Blog Prontidão Total NO TWITTER

Blog Prontidão Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER
Mostrando postagens com marcador Fernandinho Beira-Mar. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Fernandinho Beira-Mar. Mostrar todas as postagens

sexta-feira, 17 de novembro de 2023

Ligações cabulosas - Revista Oeste

Silvio Navarro

Há uma semana, o governo Lula não consegue explicar a visita da mulher de um dos líderes do Comando Vermelho aos gabinetes de assessores do ministro Flávio Dino — com a viagem paga pelos cofres públicos


Flávio Dino, ministro da Justiça e Segurança Pública | Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

Em que país do mundo uma mulher que responde pela alcunha “Dama do Tráfico”, casada com o líder de uma facção criminosa, entra pela porta da frente do Ministério da Justiça e Segurança Pública e é recebida duas vezes por auxiliares diretos do titular da pasta? A resposta: no Brasil.

Nesta semana, uma série de reportagens do jornal O Estado de S. Paulo apresentou ao país uma personagem do mundo do crime chamada Luciane Barbosa Farias, de 37 anos, a “Dama do Tráfico”

Ela tem esse apelido porque é casada há uma década com Clemilson dos Santos Farias, o “Tio Patinhas”, líder do Comando Vermelho (CV) no Amazonas
Ele está preso em Tefé (AM), onde cumpre pena de 30 anos de cadeia. Ela recorre em liberdade de uma condenação — já em segunda instância — a dez anos de prisão por associação criminosa e lavagem de dinheiro.

O Comando Vermelho é a segunda maior facção do país, com ramificações em 13 Estados — só é menor do que o PCC, presente em 24. O CV tem 40 anos e domina um terço do território do Rio de Janeiro.Clemilson dos Santos Farias, conhecido como “Tio Patinhas”, posa com uma metralhadora capaz de derrubar aviões | Foto: Reprodução/Redes Sociais

Luciane esteve em Brasília várias vezes e teve acesso livre a ministérios, ao Congresso Nacional e ao Conselho Nacional de Justiça (CNJ) — segundo ela documentou em sua conta no Instagram. Estudante de Direito, ela diz ser diretora de uma ONG — sempre uma ONG — batizada Instituto Liberdade do Amazonas (ILA), interessada em defender direitos humanos de detentos. Documentos do Ministério Público e da Polícia Civil do Amazonas, contudo, mostram que sua função é outra: lavagem de dinheiro do Comando Vermelho. A polícia diz que a ONG é de fachada.

Se o Brasil não fosse governado pelo PT e o ministro da Justiça não fosse Flávio Dino, entusiasta do desencarceramento em massa, a simples presença de uma pessoa com essa ficha criminal já seria motivo para uma ampla investigação. 
Como ela conseguiu agendar esse tour por gabinetes tão importantes? Centenas de deputados estaduais, prefeitos e advogados não conseguem esse tipo de acesso.
 
(...)
A pasta de Dino disse que “o setor de inteligência não detectou a presença” da mulher do traficante. Qualquer cidadão que já tenha ido à Esplanada sabe que a identificação (documento com foto) é protocolo obrigatório na entrada — o visitante recebe um crachá para ser devolvido na saída ou um adesivo, cuja cor identifica o departamento visitado. Essa informação, aliás, consta do próprio site do Ministério. 
Nenhum funcionário, principalmente os que participaram das reuniões, preocupou-se em digitar o nome dela no Google.Regras para entrar nas dependências do MJSP | Foto: Reprodução 
 
Outro ponto crucial nessa história é que reuniões sobre assuntos de interesse nacional, com a participação de funcionários graduados, como os quatro citados acima, constam em agendas e terminam com registros em ata rubricada.
Isso porque elas costumam gerar um processo interno, justamente para atender os pleitos.
O Estado de S. Paulo noticiou nesta quarta-feira, 15, que, ao contrário do que disse o governo, houve andamento do pedido feito pela ONG da mulher do traficante. Ou seja, está tudo documentado.
 
Matéria publicada pelo Estadão (13/11/2023) | Foto: Reprodução/O Estado de S. Paulo
 
(...)

Se a história de que nenhum integrante do governo sabia com quem estava dialogando parece pouco crível, ela foi se agravando ao longo da semana.

