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sexta-feira, 12 de agosto de 2022

O Brasil que “não aguenta” - J. R. Guzzo

Revista Oeste

É o Brasil dessa elite subdesenvolvida, inepta e preguiçosa que nos últimos três anos e meio viu uma parte das torneiras do Tesouro Nacional se fecharem para ela 

Um ministro do já remoto governo Sarney, habitualmente escalado pelos meios de comunicação para nos ensinar como o universo funciona, anunciou há pouco a possibilidade de uma tragédia monumental: o “Brasil”, segundo ele, não aguenta mais quatro anos “de Bolsonaro”.         É mesmo? É uma sorte, realmente, que ele tenha tido a bondade de nos avisar, porque ninguém tinha percebido nada até agora. De que diabo o homem está falando? Não se sabe, em primeiro lugar, qual é esse Brasil que não vai aguentar. Se você aguenta perfeitamente, por que o Brasil não aguentaria? Em segundo lugar, o público não foi informado quais seriam, exatamente, os motivos concretos pelos quais o país vai acabar se Bolsonaro for reeleito presidente da República.                      Daria para nos citarem três fatos objetivos, por exemplo, para explicar por que aconteceria uma coisa dessas? Dois fatos, pelo menos? Tudo bem: um fato só?

Movimentos sociais e sindicais realizam ato em frente à Faculdade do Largo São Francisco na quinta-feira, 11 de agosto | Foto: Tiago Queiroz/Estadão Conteúdo
Movimentos sociais e sindicais realizam ato em frente à Faculdade do Largo São Francisco na quinta-feira, 11 de agosto | Foto: Tiago Queiroz/Estadão Conteúdo

Dá para o piloto da inflação de 2.000% ao ano dizer que o país não consegue suportar 7%?

Ninguém vai dizer que fatos seriam esses por uma razão muito simples: eles não existem. Não é coisa muito difícil de se constatar — basta ver que o autor da previsão foi nada mais, e nada menos, que ministro da Fazenda no governo Sarney. Justo no governo Sarney, e justo na Fazenda? É sabido que os povos têm os governos que merecem, mas, no caso do Brasil, naquela época, houve uma exceção: os brasileiros não fizeram nada para merecer o governo Sarney, talvez o mais incompetente em toda a miserável história da elitezinha brasileira que passa a vida sem produzir um único prego, mas manda na máquina do Estado e nas “instituições democráticas” que inventaram aí. 

Foi azar mesmo, puro e simples. Como pode o ministro de um governo desses vir a público falar de qualquer coisa e ainda por cima de economia? O governo Sarney, com esse cidadão na cadeira de ministro da Fazenda, chegou ao seu último dia tendo uma inflação de 2.000% ao ano. Isso mesmo: 2.000%, no último ano, e chegou a ser mais, nos seus piores momentos. O presente governo, que na opinião do ex-ministro o Brasil “não aguenta”, deve fechar 2022 com uma inflação um pouco acima de 7%
Dá para o piloto da inflação de 2.000% ao ano dizer que o país não consegue suportar 7%? É o técnico do Madureira dando palpite na escalação do Real Madrid.

Fazer o quê? O Brasil, sabidamente, é um país com poucos talentos na sua vida pública. Um dos resultados disso é que os jornalistas vão procurar os heróis das suas entrevistas entre os que, comprovadamente, não deram certo — sobretudo quando eles dizem o que os jornalistas querem publicar. É o caso, mais uma vez, da profecia de que o país “não aguenta” mais quatro anos de Bolsonaro. O Brasil que não aguenta, na verdade, ou que não quer aguentar, é o Brasil dos parasitas o Brasil dessa elite subdesenvolvida, inepta e preguiçosa que nos últimos três anos e meio viu uma parte das torneiras do Tesouro Nacional se fechar para ela.  

Só uma parte — mas o suficiente para deixar revoltados, impacientes e com medo os habituais acionistas controladores do Estado brasileiro. O que perturba a todos eles, como nunca aconteceu antes, é a sensação de não mandarem do jeito que mandavam na máquina pública e nos bilhões de reais que existem em função dela. Mais quatro anos de abstinência, mesmo parcial? Eles não querem isso; acham que não dá para “aguentar”.

Não tem absolutamente nada a ver com a democracia, com as “instituições”, com a “resistência” ao autoritarismo e com todo o resto dessa conversa fiada

O que não dá para aguentar é a inflação de 7% ao ano, depois de dois anos de economia travada em função da Covid e de uma guerra aberta em plena Europa; como pode dar certo uma política econômica que, segundo eles, está transformando o Brasil numa ruína? 
É a reforma da previdência que limitou os privilégios da casta superior do serviço público — e gerou bilhões de reais que irão para o erário, e não para bolsos privados. 
É o Banco Central independente do governo e dos amigos do governo.  
São as empresas estatais que dão lucro de R$ 200 bilhões por ano para os cofres públicos, em vez de 40 bilhões de prejuízo que viravam lucros para cofres particulares. 
 
