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terça-feira, 2 de novembro de 2021

OS JOVENS E O SOCIALISMO

Autor desconhecido*

Há um fenômeno ocorrendo nos países mais prósperos do mundo: os jovens afirmam ter sentimentos positivos em relação ao socialismo. Em uma pesquisa de 2017, 51% dos millennials se identificavam como socialistas, com adicionais 7% dizendo que o comunismo era seu sistema favorito. Apenas 42% preferiam o capitalismo.

Em alguns casos, a defesa do socialismo ocorre abertamente, como nos EUA, onde os jovens que apoiam o Partido Democrata abertamente se auto rotulam como socialistas. Em outros, a defesa é menos explícita, como nos recentes protestos no Chile. 
Em comum, vemos jovens de países prósperos, que vivem em meio a uma abundância nunca antes alcançada na história do mundo, exigindo mais poder estatal e mais intervenções, e menos liberdade de mercado — o mesmo mercado que lhes forneceu toda esta abundância.

O que explica essa contradição?

Quem melhor explicou o fenômeno foi a sempre interessante crítica cultural Camille Paglia (feminista e de esquerda).

Segundo ela, a atual juventude é ignorante em história econômica, e por isso mesmo enxerga suas atuais liberdades de escolha (inéditas na história da humanidade) e a atual riqueza de bens de consumo à disposição (algo também inédito na história da humanidade) como um fato consumado, como algo que sempre foi assim e que jamais irá mudar.

Diz ela:

“Tudo é muito fácil hoje em dia”. Todos os supermercados, lojas e shoppings estão sempre plenamente abastecidos. Você pode simplesmente ir a qualquer lugar e comprar frutas e vegetais oriundos de qualquer lugar do mundo.

Esses jovens e universitários acreditam que a vida sempre foi fácil assim. Como eles nunca foram expostos à dura realidade de seus antepassados, eles não têm ideia de que essa atual abundância é uma conquista muito recente, a qual foi possibilitada por um sistema econômico muito específico.

Foi o capitalismo quem produziu esta abundância ao redor de nós. Porém, os jovens parecem acreditar que o ideal é ter o governo gerenciando e ofertando tudo.

Nossos antepassados tinham uma noção da realidade da vida. Já a juventude de hoje foi criada em um período muito mais pujante. “Perderam o senso da realidade”

Em outras palavras, indivíduos ignorantes sobre história e economia acreditam que a abundância atual sempre existiu e sempre foi assim. Daí é compreensível que se sintam atraídos pela ideia de um socialismo idílico: eles genuinamente acreditam que, sob o socialismo, toda esta abundância será mantida, mas agora simplesmente será gratuita para todos.

Haverá MacBooks, smartphones, roupas de grife, comida farta e serviços de saúde amplamente disponíveis a todos, e gratuitamente. Como resistir?

Acreditando que poderão seguir usufruindo toda esta fartura, eles sonham que terão ainda mais coisas luxuosas sob um governo que confisque a riqueza alheia.

Como disse Cynara Menezes, a famosa “Socialista Morena”:

“No socialismo TODOS terão iPhone!"

Os jovens de hoje (- 40 anos) estão levando o mundo a um buraco negro, e com isso tirando a oportunidade de seus filhos usufruírem de um mundo livre! Serão todos escravos do Socialismo/Comunismo.

Transcrito do site Percival Puggina 

*       A primeira publicação deste texto que encontrei no Google foi feita pelo Instituto Mises Brasil em 11 de dezembro de 2019. 

Em sequência, a publicação inclui uma ampliação do texto, rica em esclarecimentos, cuja leitura recomendo.


terça-feira, 13 de outubro de 2020

Biden já fala em ‘trapaça’ em caso de derrota

Democrata disputa com Trump a presidência dos Estados Unidos

joe biden - trapaça - eleições dos estados unidos

Joe Biden é candidato a presidente dos Estados Unidos pelo Partido Democrata | Foto: Reprodução/Instagram

O democrata Joe Biden, rival do republicano Donald Trump na corrida pela presidência dos Estados Unidos, já tem justificativa em caso de derrota nas urnas. No último fim de semana, o candidato do Partido Democrata afirmou que só perderá a eleição se houver algum tipo de “trapaça.”