O nome que consta nas agendas dos encontros oficiais é o da advogada Janira Rocha, ex-deputada do Psol do Rio de Janeiro. Luciane seria, portanto, uma acompanhante. Os investigadores do Amazonas descobriram que, poucos dias antes das reuniões em Brasília, Janira recebeu R$ 23 mil do Comando Vermelho
A ligação da ex-parlamentar com a facção criminosa estava comprovada. Ela nega relação entre os pagamentos e as conversas em Brasília.


Além da militância pelo Psol, Janira ficou famosa por advogar pela ex-deputada Flordelis, condenada a 50 anos de prisão pelo assassinato do marido, e por trabalhar junto com a advogada Flávia Fróes na defesa do traficante Fernandinho Beira-Mar. Para se livrar do vínculo com criminosos, o Psol disse que Janira se desfiliou da sigla em 2020. Elias Vaz, um dos secretários de Flávio Dino que estiveram nos encontros, também foi filiado ao Psol e conhece Janira há anos. Guilherme Boulos em reunião ao lado de Luciane Barbosa Farias, representante do Comando Vermelho | Foto: Reprodução/Instagram

(...)


Quando a gente achava que não faltava mais NADA, a Dama do Tráfico, Luciane Barbosa Farias, esposa do Tio Patinhas do Comando Vermelho – a mesma que teve portas abertas no Ministério da Justiça de Flávio Dino -, acabou de entregar Silvio Almeida e o Ministério dos Direitos… pic.twitter.com/djvMBVKUNF— Marcel van Hattem (@marcelvanhattem) November 15, 2023

Como se não bastasse toda essa rede de contatos da mulher do líder do Comando Vermelho com o governo e com políticos de esquerda, o pagador de impostos foi surpreendido pela seguinte informação: foi ele quem pagou pelo menos uma das viagens dela a Brasília — há registros de datas em março, maio e novembro.

Numa conversa com jornalistas por meio de um aplicativo de vídeo, Luciane disse que passagens e diárias foram bancadas pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, chefiado por Silvio Almeida. A pasta confirmou a informação, mas não disse quanto custou a viagem. O argumento é que ela representava o Estado do Amazonas no “Comitê de Prevenção e Combate à Tortura”. A “Dama do Tráfico” reclama de maus-tratos aos detentos.

Aqui entra outro componente político: Dino e seus secretários afirmam que é o PT quem comanda o bombardeio contra ele na imprensa

Em vez de assumir a responsabilidade por ter financiado a viagem, o ministro Silvio Almeida disse que a culpa foi de quem divulgou a informação. “Os próceres do fascismo à brasileira não têm compromisso com a verdade nem com o Brasil; se valem de distorções para difamar, caluniar e destruir as conquistas do povo brasileiro.”

A oposição coleta assinaturas para pedidos de impeachment dele e de Dino.
Dino contra as cordas

Politicamente, a sequência de reportagens caiu como uma bomba nos planos de Flávio Dino para assumir a cadeira de Rosa Weber no Supremo Tribunal Federal (STF). Soma-se à escalada de violência no Rio de Janeiro e na Bahia, à falta de um programa nacional de segurança pública e ao sumiço das imagens do Ministério da Justiça nos atos de vandalismo de 8 de janeiro. 
No Senado, a avaliação é que sua indicação representa um risco alto para o governo: pode ter o nome rejeitado pela Casa. 
Ou seja, Lula teria de assumir o desgaste com o Congresso e com o próprio PT.


O partido quer conduzir o advogado-geral da União, Jorge Messias, o “Bessias”, à Corte. E no próprio Senado o favorito seria Bruno Dantas, ministro e presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), que fez carreira como funcionário da Casa e tem como padrinho Renan Calheiros (MDB-AL).

(...)

Dino tem levado sua própria escolta pessoal às audiências públicas no Congresso: o delegado-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues; o chefe da Polícia Rodoviária, Antônio Fernando Oliveira; e o número 2 do Ministério, Ricardo Cappelli. 
Nessas audiências, uma pergunta recorrente parece tirar Dino do sério: como ele conseguiu entrar na Favela da Maré, reduto do crime organizado no Rio, sem escolta policial? 
O sorriso debochado dá lugar a um semblante sisudo. “Vocês, ‘bolsonaristas’, não gostam de pobres” é a frase usada para encerrar os debates.

