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sábado, 28 de julho de 2018

Rapidez e rigor

A decisão de Raquel Dodge, na qualidade de procuradora-geral eleitoral, de divulgar instrução normativa orientando todos os procuradores a ingressarem com ações para impugnar candidaturas de políticos condenados em segunda instância, conforme prevê a Lei da Ficha Limpa, é mais uma sinalização da Justiça de que não permitirá que a insegurança jurídica embaralhe o resultado das eleições de outubro.

Mesmo que tenha ressaltado que a legislação admite candidaturas sub judice, quando ainda há possibilidades de recursos, a decisão, acrescentada da advertência do atual presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro do STF Luiz Fux, de que a Justiça Eleitoral será rigorosa contra os candidatos fichas-suja, indica que a tentativa do PT de tentar ganhar tempo através de recursos protelatórios para conseguir colocar o nome de Lula na urna eletrônica tem tudo para dar errado.

Rapidez e rigor são as palavras que acompanham sempre as declarações das autoridades encarregadas de zelar pela lisura das eleições presidenciais. Nossa expectativa é fazer prevalecer a Lei da Ficha Limpa, garantiu a procuradora-geral da República. Ontem o futuro presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, no plantão judiciário, confirmou à Justiça Eleitoral de Goiás que o ex-senador Demóstenes Torres pode se candidatar ao senado nas próximas eleições.  A decisão fora tomada por 3 votos a 2 na Segunda Turma do Supremo, e foi confirmada ontem por Toffoli. A alegação para passar por cima da Lei da Ficha Limpa, que prevê que, além dos condenados em segunda instância, também os políticos cassados, como é o caso de Demóstenes, estão inelegíveis, é que o ex-senador não poderia ser considerado inelegível porque as provas que justificaram sua cassação acabaram anuladas pela Justiça.
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A decisão abre um precedente perigoso, pois a Lei da Ficha Limpa não prevê nenhum recurso ao STF. O Senado que cassou Demóstenes foi simplesmente ignorado na decisão. Mas também é improvável que o processo que condenou Lula venha a ser anulado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), a quem cabe analisar os recursos.

Precedente histórico
A interferência da Rússia na eleição de Donald Trump, alvo de uma investigação independente nos Estados Unidos, tem um precedente histórico revelado no livro de memórias de Nikita Khrushchev, secretário-geral do Partido Comunista da então União Soviética. Ele se gaba de ter ajudado John Kennedy a vencer Nixon na eleição presidencial de 1960, retardando a liberação do piloto do U2 Gary Powers, preso acusado de espionagem. Com isso, evitou que Nixon, reconhecido como um anticomunista feroz, pudesse anunciar que só ele sabia como lidar com os soviéticos.


Na estimativa de Khrushchev, a manobra resultou em mais de 500 mil votos para Kennedy, que ganhou a eleição com 303 votos contra 219 no colégio eleitoral, com apenas 112.827 votos de diferença, ou 0,1% do voto popular. Powers era piloto de um avião espião U2 abatido pelos mísseis soviéticos quando sobrevoava Sverdlovsk. O avião caiu quase totalmente intacto, e os soviéticos recuperaram seus equipamentos, que foram analisados minuciosamente durante o que se chamou de “a crise do U2”. Powers foi interrogado exaustivamente pela KGB durante meses, e acabou confessando que era um espião.

Sua libertação antes da eleição poderia dar um trunfo para Nixon, que servira durante oito anos como vice de Eisenhower. Outra coincidência com a eleição de Trump contra Hilary Clinton em 2016 é que Nixon dedicou-se a uma campanha em todos os distritos eleitorais, enquanto Kennedy empenhou seu esforço nos chamados estados indecisos (wing states), do mesmo modo que Trump fez. Hilary Clinton ganhou no voto popular e perdeu no colégio eleitoral. Kennedy ganhou nos dois, mas, pelas contas de Khrushchev, perderia no voto popular se não fosse a ajuda da União Soviética. Não há como provar que não ganharia no colégio eleitoral, que é o que vale, se a União Soviética não tivesse evitado que o anticomunista Richard Nixon pudesse angariar popularidade com a liberação do prisioneiro.

Merval Pereira - O Globo

Saiba mais, aqui
 

terça-feira, 15 de agosto de 2017

A extrema-direita está em ascensão nos EUA?