Leia mais: “Trump e Biden não entram em acordo e debate é cancelado”

“Vocês precisam votar, porque o único jeito de nós perdermos esta eleição é se houver trapaça nos locais de votação”, disse Biden, segundo o jornal Folha de S. Paulo. Na sequência, sem apresentar quais seriam as fraudes possíveis, o democrata informou que aceitará o resultado do pleito — independentemente de vencer ou não. A declaração de Biden foi feita em ato de campanha na Pensilvânia. O Estado da região Nordeste dos Estados Unidos é considerado um swing state, onde historicamente não há preferência definida entre republicanos ou democratas. De acordo com análise publicada no site FiveThirtyEight, a Pensilvânia poderá decidir a eleição deste ano.

Eleição norte-americana
Joe Biden disputará com Donald Trump, atual mandatário do país e que busca a reeleição, a preferência do eleitorado norte-americano. A eleição presidencial dos Estados Unidos está marcada para 3 de novembro. Com parte do povo votando pelos correios, a expectativa é que o anúncio do resultado leve dias para ser confirmado.

Revista Oeste - Anderson Scardoelli


quinta-feira, 9 de abril de 2020

Falhas de governo - Carlos Alberto Sardenberg

Claro que há diferenças entre governos progressistas e conservadores, mas diante da crise do coronavírus, que não é de direita nem de esquerda, talvez seja melhor separar entre governos bons e ruins.Consideremos dois exemplos: Trump e o socialista Pedro Sanchez, da Espanha.

Há dois dias, o NY Times informou que o conselheiro da Casa Branca para questões de comércio, Peter Navarro, distribuiu um memorando alertando para o risco de uma pandemia. Isso em 29 de janeiro, quando Trump ainda menosprezava os efeitos do “vírus chinês” e considerava os alertas como propaganda do Partido Democrata. Trump garantiu que não leu, nem tomou conhecimento do memorando. Mas disse que não fez diferença porque ele, presidente, agiu por sua própria cabeça. E agiu tarde, como os números americanos provam.

Na Espanha, o primeiro caso de coronavírus apareceu no final de janeiro. Um turista alemão ficou doente e foi tratado na pequena ilha de La Gomera. Curou-se em duas semanas, voltou para casa. E o governo espanhol declarava que o país era território livre do vírus. Logo em seguida, apareceram outros casos. Como eram de turistas italianos, o governo espanhol continuou na mesma tese: a coisa é estrangeira. Em 26 de fevereiro apareceu o primeiro caso local: um homem em Sevilha que não viajara para lugar nenhum. Depois, alguns casos em Valencia, também locais.

Ou seja, o vírus estava circulando pelo país. A situação ainda não era tão grave quanto na Itália, mas qualquer epidemiologista saberia: o contágio se manifestava, exigia resposta rápida. Em 8 de março, o norte da Itália, tomado pela epidemia, foi fechado. Milão, considerado um dos lugares de excelência nos serviços de saúde, entrou em confinamento.
Pois no mesmo dia 8, uma multidão de 120 mil pessoas fazia manifestação em Madrid, pelo Dia Internacional da Mulher, liderada por partidos do governo. Pouco depois estavam doentes três ministros, a mãe e a mulher de Sanchez. Em 14 de março, o isolamento.
Tarde, muito tarde, como indicam os números.

Já na Coreia do Sul, o governo do presidente Moon Jae-In, de centro-esquerda, começou a tomar providências em fevereiro, fechando escolas, por exemplo. Nesse mês, a Coreia tinha mais casos que a Itália. Ontem à tarde, pelos dados da Universidade John Hopkins, a Itália somava 139.422 casos, com 17.669 mortes, letalidade de 12,6%. Na Coreia, 10.384 casos, com 200 vítimas fatais, letalidade inferior a 2%. Nos EUA, a letalidade é de 4%. O governo coreano adotou rapidamente a regra da Organização Mundial de Saúde: testar, testar, testar. E não apenas os doentes ou sintomáticos, como se faz em quase todo o mundo. Por amostras randômicas, foi como se tivessem testado toda a população (como nas pesquisas eleitorais, por exemplo).

