado quer Eduardo Leite e aí ficará bem claro que foi um golpe para tirar Doria e outro lado quer adotar a candidata do MDB, a senadora Simone Tebet.[a 'descompensada', codinome que ganhou desde que descompensou na CPI Covidão.]

Só que, tal qual os tucanos, o MDB está dividido também: tem o do Nordeste, que quer Lula, e o do centro-sul, que quer Bolsonaro. Parece que terceira via firme mesmo é a de Ciro Gomes (PDT) e tem muita gente, até no PT, achando que se Lula não tiver futuro, Ciro pode ser o futuro, já que tem menos rejeição do que Lula.

Horizontes para o agro
O mundo necessita ter uma oferta maior de alimentos para que os preços não subam e para que haja segurança alimentar de todos. E, por esse motivo, o mundo faz um apelo para o Brasil.

Os produtores brasileiros, nesse momento, podem responder a isso. Mas eles estão mais preocupados com a alta nos custos de produção, do diesel, dos fertilizantes, dos defensivos e dos insumos em geral. Se os preços caírem, aí a produção fica inviável.

Se cair o valor das commodities na Bolsa de Chicago, por exemplo, se houver uma oferta excessiva dessas commodities, o preço cai e aí não compensa mais produzir. É preciso que haja muita atenção a essas questões, não basta apenas aumentar a oferta.

Crédito da Caixa
Interessante como a Caixa Econômica Federal consegue entregar resultados sem a ingerência política que havia em anos anteriores, quando cargos de direção eram todos ocupados por políticos. Teve representante de partido que enchia mala com dinheiro e guardava em um apartamento em Salvador para citar apenas um exemplo.

Hoje, o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, não para. Ele é um atleta nadador, mas não sei se tem tempo de continuar nadando. No último fim de semana, primeiro ele esteve em Macaé e Rio das Ostras, visitando pequenos produtores que a Caixa está apoiando com microcrédito. Depois, apareceu na grande exposição Agro Brasília, que é a vitrine de um Distrito Federal que despertou para o agronegócio.

O Distrito Federal acompanha Mato Grosso, Goiás, Matopiba, Paraná, Rio Grande do Sul, entre outros, na produção agropecuária. E ele estava lá, oferecendo crédito. Estou falando isso porque não basta ter crédito se o preço dos insumos estiver muito alto.

Supremo agiu bem
Estará o Supremo Tribunal Federal mudando de rumo? Há algumas indicações. Na semana passada, o STF unanimemente não aceitou o pedido do ex-presidente do PT Rui Falcão e do ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad para mandar o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), se manifestar sobre os pedidos de impeachment do presidente Jair Bolsonaro.

Agora, nesta segunda-feira (23), o ministro Alexandre de Moraes voltou atrás e cancelou a liminar que proibia o presidente da Câmara de tirar o deputado Marcelo Ramos (AM), que trocou de partido, da vice-presidência da Câmara. Essa liminar era uma clara intromissão do Supremo na Câmara dos Deputados. Lira, quando viu que a liminar foi revogada, imediatamente convocou para a próxima quarta-feira (25) uma eleição interna para renovar a mesa diretora.

Vamos esperar agora as próximas decisões, porque talvez o Supremo tenha finalmente lido o segundo artigo da Constituição que diz que os poderes são harmônicos e independentes.

Alexandre Garcia, colunista - Gazeta do Povo - VOZES

 

quinta-feira, 5 de maio de 2022

Defendem liberdade e condenam quem se aliena diante das agressões

Tão previsível quanto imaginar que azeite e água não formam uma solução, os partidos que se juntaram para uma "terceira via democrática" estão cada vez mais sem encontrar um caminho seguro para as urnas de outubro. Faltam cinco meses, e o tempo vai se esgotando, com os nervos à flor da pele. O União Brasil já fala em ter chapa própria, alegando que o anúncio de candidato do trio que forma com MDB e PSDB já tem cartas marcadas. Mas entrar o União com Luciano Bivar, um conhecido só dos iniciados na política, leva para onde? Na noite de segunda-feira, em São Paulo, gente de peso no MDB chegou à conclusão de que Simone Tebet tampouco levará o partido a algum resultado. O PSDB, como sempre, balança. Oscila entre Doria e Eduardo Leite. Na outra terceira via, Ciro não perde a oportunidade de explodir palavrões e ter sua boca a fazer-lhe oposição.