A violência que tomou conta das ruas de Charlottesville, uma cidade universitária no conservador estado da Virgínia, nos EUA, no sábado, tem como pano de fundo o dramático aumento na proeminência de grupos de extrema-direita no país.  A eleição de Donald Trump para a Casa Branca é citada como um fator que reenergizou ativistas e grupos que não apenas rejeitam ideologias de esquerda, como também do establishment conservador.


 Existem dezenas de grupos afiliados à KKK nos EUA, de leste a oeste

Ao mesmo tempo, sites de mídia social colaboram para a promoção destas visões de mundo.  A organização em prol dos direitos civis Southern Poverty Law Center (SPLC), que monitora mais de 1,6 mil grupos com discurso de ódio no país, diz que os pensamentos de extrema-direita foram "os mais bem sucedidos" em ganhar espaço no discurso político dominante.
Mas quem são esses grupos? Quão populares são? E o que querem conquistar?
A BBC Brasil reúne algumas das mais agremiações mais proeminentes nos EUA hoje em dia.


Alt-right
Eles adoram provocar, deploram o politicamente correto e idolatram Donald Trump.
São conhecidos pelo termo alt-right - uma abreviação de alternative right, ou direita alternativa - que muitos críticos descrevem como nacionalistas brancos ressentidos pelo avanço dos direitos civis de negros, mulheres e gays nas últimas décadas.  O movimento existe principalmente online mas, como não requer afiliação formal, não é possível dizer quantos membros possui.

Segundo Allum Bokhari e Milo Yannopoulos, do site de extrema-direita Breitbart - influente na ideologia de Trump -, facções da alt-right incluem os "intelectuais", "conservadores naturais" e a "equipe de memes" - jovens ativistas dispostos a trollar os rivais nas mídias sociais.  Os pilares da ideologia são a "identidade branca" e a "civilização ocidental tradicional", segundo Richard Bertrand Spencer, que criou o termo em 2008. Liberdade, liberdade de expressão e o direito a ofender também estão na sua cartilha.

O crescimento da alt-right foi impulsionado pela campanha presidencial de Trump, no ano passado.  Em julho de 2016, então pré-candidato republicano à Casa Branca, Trump tuitou uma imagem de Hillary Clinton ao lado de uma estrela de seis pontas - parecida com a estrela de Israel - e a seguinte frase: "A Candidata Mais Corrupta da História!"  Ao longo da campanha, ele seria acusado de anti-semitismo, machismo, anti-islamismo e puro e simples racismo.

Ku Klux Klan (KKK)
O grupo supremacista branco mais temido da história americana foi formado por ex-Confederados após a Guerra da Secessão (1861-65), na qual os estados escravagistas do sul saíram derrotados.  A KKK se multiplicou no sul americano no início do século passado e daí se projetou nacionalmente. Membros encapuzados, marchando à luz de tochas e batendo às portas das casas de seus inimigos para "julgá-los" pelos seus crimes viraram uma ocorrência comum nessa época.

Durante esse turbulento período, grupos supremacistas brancos promoveram linchamentos, enforcamentos e assassinatos de negros.  Além de discriminar contra afro-americanos, judeus e imigrantes, mais recentemente a KKK se posiciona contra gays, lésbicas e a população LGBT de forma mais ampla.  Tornou-se um movimento com o objetivo de evitar que esses grupos alcancem as mesmas liberdades e direitos civis que outros americanos. Suas facções o descrevem como "uma organização branca, patriótica e cristã enraizada na Ku Klux Klan do início do século 20."

Segundo o Southern Poverty Law Center, há grupos afiliados à KKK em quase todos os Estados americanos, reunindo entre 5 mil e 8 mil membros.  No ano passado, o grupo disse que estava experimentando "um forte aumento no número de afiliados no Sul profundo", os rincões dos Estados sulistas americanos.


Supremacistas brancos foram vistos usando uniformes militares e carregando armas 

Neonazistas
Embora o nazismo original de Adolf Hitler não se retratasse nem como esquerda nem direita - propunha ser, segundo os historiadores, uma "terceira via" - os neonazistas de hoje se colocam assumidamente na extrema direita.
Com isso, compartilham ideais anti-semíticos e veneram a Alemanha nazista de Adolf Hitler. São protegidos pela Primeira Emenda da Constituição americana e decisões judiciais tomadas nas cortes americanas. Em um caso proeminente, o Supremo americano invocou a Primeira Emenda para garantir o direito de um grupo neonazista de protestar na cidade predominantemente judia de Skokie, Illinois, portando suásticas.

Há diversos grupos neonazistas nos EUA, incluindo o Partido Nazista Americano e o Movimento Socialista Nacional (NSM, sigla em inglês). O mais visível deles, porém, é a Aliança Nacional (NA), cujo braço Vanguard America participou dos eventos em Charlottesville.

