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segunda-feira, 12 de dezembro de 2022

Flávio Dino já avalia parceria com o STF contra manifestantes

Socialista também quer desarmar a população [menos, bem menos,  cidadão.... por enquanto és apenas um indicado para um cargo público.] 

Sem ainda tomar posse, o futuro ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB-MA), já considera estabelecer uma parceria com o Supremo Tribunal Federal (STF) contra manifestantes que se opõem a Lula. Interpelado pelo portal UOL se vai procurar o STF para municiar-se de informações colhidas nos inquéritos sobre “milícias digitais” e “atos antidemocráticos”, Flávio Dino confirmou a ideia. “É uma possibilidade que depende de decisão do relator, ministro Alexandre de Moraes”, disse o futuro ministro da Justiça, na entrevista publicada nesta segunda-feira, 12. “Se ele autorizar, certamente, serão informações muito importantes para a Polícia Federal executar suas atribuições legais.” [mais um indicado para ser ministro no  governo do analfabeto eleito, que se dispõe a dançar conforme a música determinada pelo ministro Moraes - ontem, foi o indicado para a Defesa e hoje o indicado para a Justiça já se dispõe a entrar na fila do beija mão... .
Em nossa opinião, o direito de manifestação ainda continua valendo na Constituição Federal  para todos - talvez emendem a Constituição e permitam manifestações apenas a favor do atual eleito presidente da República, proibindo as contrárias. Mas, mudar a Constituição  não depende do indicado ministro da Justiça.]

Dino citou dispositivos constitucionais para justificar que os “crimes políticos” sejam tratados na esfera federal. Como o Artigo 109 da Constituição Federal, que dá competência aos juízes federais para processar e julgar “os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços ou interesse da União, ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas”.

“Cabe à Polícia Federal instaurar inquéritos nesses casos”, disse. “Isso será feito. Ou seja, cessará a omissão ou a conivência com aqueles que querem aniquilar o Estado Democrático de Direito cometendo crimes.”

Foto de Flávio Dino fazendo o símbolo do comunismo viraliza na internet

 Lula escolheu o socialista para ser ministro da Justiça

O então governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), desfila no Carnaval vestido de comunista - 05/03/2019 | Foto: Reprodução 

 O então governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB), desfila no Carnaval vestido de comunista - 05/03/2019 | Foto: Reprodução 

Uma foto do futuro ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB-MA), fazendo o símbolo do comunismo viralizou. A imagem foi tirada no Carnaval de 2019, quando Dino era governador do Maranhão, pelo PCdoB.

A fantasia de Dino era composta de um boné verde com estrela vermelha, igual ao do Exército de Cuba, e uma foice e um martelo nas mãos.

MAIS DETALHES, LEIA EM: 


Flávio Dino quer desarmar a população
No domingo 11, mesmo sem ainda tomar posse no ministério, Dino anunciou um decreto que estabelece a restrição a armas de fogo no Brasil. O socialista também mirou a artilharia na direção dos clubes de tiros, ao propor fixar horários de funcionamento para os estabelecimentos e controlar o número de frequentadores desses locais.“Vou apresentar uma proposta de novo decreto, para não ficar um vazio normativo”, disse, em entrevista ao jornal O Globo. “Não basta revogar o entulho autoritário e desvairado que foi editado nessa área. Deve ser também colocada uma nova regulamentação no lugar.”

Segundo o socialista,PT quer estabelecer “normas para o futuro”, pondo fim ao “liberou geral do governo Bolsonaro”. “Sobretudo às armas de uso restrito”, observou. “São regras de funcionamento dos clubes de tiros e normas sobre o arsenal existente, como encurtando prazos de registros de arma.”

Leia também: “Quem apoia a ditadura”, artigo de J.R. Guzzo publicado na Edição 142 da Revista Oeste


sábado, 29 de outubro de 2022

Legalização de drogas, soltar presos e desmilitarizar a polícia: as resoluções do PT [ quem quiser isto, vote no perda total = PT.]

Revista Oeste - Cristyan Costa

Partido excluiu posts com os documentos sobre discussões internas de encontro de grupo de Direitos Humanos da legenda

PT ainda não divulgou todos os elementos do plano de governo
PT ainda não divulgou todos os elementos do plano de governo | Foto: Divulgação [nem vai divulgar; vai perder feito sem divulgar e pior será se divulgar.]