Lula segue linha parecida; quanto mais fala, mais arranja problema. A última foi com os policiais. Mas também assustou os economistas, com a ideia de "moeda latino-americana" e, para consolidar tudo, ainda cantou a Internacional Socialista, com seus companheiros do PSol,  tentando ensinar a Alckmim a música e a letra dos revolucionários. No domingo ainda teve que ver o triste showmício diante do Pacaembu, em que precisou esperar público para começar a falar. Nem Daniela Mercury conseguiu atrair uma plateia à altura do líder das pesquisas.

Mas enquanto se esvai a areia da ampulheta eleitoral, há outras questões que uma turma esquece. A defesa da democracia, da liberdade de expressão, da Constituição, do devido processo legal, dos valores básicos da família, do respeito aos direitos naturais e expressos na Constituição: à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade. Qualquer pesquisa vai mostrar que são ideias da maioria do povo brasileiro. Nos meus mais de 50 anos de jornalismo, sempre vi a mídia unida na defesa desses valores, sempre que eles estiveram em risco, representando seu público. Faz parte do jornalismo, e é até obrigação, estar na defesa vigilante dos valores éticos, humanos e legais, que nos mantêm em civilização livres de qualquer tipo de totalitarismo.

O rumo sempre foi a defesa natural desses valores, inerentes à pessoa e à cidadania, principalmente a sagrada liberdade de expressão, sem a qual viramos robôs. E esse é o mais caro valor do jornalismo, já que dessa liberdade depende a existência de uma imprensa livre para criticar e cobrar o respeito às leis. As agressões atingem principalmente o novo mundo da comunicação, que são as plataformas digitais. Às vezes penso que alguns se sentem acuados pela modernidade e se imaginam protegidos quando a arbitrariedade atinge o mundo digital. Não percebem que se afogarão também ao relativizar liberdades. Diante de arbitrariedades, de ausência do devido processo legal,  aplaudem, sem perceber que estão saudando a tirania que os escravizará também. As ruas, ao defenderem as liberdades, estão condenando os que se alienam diante das agressões às liberdades e direitos constitucionais.

Alexandre Garcia, colunista - Correio Braziliense

quarta-feira, 20 de abril de 2022

Qual é a via para as eleições?

Alexandre Garcia

A única presidenciável, senadora Simone Tebet, vinha aparecendo no autodenominado centro democrático como cabeça de chapa, a ser anunciada dia 18 de maio pelos presidentes do MDB, PSDB e União Brasil. O vice seriae não vamos fingir ingenuidade Eduardo Leite, indicado pela direção tucana, deixando Doria de lado. 
Agora a senadora diz que não aceitaria ser vice, pois seria uma desconsideração às mulheres, que são mais da metade do eleitorado. [Nada contra as mulheres, muitas são inteligentes, sensatas, intuitivas, o mundo seria péssimo sem elas; mas não é inteligente que alguém, mulher ou não, queira usar a quantidade de possíveis eleitoras como requisito para impor uma mulher como cabeça de chapa. Imagine se por as mulheres serem mais numerosas se colocasse  encabeçando a chapa uma 'dilma rousseff' - já fizeram isso e todos sentimos o desastre.
Eu mesmo, escolhi para senadora do DF a "Leila Barros", esqueci que não estava escolhendo uma jogadora de vôlei - ela foi a melhor de uma geração em que as melhores eram muitas - e sim uma senadora = ela foi eleita, mas considero que perdi meu voto.] Sua luz amarela já piscava, quando soube do jantar em Brasília entre Lula e senadores do MDB. Agora ela acende a luz vermelha, sentindo o rumor da troca: Leite presidente e Tebet vice. Ou será que Leite deixou o governo do Rio Grande apenas para ser vice?  [o que convenhamos, ainda que não assuma a presidência nem uma vez, será ruim para o Brasil.]  Semana passada o presidente do PSDB falava em Leite como vice, mas deveria ser apenas um movimento de descarte de Doria, para depois avançar mais um degrau. Atento, ao ver Paulinho da Força recuar seu Solidariedade após receber vaias de sindicalistas sem que Lula o defendesse, Eduardo Leite tentou atrair Paulinho, que havia recusado convite de Ciro Nogueira para apoiar Bolsonaro. Tudo que conseguiu foi mostrar um Aécio irreconhecível na foto. E Paulinho, valorizado, horas depois apareceu abraçado com Lula e Gleisi.

