A pasta de Obras e Infraestrutura foi negociada por Witzel diretamente com Rodrigo Maia. O deputado federal indicou para o cargo Bruno Kazuhiro, presidente nacional da Juventude do DEM e ex-assessor do vereador Cesar Maia, pai de Rodrigo. A secretaria é estratégica e responsável, por exemplo, pela Empresa de Obras Públicas do Rio (Emop), pela Companhia Estadual de Habitação e pelo Instituto Estadual de Engenharia e Arquitetura.
Já a bancada do DEM na Alerj indicou o diretor-presidente Francisco Luiz do Lago Viégas à Imprensa Oficial. A autarquia cuida da publicação dos atos dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Os deputados estaduais do partido são Dr. Deodalto, Fábio Silva, Filipe Soares e Samuel Malafaia. Na última semana, André Corrêa, preso na Operação Furna da Onça, braço da Lava-Jato no Rio, reassumiu o mandato por decisão da Justiça. Filipe é filho do missionário R.R Soares, líder da Igreja Internacional da Graça de Deus. Samuel é irmão do pastor Silas Malafaia, dono da Assembleia de Deus Vitória em Cristo.
Interlocutores ouvidos por VEJA contaram que Rodrigo Maia gostou da demissão do ex-secretário estadual da Casa Civil André Moura. Os dois são desafetos desde a gestão do ex-presidente Michel Temer (MDB). À época, Maia articulou para ser o líder do governo, com o apoio do ex-ministro Moreira Franco. Mas quem assumiu a função foi Moura com a ajuda do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (MDB). Enquanto isso, o Republicanos, agora ex-aliado de Witzel, divulgou uma nota em que anuncia a saída do secretário de Trabalho e Renda, Jorge Gonçalves. Ele apresentou uma carta-renúncia. O comunicado foi assinado pelo presidente estadual da legenda Luis Carlos Gomes. Nele, Gomes justifica: “A corrupção já é abominável em qualquer circunstância, mais terrível ainda em meio ao caos e sofrimento da pandemia, com milhares de infectados e óbitos”. Na Alerj, o partido conta com quatro parlamentares.
Recentemente, o vereador carioca Carlos Bolsonaro e o irmão dele, senador Flávio Bolsonaro, filhos de Jair Bolsonaro, se filiaram ao Republicanos. Witzel é hoje um dos principais inimigos políticos da família presidencial. A legenda é a mesma do prefeito do Rio, Marcelo Crivella.
VEJA - Política
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