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quinta-feira, 3 de agosto de 2023

Duplo padrão - Para imprensa e autoridades, bandido vale mais que policial – mas só onde o PT não governa - Gazeta do Povo


Vozes - Alexandre Garcia


Rota
O policial da Rota Patrick Bastos Reis, de 30 anos, foi morto pelo crime organizado.| Foto: Divulgação/PM

Você sabia que o Brasil é o país em que os bandidos estão mais bem armados e mais matam policiais? Não é incrível? 
Desde criancinha acompanho e gosto de histórias e aventuras policiais; sempre torci pela polícia e pela lei, contra o bandido.  
Mas a mídia dá um tratamento diferente. E é diferente não apenas em relação à polícia, mas também de estado para estado, dependendo da cor política do governador. Vejam só: na Bahia, de sexta-feira até segunda-feira, foram mortos 17 suspeitos – vamos chamar assim – pela polícia, com tiroteios em Salvador, Itatim e Camaçari. 
No mesmo período, no litoral paulista, principalmente no Guarujá, morreram 13 pessoas; mataram um policial na quinta-feira e deram um tiro de fuzil nas costas de uma PM, cabo, que estava na frente de uma padaria às 6 da manhã de terça-feira. 
Estava ao lado da viatura e foi atacada por três bandidos armados de fuzis, mais poderosos que os da polícia, armas que vêm do exterior, contrabandeadas.
 
Mas as autoridades, os ministros da Justiça e dos Direitos Humanos, criticaram a ação da polícia paulista, sem nem sequer mencionar as perdas – o policial Patrick, 30 anos, pai de um menino de 3 anos; e a policial, sobre a qual eu não vi nenhuma feminista se manifestando –, enquanto todos fazem um silêncio absoluto sobre o que aconteceu na Bahia, onde houve 19 mortos, contra 13 em São Paulo. 
Apenas para registrar esse desequilíbrio na cobertura jornalística e na posição das autoridades de um governo que quer desarmar a população.

Acima, apenas uma arminha que, se o Congresso se dobrar à vontade do Dino e do Lula, passará a ser de usado proibido para o cidadão de bem, com uso restrito a policiais e bandidos. O fuzil foi apreendido pela policia paulista no litoral paulista. Já o arsenal abaixo, foi apreendido em poder de bandidos abatidos ontem pela polícia carioca.

Fuzis apreendidos durante operação policial no Complexo da Penha nesta quarta-feira

O governo quer fechar os clubes de tiro, onde a pessoa aprende a exercer o seu direito natural à legítima defesa, à defesa do seu patrimônio. É um direito natural, e por ser natural o Estado não pode alterar; diria até que é um direito divino. 
Os clubes de tiro são o lugar onde a pessoa se familiariza com a arma para poder usá-la bem quando precisar. 
Tanto é assim que no governo anterior, com a possibilidade de o cidadão andar armado, os assaltos diminuíram, porque a suposição de que alguém esteja armado dissuade o assaltante.  
Ao mesmo tempo, os homicídios, que já foram 65 mil, caíram para 42 mil – ou seja, foram 23 mil vidas poupadas por causa disso.  
É bom a gente lembrar disso, porque o artigo 5.º da Constituição é bem claro quando fala do direito à vida.


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O que Dino quer esconder ao não entregar imagens do Ministério da Justiça?
A CPMI do 8 de Janeiro botou contra a parede um senador eleito que é ministro da Justiça e foi governador do Maranhão, Flávio Dino. 
A comissão pediu imagens do Ministério da Justiça, mas Dino disse que, se quiserem, que peçam à Polícia Federal. 
O senador Omar Aziz, que também foi governador e foi presidente da CPI da Covid, disse que eles não estavam pedindo, estavam exigindo. 
E que, se Dino não entregasse as imagens, estaria atrapalhando as investigações e seria enquadrado, haveria busca e apreensão no Ministério da Justiça. Se Dino quiser alguma carta de alforria, que recorra ao Supremo.
 