Até as convenções, no final de julho e início de agosto, essas emoções que rimam com traições serão como sismos subterrâneos na busca de ajuste na superfície, em que traídos e traidores se misturam. Moro, que começou como o ícone de terceira via, para se sobrepor a Lula e Bolsonaro, já está descartado. Saiu do Podemos, foi para o União Brasil, onde foi trocado por Luciano Bivar, que parece estar guardando a cadeira para Leite sentar. Do alto de sua autoavaliação, Moro não aceita a humilhação de ser candidato a deputado federal. Mas, quem diria, ontem acabou anunciado como apresentador de um curso anticorrupção chamado de O Sistema.

O PT, o PV e o PC do B recém registraram o estatuto comum para uma federação que deveria ter também o PSB de Alckmim, o neo-companheiro e vice de Lula. Ocorre que o PSB tem Marcio França, concorrente de Fernando Haddad, do PT, ao governo de São Paulo. Aí, estranhamente, não fecha federação com o partido do vice de Lula. Aliás, como Lula vai resolver São Paulo, o maior colégio eleitoral do país? O ex-presidente tem feito declarações que parecem ter a intenção de inviabilizar sua candidatura. Se indispõe com  religiões, militares, deputados federais, os CACs, a classe média, os proprietários. Nem tudo está unânime no partido, onde rumores circulam sobre uma desistência dele em favor de Haddad, para aliviar o PSB de França em São Paulo e poder casar tranquilo no mês das noivas, como ele anunciou.

São tempos que devem preocupar as pesquisas, que agora mostram o eleitor como um pusilânime, que ora está com Lula e depois vai para Bolsonaro. O presidente Bolsonaro, com experiência de 30 anos de legislativo, não mexeu no governo agora que ministros saíram para ser candidatos. Vão ficando os substitutos técnicos, para não criar problemas. Ele deixou Luciano Bivar com o PSL para ocupar ACM Neto. Foi para o PL, que virou a maior bancada na Câmara; não formou federação para não engessar seus apoiadores nos estados, escolheu Tarcísio para São Paulo e está entre os poucos que neste turbilhão eleitoral sabem qual é a via.

Alexandre Garcia, colunista - Correio Braziliense


quarta-feira, 13 de abril de 2022

Políticos não viram os riscos abaixo da linha d'água - Alexandre Garcia

No rumo do Titanic

Num 13 de abril como hoje, há 110 anos, o Titanic seguia sua rota, rumo a Nova York, orgulhoso e confiante, certo de sua supremacia sobre o mar. Estava a dois dias do choque com um iceberg. Seu poder submerso rasgou o casco de aço do presunçoso navio e o mandou para o fundo do mar. Boston está a uns 700km a oeste do local daquele naufrágio, e a 8 mil km de São Paulo, o maior contingente eleitoral do Brasil. 
Num encontro em Boston, políticos brasileiros participaram de um seminário. Com a supremacia da verdade, embaçados por suas certezas, assumiam o risco de não perceber os riscos abaixo da linha d'água.
 
