Hélio Schwartsman
Ingrediente que faltava para o impeachment, a população nas ruas, pode estar começando a surgir
As coisas pioraram para o presidente Jair Bolsonaro. O ingrediente que
faltava para o impeachment, a população nas ruas, pode estar começando a
surgir. [população nas ruas? contra o presidente Bolsonaro?
os manifestantes pró-democracia, um amontoado de marginais procedentes das torcidas organizadas = outro celeiro de maus elementos = nada significam.
Não são suficientes nem para a saída.
Fazem lembrar a pergunta de Stalin sobre o Papa.]
O povo vai as ruas sim, mas, para apoiar Bolsonaro. Os outros dois, a saber, crimes de responsabilidade e uma
megacrise econômica, já estavam presentes e seguem com tendência de
alta.
Bolsonaro conseguiu o que parecia impossível, que é unir as torcidas
organizadas de clubes com rivalidades ancestrais e histórico de
confrontos pela defesa da democracia. Louvo-lhes o gesto cívico, mas,
diante de curvas pandêmicas ainda ascendentes, não me parece uma boa
ideia que as pessoas vão literalmente para as ruas, quando podem fazê-lo
virtualmente, através dos vários manifestos pró-democracia que estão
aparecendo e ganhando signatários. Espero que o R0 desses
abaixo-assinados seja maior que o da Covid-19.
É importante que a sociedade civil deixe claro que está mobilizada para
defender as instituições. O alvo primário do recado é o centrão. Ninguém
imagina que os políticos desse grupo pegarão em armas por Bolsonaro.
Eles sempre se movem por oportunismo e sabem muito bem que, na hipótese
de um autogolpe promovido pelo presidente, se dariam mal. Mas precisam
de sinais mais ou menos inequívocos de como andam os humores do
eleitorado para deflagrar um eventual processo de debandada.
Outros destinatários incluem chefes de Poderes, que devem sentir-se
respaldados para traçar linhas que não podem ser ultrapassadas, e
generais do Exército, que talvez precisem de um sacolejo [mais uma lembrança que este artigo nos traz:
daquele provérbio que apresenta o dilema dos ratos = qual deles irá colocar o guiso no gato.
Nos faz lembrar de uma manifestação, protesto, abaixo-assinado, ou qualquer outra coisa, denominada estamos juntos que reúne artistas em final de carreira, personalidades desconhecidas, intelectuais vagabundos.
Qual o valor de tal manifesto? em que vai contribuir para resolver os problemas do Brasil de agora e cuja resolução sempre será cobrada do presidente da República?
Agora buscam impedir que ele resolva, no futuro cobrarão dele a resolução.] para entender
que não vale a pena sacrificar décadas de esforço para melhorar a imagem
da instituição a fim de defender um ex-tenente fracassado e
insubordinado que só pensa em livrar a cara da família cheia de rolos
policiais.
Por falar em polícia, o governador João Doria deveria deixar a Polícia
Militar nos quartéis no próximo domingo. As ruas ficam mais seguras sem a
tropa engrossando as hostes bolsonaristas.
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