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terça-feira, 19 de outubro de 2021

PEC da Vingança caminha rumo à judicialização

Relatório da proposta pode ser votado hoje, e Conselho Nacional dos Corregedores Gerais dos MPs se sente alijado. Estratégias estão sendo avaliadas para que texto não siga adiante

O relatório da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 05/21, conhecida comoPEC da Vingança”, poderá ser votado, hoje, na Câmara dos Deputados. A fim de impedir que a matéria seja analisada como está, corregedores da União estão em Brasília tentando abrir diálogo com o parlamento. Ontem, o Conselho Nacional dos Corregedores Gerais do Ministério Público dos Estados e da União (CNCGMP) afirmou que foram procurados para ajudar na formulação da proposta e nem para dirimir dúvidas técnicas. Por conta disso, são grandes as possibilidades de, caso a PEC avance, a categoria judicialize a questão no sentido de evitar que seja aprovada pelo Congresso. [Somos POVO  e como povo pensamos e nos expressamos.
Em nosso entendimento o Congresso Nacional é o PODER LEGISLATIVO, portanto, um dos 3 Poderes de União e tem como principal função a de legislar, sobre tudo e sobre todos, exceto nos casos em que a Constituição proíba. A Carta Magna dispõe no parágrafo 2º do artigo 127, em um dos seus comandos sobre o MP que   "
a lei disporá sobre sua organização e funcionamento."  
O MP não é um dos poderes da República, portanto, não está abrigado no manto das  Cláusulas Pétreas.  Assim, nada impede que o Congresso Nacional legisle sobre o MP sem ter obrigação de ouvir quem quer que seja.  Conselho Nacional dos Corregedores Gerais do Ministério Público dos Estados e da União (CNCGMP) nome pomposo mas que na ignorância jurídica do POVO é maior que o poder que considera ter.
Quando o Congresso Nacional vai legislar por PEC ou PL sobre o cidadão comum, sobre o contribuinte, não costuma ouvi-los.
Na prática NÃO DEIXAM o Presidente da República governar e agora pretendem impedir que o Poder Legislativo legisle; prevalecendo tal política quem vai governar o Brasil? Só nos resta repetir comentários e perguntas apresentadas ontem por este Blog sobre o tema. ]

De acordo com a presidente do Conselho e corregedora-geral do Rio de Janeiro, Luciana Sapha Silveira, a ausência do diálogo com os corregedores, maiores afetados pela proposta, “destrói” a instituição. “A aprovação da PEC 5, nesses termos, vai desconfigurar o Ministério Público de tal forma que a sociedade não vai mais reconhecê-lo. A atuação independente e forte, como se teve desde 1988, não vai mais existir. Isso não é um aperfeiçoamento, é a destruição da instituição. Não fomos chamados nem para concordar com o que quer que seja”, afirmou.

Para Celso Jerônimo de Souza, corregedor-geral do Acre, toda alteração deve ser primeiro aperfeiçoada e, para isso, é preciso um diálogo para entender as falhas. “Não seríamos contra que se modificasse a Constituição se de fato fizesse sentido. Na nossa visão, isso não aperfeiçoa, isso destrói a instituição. A sociedade pode estar interessada nisso, mas não sei se foi consultada se prefere que a instituição seja desmantelada”, criticou.

A corregedora-geral do Maranhão, Themis Pacheco de Carvalho, afirma que é essencial que o Congresso ouça o Conselho. “Essa é nossa luta: mostrar para o legislador que essas alterações não são necessárias. Estão querendo fazer uma reforma numa casa sem consultar o dono”, afirmou.

Em publicação no twitter, ontem, o ex-ministro da Justiça Sergio Moro afirmou que os promotores poderão sofrer “retaliações” e “punições” quando estiverem investigando pessoas poderosas ou com influência política. “Você acha que o promotor vai conseguir realizar o seu trabalho sem medo de sofrer retaliações ou punições? Essa proposta não é boa para o Brasil. Tirar a independência do ministério público é desproteger a sociedade. É deixar as vítimas daqueles crimes vulneráveis”, disse.

Na última semana, o relator da proposta na Câmara, Paulo Magalhães (PSD-BA), se reuniu com entidades e conselhos de representantes dos membros do MP para elaborar o relatório, mas segundo o CNCGMP, os corregedores não foram ouvidos. O texto apresentado ao Congresso no começo do ano, impõe alterações no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) — como a composição do colegiado, ao ampliar o número de integrantes indicados pelo Congresso. Outra mudança proposta é dar ao Parlamento a prerrogativa de indicar o corregedor do Ministério Público.