O senador Eduardo Girão disse que as imagens podem ajudar a responder onde estava a Força Nacional no momento das invasões, porque ela só chegou depois. Além disso, o ex-diretor da Abin disse ter disparado informações preventivas da sexta-feira até domingo, para 48 órgãos do governo federal. Chegou a mandar mensagem de WhatsApp às 8 da manhã do domingo para o general G. Dias, chefe do Gabinete de Segurança Institucional do governo Lula, dizendo que 105 ônibus estavam se aproximando. E depois ligou às 13h30, dizendo: “olha, eu tenho a convicção de que vai haver invasão”.  
Ou seja, havia tempo para mobilizar o Exército e fazer uma defesa, uma barreira que impedisse a entrada das pessoas, que foi aparentemente facilitada na Câmara, no Senado e no Supremo.
 
Há muita coisa a ser apurada, e não custa lembrar que o presidente Lula não estava em Brasília; embora sabendo de tudo isso, preferiu ficar ausente em Araraquara enquanto o general ficou aqui em Brasília. Nos 47 anos em que estou em Brasília, nunca o presidente viajou sem esse personagem da segurança presidencial, o chefe do antigo Gabinete Militar ou do atual GSI. Esta foi a primeira vez. Estava lá em Araraquara com um decreto pronto, de intervenção no Distrito Federal
Este não é um decreto que sai de uma hora para outra, porque tem de passar pelo setor jurídico. 
É tudo muito estranho e está nas mãos da CPI apurar. 
O senador Girão questionou: “o que estamos fazendo aqui, gastando o dinheiro do povo, se não apurarmos?”

Conteúdo editado por:Marcio Antonio Campos

Alexandre Garcia, colunista - Gazeta do Povo - VOZES

 



quarta-feira, 6 de abril de 2022

'Fui demonizada', diz ciclista trans barrada em competição feminina

BBC News

A ciclista transgênero Emily Bridges afirma que foi "molestada e demonizada" depois que soube que não poderia competir no Campeonato Nacional de Omnium do Reino Unido, na categoria feminina.

Bridges tem 21 anos de idade e afirma que forneceu as evidências médicas que comprovam que ela tinha condições de participar do seu primeiro evento feminino, na modalidade Omnium - uma competição de ciclismo de pista, composta de várias provas combinadas. Mas ela diz que ainda tem "pouca clareza" sobre sua "suposta ineligibilidade".

[Homens biológicos que praticavam esporte na condição de homens e que  depois de passarem pela transição passaram a competir contra mulheres em esportes na modalidade feminina, estão causando prejuízos imensos aos mulheres biológicas que praticam esportes femininos.  
O 'concorrente se inscreve como mulher só que mantendo todas as características físicas dos homens biológicos (Eles fazem as adaptações, funcionam como mulheres - especialmente no aspecto sexual - mas continuam com características biológicas masculinas.)
e com isso entram com vantagem imensa em relação  às mulheres, digamos, originais.  

Nadando de braçada: esportista trans arrasa competidoras. Está certo? - Vilma Gryzinski - VEJA

Este  homem é uma Lutadora  - Revista Oeste - Ana Paula Henkel = Ana Paula do Vôlei

Uma agressão às mulheres - Revista Oeste - Ana Paula Henkel

O drama dos ucranianos “trans” barrados na fila de refugiados - Gazeta do Povo.

Os trans ucranianos, homens biológicos fizeram a a transição e agora portam documentos masculinos, que são homens. Só que querem aproveitar a condição trans - pós transição - e, covardemente, fugirem do DEVER que as leis ucranianas estabelecem de homens com idade entre 18 a 60 anos, não podem sair da Ucrânia, na condição de refugiados, como se mulheres fossem. ]

"Ninguém deveria ter que escolher entre ser quem é e praticar o esporte do seu coração", afirmou ela em uma postagem no Twitter.

Bridges afirma que passou seis meses em contato com a Federação Britânica de Ciclismo e com a União Ciclista Internacional (UCI - o órgão regulador internacional do esporte), sobre os critérios de eligibilidade que ela deveria atender para participar da competição, que foi realizada em Derby, na Inglaterra, no primeiro fim de semana de abril.

