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segunda-feira, 22 de junho de 2020

Dez motivos para culpar Bolsonaro por mortes da Covid-19 - Blog do Noblat

Por que Bolsonaro não compareceu até hoje ao velório de uma única vítima do coronavírus?

No dia  em que o Brasil superou a triste marca de 50.650 mortos e mais de 1 milhão de infectados pelo coronavírus, o presidente Jair Bolsonaro voou de Brasília ao Rio para participar do velório de um militar paraquedista. À tropa ali reunida, Bolsonaro disse que foi grande amigo do general Leônidas Pires Gonçalves, ministro do Exército durante o governo José Sarney.  Para variar, mentiu. Está em livros de história que o general fez tudo para punir Bolsonaro, acusado de ter planejado atentados à bomba a quarteis quando reivindicava melhores salários para soldados como ele. Em troca do título de capitão, Bolsonaro acabou concordando em ser afastado do Exército por indisciplina e conduta antiética, como consta de sua folha corrida.

Por que Bolsonaro não compareceu até hoje ao velório de uma única vítima do coronavírus? 
Não precisaria deslocar-se para outra cidade. Não se passa um dia sem que novos mortos sejam sepultados em cemitérios de Brasília e das cidades do seu entorno. No Paranoá, a pouca distância do Palácio do Planalto, de cada 100 pessoas testadas, 30 têm o vírus. É onde mais se morre.  [comparecer a enterros é um ato de caridade cristã e também usado por muitos políticos para fazer demagogia se valendo da infelicidade alheia.
Pergunta: com sinceridade o que vale, em termos de medidas efetivas para combater a covid-19, o presidente comparecer ou não um enterro ou velório? ]

O que fez Bolsonaro até agora desde que o primeiro brasileiro perdeu a vida para o Covid-19 no final de março último?
1. Por ignorância ou, pior, maldade, subestimou a doença como se ela não passasse de uma “gripezinha.
2. Por uma ou a outra razão, acreditou que a pandemia só seria contida depois que contaminasse 70% da população. Haveria mortes? É claro que sim, mas e daí? A morte é o destino de todos, como observou um dia.
3. Por ignorância ou interesse monetário, apostou contra todas as evidências científicas que a cloroquina deteria o avanço do vírus, salvando vidas se receitada desde o início da doença. O Exército produziu a droga em larga escala, e ainda produz.
4. Recorreu ao Supremo Tribunal Federal contra as medidas de isolamento social baixadas por governadores e prefeitos a conselho da Organização Mundial da Saúde. Como o tribunal as manteve, passou a sabotá-las ostensivamente.
5. Demitiu o ministro Luiz Henrique Mandetta, da Saúde, em meio à pandemia. Provocou a demissão do sucessor dele, o médico Nelson Teich. Promoveu um general que só entende de logística a ministro interino da Saúde. Orientou-o a esconder o número de mortos. O general transformou o ministério em um cabide de emprego para militares da ativa e da reserva.
6. Foi sob a pressão de Bolsonaro que alguns governadores e prefeitos afrouxaram a regra do isolamento social. Vidas importam, mas a economia importa mais. Em vários lugares onde o comércio reabriu, aumentou o número de mortos e de infectados. Tem dono de shopping que amarga prejuízo por tê-lo reaberto.
7. Se tivesse dependido somente dele e do ministro Paulo Guedes, da Economia, o auxílio aos brasileiros mais pobres seria de 200 reais por dois ou três meses. É de 600 reais graças ao Congresso.
8. Bolsonaro deu o mau exemplo de circular em Brasília sem usar máscara. Contrariou as determinações médicas de não aproximar-se de pessoas desprotegidas e de não tocá-las. Uma vez, ao pé da rampa do Palácio do Planalto, tocou em 272.
9. Politizou o combate ao coronavírus. Os momentos mais tensos do seu governo até aqui foram provocados por ele para tirar a atenção sobre a doença. Entrou em conflito com os demais Poderes e quase desatou uma grave crise institucional.
10. Agora que o primeiro pico da doença se aproxima, está às voltas com a prisão de Fabrício Queiroz, operador financeiro do seu filho Flávio, acusado de desvio de dinheiro público. Entrega cargos do governo ao Centrão para driblar o risco de ser derrubado.
[vamos ser absolutamente francos e lembramos que a pergunta feita pelo ilustre articulista em seu Post é: "Dez motivos para culpar Bolsonaro por mortes da Covid-19"

Pergunta objetiva, direta  e que não deixa espaço para qualquer ilação entre algum ato dos itens 1 a 3 e 5 a 10 e a causa de morte. 
Os dois primeiros itens, podem ser inadequados por apresentar equivalência com  "falar em corda em casa de enforcado".

A conduta do item 4, pode ter tido alguma consequência no aumento do número de mortes, já que recorrendo ao Supremo o presidente Bolsonaro ensejou que a Suprema Corte atribuísse competência aos governadores e prefeitos, abrindo espaço a sucessão de erros que se vê na 'quarentena meia-boca' que governadores e prefeitos batendo cabeça criaram e agora estão tentando sair na base do faz e desfaz e a curva nunca achata. Não tivesse o presidente recorrido, muito provavelmente, a situação não estaria dramática como agora;

O item 5 ao demitir um ministro palanqueiro, que tinha como mote a OMS -  organismo internacional que deu algumas mancadas bem feias - o presidente tentou acertar, só que não foi muito feliz na escolha do sucessor e trocou muita conversa e nenhuma ação por pouca conversa e nenhuma ação concreta. 

O exposto no item 6 nada mudou, já que algumas das excelências - governadores e prefeitos - não cederam a pressões (afinal tinham e tem o respaldo da decisão do Supremo Tribunal Federal) e sim recuaram por não saberem o que fazer com o poder que lhes foi dado.

O 7 tem seu valor pelo aspecto financeiro, minorando as necessidades aumentadas pela pandemia da covid-19, mas com influência zero no aumento ou declínio do número de mortos;

Os 8, 9 e 10 por maior que seja a intenção de acusar o presidente Bolsonaro, não se consegue ver nenhuma relação entre aqueles atos e o número de mortes.]

Haverá maior sócio do coronavírus do que Bolsonaro?
[A exclusividade é, majoritariamente, dos governadores e prefeitos.]

Blog do Noblat - Ricardo Noblat, jornalista - VEJA


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