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sábado, 26 de novembro de 2022

Entenda a PEC da transição e por que ela prejudica a sua vida - Gazeta do Povo

VOZES - Deltan Dallagnol

Justiça, política e fé

Lula quer uma PEC de transição que lhe garanta a possibilidade de furar o teto de gastos em 198 bilhões de reais por ano, violando regras básicas de responsabilidade fiscal, sem correr risco de impeachment.

Para colocar a opinião pública a favor da PEC, Lula afirmou há uma semana que o teto de gastos suprime recursos da saúde, educação, ciência, tecnologia e cultura para entregá-los a banqueiros. Para ele, o teto impediria o investimento social. É mais um engodo de Lula. 
Toda pessoa responsável por um orçamento familiar ou empresarial entende que precisa, como regra, gastar menos do que ganha. 
Se gastar mais, vai se endividar com empréstimos e gastos no cartão. Conforme sua dívida cresce, os bancos cobrarão taxas de juros maiores porque o risco de um calote se torna maior.

A cada mês, um valor maior do orçamento doméstico precisará ser separado para pagar os empréstimos, que crescerão com o volume da dívida e a taxa de juros. Se a dívida crescer demais, chegará a um ponto em que se tornará impagável. A família ou empresa se tornará insolvente, quebrará.

É para evitar essa bola de neve de crescimento da dívida do país que foi criada em 2016 a regra do teto de gastos, que estabelece uma limitação para as despesas do governo, que não podem superar aquelas do ano anterior, reajustadas pela inflação.

Essa regra de “responsabilidade fiscal”, controle fiscal ou controle de contas foi inserida na Constituição por meio da Emenda 95 e seu descumprimento acarreta crime de responsabilidade do Presidente da República, que pode resultar no seu impeachment. Por isso, Lula busca autorização do Congresso, por meio de uma nova emenda à Constituição, para realizar despesas acima do teto. Contudo, mesmo que a PEC seja aprovada, permitindo um gasto maior do que a receita, ela não inventa o dinheiro.

O problema, muito mais do que jurídico, é econômico. De onde virão os recursos?

Há três soluções possíveis: o aumento irresponsável da dívida que gera recessão econômica; a impressão de dinheiro que acarreta inflação e pode encontrar óbice na autonomia do Banco Central estabelecida recentemente por lei; e o aumento de uma carga tributária já bastante alta que dependeria do Congresso.

A solução que está nas mãos do presidente é o aumento da dívida, aquela mesma solução já conhecida da família ou empresa que se endivida. Contudo, essa solução não funciona quando as contas não comportam mais endividamento.

O governo toma empréstimos por meio da emissão e venda de títulos da dívida pública, que são comprados por investidores nacionais e estrangeiros, diretamente ou indiretamente quando fazem aplicações em fundos de investimento nos bancos.

O empréstimo será honrado na data e forma estabelecida no título. O governo pode pagar o empréstimo com recursos oriundos dos tributos, ou rolar a dívida emitindo novos títulos da dívida pública. Se a dívida ficar muito elevada ou houver um descontrole das contas públicas, aumenta a desconfiança dos investidores de que o país não terá condições de honrar a sua dívida.  
Países que deram calote, como Argentina, Rússia e Grécia, sofreram consequências gravíssimas na economia como perda do poder de compra da moeda, descontrole inflacionário, desvalorização do câmbio, desemprego e diminuição do padrão de vida da população.

O volume da dívida brasileira é hoje de cerca de 77% do PIB, o que é bastante alto em comparação com outros países emergentes. Por conta da PEC da transição de Lula, que promete um impacto de 800 bilhões mais juros ao longo de quatro anos, economistas têm projetado um crescimento da dívida pública de cerca de 10 a 20 pontos até o fim do próximo governo, aproximando-se do valor do próprio PIB.

O teto de gastos foi criado justamente num contexto de descontrole do aumento da dívida pública, logo após o governo Dilma, para dar confiança de que o país honraria a sua dívida e, assim, favorecer a venda dos títulos e a rolagem da dívida. O teto dá sustentabilidade à dívida e tem previsão de durar 20 anos. A violação do teto de gastos, fora de circunstâncias extraordinárias, destrói a regra e a confiança de que a dívida será honrada. Com isso, a venda dos títulos só ocorrerá mediante a sua oferta pelo governo com uma taxa de juros maior.

Essa taxa de juros paga pelo governo, atrelada aos mencionados títulos, acaba balizando a taxa de juros de toda a economia. De fato, instituições financeiras só emprestarão para pessoas como eu e você se cobrarem de nós uma taxa de juros maior do que aquela que receberão se comprarem títulos do governo, pois o risco de emprestar ao governo é menor.