As regras sobre transgêneros da Federação Britânica de Ciclismo, que foram atualizadas em janeiro de 2022, exigem que as ciclistas tenham nível de testosterona abaixo de 5 nanomols por litro por um período de 12 meses antes da competição. Bridges afirma que forneceu à Federação e à UCI provas de que ela atende a esse critério, "até porque meu nível de testosterona tem estado muito abaixo do limite estabelecido pelas normas nos últimos 12 meses".

Mas a UCI informou à Federação Britânica que, como os campeonatos nacionais são utilizados para atribuir pontos ao ranking internacional, a participação de Bridges somente poderia ser permitida se a sua eligibilidade para competições internacionais fosse confirmada - e este processo ainda está em andamento. Por isso, a Federação Britânica declarou no final de março ter sido informada pela UCI que "com base nas suas orientações atuais, Bridges não está autorizada a participar" do evento.

Segundo Bridges, "apesar do anúncio público, ainda não tenho total clareza sobre a conclusão da minha ineligibilidade. Sou uma atleta e apenas quero voltar a competir. Espero que eles reconsiderem sua decisão de acordo com as regras."

E ela acrescenta: "Tenho sido incessantemente molestada e demonizada por pessoas que querem promover pautas específicas. Eles atacam tudo o que não for a norma, sem se preocupar com o bem-estar dos indivíduos ou de grupos marginalizados."

Bridges afirma que sua privacidade também foi "totalmente violada" e recebeu "abuso dirigido" nas redes sociais, "apesar de eu ainda não ter corrido na categoria feminina".

A nadadora transgênero Lia Thomas da Universidade da Pensilvânia fica no pódio depois de vencer o estilo livre de 500 jardas enquanto outras medalhistas Emma Weyant, Erica Sullivan e Brooke Forde posam para uma foto na NCAA Division I Women's Swimming & Diving Campeonato em 17 de março de 2022 em Atlanta, Geórgia.
Getty Images
Recentemente, participação de nadadora transgênero Lia Thomas em competição dos Estados Unidos gerou polêmica naquele país - Foto de transgênero isolada no pódio reacende debate sobre inclusão em esporte feminino

Bridges começou a terapia hormonal em 2021, como parte do seu tratamento de disforia de gênero. Ela continuou a competir nas corridas masculinas, mas inscreveu-se provisoriamente na lista inicial feminina para o Campeonato Nacional de Omnium do Reino Unido.

Segundo a revista especializada britânica Cycling Weekly, Bridges participa de um estudo na Universidade de Loughborough, na Inglaterra, para rastrear seus próprios dados de potência com níveis reduzidos de testosterona - e afirma que esses dados demonstram uma redução de 13 a 16% dos seus resultados de potência após seis segundos, um minuto, cinco minutos e 20 minutos.

Bridges também conta que recebeu reações variadas ao falar em público sobre sua transição, mas muitas mulheres ciclistas enviaram mensagens de apoio.

Até que, quando a UCI considerou Bridges inelegível, a atleta britânica dos 800 metros Ellie Baker declarou no Twitter: "Eu me recusaria a competir e espero que outras mulheres assumam a mesma posição sobre esta questão. É totalmente injusto. As vantagens das mulheres trans por terem atravessado a puberdade como meninos até se transformarem em homens nunca podem ser desfeitas."

Já Liz Ward, diretora de programas do grupo ativista Stonewall, afirmou que Bridges "não recebeu uma chance justa de competir na corrida de 2 de abril de 2022".

"É lamentável que a UCI tenha rejeitado os critérios de competição da Federação Britânica de Ciclismo, que foram totalmente atendidos por Bridges. A Federação já fez extensas consultas sobre a sua política de inclusão de transgêneros, que está totalmente de acordo com as orientações do Comitê Olímpico Internacional. Nossos pensamentos estão com Emily", conclui Ward.

Esportes - Correio Braziliense


domingo, 5 de dezembro de 2021

ORGULHO E PRECONCEITO: AS TIAS DO ZAP - Percival Puggina

Em comentário a um artigo que escrevi sobre mazelas nacionais, uma leitora se exclamou dizendo não ver saída nem solução. “O que posso fazer eu, que sou uma pobre tia do Zap?”, perguntou.

