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domingo, 12 de fevereiro de 2023

Relatório Otálvora: o Brasil sob o controle do Grupo de Puebla

 
 Para os fins do Departamento de Estado, não há missão diplomática venezuelana nos Estados Unidos.
 
Relatório Otálvora - Edgar Otálvora
11 Fevereiro 2023 - @ecotalvora
Diario las Americas


Lula da Silva chegou a Washington no dia 09FEV2023 convidado por Joe Biden para realizar uma reunião de trabalho para reatar as relações entre os dois países após o virtual congelamento causado pela distância imposta simultaneamente por Biden e Jair Bolsonaro. 
Para Lula, foi a oportunidade de mostrar sua volta por cima ao cenário mundial, enquanto para Biden foi sua forma de ratificar a linha de não enfrentamento e cooperação condicional com os governos de esquerda que proliferam no Continente.

O brasileiro voltou a visitar a Casa Branca, onde já havia sido convidado por George W. Bush e Barack Obama. E, mais uma vez, Lula se apresentou como o interlocutor virtual entre os Estados Unidos e os governos de esquerda da América Latina, papel que os “meninos” de Biden acreditaram, sem sucesso, que o argentino Alberto Fernández poderia desempenhar.

Além disso, Lula trouxe para a mesa de Biden temas como mudanças climáticas, racismo, defesa da democracia contra ataques da direita radical e a guerra na Ucrânia com a qual buscou harmonia com a atual Casa Branca. Lula chegou aos EUA depois de anunciar em Brasília a ideia de promover um grupo de países que servem de intermediários entre a Ucrânia e a Rússia para negociar a paz, proposta que não teria sido comprada pelos anfitriões em Washington. A posição “neutra” do Brasil diante da invasão russa da Ucrânia, estabelecida por Bolsonaro e continuada por Lula, não agrada à diplomacia norte-americana. De fato, no comunicado conjunto emitido por Biden e Lula, os negociadores americanos exigiram uma linguagem que não deixa dúvidas sobre a culpabilidade da Rússia na “violação da integridade territorial da Ucrânia”.

A visita de Lula a Washington não causou o impacto esperado pelo brasileiro. O apoio financeiro que Lula buscou para um fundo de preservação da Amazônia mal restou como uma promessa de Biden de buscar recursos no Congresso. 
A declaração conjunta é uma lista de propósitos genéricos em matéria ambiental, comercial, de “trabalhar em conjunto para fortalecer as instituições democráticas” e “coordenar em temas como inclusão social e direitos trabalhistas, igualdade de gênero, equidade e justiça racial, e proteção da direitos das pessoas LGBTQI+”. Nenhuma declaração expressa sobre os governos ditatoriais do continente foi feita durante a reunião.

Por certo. Chamou a atenção a ausência da primeira-dama dos Estados Unidos, Jill Biden, quando o marido recebeu o casal presidencial brasileiro. [Jill Biden estivesse presente, com certeza não teria gostado da cena mostrada abaixo.]


CONFIRA ABAIXO: 

Uma coisa que me chama muito a atenção são as expressões faciais e corporais. A inclinação de Janja oferecendo o seio ao discreto toque no braço de Biden, mostra que o poder é um excelente afrodisíaco. Lula que se cuide. Garanto que mulher alguma que se preze não faz isso.

Para que não restassem dúvidas sobre as tendências políticas de Lula, antes de comparecer à sua nomeação na Casa Branca, o brasileiro, que estava hospedado na presidencial Blair House, realizou duas atividades nas quais manteve encontros com figuras da esquerda radical do Partido Democrata . O primeiro a chegar à residência presidencial “Blair House” foi o senador Bernie Sanders que, após deixar o encontro, falou à imprensa e afirmou que com Lula pretende “fortalecer as bases democráticas não só no Brasil e nos Estados Unidos, mas em todo o o mundo“. Sanders equiparou Donald Trump a Jair Bolsonaro, chamando-os de “extremistas de direita”.

Depois de conversar com Sanders, Lula já tinha certeza de que atacar Jair Bolsonaro antes de Biden lhe renderia a simpatia do inquilino da Casa Branca
 Durante a sessão de fotos no Salão Oval, diante da imprensa, antes da reunião de trabalho, Lula da Silva reclamou com Biden sobre seu antecessor Bolsonaro: “O senhor sabe, senhor presidente, que o Brasil se marginalizou por quatro anos. O ex-presidente não gostava de manter relações internacionais com nenhum país. Seu mundo começava e terminava com notícias falsas, de manhã, à tarde e à noite. Parece que ele desprezava as relações internacionais “… Biden o interrompe e diz “Parece familiar” e riu. Lula tornou fácil para Biden atacar Trump.
 
(...)  