Com isso, conseguiam identificar rapidamente onde estavam os focos, logo isolados. A regra é testar e rastrear. Encontrado um infectado, trata-se de seguir as pessoas que estiveram em contato com o doente – pela localização geográfica de celulares, por exemplo, com aplicativos do governo. E colocar todos em quarentena. Para isso, claro, foi preciso dotar o sistema de saúde de testes suficientes, assim como reembolsar as instituições privadas pelos testes feitos.Com isso, verificou-se que, dos infectados, 30% estavam na faixa de 20 a 30 anos. Com praticamente nenhuma morte. Ou seja, nos países que só testam os que têm sintomas, tem muito mais pessoas espalhando o vírus.

Daí a necessidade de isolamento para os países que não têm os testes e os equipamentos em número suficiente. Mas é preciso aproveitar o tempo de isolamento, que atrasa a circulação de vírus, para investir pesadamente naqueles instrumentos de prevenção e tratamento. Finalmente, uma palavra sobre a cloroquina. Mesmo que se venha a provar sua eficiência, isso não elimina a necessidade de isolamento neste momento. Porque se todo mundo sair por aí, numa boa, confiando no remédio, vão faltar leitos e …cloroquina.

Carlos Alberto Sardenberg, jornalista 



Coluna publicada em O Globo - Economia 9 de abril de 2020


domingo, 10 de novembro de 2019

Lula livre - Elio Gaspari


Folha de S.Paulo - O Globo

Há uma pergunta no ar: o que ele fará? Isso só ele sabe

Ideia de vida política sem ex-presidente foi eterna enquanto durou


Desde o dia do seu encarceramento e da derrota do candidato petista à Presidência, seus adversários tiveram uma oportunidade para demonstrar seu anacronismo. Jogaram o tempo fora.  Jair Bolsonaro, o cavaleiro do antipetismo, governa o Brasil há quase um ano testando uma agenda desnecessariamente radical. Sergio Moro, o Justiceiro de Curitiba, tornou-se um ministro subserviente e inócuo. Os procuradores da Lava-Jato enredaram-se nas próprias armações, reveladas pelo The Intercept Brasil. [os que ainda acreditam nas lorotas do intercePTação, deveriam se ater a um pequeno trecho do voto do ministro Celso de Mello - decano do STF e  o mais radical antibolsonarista da Corte Suprema  - na sessão de quinta passada = chamado de voto estilo discurso do falecido Fidel Castro;

em um trecho ele diz 'Constituição que não aceita provas ilícitas' . Ou o ministro Celso de Mello só tem suas opiniões levadas em conta quando são contra o presidente JAIR BOLSONARO?]

Disso resultou que Lula saiu de Curitiba maior do que entrou. [o cara estava preso; uma prisão estilo resort - desperdiçando os já parcos recursos da PF - mas, de qualquer forma preso. 
Tentou radicalizar - só que faltou seguidores.
Aliás, os devotos de Lula minguam desde aquela caravana que ele tentou realizar, faltou audiência, tentaram simular um atentado e faltou credibilidade e desistiram.] Desde que ele foi para a cadeia, muitas foram as radicalizações surgidas na política nacional. Nenhuma partiu dele. 

Há uma pergunta no ar: o que ele fará? Isso só ele sabe. Recuando-se no tempo, sabe-seue a última cadeia de Lula deu-se em 1980, quando ele era visto pelo governo como um líder sindical incendiário. O barbudo entrou na cela do Dops paulista no dia 18 de abril. 

(...)  

O feitiço de Trump Donald Trump é um craque da desinformação. Em abril, com jeito de quem não queria nada, ele disse que o procurador-geral da Ucrânia precisava ir fundo nas investigações sobre corrupção em seu país. Em junho, numa entrevista à rede ABC, revelou que aceitaria informações de outros países contra seus rivais, Não disse quais países.
Teatro, do bom. Rudolph Giuliani, seu advogado pessoal, conversava com os ucranianos desde janeiro, pedindo-lhes que investigassem as atividades do ex-vice-presidente Joe Biden e de seu filho. Em maio assessores de Giuliani estiveram na Ucrânia e em junho a embaixadora americana em Kiev foi demitida, porque estava atrapalhando. 