Política - Correio Braziliense

 


domingo, 5 de setembro de 2021

STF: De guardião da Constituição a guardião da verdade?

André Gonçalves Fernandes

Vivemos em tempos estranhos. Achávamos que o STF fosse apenas o guardião da Constituição, o que, por si só, já não é pouco. Aliás, se, nos últimos anos, sua atuação restringisse em bem desempenhar essa nobre tarefa no que andou faltando, a julgar, pelo menos, à luz do ativismo judicial reinante e do desfile de decisões que reescreveram o texto do poder constituinte originário o STF estaria a atender ao comando constitucional.

 Fachada do STF - Foto: Dorivan Marinho / STF
 [com amplo espaço para a placa MINISTÉRIO DA VERDADE - destacando que é praxe os 'ministérios' integrarem a estrutura do Poder Executivo, do qual são órgãos auxiliares; há exceções = o Tribunal de Contas da União, integra o Poder Legislativo.]

Contudo, parece que os ares palacianos suprimiram o pouco do senso comum que ali havia e, agora, além de ser guardião da Constituição, o STF avocou a função de guardião da verdade. Isso mesmo. A partir da edição da Resolução 742/21, foi o criado o “Programa de Combate à Desinformação” para combater conteúdos que – na visão “aleteica” da Corte possam ser tipificados como "desinformação e narrativas odiosas" direcionados à Corte e aos ministros do STF, a ser “gerenciado por um Comitê Gestor”.


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Numa realidade em que as expressões "Big Brother", "polícia das ideias", "duplipensar", "pensamento-crime" e "novilíngua", infelizmente, tornaram-se corriqueiras, a tal resolução tem o inegável mérito de inovar, ao introduzir, digamos, o que com ela, na realidade, pretende-se: o papel de gestor da verdade ou, na hermenêutica orwelliana, a instituição do Ministério da Verdade.

Pronto. Agora, creio que já podemos incorporar o enredo de 1984 por completo. Resta apenas aguardar pelo final da trama, embora o “inquérito do fim do mundo” já tenha dado passos firmes nesse sentido, como bem ressalvou, por ocasião da decisão do plenário da corte, a lucidez do ministro Marco Aurélio.

Veja Também: - Opinião: Esquerda e estudantes aumentam ataques à liberdade de expressão nas universidades

- Brasil vive retrocesso na liberdade de expressão, diz cientista político

Sabemos que uma árdua tarefa, em toda sociedade democrática, está em aquilatar, ao mesmo tempo, a liberdade de expressão e a proibição da discriminação, ainda que fundado no princípio da dignidade da pessoa humana, porque envolve a verdade prática a ser buscada aqui e agora nessa historicidade localizada. Nesse particular, tolerar a desinformação ou a narrativa odiosa como, aliás, muitas a que assistimos ultimamente contra o STF –, por mais risíveis que sejam seus lastros teóricos, não significa concordar com elas ou aprová-las.

Permitir a livre expressão de opiniões antidemocráticas, xenófobas, nacionalistas, racistas, revisionistas, odiosas ou falsas não implica em estar de acordo com seus protagonistas e nem mesmo em dialogar com eles, quanto mais em conceder o reconhecimento público que esperam. Assegurar um acesso ao debate público é, no fundo, repudiar a intolerância intelectual, de molde, inclusive, a respeitar a vida intelectiva do homem, faculdade operativa antropológica que justamente nos diferencia de todo o mundo dos seres vivos e que, somado à nossa condição de criatura imago Dei, fundamenta, ontologicamente, o princípio da dignidade da pessoa humana.

Uma sociedade sadia deve se legitimar no debate público. Admitir-se que qualquer ideia possa ser veiculada livremente é, no fundo, fazer com que os membros dessa sociedade aprendam a discernir, deliberar e formular um juízo prudencial de valor sobre as ideias que merecem ser vivenciadas na práxis social em prol do bem comum, descartando ou tentando aprimorar – no teatro social e não na canetada de um burocrata do Ministério da Verdade – aquelas que possam atentar contra isso.

Então, aqui, temos um ponto crucial na busca da verdade prática a ser buscada no seio social: a relação entre verdade e liberdade. A liberdade está associada a uma certa medida, isto é, a medida da realidade que, por sua vez, em termos tomistas, corresponde à medida da verdade.