O Grupo de Puebla , organização continental de esquerda criada em 2019, [para substituir o Foro de S.Paulo]  colocou vários de seus membros fundadores em cargos de destaque no novo governo brasileiro.

Lula da Silva participou da fundação do Grupo, à revelia, da confortável sala onde cumpria pena por corrupção. Com sua chegada à Presidência da República no dia 01JAN2023, o Grupo de Puebla conta com membros e associados  à frente dos governos da Argentina, Chile, Bolívia, Brasil, Colômbia e México, além de fazer parte da aliança governamental na Espanha.

(...)

Os membros fundadores do Grupo de Puebla assumiram o controle do aparato econômico-financeiro do Estado brasileiro. Fernando Haddad, que foi ministro da Educação de Lula por sete anos e candidato à presidência em 2018 devido à impossibilidade de libertar o preso Lula, agora é ministro da Fazenda. Da definição da política econômica ao controle de todo o aparato financeiro do Estado, incluindo a importante rede de bancos públicos, está agora nas mãos do economista Haddad.

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, braço financeiro do Brasil para o financiamento de empresas, que foi usado massivamente pelos governos do PT para beneficiar construtoras brasileiras e governos estrangeiros de esquerda, também foi colocado sob o controle direto do Grupo de Puebla. O economista Aloizio Mercadante, fundador do PT em 1980 e do Grupo Puebla, foi nomeado presidente do BNDES. Mercadante é, juntamente com o colombiano Ernesto Samper Pizano, um dos quatro membros do “Conselho Político” do Grupo Puebla.

(...)

Evo Morales está promovendo a derrubada de seu colega de partido e presidente da Bolívia, Luis Arce Catacora. Vários dirigentes do MAS deram conta, nas últimas semanas, das instruções dadas por Morales em várias reuniões partidárias para que seus militantes realizem ações de protesto contra o governo de Arce. Morales, que aspirava a atuar como uma espécie de co-governante, mantém uma luta interna pelo controle do partido. Do governo surgiu uma “ala renovadora” encabeçada pelo vice-presidente David Choquehuanca que pretende afastar a liderança de Morales. Choquehuanca foi ministro das Relações Exteriores do governo Morales e atuou como secretário-geral do grupo de governos castro-chavistas ALBA.

Morales pretende impedir a reeleição de Arce ou a nomeação de Choquehuanca para as eleições presidenciais do distante 2025. Morales já foi visto em 09FEV2023 com uma camisa que anuncia uma nova presidência no período 2025-2030.

O confronto entre Morales e Arce começa a criar atritos dentro da aliança continental castro-chavista.

 Em DefesaNet, leia MATÉRIA COMPLETA


quinta-feira, 9 de fevereiro de 2023

Diplomacia Lula nos EUA e um problema que já dura 20 anos - VOZES

 Gazeta do Povo - Alexandre Garcia   

Diplomacia

O presidente Lula está indo para Washington, onde terá um encontro importante com o presidente Joe Biden. 
Isso me lembra uma confidência de Aloizio Mercadante, que estava junto com Lula quando ele esteve com o presidente George W. Bush no primeiro mandato dele.  
Bush disse à Lula que iria invadir o Iraque e que o brasileiro não deveria se meter, pois Bush não se mete na Venezuela, e Lula que administrasse o problema com Hugo Chávez. Foi uma tremenda demonstração de confiança dada por um republicano; agora Lula vai conversar com Biden em uma situação em que há mais afinidade ideológica.
 
Mas o problema venezuelano continua. Eu estava vendo os discursos dos presidentes do Paraguai e do Uruguai naquela reunião de que Lula participou em Buenos Aires, e os dois falaram de países que não respeitam a democracia, as instituições, os direitos humanos, que defendem a democracia só de boca.  
E isso tem de ser resolvido, como é o caso da Venezuela.
Vocês estão vendo os depoimentos de pessoas em Roraima dizendo que os yanomamis que estão aparecendo subnutridos na verdade estão fugindo da Venezuela, como já fugiram quase 6 milhões de pessoas, segundo a Agência das Nações Unidas para Refugiados.
 
Lula ataca o Banco Central e ministro tenta consertar o estrago 
Mais uma vez um ministro da área política – agora é Alexandre Padilha – teve de tentar aparar um pouco a agressividade do presidente em relação ao Banco Central. 
Disse que Lula não está querendo acabar com a autonomia do BC, que não é contra o presidente do banco. 
Quem acaba com a autonomia do Banco Central é o Congresso Nacional, o presidente da República não tem poderes para isso. Os petistas fizeram de tudo para atrapalhar durante 30 anos a tentativa de dar autonomia ao Banco Central. 
Quem conhece um mínimo de economia sabe que banco central tem de ter autonomia, que não pode haver mistura política na proteção da moeda, no combate à inflação, na política monetária. 
 