Post de Cappelli provoca nova faísca na guerra entre Flávio Dino e PT pelo STF https://t.co/sfg5RWwbVg— Malu Gaspar (@malugaspar) November 14, 2023

Nem de longe foi a primeira vez que o nome de políticos e partidos de esquerda aparecem ligados a facções criminosas. A divulgação dessas ligações pela imprensa ou nas redes sociais, aliás, foi um dos temas proibidos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na campanha do ano passado. Houve ordens de remoção de conteúdo e aplicação de multas.

Até agora, ninguém foi demitido do governo e nem sequer é formalmente investigado. Não há um único processo administrativo aberto sobre o caso da “Dama do Tráfico”
Lula esperou três dias para se pronunciar sobre o escândalo. Sem ter o que dizer, o petista sacou a desculpa de sempre: tudo não passa de fake news. 
Tampouco um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) se manifestou ou cobrou explicações — é bem provável que nenhuma investigação oficial aconteça. 
Mas, desta vez, ninguém pode negar que o governo Lula esteve à mesa com o Comando Vermelho.

CLIQUE AQUI = ÍNTEGRA DA MATÉRIA

sexta-feira, 21 de janeiro de 2022

O Movimento Sem Terra é um grupo terrorista, afirma Salles

Edilson Salgueiro

Para o ex-ministro do Meio Ambiente, o MST arregimenta miseráveis nas cidades para invadir propriedades

O Movimento Sem Terra (MST) é um grupo terrorista que arregimenta um monte de miseráveis para invadir propriedades, disse o ex-ministro Ricardo Salles nesta quinta-feira, 20, durante o programa Os Pingos nos Is, da rádio Jovem Pan. “É apenas um grupo que quer muito dinheiro”, salientou.

O comentário de Salles ocorre na esteira da aproximação do MST com o ex-governador Geraldo Alckmin. Na quarta-feira 19, o grupo sinalizou a Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não ter objeção ao nome do ex-tucano como eventual vice-presidente da República. Alckmin comporia uma chapa com o petista, que sairia como candidato ao Palácio do Planalto nas eleições deste ano.

Para o ex-ministro do Meio Ambiente, não há relevância alguma o aval dado pelo MST ao ex-governador de São Paulo. “É a mesma coisa que perguntar para o traficante Fernandinho Beira-Mar se ele apoia a aliança formada por Alckmin e Lula”, observou. “Isso é absolutamente vergonhoso.” [lembramos que  em uma chapa lula x alckmin, a presença do lula desmoraliza mais a chapa do que Marcola ou Beira-mar nela estivessem.
No mínimo a presença de qualquer um dos dois daria mais credibilidade à chapa.]

Salles disse ainda que o número de invasões de propriedade no país diminuiu após o início do governo liderado pelo presidente Jair Bolsonaro (PL). “A atual administração federal fechou a torneira do dinheiro para esse bando de gente que invadia propriedades”, afirmou.

Leia mais: “O MST é um caso de polícia”, artigo de Augusto Nunes publicado na Edição 83 da Revista Oeste

 

segunda-feira, 23 de março de 2020

Bolsonaro cava sua própria sepultura - Blog do Noblat

Por Ricardo Noblat 

Ele de um lado, o povo do outro

O presidente Jair Bolsonaro ficará rouco de tanto repetir que ele está do lado do povo. O que acontece, segundo a mais recente pesquisa do instituto Datafolha, é que o povo não está do lado dele.

[Pontos da pesquisa Datafolha que mostram não ser um retrato fiel - não por má fé ou incompetência dos seus realizadores e sim pela situação que o Brasil atravessa - da situação.
NÚMERO DE PESQUISADOS: pouco mais de 1.500 e comparando fatores diferentes - total para todo o Brasil.
- qual o significado concreto dado por uma pesquisa que compara o desempenho do presidente da República com o desempenho do governador do Rio? 
- declara que o desempenho dos governadores no combate ao coronavírus é muito parecido = 54%. São 27 governadores, o que motiva a pergunta: comparou um com outro ou cada um de forma individual?]

