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terça-feira, 4 de abril de 2023

O mundo precisa de homens fortes - Ana Paula Henkel

Revista Oeste

Homens reais são pessoas com quem os outros podem contar. Seja simplesmente para fazer o que disseram que fariam, seja para estar no lugar certo na hora certa 

Foto: Shutterstock

 Foto: Shutterstock 

Milhões de pessoas ao redor do mundo consideram março “o mês da mulher”. Uma bobagem, na minha opinião. Para mim, um dia ou um mês da mulher não passam de uma grande bobagem. Nosso dia é todo dia. Assim como de nossos parceiros. Essa falsa celebração é estratégica e visa à divisão, que vai além de homens vs. mulheres
Hoje, o movimento que finge enaltecer as mulheres não prega a verdadeira contribuição feminina na sociedade, mas empurra uma agenda nefasta que vai da matança de bebês nos ventres de suas mães à demonização do sexo masculino.
 
É patético, para dizer o mínimo, que durante todo o mês de março, essa gente que “celebra a mulher e seu papel na sociedade” colocou em campanhas publicitárias por todo o mundo mulheres trans, homens que se sentem como mulheres e que querem ser vistos como mulheres. 
Como cada indivíduo quer viver sua vida é uma prerrogativa pessoal e, claro, tem de ser respeitada na sociedade. 
No entanto, vamos estabelecer alguns pontos que muitos, aterrorizados com as guilhotinas virtuais dos histéricos jacobinos justiceiros de teclados, têm medo de abordar: mulheres trans são homens que, por razões pessoais, não se identificam com o sexo biológico;
todos podem escolher como querem viver suas vidas, mas isso não cria direitos; eu não sou uma mulher “cis” ou uma mulher “biológica”, eu sou apenas mulher.
 
Um homem não pode se tornar uma mulher diminuindo sua testosterona. E os direitos das mulheres não devem terminar onde os sentimentos de alguns começam. 
Não tenho nenhum problema ou ressalva em chamar alguém de “ela” ou “ele” se esse acordo foi selado entre a pessoa em questão e eu — e não por que uma turba quer ditar o que todos devem dizer.  
Não caiam na corrupção da linguagem misógina dos novos jacobinos, que sequestram uma agenda virtuosa de cooperação entre homens e mulheres para empurrar segregação e ódio ao sexo masculino.
O mais ridículo dessa agenda de “celebração da mulher”, aliada à insana seita do politicamente correto, é o silêncio das feministas com a realidade de mulheres em lugares como Afeganistão e Irã, que sofrem sob um duro regime de opressão com o sexo feminino. 
O silêncio da turba que enaltece o mês da mulher celebrando ditadores não é exclusivo para o assunto que aborda mulheres que sofrem sob regimes totalitários, mas o feminismo de butique que diz lutar pelo sexo feminino ficou calado durante anos em relação ao avanço de atletas transexuais, homens contemplados com anos de testosterona, competindo, invadindo e espancando mulheres aos aplausos dos seguidores do politicamente correto.
 
No meio dessa loucura, que vai de meninas perdendo bolsas universitárias para meninos à perda de medalhas e premiações em grandes competições, vimos essa semana um sopro de bom senso e sanidade em relação ao justo e sagrado lugar das mulheres em competições femininas: o Conselho Mundial de Atletismo proibiu transsexuais de competirem na categoria feminina em eventos internacionais. Presidido pelo espetacular ex-atleta e medalhista olímpico Sebastian Coe, a entidade estabeleceu, até que estudos sérios e longos sejam feitos, que nenhum atleta transgênero que passou pela puberdade masculina terá permissão para competir em competições do ranking mundial feminino a partir de hoje, 31 de março. 
Coe acrescentou que a decisão foi guiada pelo princípio abrangente que é proteger a categoria feminina: “As decisões são sempre difíceis quando envolvem necessidades e direitos conflitantes entre diferentes grupos, mas continuamos a ter a visão de que devemos manter a justiça para as atletas femininas acima de todas as outras considerações”. A lenda do atletismo mundial completou: “Seremos guiados pela ciência em torno do desempenho físico e da vantagem masculina. À medida que mais evidências estiverem disponíveis, revisaremos nossa posição, mas acreditamos que a integridade da categoria feminina no atletismo é fundamental”.

Ufa! Finalmente alguém do porte e da importância de Coe para recolocar o assunto no patamar de onde nunca deveria ter saído — da biologia humana, único pilar importante no esporte. E, vejam a ironia, um homem saiu na justa defesa das mulheres no esporte! Em uma sociedade tomada pelo medo de se expressar, pelo medo dos injustos cancelamentos, segurar uma bússola publicamente e apontar onde está o norte virou um ato de coragem. A atual agenda neomarxista não apenas demoniza homens e coloca mulheres em uma covarde espiral de silêncio — ela visa a destruir a relação de confiança entre eles.

Manual de destruição da sociedade
No “mês da mulher”, vimos mulheres trans, homens, dinamitando os lugares de outras mulheres em comerciais e ganhando “menções honrosas” em legislaturas. Não se enganem, a elevação misógina de trans ao posto de “mulheres do ano” e invadindo campanhas publicitárias é apenas mais uma página no manual de destruição da sociedade pela agenda marxista. Em 2019, a Gillette, famosa fabricante de lâminas e produtos de limpeza do gigante Procter & Gamble, soltou uma peça que os produtores provavelmente imaginaram ser a atitude-padrão dos homens (ideia compartilhada pela turba da extrema esquerda mundial): estuprar, assediar, agredir e oprimir. 
 