Quando Dilma se meteu, foi um desastre. Quando Lula foi presidente pela primeira vez, a Selic começou em 26,50%; a taxa atual, de 13,75%, é igual à do fim do primeiro período de Lula e início do segundo mandato.
E muita gente no entorno de Lula quer, sim, acabar com a autonomia do Banco Central. O ex-presidente do BC Armínio Fraga, numa entrevista ao Estadão, disse que há um desprezo raivoso pela responsabilidade fiscal
Mas a responsabilidade fiscal, que está sendo combatida também pelo atual presidente, é o que mantém o dinheiro no bolso de quem não tem economias para aplicar no banco e se proteger. 
Os R$ 100 do início do mês podem chegar ao fim do mês valendo R$ 50, como está acontecendo na Argentina e já aconteceu no Brasil. Nós já tivemos inflação de 84% ao mês por aqui, um desastre que acabou com o Plano Real.
 
Inversão de valores em curso mais uma vez 
Está de volta aquela história de que “polícia é ruim, bandido é bom”. Parece que nós estamos vendo 1984 adaptado às condições tupiniquins
Começou a ser julgado, na Corte Interamericana de Direitos Humanos, na Costa Rica, um caso ocorrido em 2002, em São Paulo, em que a polícia encontrou 12 integrantes do PCC, que acabaram mortos
Querem resgatar isso e forçar o Estado brasileiro a indenizar as famílias dos membros do PCC mortos. E boa parte do noticiário – porque muito jornalista hoje é formado com essa mentalidade – diz que os bandidos foram “assassinados” pela polícia, quando estavam muito bem armados e municiados.

Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos

Alexandre Garcia, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


quarta-feira, 8 de setembro de 2021

Caminhoneiros paralisam rodovias em oito estados e acendem alerta - Terrorismo de extrema-direita representa maior ameaça aos EUA pós 11/09 -

Boletim da Polícia Rodoviária Federal já alerta sobre bloqueios; em São Paulo, caminhoneiros tentam se mobilizar

A Polícia Rodoviária Federal de pelo menos seis estados relatam pontos de bloqueio por conta de paralisação de caminhoneiros. Segundo informações de delegacias regionais da PRF, os bloqueios acontecem na Bahia, Espírito Santo, Mato Grosso, Maranhão, Paraná e Santa Catarina. Caminhoneiros de São Paulo conversaram com o Radar Econômico e dizem que estão se organizando para fazer bloqueios nas regiões de Caçapava e Jacareí a partir da noite desta quarta-feira.

O ministério da Infraestrutura confirma que os bloqueios acontecem 4 estados e diz que “não há coordenação de qualquer entidade setorial do transporte rodoviário de cargas e a composição das mobilizações é heterogênea, não se limitando a demandas ligadas à categoria.” O ministério também acredita que até o fim do dia os movimentos já terão terminado. A maior manifestação acontece em Santa Catarina. No Maranhão, os manifestantes fecharam rodovias em Balsas e a pauta seria protesto contra o Supremo Tribunal Federal, segundo informações da PRF no estado.

O experiente gestor da Armor Capital e especialista em câmbio, Alfredo Menezes, fez o alerta: “O foco agora para o mercado é o movimento de caminhoneiros. Seria horrível para o PIB e o fiscal. Um tiro no pé.” As ações da Petrobras caem mais de 4,7% nesta quarta-feira, 08, com receio dos investidores que as paralisações possam ter a ver com o preço dos combustíveis. O Ibovespa cai mais de 3% e o dólar sobe quase 2,5%, aos 5,31 reais.

VEJA - Radar Econômico

Desde os atentados às Torres Gêmeas, extremistas supremacistas mataram mais americanos do que extremistas islâmicos radicados no país

Os anos em que Donald Trump ocupou a presidência dos Estados Unidos ficaram marcados pelo avanço da extrema-direita no país. O comício de supremacistas brancos em Charlottesville, em 2017, e os eventos do Capitólio, em janeiro de 2021, são os grandes expoentes dessa crescente. 

Ainda que haja uma tentativa de minimizar ou isolar esses incidentes por parte de simpatizantes, especialistas alertam que o crescimento desse movimento é uma forma de terrorismo que se tornou a maior ameaça à segurança doméstica dos Estados Unidos. Desde o 11 de setembro, os extremistas de direita foram mais responsáveis por mortes de americanos do que os fundamentalistas islâmicos radicados no país.

No início do ano, um relatório feito pela inteligência americana advertiu que os ataques por motivação racial representam uma ameaça de terrorismo doméstico mais letal do que em anos anteriores, sendo mais séria do que potenciais ataques vindos do exterior. A Casa Branca já tem, inclusive, uma estratégia para lidar com o problema.

O diretor do FBI — a polícia federal americana –, Christopher Wray, disse ao Congresso que os atos de 6 de janeiro não são um fato isolado, “mas uma demonstração de que o problema do terrorismo está se espalhando por todo o território americano há varios anos”. Ele acrescenta ainda que os ataques mais letais da última década foram causados por grupos supremacistas. 