Então, para buscarmos a verdade das ideias que se refletem na práxis social, suprimir a narrativa odiosa ou a desinformação é impedir que a liberdade atue eficazmente nesse sentido. Todavia, não ficamos só nisso, porque tal eliminação pressupõe um certo despotismo judicial ilustrado: a corte incorpora uma função deliberativa daquilo que acredita ser a verdade prática historicamente situada e, em casos mais patológicos, pode vir a professar um messianismo político-social, porque crê estar antevendo, por um juízo estritamente particular, aquilo que é próprio da deliberação social, onde o juízo prudencial final é formado por um fecundo e maior entrechoque das opiniões de seus atores.

Nesse sentido, tal despotismo passa a impor sua interpretação sob o manto de uma decisão administrativa, mas esse manto é diáfano e, por isso, podemos observar, a partir da carência da intermediação de um processo deliberativo social, toda sua fragilidade intrínseca e, por mais ilustrados que sejam seus fundamentos ou as cabeças que componham o tal Ministério da Verdade, continua-se a cortejar com o despotismo na forma de pensar e decidir.

Por isso, a proteção preferencial pela liberdade de expressão – vinculada à liberdade de pensamento, conformadora da opinião pública livre e condição do pluralismo como valor do ordenamento jurídico – convida-nos a excluir a possibilidade de sancionar os discursos nocivos ou desinformativos pela via da pura e simples gestão do Ministério da Verdade.

Dessa forma, numa sociedade aberta, evita-se que qualquer ideia, por mais insustentável que nos pareça num primeiro olhar intuitivo, possa ser rejeitada pela caneta inquisitorial do gestor de plantão, só pelo fato de ser considerado um discurso de ódio ou uma desinformação, supostamente apto a colocar em risco as mais elementares demandas públicas de ordem institucional no STF.  O perigo não está tanto no reconhecimento da objetividade da verdade, mas nos excessos de convencimento subjetivo dos membros do Ministério da Verdade sobre a possibilidade de captá-la, algo que os leva a descartar, de antemão, uma humilde e prudente falibilidade.

As exigências de racionalidade prática dos meios adequados para se fazer prevalecer a verdade prática, longe de destruir seus fundamentos, acabam por se apoiar em fundamentos éticos, mormente no postulado de que a tolerância exige propor a verdade prática e renunciar sua imposição pura e simples, sem que isso demande de cada um de nós, sequer remotamente, a obrigação de negar essa mesma verdade, afirmá-la ou de ignorá-la, tornando-se desnecessárias as medidas, por parte do Ministério da Verdade, de “alfabetização midiática” [Mobral da Verdade?] e fortalecimento da imagem (artigo 2º, inciso II, da Resolução 742/21).

Aliás, acerca dessas ações, podemos apostar que esse tal tenderá ao mesmo insucesso da versão raiz do regime militar e, se o STF pretende um legítimo fortalecimento de sua imagem, basta revogar essa resolução e começar a fazer o feijão com arroz como guardião da Constituição –, porque o que me preocupa, como cidadão, não são tantas as notícias falsas sobre a corte, mas, paradoxalmente, as verdadeiras:  
- censura à Revista Crusoé; 
- busca e apreensão de bens, fundada numa discutível ameaça, em casa de general; 
- influência na ação que resultou na desmonetização de canais no YouTube; 
- proibição de uso de redes sociais por jornalistas não engajados;               - afastamento de fiscais da Receita Federal que investigavam familiares de ministros da corte; 
- expedição de mandado de constatação em escritório do ex-PGR com base num fato penal atípico; 
- o já mencionado inquérito do fim do mundo e, agora, 
- a presente resolução administrativa.

A Constituição, que nos é apresentada como a verdade jurídico-política dessa sociedade em que vivemos aqui e agora, é, por definição, suscetível de desenvolvimentos institucionais políticos e legislativos muito diversos, desde que respeitem seu conteúdo diretivo ou principiológico.

Este peculiar modo de conhecimento da realidade convida-nos, prudentemente, a uma busca compartilhada da verdade prática e não a uma proposta de imposição do autoritarismo da subjetividade togada pela palavra e pela pena do Ministério da Verdade. Evitamos, desta maneira, a “tolerância repressiva” de Marcuse: ou você concorda comigo ou você é um desinformante odioso.

