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terça-feira, 22 de fevereiro de 2022

HÁ ESPELHOS NESSES GABINETES? - Percival Puggina

“Eu não acredito que as Forças Armadas se coloquem a serviço de um discurso inaceitável de um capitão”, diz Barroso sobre Bolsonaro.

Nem o balé Bolshoi consegue montar uma cenografia tão perfeita e coordenar seus elementos tão sincronicamente quanto o conjunto formado pela militância do STF e o mau jornalismo dos grandes grupos de comunicação. Funcionam tão bem que já há quem fale em união estável.


 

O Portal Alta Definição transcreveu o seguinte trecho da entrevista que o ministro concedeu à Globo News no último dia 16:

“O mau perdedor não reconhecer a vitória do vencedor pode ocorrer em qualquer parte do mundo, como aliás, ocorreu nos EUA, o presidente Trump jamais admitiu a derrota mesmo perdendo por muitos votos de delegados e teve 7 milhões de votos a menos que o presidente Biden. Ele não aceitou a derrota e ficou por isso mesmo, ele continuou não aceitando e o presidente vencedor tomou posse. O mesmo se passará aqui. Não há remédio na farmacologia jurídica contra maus perdedores”.

O TSE é formado por sete membros, sendo três do STF. Mesmo com a saída do ministro Barroso, cujo mandato se encerra dia 22 vindouro, a animosidade em relação ao governo como se sabe, não se altera com o ingresso do ministro Lewandowski. O atual colegiado do Supremo não vê as consequências junto à sociedade das decisões que toma, nem mesmo quando há uma eleição nacional em disputa. Para a democracia, o real desalinhamento da balança é mais ameaçador que uma imaginária linha de canhões.

Nesse sentido, a aprovação, o aplauso e a conivência dos grandes grupos de comunicação e do jornalismo militante muito contribuem para que se aprofunde a tirania. Não se deixe seduzir pela aparência benigna e generosa com que tais condutas costumam fantasiar todas as suas manifestações na História.

No entanto, é com preocupação que vejo esse ânimo tendo presença assegurada na composição do TSE que administrará e atuará com funções judiciais durante o pleito de outubro. Os três ministros do STF com assento no tribunal eleitoral são inimigos assumidos do presidente da República. 
Nem em atos públicos de posse dissimulam esse estado de espírito suficientemente impeditivo. 
 Mas estamos no Brasil e aqui ministros do Supremo falam mais que locutor de futebol em emissora de rádio.

Aliás, falam mais e com mais liberdade do que concedem a quem deles diverge. Mantêm, para estes, um inquérito permanente, um inquérito topa tudo, tamanho único, finis mundi (como o denominou o ex-ministro Marco Aurélio), com mil e uma utilidades, a exemplo do velho e prestativo Bombril. 

Enquanto falam como falam e agem como agem, reclamam de polarização, do clima da eleição e conclamam à pacificação! Existem espelhos nesses gabinetes?

Percival Puggina (77), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.


quinta-feira, 18 de junho de 2020

Marca é acusada de racismo por lançar esponja de aço com nome ''Krespinha''

Marca é acusada de racismo por lançar esponja de aço com nome ''Krespinha''


Internautas afirmam que o nome se assemelha ao cabelo crespo, que há anos é associado de forma pejorativa às esponjas de aço da marca

A marca de produtos de limpeza Bombril está sendo acusada de racismo nas redes sociais por causa do lançamento da esponja de aço inox com o nome “Krespinha”. Os internautas afirmam que o nome se assemelha ao cabelo crespo, que há anos é associado de forma pejorativa às esponjas de aço da marca.


No site da Bombril, a esponja “Krespinha” é descrita como “perfeita para a limpeza pesada. Remove sujeiras e gorduras de um jeito rápido e eficaz, sem esforço. Resistente e não enferruja”. O Correio procurou a empresa e pediu um posicionamento e questionou quando o produto foi lançado, mas não recebeu nenhum retorno até o momento.

ONU decide se vai apurar crimes contra afro-americanos; Brasil é contra

Brasil opõe-se a projeto de resolução do Conselho de Direitos Humanos da ONU para criar comissão internacional de inquérito sobre crimes contra afro-americanos. Votação final deve ocorrer hoje, em Genebra, e pode minar imagem do país. EUA pressionaram aliados.  A afinidade ideológica com o presidente norte-americano, Donald Trump,  pode transformar o Brasil em pária na luta global contra o racismo e a violência policial. Na véspera da votação de um projeto de resolução, por parte do Conselho de Direitos Humanos da ONU, com a proposta de estabelecimento de uma comissão internacional e independente para investigar o abuso policial e o racismo contra a população negra nos Estados Unidos, a diplomacia brasileira se opôs ao documento, após pressão dos norte-americanos. [cabe só atentar que sendo os EUA uma nação independente, soberana, não tem sentido ser submetida a uma investigação por fatos ocorridos em seu território.
Afinal, a ONU não é um exemplo de isenção e imparcialidade.]

