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quinta-feira, 30 de abril de 2020

Ministro da Saúde contorna perguntas e deixa de orientar a população - Míriam Leitão

O Globo

O ministro Nelson Teich abusa do direito de ser vago. Ele contorna perguntas, dá respostas oscilantes num momento dramático da vida do país. Teich assumiu o cargo há duas semanas. Ele sabia que seria exigido dele mais decisão durante a pandemia. Na sessão com senadores, na quarta-feira, o ministro passou o tempo todo contornando as perguntasOs parlamentares ficaram negativamente surpresos com a participação de Teich 

[Não somos peritos em combate a pandemias, mas gostamos de observar e tirar conclusões:
1ª - Japão não adotou distanciamento social, isolamento social e medidas do gênero e tem um índice de 2 mortes por milhão;
2º - Brasil é o segundo do mundo em novos casos e o 4º em mortes,  na frente só os EUA,  e a curva nunca se achata.
São Paulo iniciou as mortes e foi o primeiro estado a implantar isolamento, distanciamento, ameaçar com prisão e continua liderando o número de casos e de mortos.

Rio, idem, idem.

Convenhamos que a tentação de seguir o Japão é irresistível.
Brasília, até que aparenta a situação estar sob controle - o que nos deixa felizes, tanto como brasilienses quanto como seres humanos.
Mas, os dados do DF despertam algumas dúvidas.

O jornalista Bernardo Mello Franco, do GLOBO, faz um relato da sessão. Em certo momento, o ministro foi questionado se a recomendação é para ficar em casa. Simplesmente perguntar se fica em casa ou não é resposta simplista para um problema que é heterogêneo.” Ora, era simples responder. Quem puder fique em casa e quem tiver que sair deve adotar tais medidas de proteção. O país espera uma orientação do Ministério da Saúde.  

É claro que o problema é heterogêneo, no mundo, no país e nas cidades. O secretário-executivo da pasta, Eduardo Pazuello, repete que o Brasil é grande, tem tamanho continental. Isso aprendemos no ensino primário. Em um momento, perguntam sobre a posição do presidente, que é contra o isolamento social"Não vou discutir o comportamento. Mas posso dizer que ele está preocupado com as pessoas e com a sociedade”, disse o ministro.  

Teich pode até não entrar em conflito com o Jair Bolsonaro, ele pode encontrar outra resposta para a pergunta que é uma saia justa. Mas ele tem que orientar as pessoas. O desempenho é muito ruim. O momento é de crise, exige do ministro respostas mais positivas.  Além disso, há a questão da linguagem corporal. Teich há duas semanas chegou ao Palácio de máscara, e hoje não a usa maisEle está dizendo, pelo exemplo, que não é preciso usar a proteção, que cada vez mais estados estão exigindoTeich foi lá cumprir um mandato: não incomodar o presidente manter no ar a dubiedade que o governo sempre teve sobre as medidas de proteção nesta pandemia. 

Míriam Leitão, jornalista - O Globo





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