Sergio Moro, em Washington, insistia em permanecer candidato à Presidência da República, negando expressamente que vá aceitar uma vaga para concorrer a deputado federal. A senadora Simone Tebet, em Boston, deixou claro que o seu partido, MDB, mais o PSDB e o União Brasil vão indicar um candidato único, dia 18 de maio, a ser escolhido entre ela, João Doria e Luciano Bivar excluindo expressamente Moro. Será que o ex-juiz vai ficar com a chance de disputar uma vaga na Assembléia de São Paulo [por óbvio, deputado estadual] ?  
Porque no seu Paraná, ao abandonar o Podemos de Álvaro Dias e Oriovisto Guimarães, as escotilhas se fecharam. [Moro encerrou sua carreira política quando tentou trair quem o tirou do ostracismo = o presidente Bolsonaro; trair o chefe é uma atitude indigna; se discorda, chega e diz, se perceber que não será atendido, peça para sair, renuncie. Renunciar é preferível a trair. Ser LEAL é marca dos homens honrados.
MINHA HONRA é LEALDADE.]
Ciro Gomes estava nos Estados Unidos também, vendo afundar seu concorrente de terceiro posto, e não quer ficar a ver navios.

A senadora pode ir vestindo o colete salva-vidas. Em Brasília, José Sarney e metade da bancada de senadores do MDB jantaram ontem na casa do ex-ministro de Lula, Eunício Oliveira. Convidado especial: o próprio Lula, que levou a presidente do PT, Gleisi Hoffmann. Como num ato falho, Eunício negou a jornalistas que estivessem traindo Simone Tebet. Àquela hora, ela estava em São Paulo, com o ex-presidente Michel Temer e o presidente do MDB, Baleia Rossi, e deve ter sentido o choque com um iceberg que, em Brasília, rasgava o casco de sua candidatura, que começava a fazer água.

Eduardo Leite também estava no tombadilho em Boston. E suscitou mexericos na primeira classe: que, por enquanto, ficaria como imediato no caso de o comandante abandonar o navio, e isso seria o sinal para se unirem todos ante o perigo do gigantesco iceberg.

O comandante, por sua vez, está fazendo manobras estranhas. Indispôs-se com a classe média, queixando-se que gasta demais; com os religiosos, pregando aborto para quem não quiser ter filho; com os militares, ameaçando tirar todos de seus postos no governo; com os deputados federais, ensinando a assediar suas famílias; com 600 mil proprietários legais de armas, prometendo desarmá-los, enquanto daria poder ao MST e ao MTST; quer desfazer privatizações, teto de gastos e modernização das leis trabalhistas
A própria tripulação não entendeu as manobras e está preocupada que seja leme perigoso, com intenção de afundar.
 
Juízes supremos, que vão arbitrar eleições e julgar questões envolvendo o governo, estavam lá, como estão por toda parte, como se estivessem em campanha política, abandonando a imparcialidade e a isenção. A banda vai emitindo as notas do acompanhamento. 
A orquestra de bordo sente que pode afundar, mas tocar é preciso, navegar não é preciso. 
A banda eleva o volume para impedir que os passageiros percebam os perigos da rota. 
Os sons saem desesperados, mas têm que tocar até o fim. E a nave segue seu rumo.
 
Alexandre Garcia, colunista - Correio Braziliense 
 
 
AVULSAS

LADRÃO FALANTE E GAZELA SALTITANTE: UM PAR PERFEITO

sábado, 12 de fevereiro de 2022

Bolsonaro fala de 'ditadura da caneta' e diz que 'nos próximos dias vai acontecer algo que vai salvar o Brasil

Lauro Jardim

Um enigmático Jair Bolsonaro falou hoje aos seus seguidores no cercadinho do Palácio da Alvorada.