Assim, se os juros da dívida pública subirem, também subirão os juros que instituições financeiras cobram de empreendedores, agricultores, industriais e consumidores, desacelerando a atividade econômica, porque ela depende em grande medida de financiamentos.

Além disso, uma alta taxa de juros desestimula o empreendedorismo e a geração de riqueza. Pessoas preferirão comprar títulos públicos que lhes rendam altos juros do que investir em empreendimentos econômicos que exigem tempo e energia e implicam riscos.

Assim, o descontrole fiscal prejudica o crescimento do Brasil, a renda e o emprego. É o que o governo promoverá ao extrapolar o teto de gastos, exatamente o contrário do desenvolvimento econômico e social que afirma buscar.

Some-se que aumentar dívida para financiar despesas ordinárias, como quer o PT, viola a regra de ouro fiscal de que só se aumenta dívida para fazer investimentos, porque eles aumentam a riqueza produzida e a capacidade do país de pagar a dívida feita. Ampliar a dívida sem ampliar a riqueza significa transferir injustamente às gerações futuras o encargo de pagar as contas da geração atual.

A PEC da transição pode trazer um benefício instantâneo, de curto prazo, mas trará prejuízos significativos no médio e longo prazo. 
Por suas consequências desastrosas, a PEC da transição já foi apelidada de PEC do estouro, da gastança, do apocalipse ou da Argentina. Com ela, Lula descumpre sua promessa de campanha de responsabilidade fiscal.

Ampliar a dívida sem ampliar a riqueza significa transferir injustamente às gerações futuras o encargo de pagar as contas da geração atual

Nesse cenário, é natural que o índice da bolsa de valores caia. Não é uma conspiração do mercado. As ações da bolsa representam o valor das empresas e, num cenário de recessão e perda de renda e emprego, elas crescerão menos, o que as desvaloriza.

Por tudo isso, é enganosa a narrativa de que o teto favorece banqueiros em prejuízo dos brasileiros. É o contrário: investidores rentistas ganham mais quando os juros sobem. Na verdade, o teto protege a saúde das contas que é condição para a prosperidade de todos.

É também mentirosa a alegação de que o teto impediria o gasto social. A responsabilidade fiscal é condição necessária para a social. Além disso, recursos para os investimentos sociais, que são bastante importantes, podem e devem ser obtidos mediante remanejamento e não aumento de despesas.

Dentre os 30 países com maior carga tributária do mundo, o Brasil é o que menos retorna os recursos arrecadados para a população na forma de serviços públicos essenciais. Não se trata de gastar mais, mas de gastar melhor, reduzindo a ineficiência e o desvio do dinheiro público, no que os governos do PT foram pródigos.

Ao tomar conhecimento dos planos de Lula, Henrique Meirelles desejou boa sorte a investidores. Nós brasileiros precisaremos mais do que de boa sorte. Precisamos de uma boa atuação do Congresso para impedir a catástrofe moral e econômica que o governo do PT planeja impor aos brasileiros.

Veja Também:

É pior do que uma carona no jatinho, é a banalização da corrupção



Conteúdo editado por:Jônatas Dias Lima

Deltan Dallagnol, colunista - Gazeta do Povo - VOZES

 

domingo, 31 de julho de 2022

Entre tantos manifestos, não parece claro para cidadãos quem sente falta de democracia no Brasil - O Estado de S. Paulo

J. R. Guzzo

Multiplicação de abaixo-assinados e proclamações levantam várias questões, como quais casos concretos de ataque ao regime democrático aconteceram nos últimos três anos

Nada é mais fácil de se encontrar por aí, hoje em dia, do que abaixo-assinados, manifestos e proclamações em favor da democracia; são tantos, na verdade, que acaba ficando confuso para o público acompanhar com clareza o que, exatamente, está em discussão. 
Os mais recentes, ao que parece, vêm de banqueiros, empresários comuns e empresários socialistas empenhados em apresentar, também eles, as suas aflições com os perigos que o estado de direito estaria correndo hoje no Brasil. 
Pelo que deu para entender, acham que o responsável por tais ameaças é o governo federal e, de um modo geral, quem pensa que as urnas eletrônicas podem ter falhas; isso seria golpe, etc. etc.
 