Resoluções aprovadas em um encontro de direitos humanos do PT apoiam uma série de propostas polêmicas. Divulgado em dezembro de 2021, os documentos mostram que a legenda defende a legalização das drogas, a soltura de presos provisórios e até a desmilitarização da polícia. A legenda tirou o conteúdo do ar.

Sobre entorpecentes, o PT comunica, na resolução, que pretende “regular, descriminalizar e estabelecer redução de danos, além de fortalecer a saúde”.

No que diz respeito aos detentos, a legenda sugere “reverter o encarceramento em massa de pretos e pobres, a começar por desencarcerar milhares de presos provisórios”, vistos pela legenda como vítimas da sociedade capitalista.

Em outro trecho da resolução, o PT ataca os militares e propõe mudanças para eles. “Defendemos alterações estruturais nas instituições políticas, entre as quais o papel das Forças Armadas nas suas relações com a sociedade e com Estado e o governo”, diz trecho do documento. “O desafio das esquerdas é fundir as bandeiras da luta democrática com uma visão programática.”

Adiante, o PT defende promover a pauta LGBT, ampliando “direitos do grupo” e garantindo dinheiro para ativismo e criação da “transcidadania”. A sigla quer ainda um Estado “socialista, feminista, antirracista, ambientalista e libertário”.[lembrando que no feminismo proposto pelo perda total = PT = as mulheres serão denominadas pessoas com vagina.]

A resolução também quer criar tribunais especiais e perseguição da livre expressão com justificativas de “defesa dos direitos humanos”.

No documento, o PT ameaça perseguir e “julgar Bolsonaro e seus cúmplices, ao instituir uma política de reparação e punição”. “Memória, Verdade e Justiça. Processar e punir os responsáveis pelo genocídio, criar uma política de promoção da memória, da verdade, com a criação de uma Justiça de transição”, promete o PT. “Tribunal de Manaus para julgar Bolsonaro e seus cúmplices.”

Resoluções do PT são citadas por Bolsonaro em debate
Durante o debate da Globo, o presidente Jair Bolsonaro interpelou Lula sobre os documentos. O petista esquivou-se da pergunta, ao mencionar que as resoluções são definidas pelos diretórios e não, necessariamente, fazem parte do plano de governo enviado ao Tribunal Superior Eleitoral. Até o momento, contudo, o PT ainda não publicou todas as promessas do texto, tampouco os nomes dos ministros, informando divulgará “quando vencer a eleição”.

Leia também: “O PT coloca em prática o plano de amordaçar a imprensa”, artigo de Paula Leal publicado na Edição 134 da Revista Oeste

 

segunda-feira, 4 de julho de 2022

PIB do Brasil pode crescer 5% ainda neste ano - Gazeta do Povo

Vozes - Alexandre Garcia

Cenário econômico

Que tal se eu disser que o PIB vai crescer, neste ano, 5%, sendo que o Itaú disse que vai crescer 1,6%, o Bradesco disse que vai crescer 1,8%? Os Estados Unidos não vão crescer mais do que 1,8%
E se eu dissesse que o Brasil vai crescer o triplo dos Estados Unidos? 
E lembro que o Brasil já cresceu 14%. Eu cobri isso. Trabalhava no Jornal do Brasil cobrindo economia. Foi por entusiasmo e otimismo do povo brasileiro. Não foi ministro da economia, não foi presidente. Foi o milagre brasileiro.

E eu vou contar a razão. No segundo semestre tem o 13º salário, vai ser liberado o fundo de garantia, tem desconto do IPI para linha branca e veículos de até 30%, tem liberação do Pronampe com até R$ 50 bilhões. A gente está vendo aí que quase todos os estados já reduziram o ICMS do combustível, que o governo federal já reduziu impostos federais sobre combustíveis, o etanol já está desligado da gasolina. Além disso saiu o Plano Safra. Os mais otimistas do agro esperavam R$ 300 bilhões e deu mais de R$ 340 bilhões, com juros abaixo da taxa Selic.

E agora tem esse pacote, que já foi aprovado no Senado e está na Câmara, de voucher para motorista de caminhão e de táxi, o Auxílio Brasil, que aumentou de R$ 400 para R$ 600, e o vale-gás. Isso vai ser um combustível incrível na economia. O analista paranaense Ossami Takamoto é que tem essa tese e eu acho que ele vai estar com a razão. A gente vai dar um salto. E se crescermos 5%, talvez o Brasil chegue perto da China e ganhe do resto do mundo. São projeções.

