Gazeta do Povo - VOZESOs
fatos, exatamente como eles são, provam além de qualquer dúvida
razoável que está valendo tudo para devolver a presidência da República a
um político condenado por corrupção e lavagem de dinheiro, com vinte
meses de cadeia nas costas e a fixação de ir à forra contra os que
aplicaram a lei para punir os crimes pelos quais foi condenado na
justiça brasileira.
O comando dessa escalada funciona nos galhos mais
altos do poder judiciário de Brasília, a partir da parceria STF-TSE.
Decidiram, ali, que o próximo presidente tem de ser Lula e, para impor
isso ao Brasil, negam-se sistematicamente a cumprir as leis, a começar
pela Constituição Federal.
Tudo o que ele exige para reprimir a palavra
dos adversários, ou apenas dos críticos, é concedido imediatamente pelos
sócios do STF-TSE; tudo que possa criar algum problema para a sua
campanha é proibido. O espasmo mais brutal dessa agressão à democracia é
a censura, agora sem nenhum disfarce, que acabam de aplicar contra a Gazeta do Povo.
A censura contra a Gazeta
é um ato puramente ditatorial – ou como diriam os juristas, um “ato
ditatorialmente perfeito”. Não há uma única sílaba, em toda a lei
brasileira, que permita ao aglomerado STF-TSE fazer o que fez.
Junto com
outras vítimas, o jornal foi proibido de publicar no Twitter, que faz
parte do seu espaço editorial, notícias sobre a expulsão da Nicarágua da
rede de televisão CNN.
Foram censuradas, também, quaisquer notícias ou
comentários a respeito da notória perseguição à religião e a religiosos
que vem sendo praticada pelo governo do país.
Lula achou que isso pode
prejudicar a sua campanha.
Ele sempre insistiu em defender
agressivamente, aos gritos, o ditadorzinho da Nicarágua e a sua
ditadura; o PT, inclusive, publicou nota oficial para comemorar a
eleição do companheiro após uma tempestade de fraudes e denúncias de
todo o tipo.
Mas agora Lula ficou com medo de que os seus amores com a
Nicarágua possam tirar-lhe algum voto. Conclusão: mandou o TSE proibir a
publicação de notícias sobre a tirania do parceiro - e o TSE obedeceu
na hora. É ditadura em estado puro.
A Gazeta do Povo é um órgão
de imprensa, não uma “rede social”. Também não é nem candidata à
eleição nenhuma. Apenas exerceu, ao escrever sobre a Nicarágua, o
direito constitucional indiscutível, assegurado para a imprensa, de
publicar as informações ou opiniões que queira – um advogado de porta de
cadeia seria capaz de ver isso.
O resultado concreto é que a “justiça
eleitoral” proibiu um jornal diário com mais de 100 anos de história a
publicar notícia sobre fatos conhecidos publicamente no mundo inteiro,
já fartamente expostos em centenas de veículos da mídia mundial. Só na Gazeta
não pode – Lula e o TSE não deixam. É a volta ao Brasil da ditadura do
Estado Novo de Getúlio Vargas, ou do AI 5. Qual a diferença?
A censura contra a Gazeta
é um ato puramente ditatorial – ou como diriam os juristas, um “ato
ditatorialmente perfeito”. Não há uma única sílaba, em toda a lei
brasileira, que permita ao aglomerado STF-TSE fazer o que fez
Este
é o Brasil que Lula e o PT querem, de verdade – o Brasil da censura e
do cala-a-boca.
Não é o que dizem na discurseira de campanha; é o Brasil
que vão fazer se voltarem a mandar. Não tem nada a ver com “controle
social dos veículos de comunicação”, ou outra mentira da mesma família. É
censura mesmo – e perseguição direta a um jornal que comete o crime,
para eles, de ser independente e não se ajoelhar diante do PT, nem
obedecer ao “consórcio nacional” que sonha com o dia em que o Brasil
possa ter um órgão de imprensa só. Se isso que Lula, o PT e os seus
sócios no STF-TSE acabam de fazer com a Gazeta não é censura,
então o que seria censura neste país?
Eles não querem, neste caso, que
saia na imprensa nenhuma notícia informando sobre atos concretos e
públicos praticados pela ditadura que governa a Nicarágua.
Pronto: as
notícias não saem. Isso é censurar. Não adianta conversa, aí: é censura
direto na veia. Fica, então, a pergunta-chave: se Lula age desse jeito
hoje, por que ele passaria a se comportar de modo diferente se chegar de
novo à presidência?
A censura à Gazeta do Povo quer
dizer, muito simplesmente, que no período eleitoral a Constituição não
vale no Brasil – e se não vale no período eleitoral, por que voltaria a
valer depois?
Conteúdo editado por:Jônatas Dias Lima
J. R. Guzzo, colunista - Gazeta do Povo - VOZES
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