Os números mais recentes estimam que havia 2,5 mil afiliados em 2012, embora uma reportagem no New York Times de 2011 falasse em 400. Muitos deles estão na Virgínia, embora seu alcance chegue a 32 dos 50 Estados americanos. Segundo o SPLC, também aumentam os vínculos entre neonazistas europeus e americanos.

Outros grupos
Movimento Socialista Nacional (NSM, sigla em inglês) - Fundado em 1994, é um dos maiores grupos neonazistas dos EUA, com braços em mais de 30 Estados.
Conselho de Cidadãos Conservadores: Fundado em 1985 e originado a partir de movimentos pró-segregação nos Estados do sul americano.
Partido da Liberdade Americano: Fundado em 2009, com origens na Califórnia. A agremiação defende uma agenda racista e anti-migratória.

 Charlottesville: supremacistas brancos e grupos antirracismo entram em confronto
Fonte: BBC Brasil

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

As eleições nos EUA



Madeleine, enquanto sacerdotisa de Satã, só tem poder mesmo de mandar suas colegas feministas aos infernos, pois as demais estão a salvo. Não se renderam ao papo demoníaco do sexismo.

É evidente que as prévias das eleições norte-americanas estão despertando emoções consideráveis em todo o mundo. A esquerda está em pânico com a possibilidade de Donald Trump ganhar as eleições, o que mudaria o eixo de poder mundial em desfavor da agenda dita “progressista”. Trump será talvez o candidato mais claramente engajado contra o politicamente correto, contra o esquerdismo e o estatismo presentes no Partido Democrata.

A propósito, a disputa entre os democratas não está fácil, pois a favorita Hilary Clinton não decola. É provável que terá a legenda, mas há muita incerteza no caminho. A Sra. Clinton congrega as esperanças das feministas e dos globalistas de forma apaixonada. É possível ter um vislumbre desse fato no artigo publicado pela Madeleine Albright (Meu momento não diplomático). Quase me havia esquecido dela, uma velhota infernalmente feia e antipática que Bill Clinton transformou em secretária de Estado no seu malfadado governo.

Madeleine saiu do sarcófago para defender a candidatura da Hilary. Seus argumentos, contudo, só convencem feministas caricatas, falou para sua turma da luluzinha. Ela própria se colocou como a rainha dos infernos ao assegurar, em defesa de sua candidata, que existe um lugar especial no inferno para as mulheres que não se ajudam”. Entenderam bem, ela quer alojar as não feministas no seu feudo no submundo. O sexismo radical leva a esse tipo de argumento infantil, impróprio na pena de uma anciã.

A esquerda adora segmentar a sociedade e trabalhar os subgrupos em seu favor, mas nunca conseguiu colocar as mulheres contra os homens e, muito menos, convencê-las de que as possíveis candidatas seriam melhores governantes do que os homens, que têm sido regularmente eleitos por elas. O fato é que Madeleine, enquanto sacerdotisa de Satã, só tem poder mesmo de mandar suas colegas feministas aos infernos, pois as demais estão a salvo. Não se rederam ao papo demoníaco do sexismo.

Não satisfeita na sua argumentação burra, ela foi além:Quando mulheres têm o poder para tomar decisões, a sociedade se beneficia”. Seria verdade se todas as governantes fossem gigantes como a saudosa Margaret Thatcher. Os brasileiros estão sob o bico do sapato alto de Dilma Rousseff e jamais poderiam concordar com essa bobagem. Dilma ficará conhecida certamente como a pior presidente que o Brasil já teve.

Mas não é só por aqui que mulheres governantes fazem trapalhadas. Na Alemanha, Ângela Merkel se meteu a receber migrantes muçulmanos, atendendo às ordens dos chefes globalistas, e se estrepou. A população alemã, a começar pelos líderes do seu próprio partido, protestou. Essa é uma decisão das mais insensatas e pouco tem a ver com o fato de Merkel ser mulher, mas sim, por ser socialista e soldada do globalismo, que quer escravizar o mundo.

Fechou o artigo lembrando a caso Roe versus Wade, para fazer apologia ao aborto. Hilary Clinton certamente radicalizaria essa síndrome de Herodes, que patrocina o morticínio de bebês ainda não nascidos e nega a essência feminina de ser mãe. A claque infernal certamente aplaudiu a retórica satânica de Madeleine, mas as pessoas sensatas puderam ver que a eventual eleição de Hilary Clinton é o que de pior poderia acontecer para o mundo, não apenas para os EUA. E não por ela ser mulher, mas por ser malvada, ateia e abortista. E socialista. Deus nos livre dessa maldição. 