 Outras narrativas absurdas são apresentadas no comercial, facilmente encontrado na internet, e profanadas por celebridades desmioladas que precisam de aceitação diária. Ali, a empresa propõe a todos os homens o mantra atual de uma sociedade sem virtudes e que parece não saber do passado: “Barbear sua masculinidade tóxica”. Alguns analistas comportamentais acreditam que a mudança teria começado com os movimentos feministas radicais, como o “Me Too”, o mesmo que demorou 20 anos para se levantar dos sofás das produtoras de Hollywood para gritar contra os assediadores do mundo do entretenimento. Curioso como nunca ocorreu que estuprar, assediar ou agredir era errado na época em que algumas das mesmas atrizes do movimento se empanturravam de dinheiro dos produtores predadores.

Em nossos encontros semanais, tento abordar diferentes assuntos com a perspectiva de uma boa prosa, como diria o meu pai. É claro que, em uma sociedade que parece não ter um norte moral, os dias podem ser desanimadores. Será que entregaremos um mundo tão corrompido e corroído aos nossos filhos? Será que o seio familiar, principal ambiente da formação de caráter, está permanentemente fragmentado? Eu não acredito. E uma pontinha de uma grande esperança veio, nesta semana, de vocês, leitores queridos.

Foram homens bons que lutaram pela liberdade que todos nós temos hoje, inclusive para inundar a sociedade de tanta bobagem e insanidade

Depois de escrever sobre o aniversário de Oeste e os homens maravilhosos de que tive e tenho a sorte de estar rodeada, uma enxurrada de mensagens inundou a área de comentários aqui em Oeste e nas minhas redes sociais. Muitos escreveram palavras emocionantes de como o artigo, escrito pelo coração, havia tocado o cotidiano de alguns. Mas o que de fato inundou nossa comunicação, e essa é a parte mais maravilhosa dessa minha interação com vocês, foi a quantidade de relatos das relações extraordinárias que as pessoas têm ou tiveram com seus pais — homens sábios, marcantes, pilares importantes não apenas da família, mas de uma sociedade saudável e comprometida com a verdadeira relação entre homens e mulheres, aquela que engrandece e fortalece o presente para que um futuro menos caótico seja entregue aos filhos.

(...)
 
Clique aqui, matéria completa

Leia também “Oeste é isso”

Revista Oeste

 


quarta-feira, 15 de março de 2023

Uma imposição avassaladora - Alex Pipkin, PhD

       Não sou homofóbico nem me correspondem quaisquer outros adjetivos empregados para desqualificar todos aqueles que pensam distintamente de membros politiqueiros de grupos que compõem a sigla LGBTQIA+, e outras letrinhas.

Onde chegamos! Hoje é preciso afirmar essas coisas… Tenho amigos e conhecidos gays, visto que para mim o que importa é o caráter da pessoa.

Verdadeiramente não existe gênero, existe sexo, que biologicamente só pode ser masculino ou feminino.

O que os componentes dessas tribos identitárias fazem entre quatro paredes, eu não tenho nada a ver com isso! Aliás, como esses se comportam, não é problema meu.

O que tenho notado mesmo, é uma peleia forte entre mulheres, trans e gays, situação que creio eu, não poderia se dar de forma distinta.  No entanto, o que estamos presenciando a olhos nus, é a tentativa de promoção, e de maneira ainda mais nefasta, a imposição dos valores dessa minoria identitária a toda sociedade.

Eu respeito às escolhas individuais das pessoas, mas isso não quer dizer que eu concorde com a pressão e a influência de interesseiros, no sentido de acabar com a hegemonia dos valores civilizacionais judaico-cristãos, a fim de impor uma outra hegemonia baseada na ideologia de gênero.

Aparenta que essa minoria tem um lobby gigantesco para desbancar aqueles que agora são considerados discrepantes. Nem me fingindo de idiota e de ignorante, posso eu concordar, por exemplo, com mulheres trans competindo contra “frágeis” mulheres nas mais diversas atividades esportivas? Escárnio.

Desnecessário aprofundamentos, é singelo observar o aspecto físico, a trivial questão biológica. Entretanto, para os “guerreiros sociais” da igualdade, aqui não há tipo algum de anomalia. Porém, por óbvio, igualdade significa ausência de diferença.

O Brasil necessitando de crescimento econômico e social, de geração de maiores e de melhores oportunidades para todos, e o foco tupiniquim - quase sempre na contramão - se centra nessa construção social politizada da ideologia de gênero.

O que se está fazendo com à cabeça - e os corpos - de crianças, além do que se pretende executar, é absolutamente destruidor.

Respeito pelo que o outro quer ser, sim; manipulação irresponsável da infância, evidentemente não. Para muitos o que parece ser um caminho “progressista”, a continuar o esforço e a manipulação exercida, irá factualmente nos conduzir a vanguarda do atraso e do retrocesso.