Fez uma crítica velada ao STF  ("ditadura que vem pelas canetas") e previu para breve um acontecimento que "vai salvar o Brasil", mas sem dizer o que é. E nem foi perguntado por seus fieis, que apenas gritaram "glória a Deus" depois de sua fala.

Eis o que disse Bolsonaro: — Pessoal, qual é a diferença de uma ditadura feita pelas armas, como a gente vê em Cuba e Venezuela (esqueceu de citar a ditadura militar de 1964) e uma ditadura que vem pelas canetas? Qual é a diferença? Nenhuma. Vocês sabem o que está acontecendo no Brasil. Eu acredito em Deus e nos próximos dias vai acontecer algo que vai salvar o Brasil, tenho certeza.

[Glória a DEUS e que as palavras do presidente sejam confirmadas em futuro próximo - o Brasil precisa.

O link abaixo é só para antecipar o destino de eventual candidatura da descontrolada possível futura candidata: 'Minha candidatura à Presidência está ficando irreversível', diz Simone Tebet, do MDB DERROTA IRREVERSÍVEL: irreversibilidade da derrota será o desenlace da condição irreversível alegada pela senadora.]

"... Apesar de ter conquistado projeção nacional durante a CPI da Covid, [o acesso de descontrole que apresentou na Covidão realmente a tornou conhecida como alguém sem controle emocional e que não deve receber votos.] a senadora ainda é desconhecida na maior parte do país e, até o momento, não decolou nas pesquisas de intenção de voto...."

O Globo -  Lauro Jardim, Blog  e Coluna Política  


domingo, 9 de janeiro de 2022

AQUI HÁ RESISTÊNCIA! - Percival Puggina

Qual foi o principal problema enfrentado por Bolsonaro no exercício da presidência da República?  
Sobre a resposta a essa pergunta eu não tenho dúvida: o combate sem trégua a Bolsonaro se deve a ter ele sido eleito pela parcela conservadora da sociedade.  
Omisso e silencioso, esse eleitorado ganhou, com ele, súbita expressão política. 
 

 
E isso foi visto como ato de guerra pelos “progressistas” de todos os matizes (e de todos os países).[só que os 'progressistas' de todos os matizes e de todos os países (como sabiamente destaca o articulista) se f ... . Tentaram de todas as maneiras impedir a vitória de Bolsonaro - de tentativas de assassinato, sugestões de suicídio, pragas para que morra, boicote sistemático a todas as medidas que Bolsonaro tentou adotar buscando governar, mais de CEM decisões do STF contra o capitão a outras que até tedioso citar - NADA CONSEGUIRAM.]
O capitão permanece no Governo, a força do VOTO CONSERVADOR cresceu o que levará a mais um mandato 
 
Fosse Bolsonaro um “progressista”, sua vida seria mais tranquila. Até então, a guerra cultural estava em curso e era vencida pela esquerda com facilidades análogas às encontradas pela máquina de guerra nazista ao invadir a Europa Ocidental. Na vitória de Bolsonaro, porém, o Brasil disse ao mundo que, aqui, haveria resistência.  
Você não enfrenta máquinas de guerra poderosas e vencedoras sem determinar reações em contrário. 
E elas foram severíssimas nos ambientes culturais propriamente ditos, no mundo acadêmico, nas poderosas e endinheiradas fundações da Nova Ordem Mundial, nos meios de comunicação, no aparelho burocrático do Estado e nos poderes de estado, notadamente nos Tribunais Superiores.

 

Bolsonaro poderia ser exatamente como é, mas se não tivesse despertado e mobilizado o eleitorado conservador – favas contatadas nas disputas entre duas esquerdas durante um quarto de século – o governo teria tido outro curso e enfrentado dificuldades bem menores. [sugerimos clicar aqui.]

