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sexta-feira, 17 de maio de 2019

Quebra de sigilos ressuscita a ‘conexão Michelle’



Em cinco meses aconteceram tantas coisas em torno de Flávio Bolsonaro e do seu ex-faz-tudo Fabrício Queiroz que algumas delas parecem esquecidas. Em dezembro do ano passado, pouco antes de assumir o trono, Jair Bolsonaro disse que os R$ 24 mil encontrados na conta de sua mulher Michelle eram parte do pagamento de um empréstimo de R$ 40 mil que ele fizera a Queiroz. E ficou por isso mesmo. [o ônus da prova cabe a quem acusa. O acusado ao apresentar sua defesa não  precisa provar o não fato.]

Nessa época, Bolsonaro já sabia o que seu filho Zero Um e o sumido Queiroz haviam feito nos verões passados. Entretanto, inebriado pela atmosfera festiva que antecedeu sua posse, o capitão despejou diante das câmeras um enredo inverossímil. No mundo das pessoas normais, empréstimos são registrados em contratos de mútuo ou notas promissórias. 

No universo de Bolsonaro e Queiroz, não há documentos. Na versão de Bolsonaro, os pagamentos de Queiroz foram parar na conta de sua mulher porque ele não dispunha de tempo para ir ao banco.  Faltou explicar por que Queiroz não fez uma transferência bancária —DOC ou TED— em nome do amigo-credor. Faltou esclarecer por que Bolsonaro, que era deputado federal, não destacou um de seus inúmeros assessores para ficar na fila do banco. Bolsonaro disse não ter registrado o hipotético empréstimo no Imposto de Renda. "Se errei, eu arco com a minha responsabilidade perante o fisco", disse há cinco meses.

Até hoje não se sabe se a situação fiscal do presidente foi regularizada. Agora, a Justiça quebrou os sigilos bancários de meio mundo, inclusive de Flávio Bolsonaro e Fabrício Queiroz. Em tese, os R$ 40 mil que Bolsonaro diz ter emprestado e os pagamentos fracionados que que Queiroz teria feito deveriam aparecer nos extratos. Do contrário, o capitão terá de sustentar em público a tese de que socorreu o amigo da forma mais primitiva, repassando-lhe dinheiro vivo. Bolsonaro diz que a investigação contra o filho visa atingi-lo. "Não vão me pegar", apressa-se em dizer. Falta explicar se não vão pegar por que não há malfeito ou por que foi bem escondido. A dúvida não dignifica o presidente. [provado que há malfeito o presidente terá que arcar com as consequências;
sendo recorrente: o acusado não tem que provar o não fato.]








 

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