Não se trata de fabricar um consenso, entendido como uma espécie de substitutivo de uns princípios objetivos com os quais não poderíamos contar para iluminar uma realidade material, mas, antes, de encontrar, fecundamente, o sentido objetivo de uma exigência prática, ajudando-nos conjuntamente a desvelá-la. Por sinal, a colegialidade típica das cortes constitucionais não deixa de responder, mais de uma vez, a esta mesma dinâmica, a qual, no caso da edição da Resolução 742/21, andou a faltar. Por fim, espero, sinceramente, que, logo amanhã cedo, a Polícia Federal não bata aqui em casa. A patroa não irá gostar e, caso volte no mesmo dia para o lar, serei apenado a dormir na sala de estar.

André Gonçalves Fernandes, post Ph.D., é professor-coordenador de Filosofia e Metodologia do Direito do CEU Law School, pesquisador da Unicamp e professor-visitante da Universidade de Navarra (Espanha).

 VIDA E CIDADANIA - GAZETA DO POVO


quarta-feira, 10 de março de 2021

Funcionários do Banco Mundial pedem investigação de Weintraub por promover desinformação e campanha política - Folha de S. Paulo

Marina Dias

No documento, são citados ataques do ex-ministro à vacina, defesa da cloroquina e possível campanha eleitoral 

[cabe perguntar: qual a representatividade dessa associação para pretender forçar investigação sobre diretor da Instituição, da qual são funcionários?
Esses funcionários tem que trabalhar, cumprir suas obrigações, e deixar a administração do Banco para os diretores.
Em junho eles tentaram algo parecido, a diretoria negou e agora voltam a apresentar novo e desmotivado pedido - cabe nova negativa e punição. ]

A Associação de Funcionários do Banco Mundial pediu novas investigações sobre Abraham Weintraub, um dos diretores-executivos da instituição, desta vez por espalhar desinformação durante a pandemia e fazer campanha política para um cargo eletivo no Brasil. A Folha teve acesso à carta enviada pela associação ao Comitê de Ética do banco, na qual funcionários dizem que o comportamento do ex-ministro da Educação é "inaceitável" e que é preciso verificar se sua postura é compatível com o código de conduta e os valores fundamentais da instituição.

No documento datado em 24 de fevereiro, são apresentados exemplos dos ataques de Weintraub contra a vacina desenvolvida pelo Instituto Butantan, sua defesa da cloroquina, medicamento ineficaz contra a Covid-19, e uma possível campanha eleitoral para o governo de São Paulo —o atual governador paulista, João Doria (PSDB), é um dos principais clientes do banco e também um dos maiores alvos do ex-ministro. "Dado o papel crítico do Banco Mundial na luta contra a Covid-19 no mundo, achamos inaceitável que um membro do conselho administrativo (muito mais do que qualquer outro membro da equipe) publique nas mídias sociais informações patentemente falsas, aparentemente com o objetivo de politizar a pandemia ou contribuir para teorias da conspiração", diz o documento.

Em junho do ano passado, a associação havia pedido ao Comitê de Ética a suspensão da nomeação de Weintraub até que fosse apurada sua atitude em episódios como discursos preconceituosos em relação à China e a minorias e sua fala defendendo a prisão de ministros do STF (Supremo Tribunal Federal), mas a reivindicação fora negada.

Como revelou a Folha, à época o colegiado afirmou que não poderia influenciar na nomeação e que o código de conduta do banco só é aplicado a funcionários já empossados, o que ainda não era o caso do ex-ministro. Agora, dizem funcionários, o cenário mudou. No posto desde 30 de julho, com mandato renovado em novembro por mais dois anos, Weintraub tem intercalado suas reuniões no banco —a maioria de forma virtual— com a divulgação de vídeos em suas redes sociais sobre diversos temas, que serviram de motor propulsor para a nova carta da associação.

De acordo com a entidade, sete meses depois das primeiras reclamações contra o ex-ministro, ainda há preocupação entre integrantes do banco [integrantes do banco? os funcionários que deixam o cumprimento de suas obrigações para dar palpites em assuntos que não lhes dizem respeito?] com seu comportamento e que, por isso, é preciso uma reavaliação. Segundo a carta, em vídeo publicado no YouTube em 16 de janeiro, Weintraub "busca oferecer 'evidências científicas' para atestar que a hidroxicloroquina é um tratamento eficaz contra Covid-19; e afirma que as múltiplas mutações do vírus são uma indicação clara de que ele foi fabricado em laboratório".