A pesquisa feita por telefone em todas as capitais e no Distrito Federal mostra que 55% dos brasileiros consideram ótimo ou bom o desempenho do ministro da Saúde. O desempenho dos governadores no combate ao coronavírus é muito parecido – 54%. Quanto ao presidente que arrisca a própria viva em defesa do povo, só 35% aprovam a sua conduta. [qual conduta? em que situação? até para um bolsonarista de raiz o meu caso fica dificil não reconhecer que só na questão do corona vírus o Presidente do Brasil, adotou várias posturas.
Qual delas motivou os 35%? qual o critério? ou foi escolhido o menor percentual pró Bolsonaro?]

Quase 70% dos entrevistados reprovaram o gesto de Bolsonaro de recepcionar seus devotos na rampa do Palácio do Planalto. Foi durante a manifestação convocada contra o Congresso e a Justiça. Ali, Bolsonaro foi duplamente irresponsável. Primeiro porque participou de um ato que ele mesmo desaconselhara. Segundo porque pôs em risco a vida dos manifestantes. [como se chegou a esses 70%? uma pergunta do tipo: sendo o coronavírus extremamente contagioso, você acha que o presidente se arriscou e aos seus apoiadores?]

Ele acabara de voltar dos Estados Unidos. Trouxera na sua comitiva um auxiliar contaminado. Mais de um. Até aqui, foram 27 contaminados. E tocou em 272 pessoas. Que tal? A primeira parte da pesquisa, publicada, ontem, pela Folha de São Paulo, mostrara que Bolsonaro está na contramão dos brasileiros ao se preocupar com mais com a economia do que com vidas. 92% das pessoas concordam com a suspensão de aulas, 94% aprovam a proibição de viagens internacionais e 92% apoiam o fechamento de fronteiras. Bolsonaro era contra tudo isso.

[O importante é onde é feita a pergunta:
Este blog [Blog do Noblat]  perguntou no Twitter: 
Quem está enfrentado melhor o coronavírus?
E 44.977 leitores, numa mobilização formidável para um dia de domingo e de coronavírus, responderam assim:
Bolsonaro – 64.1%

Os governadores – 35.9% ]

Em entrevista, nesse domingo, à TV Record, nervoso, gaguejando muito, Bolsonaro afirmou que julga “exagerados” os números sobre a pandemia divulgados pelo Ministério da Saúde. Ora, ele não havia feito questão de dizer que seu time “está ganhando” por governar bem? E de lembrar que o técnico do time era ele? Suplicava por reconhecimento.
Numa hora dessas, como ele ousa pôr em dúvida o que anuncia um ministro escolhido por ele mesmo? Se o que informa Luiz Henrique Mandetta não merece fé, por que Bolsonaro não o demite? Não manda Mandetta embora porque ele não seria tão maluco a esse ponto. Mas o ministro está convencido de que será mandado embora antes do fim do ano. Não se incomodará se for.

Pesquisa IBOPE, publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, quis saber quanto valeria o apoio de Bolsonaro e de outros líderes políticos a um candidato a prefeito da capital paulista. O apoio de Bolsonaro diminuiria em 41% a vontade do eleitor em votar no candidato que ele apoiasse. O apoio de Lula, em 36%. O de João Doria, em 40%. E o de Geraldo Alckmin em 34%. [A pesquisa  IBOPE mostra o inexplicável
O apoio de Bolsonaro, comparado com o dos outros 3 - faltou incluir Marcola e Fernandinho Beira-mar, já que a presença do condenado petista credencia os não inclusos a participarem = questão de isonomia - é o que mais prejudica o candidato apoiado.
Só que o atual presidente venceu com quase 60.000.000 de votos o mais bem colocado na pesquisa.] 

O apoio de Bolsonaro aumentaria em 17% a vontade do eleitor em votar no candidato dele. No caso do apoio de Lula, aumentaria em 26%. No de Doria, 9%. No de Alckmin, 10%.  Pesquisa XP-Ipesp, da última sexta-feira, conferiu que a popularidade de Bolsonaro recuou quatro pontos percentuais se comparada com a pesquisa de fevereiro último. O processo de derretimento da imagem do presidente da República está correndo mais rápido do que ele próprio imaginara. Daí o seu pânico.