A multiplicação dos manifestos pode levantar várias questões diferentes. Uma delas é a seguinte: 
- não parece cllaro para o cidadão comum quais são os casos concretos de ataque ao regime democrático que aconteceram nos últimos três anos – ou quem, mais exatamente, está de fato sentindo falta de democracia no Brasil neste momento. A mídia certamente não é. Nunca um governo levou tanta pancada dos meios de comunicação como agora, nos editoriais e no noticiário, e nunca houve tanta liberdade de imprensa
nenhuma autoridade pública praticou qualquer ato de ofício contra jornalistas ou veículos. (Não vale dizer que o governo reduziu as verbas de publicidade que pagava para a mídia. Isso não faz falta nenhuma para o cidadão; ao contrário, só ajuda o Tesouro Nacional.)
Fachada e pátio das arcadas da Faculdade de Direito da USP exibem faixas em defesa do Estado democrático de direito.
Fachada e pátio das arcadas da Faculdade de Direito da USP exibem faixas em defesa do Estado democrático de direito. 

Não se sabe, também, de quaisquer atos antidemocráticos praticados até hoje contra empresários de qualquer natureza. 
 O que se tem na prática, em relação a isso, é possivelmente o maior  esforço em favor da liberdade econômica já feito por um governo na história recente deste país. 
Nenhum político foi punido por sua atividade – a não ser, justamente, um dos mais extremados apoiadores do governo: o deputado Daniel Silveira, condenado a quase nove anos de prisão pelo STF. 
O Poder Executivo não desobedeceu a nenhuma lei aprovada pelo Congresso Nacional, ou a qualquer outra lei em vigor no País. 
Cumpriu todas as decisões da Justiça e houve dezenas de decisões contra o governo.
 
Nenhum cidadão brasileiro, tanto quanto se saiba, foi perseguido por suas convicções políticas desde 1.º de janeiro de 2019 até hoje; de novo, só o STF fez isso, em seu inquérito ilegal, inédito e perpétuo contra os “atos antidemocráticos”. 
Quem quer a censura, ou o “controle social”, dos meios de comunicação não é o governo é o candidato da oposição à Presidência da República. Quem quer sabotar as decisões do Congresso são os governadores de Estadode novo, com o apoio do STF. Como fica, então?
 
Clique aqui e saiba mais

J. R. Guzzo, colunista - O Estado de S. Paulo


sexta-feira, 29 de julho de 2022

A CARTA DOS BANQUEIROS EM DEFESA DA "DEMOCRACIA" DOS SEUS INTERESSES - Sérgio Alves de Oliveira

Concebida no ninho de "serpentes" da  esquerda montado na  Universidade de São Paulo, a "Carta às brasileiras e aos brasileiros em defesa do Estado Democrático de Direito", subscrita  por banqueiros, empresários,"intelectuais", "famosos", ex-supremos ministros, e dezenas de milhares de tantos outros "trouxas", na verdade não passa de um manifesto mentiroso, hilário, ridículo, lamentável e risível. 
Em defesa de uma (pseudo)democracia. Mas essa "democracia" dos banqueiros se resume na "democracia" dos seus próprios interesses,  porque deixaram de ganhar 40 bilhões de reais em taxas de operações bancárias devido à implantação do PIX, em 2020.
 
Durante o "reino" do PT, de 2003 a 2016, esses mesmos banqueiros formaram a única  "casta social" realmente beneficiada  com as políticas governamentais,e passaram a ganhar com os generosos juros (de usura) autorizados mais dinheiro no Brasil do que em qualquer outra parte do mundo. 
Não teve um só banco no mundo que não tenha instalado agências no país. 
Nunca foram de esquerda, mas souberam "negociar" com ela,inclusive fazendo vistas grossas à roubalheira no erário, em quantia estimada em 10 trilhões de reais. 
Mas  agora resolveram "desmunhecar". Assumiram abertamente a condição de conluio que mantiveram em segredo com a esquerda entre  2003 e 2016, cada qual fechando os olhos e favorecendo  o enriquecimento ilícito do outro..
 
As inúmeras "baboseiras" escritas nessa lamentável  "carta" serão desmanchadas.  Uma a uma.  Sem grande esforço
Para começar,é verdade que nenhuma prova foi apresentada em relação às acusações e suspeitas contra a lisura do processo eleitoral eletrônico da Justiça Eleitoral. 
Porém a inversa também é verdadeira. Nenhuma prova foi dada sobre a impossibilidade de manipulação fraudulenta desse processo. E apesar das  autoridades eleitorais não provarem a lisura teórica e prática  desse processo de votação eletrônica, também não permitem que os resultados apresentados pelos computadores sejam conferidos em processos paralelos. 
 
Ninguém de fora da Justiça Eleitoral tem acesso a esse "segredo-de-Estado", a essa "chave do cofre".
Seria o bastante a "palavra" de Suas Excelências? 
O que estariam tentando "esconder" por via desse radicalismo em não permitirem conferência dos resultados? 
Se os computadores da NASA foram invadidos criminosamente,por que os do TSE também não estariam sujeitos? 
 Qual o motivo dessa "carta"apoiar tanto o processo eleitoral eletrônico? Alguma coisa a ver com solidariedade e identidade ideológica?