É a redução de impostos que transfere dinheiro do Estado para a população, e deixa o Supremo Tribunal Federal em estado de crise nervosa. É a redução dos preços dos combustíveis, que passa para os cidadãos a renda que estava indo para os governadores de Estado. 
É um governo no qual as empreiteiras de obras públicas não mandam.  
É uma Caixa Econômica (ou um Banco do Brasil, ou uma Petrobrás) em que a diretoria não é nomeada por políticos e está a serviço dos seus interesses
É uma administração federal que parou de contratar funcionários e de dar aumentos salariais por passagem de tempo. É isso, e mais disso.

É o Brasil de quem quer colocar de novo na presidência um político que a justiça condenou como ladrão [o ladrão se tornou um descondenado, mas não foi inocentado.]

O centro da guerra política no Brasil de hoje está aí — e em nenhum outro lugar. Não tem absolutamente nada a ver com a democracia, com as “instituições”, com a “resistência” ao autoritarismo e com todo o resto dessa conversa fiada.  
Tem tudo a ver com interesses materiais feridos — e com a ideia fixa, por parte dos que deixaram de mandar no país, de voltar aos tempos em que mandavam.
 O Brasil que “não aguenta” mais quatro anos de Bolsonaro não é o Brasil do cidadão comum. 
É o Brasil dos que não querem pagar imposto — e têm recursos suficientes para ficar discutindo na justiça. 
É o Brasil dos banqueiros, dos empresários amigos do governo e dos professores que fazem greve para não dar aulas. 
 
É o Brasil dos grandes escritórios de advocacia, a começar pelos que se dedicam ao direito penal e defendem corruptos com milhões para gastar em honorários. 
É o Brasil dos diretores da Petrobras que roubavam a empresa — roubaram tanto que até aceitaram devolver parte do dinheiro roubado. 
É o Brasil da mídia que perdeu bilhões em publicidade paga pelo governo. É o Brasil dos que não gostam de concorrência, de mérito individual e de sucesso pelo esforço no trabalho. 
É o Brasil do STF que manda em tudo, mas não consegue impedir a inflação de descer aos 7% ao ano, ou que o desemprego continue caindo, ou que haja crescimento econômico em vez de recessão, ou que as exportações continuem a bater recordes; amariam que essas coisas acontecessem, para o governo desabar junto, mas elas não acontecem. 
É, no fim de todas as contas, o Brasil de quem quer colocar de novo na presidência da República, pela primeira vez na história, um político que a justiça condenou como ladrão por praticar os crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, segundo a decisão de nove magistrados diferentes, em três instâncias sucessivas.
 
A folhas tantas do seu pronunciamento à mídia, o ministro do governo Sarney declarou que a queda da inflação é “inconstitucional”.                 O que poderia definir melhor o Brasil que “não aguenta”? 
É essa, de fato, a Constituição que querem defender com os seus manifestos “em defesa da democracia”.

Leia também “Os banqueiros de esquerda e o paraíso 

lulista”

J. R. Guzzo, colunista - Revista Oeste

 

domingo, 31 de julho de 2022

Entre tantos manifestos, não parece claro para cidadãos quem sente falta de democracia no Brasil - O Estado de S. Paulo

J. R. Guzzo

Multiplicação de abaixo-assinados e proclamações levantam várias questões, como quais casos concretos de ataque ao regime democrático aconteceram nos últimos três anos

Nada é mais fácil de se encontrar por aí, hoje em dia, do que abaixo-assinados, manifestos e proclamações em favor da democracia; são tantos, na verdade, que acaba ficando confuso para o público acompanhar com clareza o que, exatamente, está em discussão. 
Os mais recentes, ao que parece, vêm de banqueiros, empresários comuns e empresários socialistas empenhados em apresentar, também eles, as suas aflições com os perigos que o estado de direito estaria correndo hoje no Brasil. 
Pelo que deu para entender, acham que o responsável por tais ameaças é o governo federal e, de um modo geral, quem pensa que as urnas eletrônicas podem ter falhas; isso seria golpe, etc. etc.
 