Blog do Noblat - Ricardo Noblat, jornalista - VEJA


terça-feira, 17 de setembro de 2019

Conselho de Direitos Humanos visita Lula - Veja

Membros estiveram na carceragem de Curitiba nesta terça (17)

 

[só no Brasil mesmo: enquanto milhares de presos cumprem prisão em condições miseráveis em diversos presídios esse tal de CNDH, mantido com recursos públicos, dedica atenção especial ao maior ladrão  do Brasil = o presidiário petista Lula.

Qual a razão de Lula receber tanta atenção? talvez seja por ser o maior ladrão de recursos públicos.]

Membros do Conselho Nacional de Direitos Humanos (CNDH) se reuniram com o ex-presidente Lula nesta terça (17), na carceragem da Polícia Federal, em Curitiba. 
Esse encontro faz parte da apuração que investiga o processo penal a que Lula foi submetido e o levou à prisão em abril de 2018.

O Conselho afirmam pedirá para ouvir também o ex-juiz da Lava-Jato, Sergio Moro, e o procurador Deltan Dallagnol.  Até o fim do ano, o conselho promete entregar um relatório sobre o caso, que deverá ser submetido à análise em plenário no CNDH. [relatório que após analisado em plenário deverá ser jogado no lixo, por inutilidade total;

seria conveniente que esse Conselho também ouvisse Marcola, Fernandinho Beira-Mar, Elias Maluco,   e outros  - ou só recebem atenção especial os que roubam os cofres públicos?]

Veja

quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

Os intocáveis de Moro contra os Al Capones

A partir de 1º de janeiro, quando Jair Bolsonaro subir a rampa do Palácio do Planalto, Brasília ganhará ares de Chicago, Illinois, nos Estados Unidos. Não apenas a Chicago que sedia a universidade de tradição liberal onde estudou Paulo Guedes, designado para ser ministro da Economia. Também a Chicago de Eliot Ness, que em 1929 montou uma equipe de agentes com variadas habilidades e com reputação acima de qualquer suspeita, conhecidos como Intocáveis, para melar os negócios ilícitos de gângsteres como Al Capone e, claro, para jogá-los atrás das grades. Na segunda-feira, dia 26, Sérgio Moro anunciou que seu Ministério da Justiça terá uma Secretaria de Operações Policiais Integradas, que ficará a cargo de Rosalvo Franco, delegado aposentado da Polícia Federal, com o intuito de realizar ações conjuntas com as polícias dos estados. Os Al Capones que ele terá de identificar e caçar são os típicos personagens do crime organizado brasileiro, em suas mais diversas vertentes: chefes do tráfico, salafrários atuantes na lavagem de dinheiro e na evasão de divisas, políticos corruptos e empresários corruptores, entre outros. “Hoje, nós temos muitos grupos criminosos que transcendem as fronteiras estaduais, e essa ação precisa, muitas vezes, de coordenação em nível nacional”, disse Sérgio Moro.

Franco, o Eliot Ness de Moro, foi Superintendente da Polícia Federal no Paraná. Lá, atuou diretamente com o ex-juiz na Lava Jato. Foi o responsável pela operação de busca e apreensão na casa do ex-presidente Lula. Passou por diversas funções na PF durante seus 33 anos de atividade policial e já estava auxiliando Moro na sua equipe de transição. Até agora, essa tem sido uma constante nas indicações do futuro ministro da Justiça: seus Intocáveis são policiais federais com quem trabalhou na Lava Jato, em Curitiba. A confiança é essencial para criar a blindagem necessária nas operações contra o crime organizado. Um dos desafios será transpor essa confiança para a relação com as polícias civis e militares dos estados, por vezes coniventes com os comandantes do crime.