Para mostrar que falava sério, Trump congelou o projeto de ajuda militar à Ucrânia e em julho deu o fatídico telefonema apertando seu colega Volodymyr Zelensky.Em setembro conheceu-se o teor da conversa e deu no que deu. 

Para quem acompanha esse filme, na quarta-feira o embaixador William Taylor, que substituiu a colega demitida, fará seu depoimento público na Câmara.Taylor tem biografia. Serviu no Exército, combateu no Vietnã e ocupou a embaixada em Kiev durante o governo de George Bush. Ele já denunciou o toma lá dá cá.

Bloomberg

Para alegria da banca e tristeza de Trump, Michael Bloomberg, ex-prefeito de Nova York, sinalizou que disputará a indicação pelo partido Democrata. Ele tem uma fortuna de US$ 53 bilhões e não herdou um só centavo do pai. Trump é filho de milionário.
Bloomberg construiu um império e nunca faliu. Seis empresas de Trump faliram. 

Depois de governar Nova York durante 12 anos, de 2002 a 2013, saiu limpo e aplaudido. Durante a convenção democrata de 2016, quando se sabia que Trump seria o candidato republicano, ele avisou:
“Como novaiorquino, quando eu vejo um vigarista, reconheço-o.” 

Matéria completa Folha de S. Paulo e em  O Globo- Elio Gaspari, jornalista



sábado, 13 de outubro de 2018

O que explica a ascensão de Jair Bolsonaro, que quase levou a eleição no 1º turno

segunda-feira, 1 de outubro de 2018

O juiz contra as mulheres



Escolhido por Trump para a Suprema Corte é alvo de uma saraivada de denúncias de abuso sexual — e, mesmo assim, os republicanos tendem a aprovar seu nome




Na apresentação que fez em um comitê de Justiça do Senado americano após ter sido indicado pelo presidente Donald Trump para integrar a Suprema Corte, Brett Kavanaugh mencionou sua mãe nove vezes. Procuradora em Maryland, ela foi um exemplo para ele, uma “pioneira”. Kavanaugh falou de suas duas filhas, Margaret, de 13 anos, e Liza, de 10, e ainda citou as nove jogadoras do time de basquete da mais velha, do qual ele próprio é treinador. Falou também da esposa, Ashley. “Ela me faz uma pessoa melhor e um juiz melhor. Agradeço a Deus todos os dias pela minha família”, disse.

Enquanto Kavanaugh discorria sobre as mulheres de sua vida, do lado de fora da sala em que se realizava a audiência um grupo de mulheres protestava contra sua nomeação. Desde julho o magistrado vem sendo acusado de ter acobertado casos de abuso sexual. Em meados de setembro, porém, a coisa se complicou ainda mais. Kavanaugh passou a ser acusado de ter abusado sexualmente de mulheres — e com violência. Até a quinta 27, três americanas tinham vindo a público para denunciar condutas inapropriadas do magistrado em sua juventude, quando ele estudava na Escola Preparatória Georgetown, no Estado de Maryland, e na Universidade Yale. Christine Blasey Ford, a primeira a se pronunciar, afirmou que foi molestada em 1982. Segundo ela, Kavanaugh, completamente bêbado, e seu colega Mark Judge encurralaram-na em um quarto durante uma festa. Ele a imobilizou em uma cama e tentou tirar sua roupa. Ela quis gritar, Kavanaugh lhe tapou a boca — e, nesse momento, segundo relatou ao Senado, teve medo de morrer asfixiada. Ela conseguiu fugir. Ele tinha 17 anos. Ela, 15.