Na verdade essa "carta" defende tanto  uma falsa democracia, quanto um falso estado-de-direito", muito mais ainda um  "estado-democrático-de -direito", apesar dele estar consagrado com todas as letras na constituição e em todas as leis. Todavia  são os costumes democráticos e os costumes de estado de direito que fazem as democracias e os estados-de-direito, não as constituições, as leis, os discursos e as "cartas". 
 
Pasmem, mas isso está escrito na "carta":" Nossas eleições com o processo eletrônico de apuração têm servido de exemplo no mundo.Tivemos várias alternâncias de poder com respeito aos resultados das urnas  e transição republicana de poder. As urnas eletrônicas revelaram-se seguras e confiáveis,assim como a Justiça Eleitoral". 
Exemplo para o mundo?  Qual "mundo"?  Que "alternância de poder",se foi só a esquerda quem governou durante  31 anos, desde o início da votação eletrônica, em 1994, "coincidentemente" com FHC até 2018 ? 
Só interrompida por Bolsonaro?
 "Alternância", com 31 anos de esquerda, contra os 4 anos de Bolsonaro?
Diz ainda: "Temos os poderes da República,o Executivo,o Legislativo,e o Judiciário,todos independentes,autônomos e com compromisso de respeitar e zelar pela observância do pacto maior a Constituição Federal"? Querem  com essa mentirosa afirmação que Montesquieu - o grande artífice dos Três Poderes,Constitucionais,harmônicos e independentes - dê cambalhotas dentro na sua tumba?
 
Na verdade o Brasil não tem  democracia. Muito menos um legítimo  estado de direito. Só existem no "papel". O que o Brasil tem não passa de um "estado-(anti)democrático-de-(anti)direito.
Por um lado, Polibio (203 a.C-120 a.C),notável geógrafo e historiador da Grécia Antiga, denominou de OCLOCRACIA a democracia degenerada que leva ao poder pelo voto a pior escória da sociedade
E não seria  exatamente essa a situação do Brasil? 
Por isso,com certeza,nosso país não pratica a democracia escrita nas suas leis,e sim a sua antítese,a sua corrupção,o seu lado "sujo",ou seja,a OCLOCRACIA,com a patifaria política governando e fazendo as leis ,se valendo das carências políticas do povo.
 
Por outro lado,os brasileiros não vivem em nenhum verdadeiro "estado-de-direito",como insinua a "carta". Não pode haver estado-de-direito verdadeiro  desde o momento em que todas as suas cinco (5) FONTES FORMAIS são corrompidas. Começando pelas LEIS, as principais fontes formais do direito,editadas no "comércio" politico ", passando pela JURISPRUDÊNCIA dos tribunais, pelos COSTUMES, pelas TRADIÇÕES, e pela DOUTRINA, todos "contaminados" pelos vícios estruturais do direito. É por isso que não pode haver estado-de-direito com suas  fontes totalmente corrompidas.
 
Por conseguinte, jamais  foi vista uma mentira tão grande , subscrita por tantas pessoas, numa só "carta", como nesse lamentável manifesto "parido" na USP.
Por isso não são desprovidos de sólidos fundamentos os frequentes ataques do Presidente Bolsonaro a todo esse estado de coisas.
 
Sérgio Alves de Oliveira - Advogado e Sociólogo

 

quinta-feira, 28 de julho de 2022

Guerra do Pix - Por que os banqueiros andam assinando manifestos? - Gazeta do Povo

Alexandre Garcia

MDB lança Simone Tebet rumo ao vexame eleitoral
E hoje o MDB tem uma candidata à Presidência da República, a senadora Simone Tebet. A gente fica com pena, porque a estão jogando rumo a um vexame eleitoral, pois ela não é conhecida no país. E ela aceitou, é consensual. 
O PSDB ia dar o vice Jereissati, que caiu fora. 
Agora vão pegar um vice do Cidadania, antigo Partido Comunista, que está todo rachado. 
Dizem que é uma federação entre PSDB e Cidadania, isso não tem futuro, é uma pena.

Open banking


O Pix começou a funcionar no país em novembro de 2020. O sistema permite a realização de transferências eletrônicas de modo simplificado, superveloz e sem taxas, 24 horas por dia, sete dias por semana.| Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Eu não sei se vocês ouviram falar, só a elite está falando nisso, dos manifestos de banqueiros em favor da democracia. Agora tem o Pix; banqueiro deixou de cobrar taxa na hora de se transferir dinheiro de uma conta para outra. 
Na hora em que você paga uma conta, ou recebe, não custa mais nada, o banqueiro deve estar furioso.
 