Moro quer garantir a Franco carta-branca e autoridade para atuar no comando de operações, mesmo quando envolver as polícias de cada Estado. A seu comando, atuarão juntas a Polícia Federal, a Força Nacional, a Polícia Rodoviária Federal, quando necessário, e as polícias estaduais Civil e Militar. A nova área cuidará da logística dessas operações conjuntas.  A inspiração de Moro para apostar em forças-tarefas veio da própria Operação Lava Jato, que começou em Curitiba, mas ultrapassou divisas estaduais e fronteiras internacionais, e que envolveu o Judiciário, o Ministério Público e a Polícia Federal, que passaram a atuar de forma associada. De acordo com dados da PF, a Lava Jato já expediu mais de 200 mandados de prisão preventiva e temporária, bloqueou mais de R$ 2,4 bilhões e repatriou mais de R$ 700 milhões. Estão na cadeia empresários como Marcelo Odebrecht, políticos como o ex-presidente Lula, o ex-deputado Eduardo Cunha e o ex-ministro Antônio Palocci e servidores do alto escalão da Petrobras como Paulo Roberto Costa e Nestor Cerveró.

Eficiência comprovada
Um dos nomes que também teve projeção na Lava Jato e que vai integrar a nova estrutura do Ministério da Justiça é o delegado da PF Fabiano Bordignon. Ele chefiará o Departamento Penitenciário Nacional (Depen), considerado por Franco estratégico, já que algumas ordens e diretrizes para o cometimento de crimes partem dos presídios federais, onde estão os bandidos mais perigosos do País. O grupo pretende cortar esse mal pela raiz, diminuindo a comunicação dos detentos com o mundo exterior. Em 2006, por exemplo, São Paulo parou diante de ataques orquestrados pelo PCC de dentro dos presídios. Bordignon tem experiência nesse sentido, pois dirigiu o presídio de segurança máxima em Catanduvas (PR).

Outro delegado da confiança de Moro será Maurício Valeixo, que ocupará o cargo de diretor da Polícia Federal. O policial estava na Superintendência da PF no Paraná, onde substituiu o próprio Rosalvo Franco. Antes, passou pelas diretorias de Investigação e Combate ao Crime Organizado, de Repressão às Drogas, de Inteligência Policial e de Gestão de Pessoal. Foi ele quem coordenou a prisão de Lula em abril.

(...) 


Se bem organizada, uma força-tarefa traz inúmeras vantagens para a investigação policial. Ela cria o ambiente que permite às corporações entender as funções e as capacidades das outras instituições no combate a determinado tipo de crime. Enquanto as polícias de nível estadual têm meios para responder imediatamente à ocorrência de crimes, muitas vezes falta a elas, por exemplo, os recursos investigativos de agentes federais. Esse é o primeiro passo para criar uma relação estratégica, coordenada e colaborativa entre as agências. Tão logo uma força-tarefa completa essa fase inicial, seus integrantes passam a discutir como responder ao desafio que lhes foi imposto.


Uma força-tarefa, portanto, é como uma caixa de ferramentas: ela reúne em um mesmo lugar tudo o que você precisa, quando precisa. No ambicioso plano de Moro, dali sairá o martelo que vai fincar os pregos do caixão do crime organizado no Brasil. Não será uma missão fácil. Além dos criminosos de colarinho branco, bandidos poderosos como Fernandinho Beira-Mar e Marcos Willians Herbas Camacho, o Marcola, zombam diariamente da sociedade, dando as cartas apesar de presos. Fazem como Al Capone em Chicago. Antes da chegada de Eliot Ness.

MATÉRIA COMPLETA, em IstoÉ


sábado, 10 de novembro de 2018

Como nunca se viu

Investigadores frustram plano de complexidade inédita para libertar Marcola e descobrem que a bandidagem está em alerta depois da eleição de Bolsonaro

Publicado em VEJA de 14 de novembro de 2018, edição nº 2608

Desde a prisão em 1999 de Marcos Herbas Camacho, o Marcola, chefão do Marcola, (PCC), as autoridades descobriram pelo menos seis planos para tirá-lo da cadeia, local onde cumpre condenações que somam mais de 330  anos de pena. Nenhum plano, no entanto, foi tão audacioso como o desvendado em outubro pelos setores de inteligência da Secretaria de Administração Peniten­ciá­ria (SAP) e do Ministério Público do Estado de São Paulo. Segundo as investigações, a nova operação envolveu a contratação de mercenários estrangeiros equipados com fuzis, lança-granadas e metralhadoras calibre .50, com poder de fogo para derrubar helicópteros em pleno voo. O plano, estima-se, custou ao PCC cerca de 100 milhões de reais. De acordo com as investigações, o uso de tamanho aparato é inédito, e tudo foi arregimentado com um objetivo concreto: soltar os cabeças da facção antes da posse de Jair Bolsonaro (PSL).