Alex Pipkin - PHD

 

 

 

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2023

Até quando toleraremos tamanha injustiça? - Marcel van Hattem

Gazeta do Povo -VOZES


Manifestantes detidos na Academia Nacional de Polícia em Brasília. Imagem do local na terça-feira (10)| Foto: Reprodução / Redes sociais

Visitei na semana passada os presídios do Distrito Federal, tanto o feminino da Colmeia como o masculino da Papuda
Voltei de lá com muitos relatos do ocorrido no dia 8 de janeiro, pedidos de ajuda, dezenas de bilhetes a serem encaminhados a familiares e uma inelutável convicção: não há dúvida nenhuma de que os terríveis atos de vandalismo realizados aos Três Poderes em Brasília precisam ser investigados e os responsáveis punidos, mas as prisões efetuadas supostamente em decorrência das depredações são, senão todas, quase todas ilegais, inconstitucionais e abusivas. 
São quase mil presos hoje, praticamente nenhum com passagem anterior na polícia
São quase mil pessoas que provavelmente nunca pisaram em uma delegacia (a não ser, talvez, como vítimas da violência endêmica no Brasil) com suas vidas paradas, seus familiares e amigos aos prantos, seus empregos e negócios perdidos.

Sob o ponto de vista jurídico, é simplesmente inadmissível o que está acontecendo nesse momento no Brasil: no dia em que visitei a Colmeia, também esteve presente no presídio o oficial de Justiça para citar as detentas. Todas as citações que vi, sigilosas e de difícil acesso até mesmo para advogados, eram praticamente idênticas, um copia e cola de argumentos e narrativas sem provas da participação individual da pessoa citada.  

A individualização da conduta, característica básica do processo penal, inexiste por completo. As audiências de custódia, feitas anteriormente e que levaram um total de nove dias em lugar das 24h previstas em lei, foram apenas para dar verniz de processualidade. 
Os juízes escalados para realizá-las não tinham sequer o poder de decidir sobre a manutenção das prisões, pois o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, é o único com poderes para, com sua caneta, definir o futuro de cada um dos detentos.

    O Congresso Nacional precisa agir, esclarecer tudo, fazer justiça a quem deve e corrigir as injustiças feitas a quem não deve.

Também assusta que o flagrante, tão necessário para que se efetue uma prisão naquelas circunstâncias, é duvidoso, quando não incerto, distorcido apenas para justificar as detenções ilegais. 
 Não se pode atestar, com base nas prisões realizadas na área dos Três Poderes, se as pessoas detidas ali e agora aprisionadas de fato concorreram para a depredação ou se, pelo contrário, tentavam impedir quem ali estivesse para quebrar tudo ou, até mesmo como alguns alegam, buscavam refúgio em lugar seguro, no interior dos recintos, no momento mais crítico da necessária ação das forças de segurança para conter a depredação.

Já as prisões realizadas no Quartel General do Exército, na manhã do dia 9 de janeiro, nas palavras do meu colega deputado federal Sanderson (PL-RS), foram todas ilegais. Todas. Não havia flagrante e, pior ainda, muitos dos que até hoje estão presos chegaram ao acampamento apenas na noite do dia 8, horas depois de terminados os atos de vandalismo. 

Conforme relato que escutei, até um motorista de aplicativo, que teria deixado um passageiro naquela noite de domingo no QG, ao descer do carro para observar como o acampamento teria ficado, foi impedido de sair como todos os demais que lá estavam. No dia seguinte, foi encaminhado, preso juntamente com os demais, incluindo crianças e idosos, em ônibus à Academia da Polícia Federal.

    No entanto, a falta de devido processo e a injustiça cometidas contra quem apenas protestava por um país melhor, ainda que discordemos das pautas defendidas, são inaceitáveis.

“Disseram-nos que nos levariam a um lugar seguro, ninguém anunciou prisão. Fomos enganados”, relatou-me um detento. Depois da triagem na Polícia Federal, que chegou a durar 72 horas em condições improvisadas e degradantes, em um ginásio sem as condições de receber presos, muito menos centenas deles, as mulheres que não foram liberadas foram levadas gradativamente à Colmeia; os homens, à Papuda. Registre-se: as prisões em massa determinadas pelo STF geraram um enorme excedente nos presídios. 
Na Papuda, passaram de 1,2 mil para mais de 2 mil presos. 
Na Colmeia liberaram presas por crimes comuns para cumprir pena domiciliar para dar lugar às detentas dos dias 8 e 9.

Na Papuda encontrei um “vendedor itinerante”, como ele próprio se intitula. Perguntei-lhe se viajou a Brasília de graça: “Não, paguei R$ 580 na passagem”. Ao lhe questionar se teria, financeiramente, valido a pena, retirou do bolso do uniforme branco fornecido pelo presídio maços de dinheiro. “Está aqui, R$ 4 mil”. O vendedor de bandeiras alega que veio a Brasília trabalhar e vender seus produtos a quem estava no QG. Agora, está preso. Várias foram às vezes em que externei minha opinião de que protestar diante de quartéis não era adequado. Contudo, jamais poderia imaginar que, no Brasil, simplesmente estar diante do principal prédio do Exército Brasileiro, protestando ou mesmo trabalhando, um dia poderia dar cadeia.

Durante minhas diligências,
em que pese a boa vontade das administrações e funcionários de ambas as penitenciárias em atender com a dignidade possível quem lá está, vi e colhi depoimentos de aberrações inexplicáveis. Na Colmeia, uma esposa de policial militar, visivelmente atordoada pelo uso de remédios, havia tentado poucos dias antes o suicídio; outra senhora, de 70 anos, pedia com os olhos cheios de lágrimas que intercedêssemos para desfazer o suposto mal entendido que a teria levado àquele lugar; uma professora, mãe de um filho de 7 e outro de 10 anos, pedia também ajuda para que saísse logo, pois, ainda por cima, era responsável pelo pai doente com quem, obviamente, agora não tem mais contato.