O depoimento de Marcos Valério
No depoimento do Marcos Valério, que foi o operador do Mensalão, quando o governo do PT comprava voto na Câmara e no Senado, ele mostra que lá em Santo André, o prefeito Celso Daniel, que foi assassinado, tinha um dossiê mostrando ligações gravíssimas. Eram sobre a contribuição dos ônibus, perueiros, bingos e sistemas de lavagem de dinheiro do crime organizado para comprar vereadores para trabalhar pelo crime organizado.

Uma ligação gravíssima. Vamos ver qual vai ser a repercussão disso. O Carlos Sampaio, que foi líder do PSDB, disse que vai pedir uma investigação sobre isso.

Ontem fez aniversário a liberação da senadora colombiana Íngrid Betancourt, em 2008, depois de seis anos de cativeiro com as Farc
As Farc é essa outra ligação com o PT através do Foro de São Paulo, que tem por objetivo fazer um bloco latino-americano com moeda única. Um bloco bolivariano, marxista ou socialista.

Bolsonaro lembra Biden sobre a importância de se aliar ao Brasil
Esse foi o ponto alto da entrevista do presidente Bolsonaro na Fox News. Nela, ele lembra o presidente Biden que o Brasil é a grande potência alimentar da América. E pode ser aliada dos Estados Unidos, desde que os EUA deem atenção. Parece que Biden está começando a acordar. [Presidente Bolsonaro! Sugerimos uma cuidadosa avaliação se vale a pena aproximação com os Estados Unidos governado por Biden; lembre-se que logo após assumir a presidência aquele presidente, juntamente com o francês, cogitaram da internacionalização da NOSSA Amazônia.]

AlexandrE Garcia, colunista - Gazeta do Povo - VOZES

segunda-feira, 29 de novembro de 2021

Ação de Graças - Rodrigo Constantino

Monstagem sobre a gravura <i>Pelgrims Holding Bibles</i> / Foto: Montagem Revista Oeste/Shutterstock
Montagem sobre a gravura Pelgrims Holding Bibles / Foto: Montagem Revista Oeste/Shutterstock

O que poucos sabem, porém, é que as primeiras colônias fracassaram. E não foi apenas por fatores relacionados à sorte. Uma das primeiras colônias a instalar-se na América do Norte foi a Plymouth Colony, estabelecida onde hoje é o Estado de Massachussets, nos anos de 1620. Numa experiência inédita até então, um contrato coletivo estabelecia um sistema no qual as propriedades seriam todas comuns. Trocando em miúdos, os Estados Unidos começaram como um experimento socialista.

Toda a produção deveria ser entregue para armazenamento comunitário, do qual cada indivíduo receberia uma fração igual, não importando com quanto contribuísse. Esse coletivismo levou rapidamente a economia da colônia ao caos. Em 1623, apenas dois anos após a chegada dos primeiros pilgrims, a fome já era a regra. William Bradford, que viria a ser governador da província algumas vezes, assim descreveu aquele triste momento da história americana em seu famoso diário: “Aquela experiência durou alguns anos… E bem evidencia a vilania deste conceito de Platão e outros patriarcas antigos, aplaudido por muitos ultimamente, segundo o qual se acabarmos com a propriedade, em prol da riqueza comum, isto fará a comunidade feliz e próspera… Para esta nossa comunidade (até onde aquilo poderia ser chamado de comunidade), o experimento causou muita confusão e descontentamento. Os homens… lamentavam ter de gastar seu tempo e esforços trabalhando para as mulheres e as crianças de outros homens, sem que obtivessem qualquer recompensa…

O liberal João Luiz Mauad assim explica a reviravolta que ocorreu: “Encurralada pelas terríveis circunstâncias, a liderança dos colonos resolveu abolir a estrutura socialista, que engessava qualquer possibilidade de progresso, transferindo para cada família uma parcela das terras, e permitindo o usufruto de tudo quanto seu trabalho produzisse. A eliminação da propriedade comunal em favor da propriedade privada logo mudou o panorama. Os colonos rapidamente começaram a produzir muito mais do que eles mesmos poderiam consumir”.

Não tardou para que o comércio também florescesse e os excedentes da produção fossem trocados com os índios, que lhes entregavam carnes de caça e peles, estas últimas exportadas com largas margens de lucro para a nobreza europeia. “Esta decisão foi um grande sucesso, pois tornou todas as mãos diligentes e industriosas”, escreveria Bradford pouco tempo depois. Mauad apresenta a razão para esse sucesso:  “Uma das virtudes da propriedade privada é justamente estabelecer a conexão entre esforços e ganhos, custos e benefícios, criando incentivos para que as pessoas produzam conforme as suas necessidades e ambições. Porém, o direito de propriedade é também, e acima de tudo, a melhor arma contra a barbárie, a garantia de que o pão obtido com o suor do próprio rosto não será tomado de ninguém arbitrariamente.”