Apesar das inúmeras advertências, o assunto foi minimizado ao longo dos anos. A atenção e os recursos foram direcionados em sua maioria para ameaças exteriores, como a Al-Qaeda e o Estado Islâmico, subestimando o nível de ameaça desses grupos. “É inegável que o governo federal subestimou a ameaça, principalmente após os eventos de 11 de setembro, quando o foco passou a ser muçulmanos, estrangeiros e pessoas de cor”, diz Hina Shamsi, diretora do projeto de segurança nacional da União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU) ao jornal The Guardian.

Muitos especialistas governamentais e não governamentais estudam o fenômeno do terrorismo doméstico, analisando ameaças deliberadas ou atos de violência motivados por questões ideológicas que intimidam a sociedade americana. A plataforma de pesquisa New America analisou os 251 assassinatos que se encaixam nessa categoria desde os atentados de 2001.

O relatório concluiu que membros da extrema-direita mataram 114 pessoas em mais de 30 ataques, enquanto os que seguem ideologias extremas do islamismo, mas sem ligação com o exterior, mataram 107 indivíduos em 14 ataques. 

O Departamento de Justiça americano reprime duramente aqueles que ameaçam a vida da população em nome da Al-Qaeda ou do EI, trazendo acusações relacionadas ao terrorismo, resultando em grandes sentenças independente da realização ou não do ataque. Quando se trata de supremacistas brancos, a situação é diferente. Segundo levantamento feito pela Organização Centro Brennan para Justiça da escola de direito da Universidade de Nova York, ataques cometidos por esses grupos muitas vezes são minimizados a crimes de ódio ou violência de gangues, com os casos passando para legislações estaduais ou locais. 

David Sterman, um dos autores do relatório da New America, diz que os atos de extremistas são mais difíceis de policiar, uma vez que há alinhamento de pensamento com a política dominante dos Estados Unidos, acrescentando que o racismo tem um grande papel na disparidade da fiscalização. O atentado de Oklahoma, quando um homem bombardeou um prédio federal matando 168 pessoas e ferindo 680 em 1995, colocou um holofote no terrorismo doméstico de extrema-direita, porém, após os atentados de 11 de setembro, o então presidente George W. Bush direcionou todos os esforços para combater a ameaça externa. 

Durante seus dois mandatos, de 2001 a 2009, sete incidentes fatais que terminaram com 10 mortos e 11 feridos foram realizados por membros de extrema-direita, motivados por ideologia anti-gay, supremacia branca e retaliação pelo atentado às Torres Gêmeas, enquanto jihadistas foram responsáveis por dois ataques que terminaram com três mortos e nove feridos.

O terrorismo dentro do país se tornou ainda mais forte a partir de 2009, quando grupos motivados pela recessão econômica e pela eleição do primeiro presidente negro do país se tornaram mais agressivos. 56 pessoas morreram e 40 ficaram feridas durante os anos de governo de Barack Obama. A campanha presidencial de Donald Trump, em 2016, foi pautada em cima de uma retórica nacionalista branca. Quando se elegeu, o discurso foi posto em prática, como a proibição de viagens de imigrantes de uma série de países muçulmanos e a redução da entrada de refugiados vindos da América. Esse encorajamento por parte do ex-presidente trouxe consequências: mais de 10 ataques causados por extremistas de direita mataram 48 pessoas e feriram outras 59.

Ainda não está claro qual a estratégia que será adotada pelos Estados Unidos para continuar lidando com a escalada do terrorismo doméstico. No entanto, o aumento do número de ataques — cada vez menos isolados — liga o alerta para que a situação receba a devida atenção.

VEJA -  Mundo


quarta-feira, 11 de novembro de 2020

Com todas as desconfianças, creio que temos mais segurança nos resultados que os americanos

Alexandre Garcia

"Com todas as desconfianças, creio que temos mais segurança nos resultados que os americanos. Com toda a confiança que temos nos carteiros, preferimos nós mesmos digitar o nosso voto, sem intermediários"

[Defendendo os carteiros: além da sempre possível desonestidade de alguns funcionários dos correios, cabe lembrar que  carteiros sofrem investidas de bandidos, traficantes, etc. Além da ECT não possuir o poder investigatório do Serviço Postal dos EUA, existe no Brasil, por suprema decisão do STF, áreas que estão fora do alcance da atuação das forças policiais - o ingresso da polícia em favelas do Rio, está sujeito a rígidos protocolos que quando atendidos o sigilo da operação já era.]
 