    O Supremo Tribunal Federal age como se a defesa da democracia no Brasil dependesse de ações coletivas de perseguição política e amedrontamento.

Um homem circulava na Papuda com bolsa de colostomia, vitimado por um câncer; outro, com quem conversei, é aposentado por invalidez, disse-me onde poderia encontrar seu laudo médico atestando a deficiência mental e me questionava se o seu auxílio-doença continuaria a ser pago. Na própria conversa foi fácil perceber que falava a verdade
Difícil mesmo era compreender como segue preso provisoriamente um senhor perto dos seus 60 anos que cuida na fronteira gaúcha do seu pai, de 84, portador de marca-passo, e que foi a Brasília numa “excursão" acompanhado de um amigo. “Por Deus, quero perder minhas duas vistas, não mereço estar aqui”, dizia com olhos marejados, em meio a soluços esparsos que dava enquanto ouvia outro preso, ao seu lado, relatando seu caso. A equipe de saúde local, resumida a um único médico acompanhado de uma equipe mínima em cada um dos presídios, claramente não dá conta das novas demandas surgidas com tantos presos a mais nas unidades, ainda mais considerando a idade média mais avançada das detentas e dos detentos dos dias 8 e 9 de janeiro em comparação com os criminosos que já estavam encarcerados antes de chegarem os novos hóspedes.
 
Repito: àqueles que depredaram, vandalizaram, profanaram com violência os palácios da nossa democracia, os rigores da lei e as premissas da nossa Constituição. No entanto, a falta de devido processo e a injustiça cometidas contra quem apenas protestava por um país melhor, ainda que discordemos das pautas defendidas, são inaceitáveis. 
 
O mesmo Supremo Tribunal Federal que por vezes tem sido brando, para dizer o mínimo, com a corrupção e a criminalidade, que solta bandidos condenados e concede habeas corpus a traficantes perigosos, agora age como se a defesa da democracia no Brasil dependesse de ações coletivas de perseguição política e amedrontamento. Age fora da lei, fora da Constituição. 
Com a complacência da maior parte da mídia brasileira e o silêncio obsequioso de instituições como a OAB, os abusos de autoridade se multiplicam. Até quando toleraremos tamanha injustiça?
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Diante de tantas irregularidades,
um grupo de parlamentares incluindo o deputado Sanderson (PL-RS), Adriana Ventura (NOVO-SP) – que também visitou os presídios – e eu, está atuando para que a lei seja respeitada. Ainda nesta semana apresentaremos ofícios à Ordem dos Advogados do Brasil e a Defensoria Pública para que todos os presos possam ter seu direito à defesa garantido. Já para a Procuradoria-Geral da República solicitaremos a individualização das condutas, conforme determina a legislação penal. Também estamos em contato com o Conselho Federal de Medicina e com a Secretaria de Saúde do Distrito Federal para avaliar a possibilidade de atendimento dos presos com comorbidades por médicos voluntários já dispostos a auxiliar.

O Congresso Nacional precisa se posicionar em defesa do seu povo, da Justiça e da nossa Constituição
A instalação da CPI do Abuso de Autoridade do STF e do TSE, bem como a CPMI dos atos de 8 de janeiro, demonstram-se a cada dia mais importantes. 
A decisão do governo Lula de impor sigilo sobre as imagens das câmeras de segurança no Palácio do Planalto é, no mínimo, suspeita. 
Um dos pedidos mais vocais que me foi feito por muitos detentos presos ainda no dia 8 era de que todas as imagens de todas as câmeras nos Três Poderes fossem liberadas o quanto antes, pois, quem não deve, também quer ver esse pesadelo ter fim o quanto antes.  
O Congresso Nacional precisa agir e as Comissões Parlamentares de Inquérito, na falta de outro poder, esclarecer tudo, fazer justiça a quem deve e corrigir as injustiças feitas a quem não deve.

Marcel van Hattem, deputado federal - Gazeta do Povo - VOZES

 

domingo, 19 de fevereiro de 2023

Ideologia de gênero: contradições e paradoxos - Percival Puggina

         Quem apontar contradições e paradoxos num discurso de esquerda se torna, imediatamente, objeto de esmerado trabalho de colagem de etiquetas que farão dele um vulto irreconhecível. 
Divergir da maioria dos colegas ou do professor militante é atitude de risco. 
O coletivo não admite dissenção porque a diversidade de ideias é o perigoso habitat da burguesia. Quase tão danoso quanto a liberdade.

É o que acontece com relação à ideologia de gênero. A ideia de que os órgãos genitais são ilusões da mente e devem ser abolidos da identidade pessoal derruba uma biblioteca de Genética e outra de Biologia. Coisa difícil, já se vê, principalmente se os autores da tese não conseguem esconder suas contradições.

A ideologia de gênero, em tese, não lida com sexo, mas com sexualidade e com papeis – masculino, feminino e neutro.  
Para a confusão decorrente, esses personalíssimos scripts ora seriam construções sociais, ora deliberações tão frívolas quanto a escolha de um adereço, ora frutos de imposições heteronormativas, ora produtos de uma "dialética" da genitália com o inconsciente de cada um, ora produto da tirania de certas emanações hormonais.

Sob absoluto silêncio e omissão da natureza, ninguém nasceria homem ou mulher. Todos arribaríamos a este mundo assexuados como manequins de vitrine, pendentes de definições ou indefinições que adviriam das influências e das experiências mais ou menos bem sucedidas ou malsucedidas. Ademais, os gêneros seriam intercambiáveis e, dependendo do lado de corte do fio, inacessíveis até mesmo aos cuidados profissionais de psicólogos e psiquiatras.