“O capitalismo de livre mercado, baseado na propriedade privada e troca pacífica, é a fonte da civilização e do progresso humano”, sintetiza Thomas DiLorenzo, autor de How Capitalism Saved America, livro em que resgata a transição redentora do socialismo ao capitalismo nas primeiras colônias.

Esse modelo cria um claro incentivo ao ato conhecido como “free ride”, ou seja, pegar carona no esforço alheio

Os primeiros colonos chegaram a Jamestown no ano de 1607 e encontraram um solo incrivelmente fértil, além de muitos frutos do mar e frutas. Entretanto, dentro de seis meses, 66 dos 104 colonos que vieram estavam mortos, a maioria por causa da fome. Dois anos depois, a Virgínia Company mandou mais 500 “recrutas” para se estabelecerem em Virgínia, e, dentro de seis meses, 440 tinham morrido de fome ou doenças.

DiLorenzo argumenta que a ausência de direitos de propriedade destruiu completamente a ética de trabalho desses colonos. Afinal, não existiam incentivos para o trabalho, já que a recompensa pela produtividade não era do próprio trabalhador, mas de “todos”. Esse modelo cria um claro incentivo ao ato conhecido como “free ride”, ou seja, pegar carona no esforço alheio.

Em 1611, o governo britânico enviou Sir Thomas Dale para servir como high marshalna colônia de Virgínia. Dale notou que, apesar de a maioria dos colonos ter morrido de fome, os sobreviventes gastavam boa parte do tempo em jogos. Dale logo identificou o problema: o sistema de propriedade comum. A propriedade privada logo foi adotada, e a colônia imediatamente começou a prosperar, inclusive praticando trocas voluntárias com os índios.

Os investidores no Mayflower chegaram em 1620 a Cape Cod, assumindo um grande risco financeiro, já que os investidores em Jamestown tinham perdido quase todo seu investimento. Ainda assim, eles cometeram o mesmo erro de seus antecessores, estabelecendo propriedade coletiva da terra. Cerca de metade dos 101 aventureiros que chegaram a Cape Cod estava morta em poucos meses. O principal investidor do Mayflower, o londrino Thomas Weston, chegou à colônia disfarçado para examinar a ruína do empreendimento. Mas os problemas logo seriam solucionados da mesma forma que ocorrera em Jamestown. A propriedade coletiva foi abandonada e, em 1650, as fazendas privadas já eram predominantes em New England.

Mas esses colonos, agora prósperos, estavam cada vez mais preocupados com outra ameaça: o governo britânico e sua tentativa de impor o mercantilismo nas colônias. A Declaração de Independência Americana condenava a tirania da Coroa Britânica, assim como sua postura econômica em relação às colônias americanas. A Declaração menciona diretamente o fato de o governo britânico cortar o comércio das colônias com as outras partes do mundo, e o rei foi acusado de criar impostos sem consentimento dos colonos. Nesse sentido, a Revolução Americana foi contra o mercantilismo, e a favor do capitalismo.

Uma das primeiras leis mercantilistas impostas aos colonos foi o Molasses Act, de 1733, que criou uma elevada tarifa para a importação de melaço. Uma série de leis conhecidas como Navigation Acts representou mais um grande passo em direção ao mercantilismo imposto na América. Essas leis foram importantes como causa da Revolução, segundo DiLorenzo.  O grau de imposição mercantilista nas colônias aumentou consideravelmente após o término da Guerra dos Sete Anos, em 1763. Apesar da vitória britânica contra a França, a Inglaterra estava com um enorme déficit e um império gigantesco cada vez mais caro de manter. Uma série de novas medidas para aumentar impostos foi adotada para subsidiar o Império. Em 1764, o governo britânico criou o Sugar Act, que aumentou impostos para a importação de açúcar. Em 1765, o Stamp Act criou a obrigação do uso de selos do governo para todas as transações com papel nas colônias. Em 1767, os Townshend Acts impuseram várias tarifas novas de importação de produtos ingleses.