Na semana passada, Deborah Ramirez, que foi colega de sala de Kavanaugh quando ambos estavam no 1º ano de faculdade, alegou que ele esfregou o pênis em seu rosto e a forçou a tocá-lo, contra sua vontade. Na segunda 24, para tentar esfriar os ânimos, Kavanaugh, ao lado de sua mulher, deu uma entrevista ao canal Fox News, braço trumpista da imprensa americana. “As pessoas podem ter bebido muitas cervejas de vez em quando na escola. Acho que todos nós provavelmente fizemos coisas no colegial que, quando olhamos para trás, lamentamos um pouco, mas não é disso que estamos falando. Estamos falando sobre acusação de agressão sexual”, disse. Só depois é que apareceu a terceira acusadora, Julie Swetnick. De acordo com ela, Kavanaugh e amigos tentavam deixar as mulheres bêbadas e desorientadas durante as festas e, assim, cometer estupro coletivo. Em uma das noites, ela foi a vítima. Durante a audiência de Kavanaugh no Senado, outras duas acusações apareceram. Uma de um homem, que alegou ter sido estuprado pelo juiz, e outra de uma mulher — esta, anônima. O juiz negou ambas.

A quantidade de histórias parece evidência bastante sólida de que Kavanaugh cometeu abusos sexuais no passado. Como sempre, são acusações difíceis de comprovar, sobretudo quando há forças políticas jogando contra e a favor. Como os republicanos são maioria no Senado têm 51 das 100 cadeiras —, há grande possibilidade de que o nome de Kavanaugh seja confirmado na sessão marcada para sexta 28. “Se Kavanaugh continuar a negar essas acusações, como está fazendo, a probabilidade é que ele seja de fato aprovado”, diz o americano Jack Beermann, professor de direito na Universidade Boston. Se assim for, essa não será a primeira vez que o Senado sanciona um magistrado envolvido em escândalos sexuais. Em 1991, o conservador Clarence Thomas, acusado de assédio sexual por Anita Hill, teve seu nome confirmado no Congresso. A diferença é que Thomas foi acusado por uma mulher, e não por uma saraivada delas. “Muitos integrantes do Partido Republicano acreditam que essas denúncias são injustas, falsas e políticas, promovidas pelo Partido Democrata”, diz o jurista americano Ian Millhiser, do Center for American Progress, um centro de estudos em Washington.

Os republicanos também têm pressa. Eles não querem esperar as eleições legislativas de novembro, quando correm o risco de perder a maioria nas duas casas do Congresso. Para eles, o prêmio, que é impor uma agenda conservadora na Suprema Corte, é valioso demais para adiar a partida. Ganhar maioria conservadora na Corte é um cenário que não acontece desde a década de 30. Na prática, a Corte poderá revisar decisões antigas consideradas emblemáticas. Entre eles está o caso Roe versus Wade, que descriminalizou o aborto nos anos 1970. Kavanaugh já acenou com a possibilidade de suspender o veredicto. “A anulação de sentenças pode ocorrer em qualquer tema, inclusive em questões de liberdade sexual, direito reprodutivo e direitos civis”, diz o jurista americano Frank Ra­vitch, da Universidade do Estado de Michigan. “Outra maneira pela qual isso pode acontecer é reinterpretando essas decisões.”


Uma Suprema Corte com maioria estável de juízes conservadores também alteraria o equilíbrio entre os poderes democráticos. Até o momento, Trump tem enfrentado alguma resistência na mais alta instância da Justiça. Em abril, a Corte considerou inconstitucional a decisão da Casa Branca de deportar imigrantes que tinham cometido crimes em solo americano. “Essa nova Suprema Corte tende a ser muito pró-presidente e a desafiá-lo pouco. É tudo o que Trump quer, pois ele vê a fiscalização e a regulação sobre seu governo como coisas ruins e erradas”, diz Eric Segall, da Faculdade de Direito da Universidade do Estado da Geórgia.

Os democratas estão lutando para mobilizar as mulheres para que elas saiam de casa e votem nas eleições de novembro. Com isso, eles esperam poder derrubar a maioria republicana no Congresso. A exemplo do que se verifica em outros países, as mulheres têm sido um dos mais importantes focos de resistência contra políticos autoritários, autocratas e misóginos. Mas em novembro será tarde demais para barrar Kavanaugh, se seu nome for aprovado agora. O posto de juiz da Suprema Corte é vitalício.

Publicado em VEJA de 3 de outubro de 2018, edição nº 2602