Qualquer dessas ideias, suas dicções e contradições tem inteiro direito de comparecer ao debate no ambiente social leigo ou científico. O direito que não lhes assiste é o de assalto às salas de aula e espaços infantis, precisamente seu interesse maior. Mantenham-se longe daí! Esses ambientes lhes são totalmente impróprios.  
Sua presença ultrapassa os limites da decência. 
Ninguém tem o direito de levar sua militância às mentes infantis para confundir suas identidades.

Enquanto escrevo estas linhas, o G1 informa que 100 crianças (4 a 12 anos) e 180 adolescentes (13 a 17 anos), se submetem a processos que incluem bloqueio da puberdade, hormonização cruzada e cirurgia de redesignação sexual, fazendo transição de gênero no Hospital de Clínicas da USP (leia aqui).

Percival Puggina (78), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org), colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.


terça-feira, 1 de março de 2022

AVULSAS


 

 De dar nojo - Artur e Renan do MBL vão pra Ucrânia se aproveitarem da tragédia

 
 
 

domingo, 21 de novembro de 2021

A linguagem neutra e a laicidade brasileira

Thiago Rafael Vieira e Jean Marques Regina
 
Na quinta feira, 18 de novembro, recebemos a notícia de que o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, decidiu de forma liminar, na Ação Direta de Inconstitucionalidade 7.019, suspender lei do estado de Rondônia que proíbe a denominada “linguagem neutra” na grade curricular e no material didático de instituições locais de ensino, públicas e privadas e nos editais de concursos públicos. A polêmica em torno dessa questão é a substituição da gramática que conhecemos, da norma culta, com palavras identificadas pelo gênero, como “todas elas” e “todos eles” pelo pronome neutro. [será que a suprema decisão também revogou o acordo ortográfico e o tratado internacional que adotaram uma ortografia unificada para a língua portuguesa, entre os países signatários?]

A linguagem neutra e a laicidade brasileira
                                          Foto: Pexels/Pixabay

A onda agora, de uma minoria barulhenta, é que todas as palavras diferenciadas pelo gênero masculino e feminino sejam substituídas pelo “gênero neutro”: todes elxs.                                                                          E a decisão liminar do ministro entende que isso é uma possibilidade, por ser um fruto da liberdade de expressão.                                                     Ele afirmou que: “proibir que a pessoa possa se expressar livremente atinge sua dignidade, portanto, deve ser coibida pelo Estado”.[óbvio que o 'expressar livremente' deve ser interpretado de forma restritiva quando se referir a um apoiador do presidente Bolsonaro.]

É a religião quem responde às perguntas essenciais da vida humana e, por isso, a laicidade colaborativa é o ponto de partida para pensar como resolver problemas como a tentativa de imposição do gênero neutro na linguagem

Essa situação nos mostra por que é importante pensar a educação na laicidade colaborativa brasileira. Visualizar a educação com uma ótica amplificada é fruto da perspectiva de que fomos criados à imagem e semelhança de Deus e, por isso, nosso sistema educacional deve ser acessível e de boa qualidade.
Imaginem o impacto que uma mudança dessas (gênero neutro) causaria no sistema de estudos de muitos estudantes em todo o país?      Precisamos pensar a educação de forma inteligente e conservar aquilo que é essencial. Jordan Peterson arremata esta questão ao falar sobre os pronomes neutros indicando que “os pronomes fazem parte de uma categoria linguística fechada, eles não mudam”.                                          O leitor percebe que se trata de instrumento de identificação, criado, não em vão, para compor a língua portuguesa: é uma ferramenta de distinção e estrutura de linguagem firmada no parâmetro curricular nacional.

Tão importante quanto a educação, a economia e o fenômeno religioso também devem ser alvos de nossa observação. São três áreas constantemente atacadas – de impasses ideológicos na economia até as inúmeras tentativas de enterrar a liberdade religiosa no Brasil. É a religião quem responde às perguntas essenciais da vida humana e, por isso, a laicidade colaborativa é o ponto de partida para pensar como resolver problemas como a tentativa de imposição do gênero neutro na linguagem. Uma pessoa que não tem mais certeza de qual o seu papel no mundo e que de qual é o seu gênero não pode ditar regras para todas as outras que sabem quem são, onde estão e para onde pretendem ir.

Por esse cenário, vale o convite para todos os leitores e assinantes da Gazeta do Povo: estejam sempre atualizados e busquem instrução. Uma entidade que, juntamente com a Gazeta do Povo, tem esse objetivo é o Instituto Brasileiro de Direito e Religião (IBDR), que está promovendo, na próxima semana (25 e 26 de novembro), o 2.º Congresso Brasileiro de Direito Religioso, com o tema “Economia, educação e o fenômeno religioso na laicidade colaborativa brasileira”.

