Serão 247 milhões de
toneladas de grãos, segundo o IBGE – ou mais de 250 milhões, segundo a
Conab, do Ministério da Agricultura. A diferença se deve aos critérios
que são utilizados para contabilizar a safra brasileira: o IBGE
considera a produção durante os doze meses do ano e a Conab segue o
calendário da safra , que vai de julho ao mês de junho seguinte. Seja
como for, é um número extraordinário. Essa
safra, somada a produção da pecuária, é suficiente para alimentar entre
1 bilhão e 1,5 bilhão de pessoas – cinco ou seis vezes o total da
população brasileira, o que dá ao Brasil, como se diz, uma “segurança
alimentar” completa e permitirá ao país vender para o resto do mundo,
neste ano de 2020, cerca de 205 bilhões de dólares.
Não
existe possibilidade de “crise cambial”, essa doença inseparável das
economias subdesenvolvidas, com mais de 200 bi de exportação agrícola –
só aí haverá um saldo de quase 40 bi que vai direto para as reservas de
divisas. Na verdade, de um modo mais amplo, não existe crise econômica
de verdade num país com esse desempenho no seu agronegócio.
O
coronavírus, que deixa as cidades e as elites governamentais em pânico,
não teve efeito nenhum da produção do campo brasileiro. É uma má
notícia para o bloco político [turma do mecanismo] que no momento joga todas as suas fichas
na destruição da economia, do trabalho e dos sistemas produtivos do país
– a maneira mais eficaz (ou até a única), segundo se imagina, para
substituir esse governo por outro nas eleições de 2020 – ou mesmo antes
disso, no submundo dos tribunais de Brasília.
[tem a turma que deseja que a pandemia fique indefinidamente - o Brasil vivendo sob estado de calamidade, emergência sanitária, a população confinada e a 'turma' comprando em caráter emergencial;
- há exceções, ainda existe pessoas honestas, mas a maioria se aproveita para praticar o que mais gostam; corrupção.]
O
Brasil não quebra com mais uma safra dessas e os seus bilhões de
dólares – dinheiro que não interessa apenas ao Banco Central e à
população do interior, mas mantém viva, com empregos, lucro e
investimentos, toda a vasta indústria ligada a produção do campo – de
alimentos a máquinas agrícolas, de equipamentos a insumos tecnológicos,
de defensivos agrícolas a fertilizantes e vacinas, sem contar a área de
serviços que cresce a cada ano em função do agronegócio.
Não
são apenas o Mato Grosso e o Paraná, os dois maiores produtores do
maior produto da pauta brasileira de exportações - a soja – que se
reforçam com o sucesso do agro. É todo o Brasil que hoje trabalha para o
campo e em função dele. Também não são apenas os produtores de soja que
estão ganhando. O Brasil é hoje o maior exportador mundial de açúcar,
café, suco de laranja, carnes e frangos – e vem logo em seguida em
milho, algodão e outros produtos.
É esse o país que conta. É ele que vai
segurar o resto.
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