A indagação carregava clara desconsideração do próprio valor. Expliquei a ela que a expressão “tia do Zap” foi criada em laboratório com o intuito de suscitar precisamente esse sentimento, levando as mulheres a abdicarem de sua atividade como cidadãs em uma sociedade politicamente conflituosa.

Quem dera muitos milhões de mulheres se acrescentassem aos milhões de tias do Zap já motivadas! De fato, o Brasil já muito lhes deve. Elas estão nas ruas e estão nas redes sociais e estavam na linha de frente da mobilização que promoveu a derrota esquerdista em 2018.

É fácil compreender as razões da importância das mulheres para o apoio à preservação de princípios e valores, a saber: a preservação da inocência das crianças, a valorização do papel da instituição familiar, a defesa do direito ao trinômio vida-propriedade-trabalho, as mais veementes demandas por segurança pública, o combate à criminalidade e ao avanço das dependências químicas, a proteção da juventude contra influências nocivas no ambiente escolar.

Estas pautas são tão inerentes à condição feminina que, se explicitadas, constariam da agenda da imensa maioria das mães, avós e tias do Zap. Sabem por quê? Porque esses apreciáveis bens materiais e espirituais estão sob intenso ataque em todo o Ocidente e onde se façam sentir as filosofias embusteiras, tóxicas e destrutivas que nele prosperam periodicamente.

Tal enfrentamento político e cultural coloca o Brasil e seu atual governo no olho de um furacão publicitário e midiático. A política que rola aqui, em particular a futura eleição brasileira, interessa ao mundo e às suas tias do Zap bem mais do que os acontecimentos nos Estados Unidos, onde os mesmos problemas são enfrentados e onde as tias do Zap foram derrotadas em 2020.

Aos tropeços e por linhas tortas, com falta de meios e experiência, essa é uma empreitada em defesa da civilização ocidental, de sua cultura e de seus valores, frente a um novo totalitarismo emergente. O estrago que já fez mostra aonde quer chegar e certamente as mães, as avós, as tias e as educadoras de verdade percebem-no com cotidiana clareza.

Se há uma guerra contra a cultura ocidental e se essa é uma guerra sem armas letais, seus alvos e vítimas estão na essência do conservadorismo – religiosidade, instituição familiar, história e tradição.

Eis porque vejo com tanta esperança a ação das tias do Zap. Eis porque convivem elas com esse misto de justificado orgulho e malévolo preconceito.

Percival Puggina (76), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.


domingo, 21 de novembro de 2021

A ética no banheiro - Revista Oeste

Guilherme Fiuza

A humanidade está com todos os seus problemas resolvidos. Mergulhou num tédio profundo e está procurando o que fazer para passar o tempo

O McDonald’s está preocupado com seus banheiros. Recorreu então a uma inovação: criou o banheiro multigênero, que pode ser usado por clientes de qualquer sexo. Na porta das cabines “inclusivas” estão desenhadas três figurinhas: masculina, feminina e transgênero. O uso é individual. Ou seja: não faz a menor diferença quem está lá dentro. Mas a propaganda politicamente correta faz muita diferença. O mercado está pagando uma baba por demagogia fantasiada de inclusão.

Banheiro multigênero no McDonald's | Foto: Montagem/Shutterstock
Banheiro multigênero no McDonald's -  Foto: Montagem/Shutterstock

Pare num posto de gasolina na beira da estrada, pergunte onde é o banheiro e se você pode usar. Provavelmente o encarregado te entregará uma chave e não perguntará o seu sexo. Aí você pode se trancar lá dentro e escrever emocionado na sua rede social que está num banheiro multigênero, à beira da estrada. Arremate a sua mensagem ao mundo com um “viva a revolução!”

Uma cliente do McDonald’s na cidade paulista de Bauru encontrou um desses banheiros inclusivos”, não gostou do que viu e fez um vídeo espalhando a novidade. A prefeitura da cidade foi lá e disse que não pode. Que as regras do código sanitário preveem a distinção entre banheiros masculinos e femininos.