Com apoios como o de Madeleine Albright a Dona Hilary não irá longe. Será chutada devidamente para o lixo da história. Trump vem aí.

http://nivaldocordeiro.net/


segunda-feira, 18 de maio de 2015

Jeb Bush diz que casamento gay não deve ser direito constitucional

A declaração do republicano traz à tona o primeiro embate entre as agendas de Bush e Hillary Clinton, favoritos a disputar a Casa Branca em 2016

Provável candidato republicano à Casa Branca, o ex-governador da Flórida Jeb Bush declarou que o casamento entre pessoas do mesmo sexo não deve ser um direito garantido pela Constituição dos Estados Unidos. Em entrevista à rede de televisão católica The Brody File, no sábado, Bush disse que as empresas deveriam ter o direito de se recusar a prestar serviços a casais homossexuais por motivos religiosos. "Um grande país, um país tolerante, deveria ser capaz de apontar a diferença entre discriminar alguém por causa de sua orientação sexual e não forçar alguém a participar de um casamento que ela acredita ir contra seus valores morais".  

O político ressaltou que aquela representava apenas a sua opinião sobre o tema. "Não sou advogado", acrescentou. A declaração representa uma divergência significativa entre as agendas de Bush e Hillary Clinton, favoritos nas primárias dos partidos Republicano e Democrata, respectivamente, em uma eventual corrida presidencial em 2016.

Hillary iniciou campanha no Estado americano do Iowa, em abril, e mudou de opinião sobre o casamento gay em apenas 72 horas. Os assessores da candidata afirmaram, na ocasião, que ela defenderá a validade da união de pessoas do mesmo sexo no âmbito federal, contrariando declarações recentes em que havia respaldado a independência de cada Estado para legislar sobre o assunto. A declaração foi feita dias antes de a Suprema Corte americana começar a debater a constitucionalidade do matrimônio entre homossexuais.

O julgamento trata de vetos impostos pelos governos estaduais de Kentucky, Michigan, Ohio e Tennessee. Trinta e seis dos cinquenta Estados americanos permitem o casamento gay. Caso a Suprema Corte decida pela legalidade do matrimônio entre homossexuais, a medida poderá ser aprovada em todo o país. Para Bush, isso não mudará a sua opinião sobre o tema. "Independentemente do veredicto da Suprema Corte e do que eles decidirem, temos que nos manter como fiéis apoiadores do casamento tradicional", afirmou o republicano. Segundo o jornal The Guardian, Bush disse ter formado as suas opiniões com base no catolicismo, e não em fundamentos jurídicos. "Se nós queremos criar o direito de ascender na sociedade, precisamos restaurar o comprometimento em uma vida com uma família amorosa, com uma mãe e um pai cuidando de suas crianças com todo o coração e alma", declarou. Bush também ironizou o atual posicionamento de Hillary, sugerindo que ela declarou apoio ao casamento gay por interesses políticos. "É interessante que, há quatro anos, Barack Obama e Hillary Clinton tinham a mesma opinião que eu acabei de expressar. São milhares de anos de cultura e história que estão sendo transformados em uma velocidade extremamente rápida. É difícil compreender por que isso está acontecendo dessa forma".

Iraque - Jeb Bush, de 61 anos, é filho e irmão de ex-presidentes americanos - George H. W. Bush e George W. Bush. O republicano tem enfrentado pressões nas últimas semanas para distanciar a sua imagem da herança política deixada pelo irmão, fortemente ligada à guerra no Iraque. Pesquisas mostram que a maioria do público já julga que o conflito que matou quase 4.500 americanos e mais de 30.000 iraquianos não deveria ter sido travado. Com o tempo, também os políticos republicanos passaram a considerar que a ausência de armas de destruição em massa prejudicou a incondicional defesa de George W. Bush para justificar a guerra.

Os problemas de Jeb começaram no início da semana passada, quando afirmou à Fox News que também teria iniciado a guerra que seu irmão começou, mesmo sabendo o que se sabe hoje. Ao longo dos dias, ele foi forçado a corrigir sua declaração, dizendo que entendeu a pergunta errado e que não teria iniciado a guerra tendo as informações que tem hoje. Chegando a um jantar republicano em Iowa na noite de sábado, ele admitiu: "respondi errado, todos cometemos erros".

Da redação