Washington instou os aliados a retirarem a menção aos EUA na versão final do texto. Segundo a agência France-Presse, o novo rascunho a ser apresentado hoje, limita-se a pedir à alta comissária da ONU  para os Direitos Humanos, Michelle Bachelet, que “estabeleça os fatos e as circunstâncias relativas ao racismo sistêmico, às supostas violações do direito internacional em termos de direitos humanos e aos maus-tratos contra os africanos e as pessoas de origem africana”.

Ao discursar na tribuna, a embaixadora Maria Nazareh Farani Azêvedo — representante permanente do Brasil junto às Nações Unidas em Genebra — tratou de desvincular o racismo da imagem dos Estados Unidos. Ela classificou o racismo de “chaga enraizada em diferentes regiões do mundo” e afirmou que nenhuma nação deve ser singularizado no que diz respeito a isso. Apesar de ponderar que o preconceito racial em operações policiais não pode ser tolerado em nenhum país, Maria Nazareth sublinhou o papel “indispensável” da polícia na garantia do direito à segurança pública e na proteção aos direitos.

A eurodeputada alemã Pierrette Herzberger-Fofana, 71 anos, causou surpresa ao denunciar. no Parlamento Europeu, que foi vítima de violência policial na Bélgica, na véspera de um debate sobre o racismo. A versão da eurodeputada, negra, foi rebatida pela polícia belga. Nascida em Bamako, capital do Mali, a ambientalista contou que estava nos arredores da Estação do Norte de Bruxelas quando viu nove policiais “intimidarem dois jovens negros” e decidiu filmar a cena com o celular.

 Segundo o relato de Pierrette, os policiais dirigiram-se até ela, tomaram seu telefone e quatro deles a empurraram “brutalmente contra um muro”, com as pernas separadas, antes de fazerem uma revista. “Fui tratada de forma humilhante. Quando disse que era eurodeputada, não acreditaram. Isso porque eu estava com meus dois passaportes: o do Parlamento Europeu e o alemão”, assinalou. Audrey Dereymaeker, porta-voz da polícia, rebateu o relato, mas confirmou que a deputada passou por um controle de identidade e disse que ela seria investigada por insultar os oficiais. 

Correio Braziliense - saber mais


sexta-feira, 26 de julho de 2019

Plano Guedes: o pacote de medidas do ministro para destravar a economia - VEJA

Para além da Nova Previdência e do FGTS, governo vai lançar mudanças estruturais para tirar o Brasil do atraso

Não, não foram poucos os brasileiros que, naquele histórico 17 de abril de 2016 — data em que o plenário da Câmara aprovou o impeachment da presidente Dilma Rous­seff —, imaginaram estar vivendo o fim de um pesadelo coletivo. A partir dali, supunham, o país reencontraria o norte da prosperidade econômica. No entanto, mais de três anos depois, o Brasil ainda está longe de concretizar o sonho do crescimento. Os números são pífios. E o desemprego se encontra nos patamares mais altos desde o fim da década de 90. Entre estudiosos, é consenso que, apesar da bonança dos anos 2000, nenhum presidente conseguiu tirar o país da armadilha da renda média — mal que acomete as nações que batem em um teto de desenvolvimento e não são capazes de dar o salto para se tornar ricas. VEJA ouviu o parecer de economistas de relevo sobre o cenário nacional (leia a opinião de alguns nos destaques). Para tirar o país do atoleiro, Jair Bolsonaro confia que poderá mudar tal quadro por meio de um auxiliar a quem concedeu status de superministro: Paulo Guedes, o titular da pasta da Economia. Após sete meses de um esforço quase exclusivo em defesa da reforma da Previdência, aprovada em primeiro turno pelos deputados federais, Guedes promete anunciar nas próximas semanas a conclusão de uma série de medidas — detalhadas nesta reportagem — que, somadas, vão destravar cerca de 4 trilhões de reais em uma década e podem dobrar o PIB per capita brasileiro nos próximos dez anos. Na falta de um nome oficial, o arsenal do ministro vem sendo chamado de “Plano Guedes”.

A ambição é deixar para trás, de uma vez por todas, os voos de galinha da economia nacional, levando-a a alcançar velocidade de cruzeiro. Tudo isso sem injeção de recursos, afinal as contas públicas apresentam déficit há quatro anos. E sem perda de tempo — logo após a aprovação em primeiro turno da reforma da Previdência na Câmara, em 12 de julho, Paulo Guedes convocou seus nove secretários especiais para discutir os próximos passos. O entendimento foi o de que a prioridade é criar um bom ambiente de negócios para estimular a retomada dos investimentos. A ideia encontra eco em personagens que já estiveram nos sapatos do time de Guedes. “As pessoas começam a achar que só pelo fato de aprovarmos a reforma da Previdência retomaremos o crescimento”, afirma Raul Velloso, que participou da equipe econômica do governo de José Sarney. “A Nova Previdência virou o grande assunto do país, porém demora a trazer retorno, e é preciso estimular os investimentos privados”, conclui. De fato, a agenda do ministro Guedes no primeiro semestre mostra que ele gastou boa parte do expediente no chamado corpo a corpo com parlamentares e governadores para defender as alterações nas regras da aposentadoria. Mas a chave virou. O ministério trabalha agora com afinco na construção de medidas de curto, médio e longo prazo para despertar o “espírito animal” na sociedade — termo cunhado pelo economista inglês John Maynard Keynes (1883-1946) para descrever o ímpeto empreendedor dos empresários.