A conclusão inequívoca deste episódio é muito simples: a humanidade está com todos os seus problemas resolvidos. Mergulhou num tédio profundo e está procurando o que fazer para passar o tempo.

A clássica pergunta deverá ser feita em linguagem neutra: “Onde é o banheire?”

Vamos ajudar a humanidade. O tédio é de fato um inimigo poderoso, mas com criatividade é possível vencê-lo. Ou pelo menos enfrentá-lo de igual para igual. A partir do escândalo de Bauru, propomos as seguintes iniciativas, para apimentar a relação do ser humano com seu planeta monótono:
- CPI do Banheiro Misto. Renan Calheiros, Randolfe Rodrigues e Kátia Abreu vão demonstrar ao mundo que qualquer maneira de amor vale a pena — e qualquer maneira de ir ao banheiro também. Vão ensinar que um é pouco, dois é bom e três é demais, dependendo da metragem. Se for longa-metragem, recomendarão O Cheiro do Ralo (para clientes cult) e Lula, o Filho do Brasil (para usuários com incontinência monetária);

Na CPI, Omar Aziz determinará a quantidade de papel higiênico a que cada cliente terá direito, em nome da diversidade sexual e florestal. Quem for flagrado em qualquer ato discriminatório no banheiro será condenado a usar papel higiênico de segunda mão. Nada de moleza para os preconceituosos;

Dress code. Vamos acabar com a zona nos banheiros das lanchonetes. Homem de saia deverá escolher preferencialmente o McDonald’s. Se for escocês pode ir ao Bob’s, desde que esteja com seu passaporte sexual em dia. A clássica pergunta deverá ser feita exclusivamente em linguagem neutra: Onde é o banheire?” Quem perguntar do modo antigo será indiciado pelo STF por ato antidemocrático;

Se a vida continuar um tédio depois de todas essas medidas criativas, iremos propor ao Burger King separação de banheiros pela cor da pele. 
Esses banheiros de hoje que só se preocupam com o gênero do usuário denotam claramente um preconceito racial velado — passando uma mensagem subliminar contra a diversidade das cores humanas, em postura nitidamente supremacista;

Dia Mundial de Luta Contra o Preconceito nos Banheiros. A humanidade evoluiu e hoje todos sabem que os banheiros não são mais lugares apenas para necessidades fisiológicas e higiênicas. Banheiro é lugar de leitura e reflexão. No dia do orgulho sanitário que será inserido numa sequência de eventos denominada Dezembro Marrom — só será permitido o ingresso em banheiros públicos ao usuário que portar no mínimo um livro de filosofia e um iPhone. Esse iPhone deverá ter acesso a pelo menos uma rede social, na qual o usuário deverá provar que postou mensagens de orgulho sanitário.

As proposições acima visam a reforçar a luta da humanidade contra o tédio e pela encenação de novas éticas que possam servir ao nobre princípio de pentelhar a vida alheia (para usar a norma culta das portas de banheiro). Basta de monotonia.

Leia também “Mexa-se”

Guilherme Fiuza, colunista - Revista Oeste 

 

quarta-feira, 9 de dezembro de 2020

STF tem desrespeitado a Constituição repetidamente - Alexandre Garcia

 A Constituição é feminina como a República. Temos que exigir para ela o tratamento em que não é não, para evitar que seja violentada. Ela já foi estuprada mais de uma vez

O Doutor Ulysses chamou a Carta Magna de 1988 de Constituição Cidadã. A intenção era de demonstrar o quanto a lei maior estava próxima do povo, fácil de entender, de cumprir e de seguir seus preceitos. Uma Constituição que não precisaria de intermediários, de intérpretes, de hermeneutas — a Cidadã de contato direto com o povo do qual emanou. Só que… o Supremo tem se mostrado como mais poderoso que a Constituição. [ocorrência amparada apenas no entendimento de alguns supremos ministros que, não por desconhecimento, dão ao adjetivo supremo um sentido divino e chegam a pensar que são deuses.] No julgamento de Dilma Rousseff, presidido pelo presidente do Supremo, ignorou-se o parágrafo do artigo 52 e a condenada não ficou inabilitada para cargo público. Na abertura do inquérito das fake news, ignorou-se o art. 127, que estabelece ser o Ministério Público essencial numa investigação. O Supremo decidiu que seu regimento interno é mais forte que a Constituição.