Banqueiro é aquele pessoal que botou um homem pelado para as crianças olharem, aquele pessoal que fez uma propaganda contra carne, eles entendem muito de finanças, lucro, juros, mas acho que não entendem muito de gente
Daqui a pouco também tem empreiteiro reclamando que não paga mais propina para ter vantagem em empresa estatal, é só o que está faltando. 
Porque já teve uma cantora que esperneou em cima da bandeira nacional, pois Lei Rouanet acabou, né? Ela levou R$ 1,9 milhão em 2011... são coisas que estão acontecendo por aí.

Candidatura ou aliança? O que Bivar e o União Brasil vão fazer na disputa presidencial

Bolsonaro diz que defende a democracia e não precisa de “cartinha”

Advogados de direita pedem reunião com Fachin após encontro com profissionais do Prerrogativas

Ex-ministros do STF não sabem qual é a verdadeira ameaça à democracia
Eu fico triste quando vejo ex-ministros do Supremo que eu sempre admirei, mas que se mantiveram calados, omissos, enquanto cláusulas pétreas, direitos e garantias fundamentais do artigo 5.º da Constituição eram desrespeitados, e agora voltam a falar. Eu vejo a omissão, a tentativa de nos enganar, é mais ou menos uma ofensa, como se dissessem que somos ignorantes, burros, sem neurônios. Eles não sabem que “perigo à democracia” é uma ideologia que só funciona na base da ditadura, tirando a liberdade das pessoas físicas e jurídicas, uma ideologia que só funciona na antiga União Soviética – que, aliás, não funcionou, porque depois de oito décadas de aplicação a URSS não deu certo e teve de fechar. 

Cuba é a mesma coisa, virou o maior museu a céu aberto do mundo. 
Na Venezuela, os venezuelanos estão fugindo, comendo animais domésticos, com fome, fugindo para a Colômbia, para o Brasil
Não tiveram coragem de dizer isso, que é o pior perigo para a democracia é que esse tipo de ideologia chegue ao poder no Brasil. Que vergonha... A maior ofensa que podem nos fazer é pensar que nós não pensamos, que não temos o nosso mecanismo de censura, um filtro que não deixa passarem as tentativas de nos enganarem.
 
Por que os médicos aplaudiram Bolsonaro
Ontem eu estava no Conselho Federal de Medicina, que reúne mais de meio milhão de médicos desse país, recebeu a visita do presidente da República e o ovacionou, todos em pé no auditório lotado, chamando de “mito”. Por quê? Porque estiveram juntos para salvar vidas nessa pandemia, em que o genocida foi aquele que disse que não havia tratamento, que mandou ficar em casa, que não só eliminou vidas como também eliminou renda. 
Esse é o verdadeiro genocida. 
O que está havendo, então, é que com o passar do tempo, que é o senhor da razão, descobrimos o grande engodo que sofremos durante aquele período.
 
Alexandre Garcia, colunista - Gazeta do Povo - VOZES

quarta-feira, 27 de julho de 2022

Como foi a reunião dos banqueiros em defesa do Estado Democrático de Direito - Gazeta do Povo

Paulo Polzonoff Jr.

Os banqueiros começaram a chegar ao local do encontro, no centro de Osasco City, às 18h. Cada qual chegou em seu Rolls Royce elétrico, provocando um rápido apagão na "Davos brasileira" e um pequeno congestionamento diante do edifício ao estilo neoclássico de periferia. Menos o Waltinho, claro, que preferiu vir montado em sua bicicleta de ecoplatina custom made by Paco Rabanne. Apesar de secreta, a reunião foi registrada pelas lentes hábeis e ferozes do João, que pretende lançar um documentário chamado “Nós, o Povo” no próximo Festival de Veneza.
 


Skyline de Osasco, a “Davos brasileira”.| Foto: Reprodução/ Twitter
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Na ampla sala toda revestida em madeira nobre (“de reflorestamento! de reflorestamento!”, grita um assessor de imprensa aqui nos meus ouvidos), os banqueiros se reuniram em torno do Escritor de Periferia, contratado especialmente a ocasião. Munidos de charutos e taças de papel (ideia da Neca!) abastecidas com os melhores Romanée Conti, Rothschild e Château Margaux disponíveis, eles deram início à discussão sobre o teor do manifesto. Enquanto isso, Waltinho ensinava pacientemente o Escritor de Periferia a usar a Montblanc.

Quem pediu a palavra foi um membro do clã Setubal. João deu um close no rosto do homem que, ao se imaginar na tela grande de um cinema art déco no meio de Veneza, abriu seu melhor sorriso popularesco, aquele que oferece juros de apenas 50% ao ano. “É importante nos posicionarmos pela democracia”, disse ele. Todos riram. Inclusive o Waltinho e a Neca. Sem entender a piada, o Escritor de Periferia perguntou se "democracia" era com “c” ou com “ss”.