Em 1773, novas tentativas de aumento de impostos ocorreram. Dessa vez, o Tea Act iria impor tarifas maiores para a importação de chá. Os comerciantes americanos, temendo a ruína econômica com esse ato, se uniram e orquestraram a famosa Boston Tea Party, onde colonos vestidos de índios jogaram toneladas de chá no mar. A Revolução Americana pode ser vista, então, como uma luta contra o mercantilismo, em defesa dos principais pilares do capitalismo de livre mercado, que tinham permitido a prosperidade das colônias.

Nesse feriado de Ação de Graças, muitos vão festejar sem a devida compreensão do que ele representa, especialmente numa época em que a esquerda promove enorme desinformação sobre o passado e o legado da nação. O economista Don Boudreaux resume bem: “Seremos como perus se não conseguirmos compreender a verdadeira fonte de nossa prosperidade. Essa fonte não é a terra em si — não é a sorte —, não é Deus, inexplicavelmente, sorrindo para os europeus que ocuparam o norte do continente americano: é a consistente e generalizada confiança dos mercados na propriedade privada”.

Leia também “A cidadania corre perigo”

Rodrigo Constantino, colunista - Revista Oeste


domingo, 8 de novembro de 2020

Eleições e redes sociais - Por Denis Lerrer Rosenfield

Blog do Noblat 
 

A polarização ideológica cessa de ser eficaz quando um candidato de centro entra como contendor 

As eleições americanas saíram do cardápio de quatro anos atrás, assim como das últimas eleições brasileiras. Se nessas e naquelas a política do ataque e do uso intensivo das redes sociais foram a tônica preponderante, a situação agora mudou completamente. O novo presidente eleito, Joe Biden, é um político moderado, sem o dom da palavra, chegando a gaguejar, e o seu emprego das redes sociais foi em muito inferior ao de seu adversário.

Trump é um político destemido, demagógico que parece acreditar em tudo o que diz por maiores que sejam suas mentiras, em flagrante contradição consegue mesmo. Não recua diante de nada. Se se pode dizer que a sua derrota se deve em muito à pandemia, não é menos verdadeiro dizer que sua comunicação social pandêmica não convenceu os seus eleitores. Suas ginásticas verbais e digitais, em muito semelhantes às do presidente Bolsonaro, foram ineficazes. Quando pessoas adoecem e morrem, não há argumentos, por mais engenhosos que sejam, que possam mascarar a realidade. [uma coisa é certa: apesar da grande possibilidade do democrata ser eleito - o que ocorrendo provará elevada deficiência neuronal do leitor norte-americano - não acreditamos que sejam tão idiotas ao ponto de cogitarem responsabilizar Donald Trump pela pandemia.] A sorte, neste sentido, do presidente brasileiro consiste em que a próxima eleição presidencial não está logo ali, havendo dois longos anos pela frente. No caso dos EUA, o mundo real tomou o lugar do “mundo” digital.

Em redes sociais, o presidente Trump tem mais de 100 milhões de seguidores. Certo deste apoio acreditou em poder menosprezar a imprensa e a mídia tradicionais, mormente representada pela televisão. Não cansava de atacá-las, crendo disto extrair os maiores benefícios, mobilizando seus apoiadores, em boa parte fanáticos. Joe Biden muito longe se situava neste quesito, tendo feito uma campanha muito mais tradicional. Tinha se tornado quase um dogma que eleições, doravante, se ganhariam ou perderiam nas redes sociais. Ora, as eleições americanas mostram a falácia de tal afirmação. O número de seguidores digitais não se traduziu por votos, muitos dos quais utilizaram o meio mais tradicional: correios, como se estivéssemos no século XIX. O país do Google, da Microsoft, da Apple, do Facebook entre outros não cessa de ser o país da imprensa, das redes de televisão, do rádio e dos correios.

A política do ataque, designando o adversário como um inimigo a ser aniquilado, não produziu os resultados esperados. Note-se que o discurso de extrema direita de Trump foi utilizado para combater um candidato moderado, acostumado à prática do diálogo e da articulação política, não se encaixando no perfil do candidato de esquerda, “socialista”, “comunista”. Para Trump, o concorrente ideal teria sido Benny Sanders, contra quem sua demagogia teria tido melhores condições de ser bem-sucedida. Contra um político de centro foi ineficaz. Não conseguiu alcançar a polarização almejada. Eis mais um ensinamento da eleição americana: a polarização ideológica entre extrema direita e esquerda cessa de ser eficaz quando um candidato de centro entra como contendor, sabendo manter-se nesta posição.