[o STF, enquanto instituição, tem sido apenas conivente com os estupros que vitimam a Constituição. Tais estupros são em sua maioria individuais, resultado do entendimento da maior parte dos supremos ministros que a 'constituição cidadã' , da qual são apenas guardiões, é propriedade deles, e existe para servi-los.

Sempre que o texto constitucional os desagrada, ou pode impedir que pratiquem alguma vontade, eles o violentam, adequando aos seus supremos desejos. Pode ser um advérbio que passa a ser exigido, uma vírgula que surge, ou desaparece, uma medida administrativa sem amparo legal, que é criada virtualmente e possibilita uma arbitrariedade maior, um não que passa a ser sim. E, quanto decidem submeter ao Plenário este, na maioria dos casos, referenda.]

Agora, quando o §4º do art. 57 proíbe claramente a reeleição das mesas da Câmara e do Senado, cinco dos 11 juízes ainda votaram contra a Constituição. Em algo tão evidente, em que o resultado deveria ser 11 a 0, foi quase empate. Assustador. [os 'supremos' que expressaram via  voto o entendimento de que a Constituição existe para satisfazer seus desejos de supremacia absoluta, contavam que seriam maioria e, mais uma vez, a Constituição seria fonte da satisfação de supremos desejos.]  O relator executivo da Constituição, Nelson Jobim, depois presidente do Supremo, se disse perplexo. O que diria o Doutor Ulysses? Mais uma vez, devemos a Roberto Jefferson, aquele que denunciou o Mensalão, tirou José Dirceu da linha sucessória, com o sacrifício do próprio mandato. Foi ele, à frente do PTB, que entrou com a ação de inconstitucionalidade. De contrário, seríamos surpreendidos com um fato consumado.

Todos os 11 do Supremo juraram cumprir a Constituição. Todos nós estamos submetidos à Constituição. É o que nos diferencia da barbárie. Sem a lei que estrutura uma nação, ela não é um estado democrático, mas um grupo primitivo. Mas cinco ministros disseram sim onde ela claramente diz não. A Constituição parece condenada a emendas, revogações, inversões. Parece que não se deram conta da gravidade disso. Ou parece que querem provocar um rompimento suicida da legalidade. Seria um ato extremo de provocação?

É assustador o que tem acontecido com o Supremo. A Constituição é feminina como a República. Temos que exigir para ela o tratamento em que não é não, para evitar que seja violentada. Ela já foi estuprada mais de uma vez. A responsabilidade de proteger a Cidadã é da cidadania — nós, brasileiros, em nome dos quais ela foi feita e por nós existe. Se não se respeita a lei maior, como serão respeitadas as demais leis?  
Ou será que o Supremo é um órgão supraconstitucional? [depende do ministro  questionado; 
outro hábito indicador da busca desnecessária - por protagonismo de alguns ministros da Corte Suprema - é o da emissão de opinião sobre matéria que poderá ser submetida ao seu julgamento.
Exemplos:
- foi a manifestação  fora dos autos - que, sobre o tema, inexistiam - de um ministro que alimentou a cômica guerra pela vacina que ainda não existe; 
- a opinião, fora dos autos - que também inexistem - de um ministro mostrou que o artigo 142 da CF não tem o sentido que sua redação deixa transparecer.] 

Alexandre Garcia, jornalista - Correio Braziliense
 

Recomendamos: Votos de Fux e Barroso foram encarados pela ala derrotada do STF como uma "traição" e "decepção total"

- STF sai rachado de julgamento...........
..............  Na avaliação desse ministro, a presidência de Fux “já era”. Outro magistrado avalia que a palavra do presidente “não vale uma nota de R$ 3”. ....................
 