O texto avançava com os melhores lugares-comuns e slogans possíveis, cortesia do team de storytelling da Y&R, agência da qual o Escritor de Periferia ainda sonha virar estagiário um dia. “Já sei! Já sei!”, gritou um Villela. “Escreve aí que ‘vivemos em um país de profundas desigualdades sociais, com carências em serviços públicos essenciais, como saúde, educação, habitação e segurança pública'”, sugeriu. Todos riram. Desta vez, até o Escritor de Periferia.

Alguém propôs que o grupo se posicionasse firmemente contra a possibilidade de um golpe. “Mas até que não seria tão ruim para os negócios”, provocou um Salles não-artista. “Nunca é”, respondeu rápido um Setubal, todo feliz com a velocidade e perspicácia do seu raciocínio. Depois de algum debate sobre a pronúncia correta de “treze” em francês, os banqueiros deram ordem para que o Escritor de Periferia escrevesse que “ao invés de uma festa cívica, estamos passando por momento de imenso perigo para a normalidade democrática, risco às instituições da República e insinuações de desacato ao resultado das eleições”.

Waltinho, quem diria!,
protestou, dizendo que o correto é “em vez de”. Acusado de elitismo gramatical, porém, ele se deu por vencido. João andava de um lado para o outro, a claquete ecoando insanamente pelo set de filmagens. Foi quando o holograma da Olívia, assistente virtual da XP, até então quieta num canto, decidiu sugerir um trecho do manifesto. “Nossa consciência cívica é muito maior do que imaginam os adversários da democracia. Sabemos deixar ao lado divergências menores em prol de algo muito maior, a defesa da ordem democrática”, disse a inteligência artificial com sua voz e raciocínio robóticos.

Todes aplaudiram. Menos a Neca, que estava de mau humor. “Faltam pontos de exclamação no texto!”, reclamou ela, não pela primeira vez. Os demais banqueiros, num gesto de extremo machismo, reviraram os olhos tudo devidamente captado pelo olhar sincerão do João. Que usou sua voz mais doce para dizer: “Em vigília cívica contra as tentativas de rupturas, bradamos de forma uníssona...”. As reticências ficaram pairando no ar, dramáticas. Os banqueiros se levantaram, ergueram as taças de papel e, emocionados, bradaram de forma uníssona: “Estado Democrático de Direito Sempre!”.

Paulo Polzonoff Jr., colunista - Gazeta do Povo - VOZES


domingo, 19 de dezembro de 2021

Papo de rico;"torcemos para lula se eleger nas costas dos pobres para ficarmos mais ricos..." ..e "eles"ficarem mais pobres !!!

Com certeza esse tipo de conversa, ou "pensamento", que abre o artigo, deve ser a tônica nas rodas privativas das elites econômicas que mandam no Brasil, notadamente dos grandes banqueiros,que jamais ganharam tanto dinheiro em qualquer parte do  mundo quanto passaram a ganhar durante o reino político da esquerda no Brasil,especialmente durante a época de mando da "dobradinha" PSDB/PT,que reinou de 1995 até 2016,nos Governos de FHC, Lula e Dilma.

Nesse período de "festa" do capital financeiro internacional,geralmente "predatório" das economias nacionais, houve uma verdadeira "corrida" de todos os bancos do mundo, grandes,médios e pequenos, para instalarem unidades próprias no Brasil, tomando facilmente o dinheiro dos brasileiros com  as facilidades dos empréstimos consignados implementadas  pelos governos de esquerda ,"faturaram" muito alto.

E os banqueiros internacionais foram "convidados" a se instalar e explorar os brasileiros especialmente durante a época de "transição" entre os governos de FHC e Lula da Silva,dando sequência ao que fora acordado entre essas "duas Excelências",no "Pacto de Princeton",assinado nos Estados Unidos em 1993,onde a esquerda brasileira adotou a "estratégia das tesouras" de Marx e Hegel,com a alternância no poder de uma esquerda moderada (FHC) e outra radical (Lula & Cia),sempre "fingindo" serem oposição um ao outro.

Com efeito,bem ao contrário dos seus  discursos políticos,em 1993 (mesmo ano da assinatura do "Pacto de Princeton",entre FHC e Lula),FHC,então Ministro da Fazenda de Itamar Franco, e futuro Presidente da República, entregou totalmente o dinheiro e o destino dos brasileiros ao capital financeiro internacional.