Examine o leque dos candidatos presidenciais. Exceto Bolsonaro (PL) com 30%, todos os demais são esquerdistas e isso dá boa ideia sobre para onde aponta o ano eleitoral cuja folhinha já está rolando. [só que os supostos 70% da esquerda, após triturados, espalhados e jogados no esgoto, nada são. Os VOTOS conferidos nas urnas ao  capitão vão superar os 50% já no primeiro turno. 
Os candidatos da famigerada esquerda só tem alguma chances nas pesquisas dos 'datas' qualquer coisa.] Depois, olhe detidamente os nomes e conviva com a realidade
eles são tudo que os partidos políticos têm a apresentar após quatro anos fazendo fumaça e barulho, impedindo o governo de governar, atacando-o por tudo  e por nada, criando despesa para um orçamento já estourado, fazendo negócios, batendo à porta do STF para fazer “política”. Nada revela tão bem o quanto são inaproveitáveis nossas legendas partidárias do que os nomes que apresentam ao eleitorado!

Lula (PT), com 40%. É um candidato zumbi, que surfa pesquisa, mas não aparece em público e deve fugir de espelho. Seu pior inimigo é sua biografia.

O governador João Dória (PSDB), dito Bolsodória na campanha de 2018, passou quatro anos criando problemas ao presidente e conseguiu apenas 3% de intenções de voto na última pesquisa que li. 

Sérgio Moro (Podemos) está longe de ser um conservador, ou um liberal, como Bolsonaro descobriu tarde demais. Seu papel de hoje não é aquele com que o atraíram; é o que a história já lhe reservou: tirar [tentar] votos de Bolsonaro para ajudar a eleição do ex-presidiário. Diante de apenas 11% de intenções de voto, seus próximos já o aconselham a disputar cadeira de senador para não ficar desocupado.

Ciro Gomes (PDT) contabiliza 7% e se vê em meio a uma calmaria, com o velame caído, sem receber uma lufada de ar que lhe permita esperar terra à vista em algum ponto de seu monótono horizonte.

A senadora Simone Tebet (do outrora grande MDB), picada pela mosca azul, fez o possível para se pôr em evidência, sempre infernizando a vida do presidente e descobre, agora, que conseguiu atrair a atenção de apenas um em cada cem eleitores brasileiros. [associou sua imagem, de forma irreparável, ao descontrole que não conseguiu conter no circo CPI da covid.]

O senador Rodrigo Pacheco (PSD), o omisso “Pachecão”, fez muito mau uso de seu poder no Senado, ajoelhou-se perante o STF, virou as costas ao clamor popular, precisou fechar suas redes sociais, e ainda quer (?) ser presidente. Com 0,6% perde até para a colega Simone Tebet. 

Não me tiram a esperança de ter meu país de volta. Aqui resistiremos.

Percival Puggina (77), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.


segunda-feira, 19 de julho de 2021

“A CPI tem que dar nome, sobrenome e CPF dos corruptos”, diz senadora

Eixo Capital, por Ana Dubeux

Não é sobre abrir portas; é sobre empurrá-las. Assim a senadora Simone Tebet (MDB) reflete a respeito do seu pioneirismo na política. Primeira prefeita de sua cidade natal, Três Lagoas (MS), não parou mais de derrubar muros. Mas não se sente só na empreitada: “Não sinto que é uma presença solitária. Ainda somos poucas, mas a luta coletiva não nos faz sozinhas”.

Sabe, no entanto, que a luta é árdua. “Isso exige sacrifícios, o que compromete, não raras vezes, a vida pessoal. Ficamos suscetíveis às críticas, à difusão de fake news e a muitas outras formas de violência política. Sofremos, sim, assédio de todos os tipos, especialmente o psicológico”, conta, nesta entrevista ao Correio.

Essa realidade não é mais branda na CPI da Covid, na qual tem tido participações destacadas. “A CPI tem sido um celeiro de atitudes grosseiras para com a bancada feminina. A melhor forma de combater é fazer o que estamos fazendo. Mostrar que somos capazes, que nossa atuação faz diferença e é importante para o país. Tentaram, mas não conseguiram calar a nossa voz”, diz.