Quem se impacienta com a demora de uma decisão definitiva na eleição americana não deve ter acompanhado a eleição de George W. Bush, em 7 de novembro de 2000. No dia seguinte pela manhã, a apuração já mostrava que o democrata Al Gore tinha 255 delegados e o republicano Bush, apenas 246. Imagino se o presidente do Brasil, Fernando Henrique, tivesse se adiantado e já cumprimentasse Gore, que estava mais perto dos 270 delegados que significam vitória. Mas ainda faltavam os 25 votos da Flórida. 
 
Dias depois, Bush estava ganhando por 300 votos na Flórida. No dia 26 de novembro, o conselho eleitoral da Flórida proclamou o resultado pró-Bush, numa diferença de 537 votos. Aí, o democrata Gore entrou na Justiça e pediu recontagem de 70 mil votos, cancelando a declaração do resultado. Em 12 de dezembro, a Suprema Corte, por um apertado 5 a 4, convalidou a decisão do conselho eleitoral, e Bush estava eleito presidente. Demorou 35 dias, e se discutia apenas um estado. O eleito teve 50 milhões 460 mil votos; o perdedor, 51 milhões e três mil. É isso mesmo. O perdedor teve 543 mil votos acima do vencedor.
 
 Agora, Trump denuncia fraude e se declara vitorioso. De 160 milhões de votos facultativos, mais de 100 milhões vieram pelo correio. O provável eleito, Biden, argumenta que foi uma vitória clara e convincente. Já fez discurso como eleito, falando em erradicar a covid e o racismo. Para erradicar a covid, a Pfizer, talvez, tenha esperado o momento certo para anunciar o resultado de sua vacina. Para erradicar o racismo, vai ser difícil. Está impregnado até no noticiário. Das características da vice Kamala Harris, a mídia americana destaca que ela é negra e sul-asiática. A mente brilhante da procuradora e senadora ficou secundária. Depois.

Enquanto eles, por lá, se dividem quase ao meio, nós, por aqui, vamos às urnas eletrônicas no próximo domingo, Dia da República. Voto obrigatório, com resultados nas horas seguintes ao encerramento das urnas, e segundo turno nos municípios mais populosos, onde não ficar clara uma maioria. Com todas as desconfianças, creio que temos mais segurança nos resultados que os americanos. Com toda a confiança que temos nos carteiros, preferimos nós mesmos digitar o nosso voto, sem intermediários. Se eles acompanhassem o nosso processo eleitoral, assim como nós acompanhamos os deles, nunca mais se refeririam ao Brasil como um exótico país tropical. Yes, nós temos banana; mas (graças ao Havaí) eles têm muito abacaxi, que pode levar tempo para descascar.

Alexandre Garcia, jornalista - Coluna no Correio Braziliense

 

 

 

terça-feira, 10 de novembro de 2020

O recado dessas pessoas - Carlos Andreazza

O Globo

É aposta na derrota desqualificar a legitimidade daqueles que votam em Trump — e Bolsonaro 

O que ora vemos nos EUA é um dos futuros do Brasil. Este expediente golpista, [golpista ? Curioso é que quando usado por um candidato que não faz parte do sistema é golpe; fosse usado por algum esquerdista, algum apátrida ou coisa parecida seria expediente legitimo.

Logo gritariam que judicializar uma questão é direito de qualquer cidadão - aliás, em 2022 Bolsonaro não vai usar esse recurso por ser esmagadora sua vitória mas, se houvesse necessidade ele seria acusado de golpista = golpe via Poder Judiciário???]de acusar fraude no sistema eleitoral, será usado por Jair Bolsonaro daqui a dois anos, qualquer que seja sua condição competitiva. Ninguém se poderá proclamar surpreendido. O presidente brasileiro não esconde as cartas; ou não terá sido ele, poucos meses atrás, a afirmar ter provas — jamais apresentadas — de que a eleição de que saiu vencedor fora fraudada? Não falava de 2018, mas para 2022. [provas devem ser apresentadas ao Poder Judiciário, se e quando for necessário].

Donald Trump ataca, em 2020, a mais poderosa expressão da democracia na América: o voto combinado à independência federativa. Mobiliza suspeição sobre a integridade da exata mesma estrutura descentralizada por meio da qual se elegeu em 2016. Empreendimento especialmente grave porque mina — com mentiras vestidas de teorias da conspiração — uma instituição, a tradição eleitoral americana, fundada na confiança entre cidadãos. [cabe lembrar que o Poder Judiciário, em vários tribunais, incluindo a Suprema Corte, aceitou os questionamentos apresentados pelo presidente Donald Trump. Ou o Poder Judiciário dos EUA se tornou cúmplice de uma sabotagem?]

Não se trata de um mau perdedor, com o que se confundiria com uma criança. Mas de um sabotador. Um populista autoritário que manipula, como fazem os personalistas, a fantasia influente sobre a própria potência. Ou seja: alguém como ele não perde senão roubado — eis a mensagem, destinada a fomentar o choque e manter ativa a militância.