Dentre as autoridades convidadas, contaremos com o ex-ministro da Justiça e da Advocacia-Geral da União André Mendonça; o governador do estado de Goiás, Ronaldo Caiado; os autores da obra Direito Religioso e Laicidade Colaborativa Brasileira, Thiago Rafael Vieira e Jean Marques Regina; o professor da USP David Azevedo; a secretária nacional da Família, Ângela Vidal Gandra Martins; o reverendo, ex-chanceler do Mackenzie e doutor em Filosofia Davi Charles Gomes; o Ph.D. pela Universidade Gregoriana Marcus Boeira; o presidente da mantenedora da UniEvangélica, Augusto Ventura; o professor e autor de diversas obras, como O Abuso do Poder Religioso, Valmir Nascimento Milomem, o professor, doutor em Direito e procurador federal Marcel Simões; a coordenadora de Liberdade Religiosa no MMFDH, Natammy Bonissoni; o diretor do seminário Martin Bucer, reverendo Franklin Ferreira; e o diretor do Ministério Fiel, pastor Tiago Santos, dentre muitos outros! As temáticas abordadas serão: Laicidade brasileira colaborativa; Direito Religioso e relações de trabalho; Liberdade religiosa e economia; Teologia e filosofia – A era secular.


Thiago Rafael Vieira/Jean Marques Regina - Gazeta do Povo - VOZES

quarta-feira, 2 de junho de 2021

A estupidez da linguagem neutra - Revista Oeste

 Cristyan Costa

A adoção de pronomes neutros para agradar a uma minoria empobrece a língua portuguesa e já contamina parte da iniciativa privada

 

Edição de arte Oeste | Foto: Shutterstock

“Enfim, chegou a hora da encomendação e da partida. Sancha quis despedir-se do maride, e o
desespero daquele lance consternou a todes. (…) Só Capitu, amparando a viúve, parecia
vencer-se a si mesme. Consolava a outre, queria arrancá-le dali. A confusão era geral. No meio delu,
Capitu olhou alguns instantes para o cadáver tão fixa, tão apaixonadamente fixa, que não
admira lhe saltassem algumas lágrimas poucas e caladas… (…) Fiquei a ver as delu; Capitu
enxugou-as depressa, olhando a furto para a gente que estava na sala. Redobrou de carícias para
a amigue, e quis levá-le; (…) Momento houve em que os olhos de Capitu fitaram o defunte, quais
os da viúve, sem o pranto nem palavras deste, mas grandes e abertos, como a vaga
do mar lá fora, como se quisesse tragar também o nadadore da manhã.“

Sob o argumento de que o idioma é machista e instrumento de perpetuação do poder do “patriarcado”, coletivos que garantem representar determinados públicos, como as feministas ou o antigo GLS — atual LGBTTTQQIAA — exigem, entre outras reivindicações, a transformação radical da fala, a chamada linguagem neutra. O primeiro parágrafo deste texto mostra como ficaria, por exemplo, um trecho do livro Dom Casmurro, de Machado de Assis, escrito com esta “neolinguagem”.

Monique Wittig (1935-2003), pensadora que exerce influência sobre o movimento de mulheres, defendia uma reforma das palavras de modo a torná-las neutras de gênero. 
A fim de viabilizar sua ideia, Wittig pregava uma investida em duas etapas: 1) utilizar uma palavra da linguagem comum, mudando-lhe o conteúdo de forma sorrateira; 
2) depois, a opinião pública é bombardeada pelos meios de educação formais (a escola) e informais (os meios de comunicação de massa). Assim, as pessoas acabariam enxertando esses termos no próprio vocabulário, sem nada perceberem. O modus operandi respingou nos estudos da pesquisadora Judith Butler, uma das precursoras da ideologia de gênero, para quem o sexo não define quem você é. Dentro dessa concepção, o sujeito pode assumir múltiplas identidades.

Nessa pseudolinguagem supostamente inclusiva, que alguns defendem que seja adotada como norma-padrão, o uso de pronomes, adjetivos ou substantivos “neutros seria uma forma de acolher pessoas que não se identificam como masculino ou feminino, chamadas de “não binárias”, no-gender ou “gênero fluido”. Rosa Laura, autointitulada ativista “não bináris”, explica o dialeto. Segundo ela, os pronomes pessoais “ela” e “ele” têm de ser substituídos por “ile”. Já os pronomes demonstrativos “daquela” e “daquele” mudariam para “daquile”. Dir-se-ia, então: “ile é muito bonite”, em vez de “ela é muito bonita”; e “todes gostam de irmén e du amigue delu”, em vez de “todos gostam da irmã e do amigo dele”.

Cíntia Chagas, formada em Letras pela Universidade Federal de Minas Gerais e professora de português, garante que a linguagem neutra nada tem de inclusiva. 
Segundo a especialista, três grupos acabam sendo marginalizados pelo “novo idioma”: 
1) os disléxicos, que representam parcela considerável dos estudantes;  
2) os surdos, que fazem a compreensão por meio dos sinais; 
3) e os deficientes visuais, que dependem de softwares para leitura no computador e, também, do Braille. “O ‘dialeto neutro’ inviabiliza a comunicação desses grupos”, constatou Chagas. “Trata-se de uma imposição injusta a essas pessoas, que já vivem em um contexto de limitação, pois as obriga a se submeterem a uma histeria coletiva”, acrescentou. “Em linhas gerais, o dialeto é defendido por ditadores da linguagem.”

Esse foi um dos argumentos do governo da França, que proibiu a linguagem neutra. “Ao defenderem a reforma imediata e abrangente da grafia, os promotores da escrita inclusiva violam os ritmos do desenvolvimento da linguagem de acordo com uma injunção brutal, arbitrária e descoordenada, que ignora a ecologia do verbo”, informou o Ministério da Educação francês. “Essas armadilhas artificiais são inoportunas e atrapalham os esforços dos alunos com deficiência mental admitidos no âmbito do serviço público.”