A senadora acredita que a “CPI já tem fortes indícios e muitos elementos probatórios da prática de crimes, incluindo a corrupção passiva e ativa”. “Temos documentos, troca de mensagens, quebras de sigilos. Na volta do recesso, a CPI terá de colocar nome, sobrenome e CPF dos responsáveis. Quem foram os corruptores, os cooptados, os atravessadores, os servidores, os agentes políticos”, avalia.

Sobre uma possível candidatura à presidência, Simone Tebet diz que não é hora de pensar em 2022, mas que a possibilidade de uma terceira via, fora dos extremos, é bem-vinda. [senadora! menos, bem menos ... ser prefeita de uma cidade tipo a sua é bem mais fácil do que ser presidente do Brasil! para presidir o Brasil são necessários milhões e milhões de votos e muita, muita competência, coragem, decisão.]

Entrevista / Simone Tebet

A primeira a presidir a Comissão de Constituição e Justiça do Senado, a primeira vice-governadora do Mato Grosso do Sul, a primeira líder de bancada do PMDB… Como encarou a presença solitária, como mulher, nos diversos postos que assumiu quebrando tabus?
Na minha trajetória política, realmente fui pioneira por diversas vezes. Comecei sendo a primeira prefeita da minha cidade natal, Três Lagoas (MS). Depois, foi uma sequência de “abrir portas”, embora, muitas vezes, tenha sido preciso “empurrá-las”.
Claro que isso me dá orgulho, mas também não nego uma ponta de tristeza. Já estamos na década de 20 do século 21, e eu ainda tenho sido a primeira a ocupar postos importantes na política. O que me conforta é que isso significa saber que, depois de mim, virão muitas outras mulheres. Não sinto que é uma presença solitária. Ainda somos poucas, mas a luta coletiva não nos faz sozinhas.

As mudanças na legislação eleitoral aprovadas pelo Senado vão mesmo garantir espaço maior das mulheres na política?
Há anos temos lutado por isso. Fazendo uma retrospectiva, percebemos que estamos num crescente nas conquistas. A “bancada do batom”, na Assembleia Nacional Constituinte em 1987-1988, foi fundamental para inserir na Carta Magna direitos essenciais para as mulheres brasileiras. Depois, conseguimos estabelecer a cota de 30% de candidaturas, brigamos na Justiça por mais recursos e tempo de rádio e TV nas eleições e, agora, esta semana, aprovamos uma PEC e um PL importantíssimos, neste mesmo sentido. É um passo a mais para termos mulheres nos Legislativos. Queremos 30% de vagas e não mais somente candidaturas — de mulheres nos Legislativos federal, estadual e municipal. Será um grande avanço. Hoje, somos 15% no Congresso e cerca de 10% nas Assembleias Legislativas e Câmaras Municipais. Como a realidade atual é de prevalência dos homens no Congresso, precisamos ir, aos poucos, conquistando nosso espaço. Por isso, o texto propõe a ampliação das vagas de forma gradual, começando com 18% já nas próximas eleições, subindo para 20%, 22% e 30%, até 2040. [bem mais importante do que espaço para as mulheres na política,são os VOTOS; que adianta a senhora dizer; "Queremos 30% de vagas" se o eleitor não concordar e não votar nas mulheres. Que adiantar ocupar 30% de vagas com um desempenho eleitoral pífio, algo tipo 5% dos votos?

(.............)

Qual a materialidade de corrupção no caso da Covaxin?

