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sábado, 18 de abril de 2020

Meio general “tipo 64” já serviria !!! - Sérgio Alves de Oliveira


Cada vez mais aumenta a curiosidade das pessoas para saber a quantidade de generais que  têm o  Exército Brasileiro, e oficiais superiores  equivalentes, nas outras duas “Forças” (Marinha e  Aeronáutica), em plena “atividade ”e  ,dentro desse total ,quantos teriam recebido essa  promoção durante o período em que o PT governou, de 2003 a 2014.

Na verdade seria conversa para “boi dormir” qualquer suposição que descartasse completamente  que os aspectos ideológicos dos candidatos habilitados ao generalato  não tivessem  influenciado a “rede” de comando das Forças Armadas, capitaneada  desde o  Presidente da República, “Chefe Supremo” das FAs, na  concessão dessas promoções.  E que nesse desiderato , as FAs  tivessem se restringido somente  aos   regulamentos militares, sem   outras “considerações” alheias à carreira militar.

[A carreira militar tem suas especifidades e certamente nela não é privilegiada a política.
Os oficiais generais, - 2, 3 e  4 estrelas - procedem todos do quadro de  oficiais superiores e até este ponto, o critério principal para as promoções é o de merecimento.
Para se tornar oficial superior há necessidade do Curso de Estado Maior e Comando.
Assim, o espaço para promoção político ao quadro de oficiais generais e dentro deste, se houve, é mínimo.
A propósito o número de oficiais generais - 2, 3 e 4 - estrelas das três armas é em torno de 300.]  

Apesar do Presidente  Jair  Bolsonaro ter “lotado” o Palácio do Planalto ,  os  Ministérios, e diversos órgãos do governo de 2º escalão, de generais, mais parece que esse “exército” de oficiais superiores acampados no governo não estaria conseguindo impor o respeito que seria de se esperar  de parte  Congresso  Nacional e dos Tribunais Superiores, especialmente do STF, em relação à Presidência da República.                                                                                                              
Simplesmente “eles” não estão deixando o Presidente da República governar. Os boicotes ao governo alternam-se com as sabotagens. Entre uma ação que pode ajudar ou prejudicar o governo, a opção , invariavelmente , será a segunda. Não existe mais “Três Poderes”; o que existe são  Dois Poderes,o Legislativo e o Judiciário, CONTRA  o “outro” Poder, o Executivo.

E sem esse  imprescindível “respeito” dos Poderes Legislativo e Judiciário, em relação ao Poder Executivo, é evidente que fica totalmente prejudicada a  regra constitucional da harmonia, independência, e equilíbrio entre os poderes constitucionais, adotada nos Estados Democráticos de Direito ,desde a doutrina de  Montesquieu.

Alguns oposicionistas radicais,  mal-educados, ousados ,e “desaforados”, e  já ouvi bastante  isso, chegam a afirmar  que “militar reformado é como cachorro morto, pode  seu  chutado à vontade”. Talvez seja essa a razão que explique a relativa queda no prestígio, e mesmo “força” do Clube Militar,por exemplo, que teve  fundamental presença  política  no passado, mas  que hoje  passa a ser (des)considerado  por muitos como se fosse  “nada”.

Observando essa absoluta falta de respeito das autoridades investidas nos Poderes Legislativo e Judiciário, contra o Presidente da República, e seu Governo, ”convido” a minha memória a fazer  um passeio  pelo  passado recente, mais precisamente, entre   1964 e 1985. Alguém teria conseguido registrar nesse  período histórico  do “passado” sequer  um só “desaforo” contra os 5 (cinco) Presidentes  do Regime Militar, durante os seus  21 anos de gestão, parecido com a “enxurrada” de  dezenas de desaforos “diários” que jogam  contra  o Presidente Bolsonaro?

Voltando um pouco no tempo:  no dia 20 de março de 1964,o então Chefe do Estado Maior do Exército Brasileiro, General Humberto de Alencar Castello Branco, expediu uma “circular reservada aos Generais e demais militares do Estado  Maior do Exército”,exortando-os a reagir contra o discurso proferido no dia 13 do mesmo mês, no comício organizado pelo Comando  Geral   de Trabalhadores-CGT, onde ameaçaram  a instalação de uma assembleia nacional constituinte para aprovação das então chamadas “reformas de base”, acompanhada de uma greve geral no país, dentro desse objetivo e que ,se  porventura vingasse, traria enormes  e irreparáveis transtornos ao país.

Essa “circular reservada” acabou acendendo formalmente a chama do Movimento Revolucionário  cívico-militar , que  já vinha sendo ”conspirado”, e que teve o seu “clímax” na manhã do dia 31 de março de 1964, a partir da  corajosa atitude do General Olympio Mourão Filho, então Comandante da 4ª RM/4ª-DI, de Juiz de Fora/MG, que comandou  a “arrancada” das  suas tropas na marcha para  derrubada do Governo João Goulart, e que nesse percurso  teve a adesão do Marechal Odilio Denys, e suas tropas que,”teoricamente”, teria a missão de “frear” a marcha “revolucionária” do General Olympio Mourão, mas que acabou aderindo à causa revolucionária.

[Os militares que estão no governo Bolsonaro, com raras exceções, são militares da reserva, portanto, sem comando de tropa, lhes sendo asseguradas todas as vantagens inerentes ao posto, respeitadas as prerrogativas e obrigações estabelecidas no Estatuto dos Militares e legislação complementar.] 

Ora, esse  “chove mas  não molha” que trava completamente o Governo Bolsonaro só pode ter uma das seguintes  explicações: 
(1) Ou  esse “batalhão” de ministros e  assessores  militares  acampados no Palácio do Planalto , e “cercanias”, são  “melancias” disfarçadas),deixando tudo como  está  para inviabilizar e desgastar   o Governo Bolsonaro, e com essa atitude  de omissão  facilitar  o retorno da esquerda à Presidência da República, nas eleições de  outubro de 2022 ; 
(2)  Ou seríamos forçados a reconhecer que  “NÃO SE FAZEM MAIS GENERAIS COMO ANTIGAMENTE”!!!


Sérgio Alves de Oliveira - Advogado e Sociólogo



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