(...)

[A transferência de presos para presídios federais é uma das medidas esperadas na gestão Bolsonaro.]. Neles estão encarcerados os chefes do Comando Vermelho (Fernandinho Beira-Mar), dos Amigos dos Amigos (Nem da Rocinha) e da Família do Norte (Zé Roberto da Compensa). Marcola e outras doze lideranças do PCC estão, hoje, na penitenciária de Presidente Venceslau, no interior de São Paulo, mantida pelo governo paulista — e não pelo governo federal.  O envio das lideranças do PCC para outros estados sempre foi um pleito da Polícia Civil e do Ministério Público rechaçado à exaustão pela cúpula dos governos tucanos.

 Oficialmente, o ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB) sempre argumentou que os presídios paulistas eram seguros o suficiente para manter os bandidos. Mas, nos bastidores, havia a preocupação de que as transferências desencadeassem represálias, como a ocorrida em 2006, em que a facção comandou uma série de atentados a policiais e agentes penitenciários. O que não se sabe é por que os criminosos fazem tanta questão de permanecer em presídios de São Paulo.

A ousadia da operação do PCC, a segunda tentativa de resgate frustrada em menos de seis meses, revela a um só tempo o enorme poder de fogo e o grau de apreensão da bandidagem. O plano seguiria o modelo de “sitiamento”, o mesmo aplicado em grandes assaltos a transportadoras de valores e agências bancárias em São Paulo. A ideia era a seguinte: um comboio com dezenas de veículos chegaria de surpresa pela madrugada às proximidades do presídio, e homens armados com fuzis se posicionariam em frente às delegacias e quartéis para impedir a saída dos policiais. Em seguida, caminhões e carros seriam queimados em ruas e rodovias, servindo como barricadas de fogo para liberar o caminho para a fuga. Por fim, um helicóptero estaria à disposição para apanhar os detentos, enquanto os guardas ficariam ocupados trocando tiros com os assaltantes do lado de fora e contendo a rebelião do lado de dentro. Segundo as investigações, os criminosos estariam posicionados na fronteira com o Paraguai esperando o aval para agir.

(...)


Desde o início de outubro, blitz começaram a ser feitas nas estradas de Presidente Venceslau, bloqueios foram armados na divisa de São Paulo com Mato Grosso do Sul, dois helicópteros sobrevoam diariamente o presídio e há pelo menos um blindado da Tropa de Choque, comprado do Exército israelense, de prontidão. O aeroporto de Presidente Venceslau foi interditado. “Estamos preparados para a guerra”, disse a VEJA o deputado Coronel Telhada (PP), que comandou a Rota por três anos e cujo filho, Rafael, integra a equipe em treinamento. Nas penitenciárias do estado impera um “silêncio estranho”, na avaliação de agentes ouvidos pela reportagem. Não há rodas de conversa na hora do banho de sol nem troca de bilhetes entre as celas. Para os agentes, o estado é de alerta máximo, no mesmo patamar de 2006.
O governador Márcio França (PSB) passou os últimos dias em contato permanente com o secretário de Segurança Pública, Mágino Alves, e com o secretário de Administração Penitenciária, Lourival Gomes, que foram avisados pelos investigadores de que o plano de fuga ainda não havia sido abortado pela facção. O sinal disso é que, na segunda-­feira, dois drones foram vistos sobrevoando a região da penitenciária, sem que a polícia conseguisse abatê-los. Contudo, prestes a deixar o cargo para João Doria (PSDB), França decidiu não agir. Manterá as tropas em Presidente Venceslau até o final de seu mandato, deixando que seu sucessor tome a decisão que julgar mais adequada.
Tratando-se de Marcola, todo cuidado é pouco. Antes de virar líder de facção, fugiu duas vezes da prisão. Na última, em 1998, quando estava em liberdade, estruturou as rotas de tráfico que são usadas até hoje pelo PCC. Foi recapturado, mas o sistema que criou só prospera.