A cena democrática não foi capturada por um discurso demagógico, de extrema direita, que desconfia e menospreza as suas instituições. A tentativa de Trump de judicializar o processo eleitoral, a mobilização de seus seguidores mais fanáticos e a busca do confronto estão fadadas ao fracasso. As instituições americanas são sólidas e o que mais prezam os seus cidadãos é a segurança jurídica e a estabilidade institucional, fontes mesmas do seu progresso enquanto nação. Quando da controvérsia eleitoral entre Bush e Al Gore, a propósito da contagem dos votos da Flórida, por mais indefinida que tenha sido a situação, a Suprema Corte interveio, declarou o resultado final e a vida política e social voltou ao normal. O recomeço tomou o seu curso e a sociedade americana voltou ao trabalho e à sua normalidade. Estabeleceu uma linha divisória. [não podemos olvidar que o presidente Donald Trump ainda não reconheceu a suposta vitória do democrata;

Cabe lembrar que a apuração das eleições estão judicializadas, e como bem reconhece o ilustre articulista a Suprema Corte decidiu sobre o conflito entre Bush e Al Gore, intervenção que pode se repetir.]

O tensionamento agora desejado por Trump certamente terá vida curta, por situar-se para além da democracia e dos valores americanos. Eis o limite da demagogia e do uso intensivo das redes sociais.

Blog do Noblat - VEJA - Denis Lerrer Rosenfield,  professor de Filosofia na Universidade Federal do Rio Grande do Sul


quinta-feira, 6 de fevereiro de 2020

Zeitgeist com Twitter - William Waack

O Estado de S.Paulo

Forças profundas favorecem a reeleição de Trump, além da incompetência dos adversários

É evidente a consternação com que parte muito relevante da imprensa americana constata a sucessão de fatos que sugerem um grande impulso para a reeleição de Donald Trump em novembro. 
[sugerimos que parte da imprensa brasileira que tem a mesma conduta acima citada em relação a reeleição do presidente Bolsonaro, procure, desde agora, aprender com a americana como engolir o que certamente consideram indigesto.] 
Livre do impeachment, comemorando o mais longo período recente de expansão da economia americana e até aqui sem adversários do Partido Democrata capazes de enfrentá-lo, “não tem mais coleira alguma que segure Trump”, resignou-se o The New York Times.

De fato, as mudanças que Trump já provocou no sistema político americano e, mais ainda, na visão que os americanos têm de si mesmos e seu papel no mundo parecem irreversíveis – se são benéficas para o futuro do país e a ordem internacional é outra questão. Pois essas transformações têm causas muito mais amplas do que o comportamento que se possa considerar desprezível e ilegal de um indivíduo (Trump). Elas têm de ser vistas como parte de uma revolta mundial contra a democracia liberal. O nosso “Zeitgeist” (espírito de uma época) com Twitter.

Por ser Trump um anti-intelectual a ponto do analfabetismo cultural e errático em seus pronunciamentos, a mesma parte relevante da imprensa americana e internacional assume que ele não tem projeto coerente que precise de uma teoria para ser explicado. Mas é óbvio que visões de mundo podem ser “intuitivas” em vez de “ideológicas” ou “filosóficas”, e que estratégias podem ser instintivas em vez de claramente delineadas e sistematizadas (Bolsonaro entraria nessa última categoria).

É provável que Trump nem entenda direito o tipo de forças que representa. Pois não são apenas radicais as mudanças que ele já provocou – como o fim da percepção do papel “excepcional” de seu país no mundo. Elas refletem um padrão que se constata no sucesso em outras regiões do mundo de regimes autoritários pós-Guerra Fria, o de um profundo ressentimento “provinciano” por parte de camadas significativas de eleitores diante do “mundo cosmopolita” (os tais “globalistas”) defendido por elites econômicas, intelectuais e políticas que perderam a conexão com essas forças subterrâneas, mas decisivas.

Um dos “feitos” de Trump, de forte apelo psicológico, é ter convencido nacionalistas americanos (sempre abraçados na “star and stripes”) a abandonar a ideia de que os EUA sejam moralmente superiores. E que seu país possa ser “great again” sem precisar ser um líder mundial, sem ter o que ensinar a outras nações. É uma mudança monumental em relação ao que foi até aqui o papel representado pelos EUA na ordem mundial que instituiu e liderou após a Segunda Guerra.