 

sábado, 13 de julho de 2019

Governo cede a pressão de policiais, abre a porteira e e mudou regras para outras categorias


Ao ceder à pressão da bancada da bala e criar uma regra de aposentadoria mais branda para os policiais federais, o governo não conseguiu segurar o lobby de outras categorias na votação da reforma da Previdência . Teve que fazer concessões para as bancadas evangélica, dos professores e a feminina, na reta final da votação da proposta em primeiro turno na Câmara dos Deputados.

[podemos dizer que a reforma da Previdência acabou ou vai sair tão desminliguida que nos próximos meses a economia que começou com previsão de 1 trilhão, estará reduzida, se muito, a alguns bilhões.
-adiaram para agosto a  votação do segundo turno na Câmara, nem Maia acreditava que ocorreria antes do recesso;
- quando for para o Senado, modificam e volta tudo para a Câmara - começa o 'pingue-pongue';
Abrandar as regras para policiais até que é aceitável - se trata de uma categoria que além de trabalhar sob stress constante, enfrenta situações nas quais o risco de morrer é elevado.
Os policiais rodoviários ainda correm o risco de sofrer ataques em suas bases, basta realizar alguma operação que cause prejuízos elevados a bandidagem.

Inaceitável mesmo - foram beneficiados na certa pelo presidente da Câmara, que agiu de forma sorrateira - é a inclusão dos policiais legislativos (é notório que exercem atividades meramente burocráticas, quando há algum risco é menor que o risco dos vigilantes bancários.
Quando a situação pega, eles chamam a polícia - ainda esta semana pediram socorro a PMDF.]


Mudanças nas regras da aposentadoria de policiais federais levou a alterações nas normas para outros categorias Foto: Fotoarena / Bruno Rocha/Fotoarena/Agência O Globo/29-01-2019 

As regras especiais de aposentadorias para essas categorias em relação aos demais trabalhadores estão sendo incluídas no texto-base da reforma, aprovado na quarta-feira Segundo estimativas de líderes dos partidos, as concessões devem reduzir a economia com a proposta em pelo menos R$ 50 bilhões em dez anos.
Mas a perda pode ser ainda muito maior, caso o plenário aprove outros destaques para mudar pontos cruciais da reforma.

O tratamento diferenciado para os policiais federais começou antes da votação da reforma na comissão especial que aprovou a matéria. O presidente Jair Bolsonaro se envolveu diretamente no assunto, alegando que era preciso “corrigir equívocos” na reforma. Bolsonaro chegou a ser chamado de “traidor” por representantes da categoria. O lobby era um dos principais entraves à votação da matéria. Foi resolvido com a ajuda da AGU (Advocacia-Geral da União).

A categoria venceu a queda de braço e ganhou direito se aposentar com o último salário da carreira e mesmos reajustes salariais dos ativos até a promulgação da reforma neste ano. Ou seja, quem vai se aposentar daqui a 40 anos terá direito aos privilégios. Além disso, a idade mínima dos policiais federais baixou de 55 anos para homens e mulheres para 53 anos (homens) e 52 anos (mulheres), com pedágio de 100%. Com isso, o governo foi forçado a negociar um corte na idade mínima de aposentadoria para os professores que já estão no mercado de trabalho: de 58 anos para 55 anos no caso dos homens, e de 55 anos para 52 anos das mulheres, com pedágio de 100%.

Ao permitir uma aposentadoria mais alta para as mulheres do setor privado (INSS), a partir dos 15 anos de contribuição (tempo mínimo), o governo foi obrigado a aceitar uma redução no tempo mínimo de contribuição dos homens de 20 anos para 15 anos.
Também teve que recuar no valor da pensão para atender a bancada evangélica e permitir que as viúvas com renda informal continuem recebendo um benefício equivalente ao salário mínimo se aquela for a única fonte de rendimento dela. E se a viúva perder o emprego formal, o INSS automaticamente terá que completar o valor até o piso.

O IFI (Instituto Fiscal Independente), que trabalha com uma metodologia diferente da do governo, prevê que e economia com a reforma será de R$ 714 bilhões, considerando apenas o texto-base aprovado na última quarta.  

O Globo -  Economia - Edição de 12 de julho