Temos fortes indícios e muitos elementos probatórios da prática de crimes. Isso mesmo: no plural, incluindo a corrupção passiva e ativa. Temos documentos, troca de mensagens, quebras de sigilos. Na volta do recesso, a CPI terá de colocar nome, sobrenome e CPF dos responsáveis. Quem foram os corruptores, os cooptados, os atravessadores, os servidores, os agentes políticos.[senadora indícios não provam nada; aliás, até agora, a forma mais prática de derrubar uma acusação apresentada pela CPI é que muitas das acusações da Covidão se auto excluem; em um momento  acusam o general Pazzuelo de lentidão, desídia, na compra das vacinas = chegam a insinuar que ele assim procedeu para retardar a compra das vacinas e agradar o presidente = só que também acusam o general de ter pensado em comprar vacina pelo triplo do preço (falamos da CoronaVac, já que a Covaxin já está no rol dos fracassos da Covidão). Afinal, ele retardou a compra das vacinas para atrasar a imunização ou pensou em comprar mais cara para acelerar a vacinação? 
Decidam qual acusação vão fazer e então acusem = não esqueçam das provas. 
Sem elas os acusados costumam não serem condenados - a JUSTIÇA, em maiúsculas - tem o hábito de exigir provas dos que acusam.]

Está convencida de que houve prevaricação do presidente Bolsonaro? Que provas a CPI já elencou para comprovar o crime do presidente?
Houve omissão do Governo Federal na condução errática da pandemia. Da primeira fase da CPI, temos elementos que dão conta do estímulo ao uso de medicamentos sem comprovação científica, da ação para fazer a população acreditar na imunidade de rebanho, do atraso na compra de vacinas, [atraso na compra das vacinas?  que só começaram a existir de fato = vacina sendo injetada no braço do paciente - no inicio de DEZEMBRO/2020 e no Reino Unido.]  da falta de planejamento nacional na condução das ações voltadas à pandemia, da inexistência de comunicação com a população no sentido de uma melhor proteção contra o coronavírus. Agora, já existe materialidade de crimes relacionados à negociação para a compra da Covaxin. O presidente diz que, ao ser informado pelos irmãos Miranda, passou a bola adiante para o ministro da Saúde, general Pazuello. Esse, por sua vez, disse ter encaminhado a incumbência da investigação para o então secretário-executivo, coronel Élcio Franco, o mesmo que, em um único dia, se deu por satisfeito para encerrar qualquer averiguação de irregularidade. Onde está a comprovação do pedido de investigação? [onde está o comprovante de que o pedido foi efetuado? ou que algum pagamento foi efetuado? ou que algum imunizante foi entregue? Simplificando, tudo na base do junto e misturado, qual a prova do crime, qual crime? Também é preciso provar que houve prevaricação? ] Ainda não chegou à CPI documento que comprove não ter havido prevaricação por parte do governo federal.[Senadora, o Governo federal não precisa provar que não cometeu crime; a CPI é que tem que provar que houve o crime e, na sequência, indicar e provar quem foi o autor do ato criminoso.]

Como vê a perda de tantos brasileiros na pandemia? Os governos deveriam ter sido mais céleres nas decisões? Que exemplo no mundo poderia ser usado no Brasil?
É muito triste. Sinto a dor dessas famílias enlutadas que, em muitos casos, perderam seus entes queridos prematuramente. O mais revoltante é que muitas vidas poderiam ser poupadas, se as pessoas tivessem sido vacinadas a tempo, e se a ciência tivesse também tivesse se poupado do negacionismo que imperou entre nós, neste momento tão difícil. Nesse quesito, o mundo está repleto de bons exemplos. A recíproca não é verdadeira. Aqui, o que mais se viu foram os maus exemplos.

A importância da união em torno de um projeto suprapartidário para mitigar os efeitos da pandemia nos próximos anos é possível?
Eu sou uma pessoa que valoriza o diálogo. Temos de nos sentar à mesa para absorver as melhores ideias de cada um e construir programas consistentes e políticas públicas eficazes. Entendo que o caminho seja mesmo esse. De forma republicana, uma união suprapartidária seria importante para encontrar as melhores saídas para o pós-pandemia. Não é hora de extremismos. Não é hora de muros que nos dividam, muito menos de cercas que nos segreguem.

Correio Braziliense - MATÉRIA COMPLETA