Trump fala para 2024 e age amparado por um precedente lamentável, embora de natureza diversa. Judicialização de processo eleitoral é sempre trauma. Refiro-me à eleição de 2000; aquela em que o democrata Al Gore levou a apertada derrota para o republicano George W. Bush à Suprema Corte. Dirão ambas as partes, os democratas de então e os republicanos de hoje, que recorrer à Justiça é do jogo. Certo. Vendo agravar-se fissura nunca curada, digo eu que, do jogo, certamente não é, ancorar as demandas judiciais plantando dúvida, sem provas, contra um pacto social, o eleitoral, dependente de boa-fé. Democratas afirmam que assim procedem agora os republicanos. Republicanos, que assim procederam os democratas há 20 anos. Aí está. Não é belo; sendo óbvio o tipo de oportunista que se beneficia do império da suspeição.

Trump opera a desconfiança com maestria. Mas só o faz porque produto de uma grande parcela da sociedade americana que descrê. E que, porque descrê, endossa que seu presidente dilapide pilares civilizacionais e aposte na cultura da suspeita. Ele é a manifestação de uma doença no pulmão da democracia liberal. Um sintoma que teve mais de 70 milhões de votos, muitíssimos dos quais ou não acreditam ou não se importam que um aparato eleitoral vigente há mais de dois séculos seja esculachado.[os mais de 70.000.000 de eleitores que votaram em Trump possuem o direito legítimo de ter suas denúncias esclarecidas.

Os republicanos, sob a liderança do presidente Donald Trump,  não querem que as eleições sejam anuladas. Querem, o que é um legítimo direito, que a lisura das mesmas seja comprovada.Constatada fraude, a anulação é uma consequência inevitável.]

Esperava-se — nas bolhas elitistas — que das urnas emergisse dura resposta a Trump. A realidade que se impõe é outra, porém. Ele perde, mas fica. Vasta porção da comunidade está de saco cheio do sistema e sustenta as condições permanentes para que discurso e prática trump-bolsonaristas, de desconstrução institucional, prosperem. Boa parte da sociedade americana idem a brasileira não acredita que o establishment, aí incluído o aparelho eleitoral, represente-a, que cuide de seus interesses. Há uma erosão agressiva do valor da representação. É daí que se eleva o populismo autoritário.

É erro grave enfrentar o que Trump e Bolsonaro são criminalizando aqueles que representam. Eles representam gente. Milhões de pessoas. É erro estúpido, obra de arrogância, aposta na derrota, desqualificar a legitimidade daqueles que votam em Trumpe Bolsonaro como se fossem monstros fascistas ou imbecis alienados. Trump, como Bolsonaro, é fruto do esgarçamento do tecido social; esgarçamento que decorre de as pessoas sentirem, na pele, que o fosso se alarga e aprofunda entre elas e aqueles que as deveriam defender. Descrença. As pessoas estão convencidas de que o establishment se voltou para si, que existe apenas para cuidar dos próprios interesses, o que vai agravado — no caso brasileiro — pelo processo de condenação da atividade política.

O fosso aumenta. A antiga classe média, outrora liga, perde — perdeu — a musculatura. Amplia-se o volume de excluídos. Amplia-se a sensação de desamparo dos que se sentem traídos, abandonados, pelas elites político-econômicas. A ideia de voto se deteriora. Amplia-se a base de ressentimentos e de ressentidos. É o circuito que alimenta a desconfiança.

O trump-bolsonarismo é um orgânico complexo enriquecedor e explorador de ressentimentos. Chamar de gado quem dá vazão a suas insatisfações-desilusões votando em Bolsonaro é empurrar ainda mais esses indivíduos aos braços do populismo; equivale a tratar como bovina uma rara escolha — talvez a forra — de quem muitas vezes nunca tem escolha. Trump e Bolsonaro ascendem dessa captação de sentimentos, desse arrebanhar de impotentes. Eles atacam as instituições republicanas autorizados por uma engrenagem de descrenças que processa República como coisa de poucos.

Vá falar a um desempregado, cuja esperança é não ter o filho cooptado pelo tráfico, sobre a importância da democracia... Trump ora se insurge será Bolsonaro amanhã — contra o mesmo sistema que o cidadão do país profundo sente que o exclui. Eles têm mandato para isso. É preciso entender o recado dessas pessoas. 