A multiplicação dos manifestos pode levantar várias questões diferentes. Uma delas é a seguinte: 
- não parece cllaro para o cidadão comum quais são os casos concretos de ataque ao regime democrático que aconteceram nos últimos três anos – ou quem, mais exatamente, está de fato sentindo falta de democracia no Brasil neste momento. A mídia certamente não é. Nunca um governo levou tanta pancada dos meios de comunicação como agora, nos editoriais e no noticiário, e nunca houve tanta liberdade de imprensa
nenhuma autoridade pública praticou qualquer ato de ofício contra jornalistas ou veículos. (Não vale dizer que o governo reduziu as verbas de publicidade que pagava para a mídia. Isso não faz falta nenhuma para o cidadão; ao contrário, só ajuda o Tesouro Nacional.)
Fachada e pátio das arcadas da Faculdade de Direito da USP exibem faixas em defesa do Estado democrático de direito.
Fachada e pátio das arcadas da Faculdade de Direito da USP exibem faixas em defesa do Estado democrático de direito. 

Não se sabe, também, de quaisquer atos antidemocráticos praticados até hoje contra empresários de qualquer natureza. 
 O que se tem na prática, em relação a isso, é possivelmente o maior  esforço em favor da liberdade econômica já feito por um governo na história recente deste país. 
Nenhum político foi punido por sua atividade – a não ser, justamente, um dos mais extremados apoiadores do governo: o deputado Daniel Silveira, condenado a quase nove anos de prisão pelo STF. 
O Poder Executivo não desobedeceu a nenhuma lei aprovada pelo Congresso Nacional, ou a qualquer outra lei em vigor no País. 
Cumpriu todas as decisões da Justiça e houve dezenas de decisões contra o governo.
 
Nenhum cidadão brasileiro, tanto quanto se saiba, foi perseguido por suas convicções políticas desde 1.º de janeiro de 2019 até hoje; de novo, só o STF fez isso, em seu inquérito ilegal, inédito e perpétuo contra os “atos antidemocráticos”. 
Quem quer a censura, ou o “controle social”, dos meios de comunicação não é o governo é o candidato da oposição à Presidência da República. Quem quer sabotar as decisões do Congresso são os governadores de Estadode novo, com o apoio do STF. Como fica, então?
 
Clique aqui e saiba mais

J. R. Guzzo, colunista - O Estado de S. Paulo


quinta-feira, 28 de julho de 2022

Guerra do Pix - Por que os banqueiros andam assinando manifestos? - Gazeta do Povo

Alexandre Garcia

MDB lança Simone Tebet rumo ao vexame eleitoral
E hoje o MDB tem uma candidata à Presidência da República, a senadora Simone Tebet. A gente fica com pena, porque a estão jogando rumo a um vexame eleitoral, pois ela não é conhecida no país. E ela aceitou, é consensual. 
O PSDB ia dar o vice Jereissati, que caiu fora. 
Agora vão pegar um vice do Cidadania, antigo Partido Comunista, que está todo rachado. 
Dizem que é uma federação entre PSDB e Cidadania, isso não tem futuro, é uma pena.

Open banking


O Pix começou a funcionar no país em novembro de 2020. O sistema permite a realização de transferências eletrônicas de modo simplificado, superveloz e sem taxas, 24 horas por dia, sete dias por semana.| Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Eu não sei se vocês ouviram falar, só a elite está falando nisso, dos manifestos de banqueiros em favor da democracia. Agora tem o Pix; banqueiro deixou de cobrar taxa na hora de se transferir dinheiro de uma conta para outra. 
Na hora em que você paga uma conta, ou recebe, não custa mais nada, o banqueiro deve estar furioso.
 
Banqueiro é aquele pessoal que botou um homem pelado para as crianças olharem, aquele pessoal que fez uma propaganda contra carne, eles entendem muito de finanças, lucro, juros, mas acho que não entendem muito de gente
Daqui a pouco também tem empreiteiro reclamando que não paga mais propina para ter vantagem em empresa estatal, é só o que está faltando. 
Porque já teve uma cantora que esperneou em cima da bandeira nacional, pois Lei Rouanet acabou, né? Ela levou R$ 1,9 milhão em 2011... são coisas que estão acontecendo por aí.

Candidatura ou aliança? O que Bivar e o União Brasil vão fazer na disputa presidencial

Bolsonaro diz que defende a democracia e não precisa de “cartinha”

Advogados de direita pedem reunião com Fachin após encontro com profissionais do Prerrogativas

Ex-ministros do STF não sabem qual é a verdadeira ameaça à democracia
Eu fico triste quando vejo ex-ministros do Supremo que eu sempre admirei, mas que se mantiveram calados, omissos, enquanto cláusulas pétreas, direitos e garantias fundamentais do artigo 5.º da Constituição eram desrespeitados, e agora voltam a falar. Eu vejo a omissão, a tentativa de nos enganar, é mais ou menos uma ofensa, como se dissessem que somos ignorantes, burros, sem neurônios. Eles não sabem que “perigo à democracia” é uma ideologia que só funciona na base da ditadura, tirando a liberdade das pessoas físicas e jurídicas, uma ideologia que só funciona na antiga União Soviética – que, aliás, não funcionou, porque depois de oito décadas de aplicação a URSS não deu certo e teve de fechar. 

