Barroso e Moraes voltam a ser atacados pelo presidente, que também negou ter espalhado fake news
O presidente Jair Bolsonaro (PL)
voltou, ontem, a atacar os ministros Luís Roberto Barroso e Alexandre
de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). "Quem é que esses dois
pensam que são? Vão tomar medidas drásticas dessas, ameaçando, cassando
liberdades democráticas nossas, liberdade de expressão, porque eles
querem assim, porque eles têm um candidato. Os dois, nós sabemos, são
defensores do Lula. Querem o Lula presidente", acusou, citando o
ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, líder das pesquisas de intenção
de voto para o Planalto. [esclarecendo: pesquisas realizadas por telefone, com menos de 1.000 eleitores = autênticas fake news.]
Moraes é relator de quatro dos cinco inquéritos contra
Bolsonaro em andamento no STF. Já Barroso é presidente do Tribunal
Superior Eleitoral (TSE), onde o chefe do Executivo também é alvo de
inquérito. Questionado sobre um artigo no qual Barroso fala sobre o
surgimento de milícias no meio virtual e de "terroristas verbais" que
atacam a democracia, Bolsonaro rebateu em tom sarcástico. Disse que o
magistrado "entende de terrorismo" por ter atuado como advogado do
italiano Cesare Battisti. "De terrorismo, ele entende. Ele defendeu o terrorista
Cesare Battisti. É um direito dele defender terrorista? É um direito. Um
advogado tem direito de defender qualquer pessoa, (mesmo) que seja um
pedófilo. Eu não defenderia", continuou.
Bolsonaro também negou ter espalhado fake news. "Qual o
crime que eu cometi, senhor Luís Roberto Barroso? Que crime eu cometi?
Quais as fake news que eu pratiquei? Falam que tem um gabinete do ódio,
me apresente uma matéria que seria do gabinete do ódio", desafiou.
Ele ainda criticou uma declaração de Moraes, feita
durante julgamento em outubro, quando o TSE arquivou ações pedindo a
cassação da chapa Bolsonaro-Mourão por propagação de disparo em massa de
notícias falsas na corrida eleitoral de 2018. De acordo com o
magistrado, a punição contra fake news será a "cadeia". O presidente
afirmou que o ministro agiu "fora das quatro linhas" da Constituição.
"Fui julgado no TSE, a chapa Bolsonaro e Mourão, no
final do ano passado, e lá foi a vez do senhor Alexandre de Moraes falar
claramente: 'Houve, sim, fake news. Houve disparo em massa. Sabemos. No
ano que vem, se tiver, vamos cassar o registro e prender o candidato'.
Olha, isso é jogar fora das quatro linhas."
Política - Correio Braziliense
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