Educação
Apesar de absurda, a “novilíngua” já é realidade em escolas e universidades do Brasil e do mundo. Em setembro de 2020, circularam nas redes sociais imagens de uma aula sobre “pronomes neutros” em uma instituição particular do Recife (PE). Nos slides projetados, é possível observar neologismos como “obrigade”. O episódio foi registrado no Colégio Apoio e ocorreu em uma turma do 8º ano.

Dois meses depois, o Colégio Franco-Brasileiro, instituição particular na zona sul do Rio de Janeiro, resolveu “imitar” a concorrência e divulgou um comunicado aos pais informando que adotara estratégias para absorver a linguagem neutra nos espaços formais e informais de aprendizagem. “Renovando, diariamente, nosso compromisso com a promoção do respeito à diversidade e da valorização das diferenças no ambiente escolar, tornamos público o suporte institucional à adoção de estratégias gramaticais de neutralização de gênero em nossos espaços formais e informais de aprendizagem”, salientou a instituição.

A coisa não foi diferente na Escola St. Patrick, de Passo Fundo (RS). Os textos com comunicados sobre a volta às aulas e outras informações similares foram enviados via WhatsApp e traziam a letra “x” em vez de usar o feminino ou masculino.  
A escrita trouxe confusão e teve de ser explicada pela direção do colégio privado, que atende crianças da pré-escola ao ensino fundamental. Depois de receber uma série de reclamações, a instituição de ensino teve de divulgar uma nota explicando que “o uso dessa letra foi feito com a intenção de nos comunicarmos e, aqui, nos referimos às mães e pais de modo geral”.

Nem o ensino superior ficou blindado da prática. “Nesta segunda-feira, 3 de maio de 2020, serão iniciadas as atividades acadêmicas dos estudantes veteranes da UEMG Divinópolis. Sejam todes bem-vindes”, informou uma mensagem de boas-vindas publicada nas redes sociais da Universidade do Estado de Minas Gerais. O post ainda trazia uma imagem com os dizeres “Bem-vindes, estudantes veteranes”. Nos comentários, os internautas questionaram a atitude. Joanna Williams, em seu texto publicado nesta edição da Revista Oeste, relatou o caso de uma estudante de direito do Reino Unido que corre o risco de ser expulsa da universidade por ter dito, em um seminário de estudos de gênero, que mulheres têm vagina. “As universidades estão menos preocupadas com o ensino superior e mais com a doutrinação dos alunos na ideologia progressista”, escreveu Williams.

Caio Perozzo, especialista em linguagem e professor de literatura do Instituto Borborema, associação cultural sediada em Campina Grande (PB), acredita que as coisas chegaram a esse ponto devido a uma “crise da inteligência”. De acordo com ele, a linguagem foi submetida à ideologia e ao relativismo, que esvaziaram da fala e da escrita o propósito de descrição da realidade como ela é. “Há pessoas que percebem algo, mas se recusam a utilizar o termo adequado para representar aquilo porque viola um conjunto verbal e ideológico que ela já tem. A ideologia deixa sua inteligência deficiente”, observou o acadêmico.

Empresas
Além da educação, a linguagem neutra contaminou a iniciativa privada. A rede de fast-food Burger King fez uma postagem no Twitter em alusão ao Dia Internacional da Luta contra a Homofobia e a Transfobia (17 de maio): “Bandeiras de Todes”. No post, a empresa mostrou coroas e imagens que representam diversas orientações sexuais. Depois de receber críticas, a companhia tirou a publicação do ar. Contudo, emitiu uma nota, que dizia: “Acreditamos que todas as pessoas são bem-vindas e fazemos questão de reforçar a necessidade e a importância de assuntos como esse para a sociedade. Consideramos e absorvemos todas as manifestações e agradecemos por elas. Quanto mais conhecemos e discutimos, mais aprendemos e mais informados estamos para lutar contra a LGBTfobia”.

Na mesma linha do Burger King, o aplicativo iFood decidiu “cancelar” nomes considerados preconceituosos. O novo termo de uso da plataforma vetou pratos clássicos de restaurantes, como “batatas ao murro”, considerado violento e machista. O mesmo ocorreu com “punheta de bacalhau”, iguaria tradicional portuguesa, por ser fálica demais. Os chefs reclamaram, sem sucesso. Observa-se com os casos descritos que o objetivo declarado de grupos como o que promove a linguagem neutra é um só: purificar radicalmente o discurso de qualquer palavra que possa ofender a alguém. Quando se abre a possibilidade de qualquer um reinventar o idioma, reescrever obras artísticas e policiar a cultura a pretexto de defender os direitos das minorias, entra-se num terreno perigoso.

No livro 1984, escrito pelo jornalista inglês George Orwell, o protagonista Winston Smith trabalha no Ministério da Verdade. Contudo, sua função é adulterar registros históricos com a finalidade de moldar o passado à luz dos interesses de um presente tirânico que se impõe com a ajuda da chamada Polícia das Ideias. A entidade decide o que você deve pensar, escrever, falar e até como agir. Orwell descreve o drama dos personagens, que envolve a opressão física e, sobretudo, a mental. No desenrolar da história, é possível identificar uma das estratégias do Estado totalitário representado na obra: a mudança na linguagem mediante a manipulação do significado das palavras. Qualquer semelhança não pode ser interpretada como mera coincidência.