MATÉRIA COMPLETA  em VEJA de 14 de novembro de 2018, edição nº 2608

domingo, 30 de setembro de 2018

Ao proibir entrevista com Lula, Luiz Fux impõe censura prévia por canetada

O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a jornalista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, a entrevistar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na prisão nesta sexta (28). A decisão foi uma resposta a uma reclamação feita pelo jornal de que a negativa da 12ª Vara Federal em Curitiba em permitir a entrevista representava censura à atividade jornalística e limite à liberdade de expressão.

[face a notória inteligência e competência da ilustre autora da matéria abaixo e também do Blogueiro , temos a convicção de que ambos tem  plena consciência que concedido ao condenado Lula - sentenciado a pena superior a doze anos, em regime fechado (sentença e prisão confirmadas em várias instâncias, inclusive no Plenário do STF) - o direito de conceder entrevistas, o precedente pode ser invocada para que qualquer repórter policial requeira (e obtenha) permissão para entrevistar Marcola, Fernandinho Beira-Mar, Elias Maluco, os Nardoni e dezenas de outros = afinal Lula é um criminoso comum igual aos citados e está sujeito as mesmas restrições daqueles.

A melhor prova do afirmado é que Lewandowski não piou ao ser desautorizado por Fux e ter um outro pedido (sempre a favor do presidiário petista) negado publicamente, pelo presidente do STF.

Por todo o exposto, só resta considerar que o Sakamoto teve uma perda repentina de memória.]


Logo depois, o ministro Luiz Fux suspendeu a decisão de Lewandowski e determinou que, se a entrevista já estivesse pronta, fosse censurada. “Determino que o requerido Luiz Inácio Lula da Silva se abstenha de realizar entrevista ou declaração a qualquer meio de comunicação, seja a imprensa ou outro veículo destinado à transmissão de informação para o público em geral”
“Determino, ainda, caso qualquer entrevista ou declaração já tenha sido realizada por parte do aludido requerido, a proibição da divulgação do seu conteúdo por qualquer forma, sob pena da configuração de crime de desobediência”, completou. Vamos tentar deixar mais claro: 

1 -  Não sei se vocês estão sabendo, mas o Lula está preso.

1    2 - Teve ''prende, não prende'' (execução provisória da pena é automática?), ''solta, não solta'' (desembargador Rogério Favreto versus Polícia Federal + juiz Sérgio Moro, num domingo, lembra?) e agora tem o ''fala, não fala''.

      3 -  Jornais e portais de notícias pediram pra entrevistar Lula. Juíza de execuções, que cuida da execução penal de Lula, disse não.

      4- Mas preso tem direito de dar entrevista? Pergunta errada. Quem decide quem é ou não relevante para falar na imprensa é a imprensa. Se a justiça decide antes quem pode ou não falar na imprensa, rola uma coisa chamada censura prévia.

[ Com o devido respeito ao ilustre Blogueiro e a douta autora  lembramos que a Lei de Execuções Penais é o instrumento legal para regular todo o processo de cumprimento da pena por um criminoso condenado. 

Referido Diploma legal, promulgado há vários anos e nunca contestado, não concede aos criminosos condenados e cumprindo pena o direito a ser entrevistado.

Excepcionalmente e desde que não cause transtornos à Segurança Pública, o juiz da Vara de Execuções Penais pode autorizar uma entrevista. No caso do presidiário Lula além dos transtornos causados à Segurança Pública, existe o risco de por ser aquele condenado contumaz violador dos protocolos que norteiam o cumprimento de uma pena, de outras consequências mais sérias, pondo em risco, por confundir o eleitor, até mesmo as eleições do próximo domingo.]

(...)


 (*) Eloísa Machado é professora da FGV Direito SP, especialista em direitos humanos e coordenadora do Centro de Pesquisa Supremo em Pauta

[Sugerimos aos nossos leitores que leiam o Editorial, jornal O Estado de S. Paulo,  'o pt quer tomar o poder' que mostra com clareza incontestável o  absurdo representado e os perigos oferecidos quando é permitido a um criminoso condenado conceder entrevistas. ]