Para esse interessante paradoxo que Trump transformou em sucesso eleitoral – a visão de que os EUA são “vítimas” da americanização do mundo a resposta dos democratas é um presente para a campanha do atual presidente. Um autodenominado “socialista” é até aqui um de seus principais candidatos. O chamado “centro” ideológico do Partido Democrata não foi capaz de escalar até agora alguém de forte apelo eleitoral para reconquistar parcelas que, em 2016, abandonaram o partido em pequenos Estados decisivos para a composição do colégio eleitoral (não custa repetir que é indireta a eleição do presidente americano).

Os democratas demonstraram em Iowa, de forte valor simbólico no começo oficial da campanha, assustadora incompetência no uso de tecnologias digitais. Utilizadas com grande eficácia por republicanos, que há mais de década encontraram nas redes sociais uma alternativa ao que identificavam como “bias liberal” da imprensa tradicional. Já usam “geofencing” para abordar grupos específicos de eleitores (católicos, por exemplo) enquanto democratas não conseguem tabular resultados de primárias. A reeleição de Trump não é inevitável. Isso não existe em política e história. Mas se tornou mais provável.
William Waack, colunista - O Estado de S. Paulo
 
 

terça-feira, 15 de janeiro de 2019

A violência continua

“Findada essa novela do caso Battisti, o Brasil precisa encarar a sua própria realidade. A crise de segurança pública no Ceará continua, desafiando as autoridades, com dezenas de atentados”

Cesare Battisti ficará preso na Sardenha, uma ilha belíssima, num presídio de segurança máxima, cujas celas não permitem observar o horizonte no mar Mediterrâneo. É o fim de uma novela diplomática e jurídica, alimentada em razão de uma decisão equivocada do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que não aceitou o pedido de extradição feito pelo governo italiano e concedido pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Por ironia, Lula acabou tendo de cumprir pena primeiro que o ex-terrorista italiano, condenado à prisão perpétua por quatro homicídios.

O refúgio político concedido a Battisti pelo então ministro da Justiça, Tarso Genro, foi o clímax da glamourização da luta armada pelo PT e por outros setores da esquerda brasileira durante sua passagem pelo poder. A conta chegou com a eleição de Jair Bolsonaro à Presidência. Battisti praticou seus crimes quando a democracia italiana vivia uma grave crise, que resultou no assassinato do primeiro-ministro Aldo Moro, o democrata-cristão que negociava um acordo que poderia levar os comunistas italianos liderados por Enrico Berlinguer a compartilhar o poder, o chamado “compromisso histórico”. Foi sequestrado e morto por militantes das Brigadas Vermelhas, organização terrorista de ultra-esquerda, como o partido ao qual Battisti dizia pertencer, Proletários Armados pelo Comunismo.

MATÉRIA COMPLETA, clique aqui

sexta-feira, 16 de março de 2018

Perigoso no Rio não é ser mulher, negra, lésbica e favelada. Morre-se mais por ser PM. Matemática para a esquerda amoral

“Não acabou, tem que acabar; eu quero o fim da Polícia Militar”. Ouviu-se, nesta quinta, esse grito em várias cidades brasileiras, especialmente no Rio e em São Paulo. Como antevi que aconteceria em textos nesta madrugada, as esquerdas foram às ruas e às praças para acusar as forças oficiais de segurança pelo assassinato da vereadora carioca Marielle Franco, do PSOL. Seu partido, em coro com o PT, tentou jogar a tragédia nas costas da intervenção no Estado, como se a ocorrência não reforçasse a necessidade da ação do governo federal.
Protesto realizado no Rio em 2009 contra o assassinato de PMs. De lá pra cá, a coisa só piorou. A esquerda nunca protestou. Ao contrário: pede a extinção da Polícia e silencia sobre o narcotráfico


É claro que o debate sobre o assunto pode ser travado no terreno dos valores, da ideologia, da política. Mas pretendo aqui evidenciar a vigarice moral dessa gente com números, com a matemática. Entrar na rinha puramente valorativa corresponde a dar aos esquerdistas o seu palco predileto, que é o da autovitimização triunfante. Ou vocês, como eu, não cansaram de ler textos a lembrar que Marielle era mulher, negra, favelada, socialista, lésbica e contra a intervenção”? 

Isso faz supor que a eventual morte de um homem branco, do asfalto, liberal, hétero e favorável à intervenção mereceria indignação menor.