Explicando melhor: a exploração "histórica" que os banqueiros faziam e fazem  com o povo brasileiro já havia sido alvo de "tentativa"de combate pela chamada "Lei da Usura", que na verdade se tratava do Decreto Nº 22.626,de 07.04.1933,baixado pelo então Presidente Getúlio Vargas, que punia com prisão  e considerava crime a cobrança de juros superiores ao dobro dos juros "legais",estabelecidos no Código Civil vigente na época,de 1917,(que era de 6% a.a.),ou seja, seria crime cobrar mais de 12% de juros  ao ano.

Mas os banqueiros sempre cercados de bons advogados,"driblavam" essa pretensa  proibição porque partia de um simples  "decreto", e não de "lei". Alegavam o princípio "Nullum crimen, nulla poena sine praevia lege".,ou seja, decreto não poderia caracterizar nenhum crime. Só a lei. Assim os banqueiros foram "empurrando com a barriga essa "proibição", sem grandes problemas. Mas eis que os constituintes de1988, na nova carta que estavam escrevendo, resolveram "moralizar" essa situação, proibindo definitivamente a cobrança de juros de mais de 12% ao ano. Inseriram essa proibição no  parágrafo 3º do artigo 192 da Constituição. Portanto a proibição por decreto de Getúlio Vargas passou a ser norma constitucional.

Mais aí surgiu o primeiro governo brasileiro  eleito sob as luzes do "Pacto de Princeton",teoricamente defendendo a esquerda e o socialismo, porém defendendo, isso sim, os interesses dos banqueiros e dos mais ricos.FHC governou o país a partir de 1995,  e quase ao final do seu segundo mandato, em 2003, pouco antes de entregar a faixa presidencial para Lula, conseguiu que  o Congresso aprovasse a Emenda Constitucional Nº 40/2003, revogando a proibição de cobrança de juros além de 12 % ao ano, contida no parágrafo 3º,do art.192 da Constituição.  Aí teve início a correria dos bancos para tomar o dinheiro dos brasileiros!!! 

Como essa esquerda ainda tem a cara de pau "eleitoral" de dizer-se protetora dos pobres,,quando o é exclusivamente  dos ricos,a quem serve os interesses maiores? Por que a esquerda, o PT e toda a sua "patota", são os "queridinhos" dos mais ricos?
 
Sérgio Alves de Oliveira - Advogado e Sociólogo
 

segunda-feira, 23 de novembro de 2020

O desmanche do PT - J.R. Guzzo

Desmanche do PT coincidiu com o desmanche do próprio Lula, condenado pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro na Lava Jato.

Pouco se ouviu falar do ex-presidente Lula depois de encerrado o primeiro turno das eleições municipais. Para dizer a verdade, também não tinha se ouvido muita coisa antes, durante a campanha. Não combina, nem um pouco, com o protocolo geral da ciência política brasileira dos últimos 40 anos, ou quase isso. Afinal, não se faz política neste país sem que Lula seja levado em consideração, como a peça-chave do jogo, em qualquer momento, situação ou perspectiva eleitoral.

Talvez o mais correto, hoje, seja mudar o tempo do verbo: não se fazia política sem Lula. Pelo jeito, como parecem indicar essas eleições, já estão começando a discutir a política do presente — e principalmente do futuro — sem que seja invocado o nome do ex-presidente do Brasil por dois mandatos e o grande chefe, sem a mínima contestação, daquele que foi um dos maiores partidos do país. Entre um momento e outro o seu PT foi entrando em colapso progressivo e a peça-chave deixou de ser chave.

O desmanche do PT coincidiu com o desmanche do próprio Lula – ou, mais exatamente, foi provocado pela fogueira que consumiu o ex-presidente com a sua condenação pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro, e os 18 meses de cadeia que teve de puxar na Polícia Federal de Curitiba.

Um ano atrás, exatamente, Lula foi solto, mas politicamente foi como se continuasse tão anulado quanto estava durante o tempo em que ficou preso. O terremoto que iria abalar o Brasil com a sua prisão simplesmente não aconteceu; o máximo que se conseguiu foi juntar uma dúzia de “militantes” em torno da sede da PF para gritar “bom dia, presidente Lula” e outras ilusões do mesmo tipo.

De lá para cá, piorou. Lula já se colocou “à disposição” para, segundo sua análise da situação, “salvar o país do fascismo”, ou algo assim. Ninguém ligou. Recebeu votos de admiração de Luciano Huck, João Doria e banqueiros de investimento que se descobriram como “homens de esquerda” , mas isso não resolve a vida de ninguém. Enfim, nessas últimas eleições municipais, bateu no seu fundo do poço pós-Lava Jato.

O candidato do Partido dos Trabalhadores na cidade que tem o maior número de trabalhadores do país – São Paulo ficou em sexto lugar, junto com os concorrentes nanicos, no pior desempenho da sua história na capital. No restante do país, foi o mesmo cataclismo. Dos 630 prefeitos que o PT tinha em 2012, no auge de Lula, ficaram 179.