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 Revista Oeste - Cristyan Costa


sábado, 20 de fevereiro de 2021

A Câmara se humilhou para o STF e fez de Daniel Silveira um boi de piranha - Sérgio Alves de Oliveira

A tal de “ideologia de gênero”- um tremendo esforço para fundir todos os sexos biológicos, morais, e psicológicos,  num só -  somado ao  mais absoluto desprezo e preconceito  pela “heterossexualidade” ,bem como ao  exacerbado “endeusamento’ da Comunidade LGTB, fez do homem moderno verdadeiramente “macho”, no sentido que tinha essa  expressão     pouco tempo atrás, uma raridade de museu. Mas para que não nos interpretem errôneamente, a valentia de “macho” que estamos enxergando  não se trata de  nenhum privilégio masculino.

O verdadeiro acinte ético e  jurídico cometido pelo Supremo Tribunal Federal contra a Câmara dos Deputados, no episódio que envolveu a prisão arbitrária do deputado federal  Daniel Silveira,por pretensas ofensas ao STF, apesar da sua gravidade, jamais poderia ser “homologada” pela Câmara Federal, como ela  o fez. E isso por três  motivos.

A prisão “em flagrante” do referido deputado, decretada pelo Ministro Alexandre de Moraes, e homologada à unanimidade pelo Plenário da Corte, foi precedida de um incabível “mandado” de prisão em flagrante, o que por sí  só já descaracteriza completamente  o “flagrante” desse tipo de prisão. Se há “mandado” prévio, não existe “prisão em flagrante”.

Mas apesar de tudo qualquer medida judicial repressiva  contra o parlamentar  necessariamente deveria  ser  previamente autorizado pela Casa Legislativa a que o “acusado” pertence, o que não aconteceu, transformando-se  por isso a dita prisão em ato autoritário, arbitrário, próprio  de  um regime jurídico tirânico, desrespeitoso com o equilíbrio,a harmonia e a  independência entre os Três Poderes,seguidos no mundo livre desde Montesquieu. E acima de tudo um episódio   “terra sem lei”.

Em terceiro lugar, a decisão arbitrária  da “prisão em flagrante” prolatada pelo   Ministro Alexandre de Moraes, ”agasalhada” unânimemente  pelo Plenáro  do STF, fere de morte a imunidade parlamentar prescrita no artigo 53 da Constituição. Mas apesar de todos esses “atropelos”ao ordenamento jurídico pátrio, praticados sob responsabilidade  direta da corte de justiça brasileira maior, a incompreensível   atitude SUBMISSA  da Câmara Federal  com  essas absurdas irregularidades do Supremo, somente poderia ser concebida dentro de um  órgão colegiado composto majoritariamente por gente, homens e mulheres, não muito “machos”.

Portanto a Câmara Federal, que demonstrou ter  pouca vergonha na cara, acaba de se  dobrar, de se curvar, como se invertebrado fosse,  para o Supremo, confirmando  as  sábias  palavras um dia concebidas  por Ruy Barbosa: ”A pior ditadura é a do Poder Judiciário. Contra ele não há a quem recorrer”.

A sacanagem” que a Câmara fez com o “seu” deputado Daniel Silveira, homologando as “barbaridades” lá do STF, significa o mesmo que  fazem os boiadeiros, que antes de  atravessarem o rebanho por um rio tomado  por vorazes piranhas, ”sangram” um dos animais e o jogam para as piranhas, como  uma “oferenda” para esses “peixinhos”,distraindo-os com a comilança da rês  apetitosa que lhes foi oferecida.

Em suma: os deputados se “borraram” de medo frente ao  poder ”absoluto” do Supremo, recusando-se  a enfrentá-lo à altura,como deveriam . Com esse “disfarce” que fizeram , não vão conseguir enganar  ninguém. Mas lamentavelmente  esse  tipo  de episódio se trata de uma repetição diária,onde a falta de caráter dos homens, mulheres, e “???”, na atividade pública  tem sido a regra..

Mas é evidente que o deputado agiu errado e deve ser processado e julgado,eventualmente recebendo até alguma punição. Mas dentro da lei,não dos “arranjos”,dos “jeitinhos”,da “arbitrariedade”,do “abuso de autoridade”,dos “acordos espúrios de compadrio”,da submissão do Poder Legislativo ao Judiciário,de uma “justiça para inglês ver”.

Tudo resumido: quinhentos e tantos “bois” precisam  atravessar ilesos  o rio  cheio de   piranhas, oferecendo-se-lhes   um dos seus “pares”,o “boi de piranha”, para o sacrifício de ser devorado por elas,afastando com isso o risco de também se  tornarem comida.

“Suas Excelências”, os deputados, agiram igual àquele cara que se “apavora ” de medo frente a um cachorro qualquer, às vezes até manso, mas que pode se tornar  aparentemente  feroz quando a pessoa demonstra medo à sua frente. É isso que fez o Supremo,”apavorando”  os deputados. Que “cederam” !!!

Mas não devemos nem podemos olvidar que a parafernália jurídica feita pelo Supremo em cima do “inquérito do fim do mundo” envolvendo o deputado Daniel Silveira, não só deixou de seguir, ou interpretar, como deveria, a Constituição, porém “construiu, como se fora poder constituinte originário, ou derivado, uma constituição própria, feita na medida  exclusivamente dos seus desejos,os de  punir o referido  parlamentar."

Será possível que com “isso” o Presidente Bolsonaro conseguirá concluir  um bom governo,como  o povo que o elegeu  tanto espera?

Sérgio Alves de Oliveira - Advogado e Sociólogo