Não é de hoje que as esquerdas fazem hierarquia de vítimas e mortos, desde que isso possa servir à sua causa. Há quantos anos escrevo no meu blog contra a barbárie nos presídios e cadeias? Sempre existiu tortura no Brasil. Os camaradas vermelhos só lutaram por indenizações para os torturados com pedigree ideológico. A propósito: se Marielle, ainda que negra e favelada, fosse hétero e de direita, a indignação já seria menor. Se lésbica, mas branca, ainda que socialista, também a comoção industriada seria mais contida. Esses papa-defuntos precisam de uma morta que seja, ao menos tempo, um “combo” de opressões para que, como dizem, “seu martírio não seja em vão”.


O conjunto é nauseante. Essa gente é incapaz de expressar o luto, palavra oriunda do vocábulo latino “luctus”, que deriva do verbo “lugeo”, que quer dizer chorar a perda de alguém. Antes mesmo que possa demonstrar sofrimento, o cadáver é logo carregado em triunfo em nome de uma causa. Sim, só Marielle trazia tantas marcas distintivas da militância e portava tantas bandeiras inclusive o equivocado estandarte contra a intervenção. 

Mas sabem quantos outros seres humanos, a exemplo dela, que também tinha essa condição, foram assassinados no Estado no ano passado? 6.371! O que fez com que a taxa de homicídios chegasse à escandalosa marca de 40 por 100 mil habitantes. Sim, há unidades da federação com números ainda piores. E as esquerdas ficaram em casa. Ataca-se a Polícia? Com efeito, desse total, 1.124 mortes se deram em decorrência de ações policiais, uma taxa de 6,7 mortes por 100 mil habitantes — o número é realmente escandaloso. Mas nada, meus caros, nada mesmo se equipara ao que acontece com os próprios policiais militares, eleitos os vilões da hora. Em 2017, foram assassinados 134, de um total de 45.429 homens.  


[a esquerda, as ONGs, a turma dos direitos humanos gostem ou não o Policial Militar ou de outra corporação tem o DIREITO e o DEVER de NÃO SE DEIXAR MATAR - se aborda um suspeito e este reage, deixou de ser suspeito, passou a bandido e entre tombar ele ou o policial, que morra o bandido.
A taxa de homícidios geral do Rio é de 40 por 100 mil habitantes - elevada;
A de pessoas mortas em confronto com a Polícia  já é bem menor - 6,7 mortes por 100 mil habitantes - e sempre provocada pela reação de suspeitos (nunca a esquerda os chama de bandidos) à ação policial;

A de policiais militares mortos é de 290 policiais por 100 mil.

E nenhuma droga de ONG, ou qualquer outra droga que se proponha a defender direitos humanos, diz uma palavra sequer sobre a matança de PMs.]
 

Preste atenção, leitor, para o tamanho da delinquência moral da esquerda que grita “Não acabou, tem que acabar; eu quero o fim da Polícia Militar”. Relembro: houve 40 homicídios por 100 mil habitantes no Rio; a PM matou 6,7 pessoas por 100 mil habitantes. É tudo estúpido e assustador. Ocorre que a taxa de mortalidade dos polícias, se convertida a essa relação, atinge a marca insana de 249,6 mortos por 100 mil. Confrontar um esquerdista com a verdade pode não ser nem fácil nem difícil, mas apenas inútil. Mas sou obrigado a fazê-lo.

Que se vá até o fim para saber quem matou Marielle. Até porque aquele que o fez sabia que a esquerda botaria a boca no trombone contra a intervenção. Era o que queriam os assassinos. Os companheiros vermelhos, também contrários à ação federal, cumprem rigorosamente a vontade do crime organizado. Contra o narcotráfico, nem um miserável pio.

“Marielle, presente!”

Essa mesma esquerda deveria ter saído às ruas, no ano passado, para dizer “Washington, presente”; “Claudenilson, presente!”; “Wilson, presente”, “Josés da Silva sem Pedigree Militante, presente!” 

 Poderia tê-lo feito que cada uma das 134 vezes em que o crime organizado matou um PM. Também ele, quase sempre, preto de tão pobre e pobre de tão preto. Sei que um esquerdista diante da verdade se comporta como o diabo diante da cruz, mas a verdade inescapável é que perigoso mesmo, arriscado mesmo, quase suicida, no Rio, não é ser mulher, homem, negro, branco, hétero, homo… Arriscar-se de verdade, no Rio, é ser policial militar. E isso os delinquentes não admitem porque lhes falta a moral necessária para consultar a matemática dos fatos e lhes falta a matemática dos fatos para instruir a sua amoralidade barulhenta.

Preferem atuar como propagandistas do narcotráfico.

Blog do Reinaldo Azevedo

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