Brasília vive o vaivém das decisões judiciais e do Executivo sobre abrir ou não abrir (leia). Pode até ser um caso relativamente pouco frequente em âmbito nacional, mas é sintomático de um dos nossos principais problemas no enfrentamento da Covid-19.
O problema é a bagunça. Ninguém sabe exatamente quem manda e
qual será a decisão que estará valendo amanhã. Troca-se o planejamento, nos
limites do que é possível planejar num quadro como o da pandemia, pela canetada
conforme o humor do momento. E tudo sempre abrigado na casamata de uma hipotética “ciência”. [sobre a '´sábia' ciência, recomendamos: Queijo suíço .]
[quanto ao não se saber quem manda, não pode ser esquecido que a responsabilidade por essa bagunça foi de uma suprema decisão, delegando aos prefeitos e governadores competência para o combate ao coronavírus.
Aliás, a INsegurança jurídica tem sido a tônica nas decisões do STF. Um Brasil com 27 governadores e mais de 5.000 prefeitos tem que ter uma coordenação central e, por óbvio, a cargo do Poder Executivo da União.]
Não deve ser coincidência que os dois países mais afetados,
em valores absolutos, sejam as duas nações no momento mais mergulhadas em
guerras políticas intermináveis, duas federações em que “federação” parece ter virado sinônimo de fragmentação.
Uma parte da responsabilidade pela desorganização cai na
conta da liderança. No fim das contas, o líder sempre é o responsável em última
instância. Mas é inegável que certos sistemas políticos têm sido piores que
outros para enfrentar esta emergência.
Alon Feuerwerker, jornalista e analista político - Análise Política
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