Carlos Andreazza, colunista - O Globo

 

sábado, 4 de julho de 2020

A sucessão de Celso de Mello - Editorial

O Estado de S. Paulo


[A própria CCJ deixa duvidas sobre sua condição, competência e imparcialidade,  de avaliar  o notório saber jurídico dos indicados.]
Diante das afrontas do presidente Jair Bolsonaro e seu entorno ao Supremo Tribunal Federal (STF), as atenções estão voltadas para o nome que ele indicará para substituir o ministro Celso de Mello, que completará 75 anos em novembro – idade máxima para permanecer na ativa. Além de decano da Corte, ele é o relator do pedido de abertura de inquérito enviado pela Procuradoria-Geral da República contra Bolsonaro para apurar seu envolvimento em crimes denunciados pelo ex-ministro da Justiça Sérgio Moro. Mello também se tornou a voz de autoridade institucional do STF, respondendo às diatribes contra a democracia feitas por Bolsonaro.

Pela Constituição, a escolha de um ministro do STF é feita pelo presidente da República e o nome escolhido é enviado ao Senado, para ser sabatinado. Após a sabatina, a Comissão de Constituição e Justiça decide se o indicado preenche os requisitos de “reputação ilibada” e “notável saber jurídico”. Se for aprovado, a indicação será levada a votação em plenário onde, para ser confirmada, precisa ter o voto favorável de 41 dos 81 senadores.

Esse modelo de indicação é semelhante ao adotado nos Estados Unidos, cujas instituições serviram de inspiração para a construção do Estado brasileiro após a proclamação da República. Desde a Constituição de 1891, o modelo sofreu poucas alterações. Entre os pré-requisitos, a Carta exigia reputação ilibada e “notável saber”. A expressão “notável saber jurídico” surgiu na Constituição de 1934. As demais constituições – inclusive na época da ditadura militar – atribuíram ao Senado a prerrogativa de votar o nome indicado pelo chefe do Executivo. A exceção foi a Constituição fascista de 1937, que submetia a escolha a um Conselho Federal.

Ainda que nos Estados Unidos o mandato dos ministros seja vitalício, enquanto no Brasil ele expira aos 75 anos, [o conceito indiscutível que que NINGUÉM É INSUBSTITUÍVEL e exemplo recente, tornam conveniente que a idade teto volte aos 70 anos.]  a maior diferença entre os dois modelos não é de caráter formal, mas substantivo. Nos Estados Unidos as sabatinas dos indicados para a Suprema Corte são rigorosas e duram dias. Os indicados têm de demonstrar conhecimento de direito, de jurisprudência e de doutrinas jurídicas. Suas vidas e carreiras são minuciosamente escrutinadas. No Brasil, as sessões são protocolares. Costumam durar algumas horas e – com raras exceções, como nas sabatinas de Dias Toffoli, Edson Fachin e Alexandre de Moraes [o ministro Fachin,  foi ciceroneado no Senado por Ricardo Saud, delator da JBS.] os senadores se limitam a fazer elogios aos indicados.

Nos 131 anos de Brasil republicano, só foram rejeitadas cinco indicações – todas feitas por Floriano Peixoto. Nos Estados Unidos, em mais de 230 anos o Senado já rejeitou 12 indicações da Casa Branca e em 11 vezes a Casa Branca retirou os nomes indicados para evitar que fossem rejeitados. Há casos em que os próprios indicados declinaram da indicação, quando perceberam que seriam rejeitados, e em que os senadores impediram a votação, fazendo discursos intermináveis durante as sessões. Os últimos casos são exemplares. Um ocorreu em 1987, quando Ronald Reagan indicou Douglas Ginsburg, que foi rejeitado depois que se soube que fumara maconha quando adulto. O outro ocorreu em 2005, quando George W. Bush indicou uma assessora, Harriet Miers.

Considerada despreparada até pelos senadores governistas, só não sofreu uma rejeição humilhante porque desistiu da indicação antes do início da votação.

Diante das tensões institucionais que o País enfrenta, é de esperar que o Senado brasileiro se inspire no americano e passe a ser mais rigoroso nas sabatinas. Entre outros motivos, porque os nomes que têm sido aventados pelo Planalto para a vaga de Celso de Mello não são de ínclitos juristas, mas de bacharéis formados em cursos de segunda linha, sem maior experiência jurídica e notório saber. Se o Senado não tiver disposição para cobrar sólida formação jurídica e coragem de rejeitar indicações medíocres, ele estará comprometendo as instituições. Como pode a Suprema Corte zelar pela Constituição se passar a contar com um ministro sem preparo e que não hesitará quando tiver de optar entre os interesses obscurantistas de seu padrinho político e o Estado de Direito?




domingo, 12 de janeiro de 2020

O bunker do Rio Tigre - O bunker dos EUA em Bagdá - O Globo

Dorrit Harazim 

Embaixada dos EUA em Bagdá é um mastodonte, que ocupa uma área maior que a do Vaticano

No meio do caminho entre os Estados Unidos e o Irã tem mais do que uma pedra. Tem um país inteiro, o Iraque, à deriva entre esses dois graúdos senhores de sua autonomia. Não é de hoje que as fronteiras, identidade, paz ou governo iraquianos são movediços. O que muda são os protagonistas. “Ó povo de Bagdá, lembre-se que ao longo de 26 gerações vocês sofrem sob tiranos estrangeiros dedicados a insuflar árabes contra árabes e se beneficiar dessas dissensões”, proclamara já em 1917 o comandante em chefe das tropas britânicas, coronel Stanley Maude, ao capturar a capital Bagdá dos turcos e alemães, em nome dos aliados na Primeira Guerra Mundial.