Cuba é a mesma coisa, virou o maior museu a céu aberto do mundo. 
Na Venezuela, os venezuelanos estão fugindo, comendo animais domésticos, com fome, fugindo para a Colômbia, para o Brasil
Não tiveram coragem de dizer isso, que é o pior perigo para a democracia é que esse tipo de ideologia chegue ao poder no Brasil. Que vergonha... A maior ofensa que podem nos fazer é pensar que nós não pensamos, que não temos o nosso mecanismo de censura, um filtro que não deixa passarem as tentativas de nos enganarem.
 
Por que os médicos aplaudiram Bolsonaro
Ontem eu estava no Conselho Federal de Medicina, que reúne mais de meio milhão de médicos desse país, recebeu a visita do presidente da República e o ovacionou, todos em pé no auditório lotado, chamando de “mito”. Por quê? Porque estiveram juntos para salvar vidas nessa pandemia, em que o genocida foi aquele que disse que não havia tratamento, que mandou ficar em casa, que não só eliminou vidas como também eliminou renda. 
Esse é o verdadeiro genocida. 
O que está havendo, então, é que com o passar do tempo, que é o senhor da razão, descobrimos o grande engodo que sofremos durante aquele período.
 
Alexandre Garcia, colunista - Gazeta do Povo - VOZES

terça-feira, 2 de junho de 2020

Manifestos e manifestações - Folha de S. Paulo

Hélio Schwartsman


Ingrediente que faltava para o impeachment, a população nas ruas, pode estar começando a surgir

As coisas pioraram para o presidente Jair Bolsonaro. O ingrediente que faltava para o impeachment, a população nas ruas, pode estar começando a surgir. [população nas ruas? contra o presidente Bolsonaro?
os manifestantes pró-democracia, um amontoado de marginais procedentes das torcidas organizadas = outro celeiro de maus elementos  = nada significam.
Não são suficientes nem para a saída.
Fazem lembrar a pergunta de Stalin sobre o Papa.]
O povo vai as ruas sim, mas, para apoiar Bolsonaro. Os outros dois, a saber, crimes de responsabilidade e uma megacrise econômica, já estavam presentes e seguem com tendência de alta.

Bolsonaro conseguiu o que parecia impossível, que é unir as torcidas organizadas de clubes com rivalidades ancestrais e histórico de confrontos pela defesa da democracia. Louvo-lhes o gesto cívico, mas, diante de curvas pandêmicas ainda ascendentes, não me parece uma boa ideia que as pessoas vão literalmente para as ruas, quando podem fazê-lo virtualmente, através dos vários manifestos pró-democracia que estão aparecendo e ganhando signatários. Espero que o R0 desses abaixo-assinados seja maior que o da Covid-19.

É importante que a sociedade civil deixe claro que está mobilizada para defender as instituições. O alvo primário do recado é o centrão. Ninguém imagina que os políticos desse grupo pegarão em armas por Bolsonaro. Eles sempre se movem por oportunismo e sabem muito bem que, na hipótese de um autogolpe promovido pelo presidente, se dariam mal. Mas precisam de sinais mais ou menos inequívocos de como andam os humores do eleitorado para deflagrar um eventual processo de debandada.

Outros destinatários incluem chefes de Poderes, que devem sentir-se respaldados para traçar linhas que não podem ser ultrapassadas, e generais do Exército, que talvez precisem de um sacolejo [mais uma lembrança que este artigo nos traz:
daquele provérbio que apresenta o dilema dos ratos = qual deles irá colocar o guiso no gato.
Nos faz lembrar de uma manifestação, protesto, abaixo-assinado, ou qualquer outra coisa, denominada estamos juntos que reúne artistas em final de carreira, personalidades desconhecidas, intelectuais vagabundos.
Qual o valor de tal manifesto? em que vai contribuir para resolver os problemas do Brasil de agora e cuja resolução sempre será cobrada do presidente da República?
Agora buscam impedir que ele resolva, no futuro cobrarão dele a resolução.] para entender que não vale a pena sacrificar décadas de esforço para melhorar a imagem da instituição a fim de defender um ex-tenente fracassado e insubordinado que só pensa em livrar a cara da família cheia de rolos policiais.

Por falar em polícia, o governador João Doria deveria deixar a Polícia Militar nos quartéis no próximo domingo. As ruas ficam mais seguras sem a tropa engrossando as hostes bolsonaristas.

Hélio Schwartsman, colunista - Folha de S. Paulo