As primeiras ações já estão aparecendo. Na quarta-feira 24, o governo liberou saques de até 500 reais nas contas ativas e inativas do FGTS e do PIS/Pasep. O time de Guedes, em conjunto com diretores e servidores da Caixa e do Banco do Brasil, emendou sete dias e varou madrugadas de trabalho para pôr de pé a medida, que trará uma injeção de 42 bilhões de reais à economia até o fim de 2020. Em outra frente, o ministro avisou que serão disponibilizados, até o fim deste ano, 120 bilhões de reais em depósitos compulsórios — dinheiro que os bancos precisam deixar reservado por determinação do Banco Central. Também é dada como certa pelo governo uma queda de 1 ponto porcentual na taxa básica de juros (Selic) do BC até dezembro, o que vai arrefecer em 40 bilhões de reais os gastos públicos com o pagamento de juros da dívida. As três medidas produzem um impacto direto sobre o mercado de crédito sem lançar mão dos subsídios praticados no passado, que fatalmente cobram a conta. Apesar de parecer óbvio que, com um endividamento de 62% das famílias brasileiras, segundo a Confederação Nacional do Comércio, grande parte dos recursos do FGTS será usada para o pagamento de dívidas, o perfil financeiro do brasileiro tende a apresentar uma melhora e, com isso, ele voltará a consumir. As ações, que colocarão dinheiro no bolso do povo, dos bancos e do próprio governo, somam aproximadamente 220 bilhões de reais — uma faísca claramente insuficiente para acender uma economia de 6,8 trilhões de reais. “Essa ideia de liberação do FGTS é uma bala só, não resolve nada. É necessário um pacote de medidas que levem ao aquecimento da produtividade da economia”, alerta a economista Elena Landau, responsável pelo programa de privatizações no governo Fernando Henrique Cardoso. “Ainda faltam ações diretas para estimular o investimento”, reforça Nelson Barbosa, ex-ministro da Fazenda no governo Dilma. Guedes sabe disso.Edmar Bacha, um dos pais do Plano Real

Guedes cedeu, todavia segue em seu plano firme de deitar as bases estruturantes de um ambiente de negócios mais livre e próspero. As ações que se desenvolverão ao longo deste ano e do próximo passaram a ser tratadas como prioridade. Já foi anunciado o Novo Mercado do Gás, para quebrar o monopólio da Petrobras no setor, o que deve baratear o custo da energia. Na próxima semana, serão revistas as resoluções normativas que regem as regras de segurança e saúde no trabalho — uma das pautas prioritárias da indústria para baratear a produção. Para facilitar a vida do empresário, já caminham no Congresso a Medida Provisória da Liberdade Econômica e uma proposta de reforma tributária que promete impulsionar a economia em 0,5% ao ano e ainda será alvo de adendos do governo (leia mais). No Executivo, andam a passos largos os trabalhos de digitalização e automatização do serviço público, que prometem cortar custos enquanto aumentam a produtividade do Estado.

(...)

Nessa frente, o governo espera levantar até 100 bilhões de reais ainda neste ano a prioridade é a venda dos Correios, Eletrobras, Serpro, Dataprev e Casa da Moeda. Até 2022, mais de 390 bilhões em vendas de estatais estão previstos. Além da venda de ativos, concessões de serviços como ferrovias, estradas e aeroportos devem trazer mais 115 bilhões ao caixa do governo. Somando-se a esses valores os desinvestimentos do BNDES (que tem participação em empresas como Vale, JBS e Bombril), a devolução de recursos por bancos públicos e a venda de imóveis da União, um total de 990 bilhões de reais quase a economia inteira do Chile — faz brilhar os olhos de Paulo Guedes. A ideia é despejar a maior parte desse dinheiro na dívida do país.



(...)
 
Um ponto crucial no Plano Guedes é a redução das taxas bancárias. Desde a saída de Dilma, a Selic caiu de 14,25% para 6,5% ao ano — o menor índice da história. As taxas cobradas ao consumidor, contudo, não seguiram o mesmo ritmo. Os juros do cartão de crédito, por exemplo, fecharam 2016 em 484% ao ano e estão, agora, em 300%. Além da pouca concorrência, a falta de fundamentos mais sólidos para a atividade bancária impede uma queda mais rápida dos juros impostos aos correntistas. São dois os fatores que merecem ser atacados com agilidade, na visão de Gustavo Loyola, ex-presidente do BC. O primeiro é a revisão de legislação que rege as garantias bancárias. E o segundo é o fortalecimento do mercado de renda fixa. Afora isso, os operadores do mercado financeiro precisam confiar que a Selic ficará em patamares baixos por um período maior. “Numa situação de aperto do mercado consumidor, desemprego e máquinas ociosas, podem-se manter os juros baixos por tempo prolongado. A Selic poderia cair até 5% neste ano”, acredita ele.
Publicado em VEJA de 31 de julho de 2019, edição nº 2645

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