Nada de que os próprios iraquianos precisassem ser lembrados, é claro. Tampouco agora precisam ser lembrados da fragilidade de sua soberania, quando foguetes iranianos atacam bases americanas no Iraque, e os EUA usam seu espaço aéreo para matar o general mais poderoso do Irã. Ainda na sexta-feira, o primeiro-ministro interino Adel Abdul-Mahdi reiterou cauteloso pedido a Washington visando a estabelecer algum mecanismo para a efetiva retirada das tropas americanas de seu solo. Como esta questão tem potencial para alterar todo o tabuleiro geopolítico da região, nada de imediato é esperado, sobretudo em tempos de alta tensão.


Em algum momento da história, porém, um último militar dos Estados Unidos haverá de embrulhar a bandeira e deixar a terra invadida e ocupada em 2003. E ficará em solo iraquiano um mausoléu do governo George W. Bush tão ilustrativo dessa era quanto o delirante palácio presidencial de Saddam Hussein, cujas entranhas de luxo e barbárie foram expostas à curiosidade mundial após a deposição do dono. Trata-se da Embaixada dos Estados Unidos em Bagdá. 

Quem a definiu em termos absolutos foi o britânico Martin Kemp, professor emérito de História da Arte na Universidade de Oxford. “A embaixada não deve ser olhada como ‘arquitetura’. Ela é um insulto a uma cidade de grande histórico cultural visual. Suas paredes são pontuadas por olhos sem alma. Seus ouvidos são surdos para o mundo. Trata-se de um monstro”, resumiu em artigo para o “New York Times” pouco após a inauguração do complexo, em 2009.

Kemp referia-se ao mastodonte emparedado de 21 edificações às margens do Rio Tigre, que ocupa uma área maior do que o Vaticano. Inaugurada ao final da fase militar da ocupação americana do Iraque, o empreendimento feito sem licitação teve o custo original de meio bilhão de dólares aumentado para U$ 750 milhões (equivalentes a R$ 3,02 bilhões) por um erro de cálculo elementar: nem o Pentágono nem o Departamento de Estado imaginaram que os 16 mil eventuais ocupantes do complexo (10% funcionários diplomáticos, 10% administradores, 30% pessoal terceirizado para serviços, 50% pessoal de segurança) não se sentiriam seguros sequer para circular pelo perímetro mais bem protegido de Bagdá a chamada Zona Verde que abriga tanto as embaixadas quanto o governo iraquiano. Resultado: foi construído um mundo estanque. Um bunker dentro de um bunker.

Hoje ocupado por apenas 1.000 funcionários regulares (descontando serviçais e aparato de segurança), ele tem desde restaurante à prova de morteiro e foguete até cinemas, shopping e escolas; de usinas elétrica e hidráulica a tratamento de esgoto e lixo, unidade de bombeiros, de fuzileiros navais, comissariado, nomes de ruas como Main Street e Broadway — ah, e a chancelaria, é claro. Os manifestantes pró-iranianos de dias atrás conseguiram invadir apenas um primeiro cinturão de acesso ao complexo, sem chegar à embaixada propriamente dita.

Há muito embaixadas deixaram de ser um intocável oásis de território soberano cravado mundo afora para abrigar a diplomacia e interesses comerciais, enquanto as bases militares tratavam do grosso. Adaptaram-se aos novos tempos, como demonstra Jane C. Loeffler no interessantíssimo “The Architecture of Diplomacy: Building America’s Embassies” (sem edição no Brasil). Para a historiadora, a arquitetura da embaixada de Bagdá transmite ausência de confiança dos Estados Unidos nos iraquianos, e portanto escassa esperança quanto ao futuro independente e soberano do país.

“Até quando esta fortaleza em solo estrangeiro vai poder ficar de pé sem ofender ou enfurecer a população?”, perguntava uma década atrás o coronel reformado Douglas Macgregor, que serviu na primeira Guerra do Golfo. Peter Van Buren, funcionário do Departamento de Estado e integrante da equipe do programa de reconstrução do Iraque, também narrou sua experiência em livro. O titulo é interminável — “Tínhamos boas intenções: como ajudei a perder a guerra pelos corações e mentes do povo iraquiano”. Seu autor não deve ter mudado de opinião sobre o mamute do Rio Tigre:
“É uma fortaleza destinada a manter o povo e a realidade do lado de fora”. Também uma pedra no caminho.
Dorrit Harazim, colunista - O Globo