Poderá eleger mais um ou outro no segundo turno, mas isso não vai mudar absolutamente nada. O partido, que já ocupou as prefeituras de São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte, corre o risco de não eleger o prefeito de nenhuma das 27 capitais de estado. Aliás, só concorre em duas neste segundo turno — Recife e Vitória. Se perder, fica no zero.

Há um discreto silêncio em relação ao tema. Do mesmo jeito como não se fala alto em velório, parece falta de educação citar a calamitosa performance do PT e do seu comandante nas eleições municipais. Estão colhendo, como estabelecem as leis da natureza, exatamente aquilo que plantaram. O partido nunca se formou como um verdadeiro partido, embora tivesse todos os adereços das grandes organizações políticas.

Durante o tempo todo, faltou o essencial: a defesa de um conjunto de ideias, e não de um indivíduo — e a consequente capacidade de sobreviver à pessoa de seu líder. Sem Lula, o PT não é nada. Como não houve Lula nas eleições, não houve PT nos resultados.

J.R. Guzzo, jornalista - Gazeta do Povo - Vozes

 

quinta-feira, 9 de julho de 2015

O mais trágico é que se Dilma permanecer presidente o Brasil ficará muitas vezes pior que a Grécia – o nosso tamanho tornará a tragédia várias vezes pior



A crise da Grécia
A Grécia tornou-se a prova viva do fracasso econômico das esquerdas políticas, cujo programa é seguido em toda parte.

As manchetes de todos os jornais do mundo, nos últimos dias, estão debruçadas sobre o caso da crise econômica da Grécia. Os jornalistas fingem que não sabem o que vai acontecer: quebradeira generalizada, desemprego astronômico, queda brutal do PIB, paralisação dos investimentos, fuga de capitais. Isso era possível de ser evitado? Não. A Grécia vem de muitos anos de irresponsabilidade fiscal, tendo a relação dívida/PIB explodido desde 2008, estando hoje em quase o dobro do produto.

A quebra da Grécia afetará o mundo? De forma alguma. A Grécia é um país pequeno e os únicos que sofrerão com o default serão os próprios gregos. Será como foi no caso argentino. Os gregos serão excluídos dos mercados internacionais, não poderão ter suprimento regular de suas necessidades de importação, o sistema bancário será destruído e a formação de poupança também. E, claro, não receberá investimentos externos.

O que houve com a Grécia para se chegar a esse estado de coisas? Basicamente, a Grécia concedeu benefícios demais, direitos demais, aposentadorias precoces demais e gastou como se não houvesse amanhã. É claro que o disparate econômico não pode ter vida longa. Sim, a Grécia tem feito ajustes sucessivos desde 2010, mas sempre de má vontade, meia-boca, e sempre fraudando estatísticas e informações para as autoridades europeias. Seus governos perderam credibilidade. O fato é que nenhum investidor porá dinheiro para ser torrado em gastos improdutivos, a fim de manter a boa vida de quem não trabalha. O fim da linha chegou para a economia falsificada.

Só uma coisa sensata poderia ter sido feita pelos gregos: fazer o melhor acordo possível com os credores, alongando o passivo e atendendo às exigências de austeridade (na verdade, ao bom senso) impostas. Mas os governos recusaram e agora o próprio eleitorado recusou os ajustes, em plebiscito. É a um suicídio nacional que estamos assistindo. A Grécia poderá regredir para uma situação equivalente à dos anos Trinta ou até de antes. Vai empobrecer brutalmente. Esse empobrecimento, todavia, é o menor dos males. O pior é ser excluído das trocas internacionais e ter uma economia desorganizada, no limite da inoperância. Sem moeda, o processo de trocas é impedido e chega-se ao colapso. A fome endêmica será o corolário inevitável. O caos será instalado.

A Grécia tornou-se a prova viva do fracasso econômico das esquerdas políticas, cujo programa é seguido em toda parte. Não é possível distribuir riquezas que não foram produzidas e nada supera o livre mercado. As esquerdas querem distribuir a riqueza dos outros, tomando empréstimos com o propósito definido de não pagar nunca. Isso não existe. Se a relação dívida/PIB sai do controle o país entrará em espiral descendente, no rumo dos infernos.

O único autor do drama grego é sua própria gente, por sua vez seduzida pelas propostas irrealistas das esquerdas populistas, que prometem tudo para se eleger. O desastre é inevitável e está em curso. Ninguém chorará pelos gregos, menos ainda os banqueiros.

Fonte: Nivaldo Cordeiro
www.nivaldocordeiro.net