"Ambas as questões foram desacreditadas pela comunidade científica", diz a carta. E segue: "O Sr. Weintraub parece estar fazendo campanha para um cargo político no Brasil ao mesmo tempo em que é funcionário do Grupo Banco Mundial."  Segundo a associação, esse "parece ser um claro conflito de interesses" já que o código de conduta exige que os dirigentes não interfiram nos assuntos políticos dos países membros e não se envolvam em atividades externas incompatíveis com o desempenho adequado de suas funções. "Os funcionários do conselho devem obter a autorização prévia do Comitê de Ética para todas as atividades fora das funções oficiais", completa.

Com base nesses argumentos, a associação solicita formalmente a investigação "do comportamento e das ações de Weintraub para garantir que eles estejam de acordo com o Código de Conduta da Diretoria e com nossos valores fundamentais". Em caráter reservado, líderes da associação disseram à Folha que não sabem qual seria a punição de Weintraub caso o Comitê de Ética abra a investigação e conclua que a postura do ex-ministro não está alinhada com os valores do banco.

O objetivo, afirmam, é seguir com a pressão política para que o colegiado tome alguma atitude sobre o assunto. O Comitê de Ética, por sua vez, ainda não respondeu à associação.Leia a seguir a carta da Associação de Funcionários ao Comitê de Ética do Banco Mundial 
[optamos pela não transcrição da carta, por vários motivos, destacamos:
- o assunto não diz respeito aos funcionários subalternos do Banco e cabe dúvidas se expressar opiniões pessoais, em canais não pertencentes ao empregado e sem conter referências ao mesmo, constitui falta de ética:
- aqueles funcionários, talvez pelo desuso do idioma português, esqueceram o significado de algumas palavras. Um exemplo: na carta, usam e abusam do verbo parecer, na terceira pessoa do singular - parece - esquecendo que o que parece não é necessariamente o que parece ser. 
Recomendamos que cuidem mais do trabalho, do cumprimento das obrigações que são de sua responsabilidade, para que seu empregador não descubra que eles não necessários ao Banco, apenas fingem parecer que são.

Coluna Reinaldo Azevedo, jornalista - Folha de S. Paulo


terça-feira, 2 de junho de 2020

Manifestos e manifestações - Folha de S. Paulo

Hélio Schwartsman


Ingrediente que faltava para o impeachment, a população nas ruas, pode estar começando a surgir

As coisas pioraram para o presidente Jair Bolsonaro. O ingrediente que faltava para o impeachment, a população nas ruas, pode estar começando a surgir. [população nas ruas? contra o presidente Bolsonaro?
os manifestantes pró-democracia, um amontoado de marginais procedentes das torcidas organizadas = outro celeiro de maus elementos  = nada significam.
Não são suficientes nem para a saída.
Fazem lembrar a pergunta de Stalin sobre o Papa.]
O povo vai as ruas sim, mas, para apoiar Bolsonaro. Os outros dois, a saber, crimes de responsabilidade e uma megacrise econômica, já estavam presentes e seguem com tendência de alta.

Bolsonaro conseguiu o que parecia impossível, que é unir as torcidas organizadas de clubes com rivalidades ancestrais e histórico de confrontos pela defesa da democracia. Louvo-lhes o gesto cívico, mas, diante de curvas pandêmicas ainda ascendentes, não me parece uma boa ideia que as pessoas vão literalmente para as ruas, quando podem fazê-lo virtualmente, através dos vários manifestos pró-democracia que estão aparecendo e ganhando signatários. Espero que o R0 desses abaixo-assinados seja maior que o da Covid-19.

É importante que a sociedade civil deixe claro que está mobilizada para defender as instituições. O alvo primário do recado é o centrão. Ninguém imagina que os políticos desse grupo pegarão em armas por Bolsonaro. Eles sempre se movem por oportunismo e sabem muito bem que, na hipótese de um autogolpe promovido pelo presidente, se dariam mal. Mas precisam de sinais mais ou menos inequívocos de como andam os humores do eleitorado para deflagrar um eventual processo de debandada.

Outros destinatários incluem chefes de Poderes, que devem sentir-se respaldados para traçar linhas que não podem ser ultrapassadas, e generais do Exército, que talvez precisem de um sacolejo [mais uma lembrança que este artigo nos traz:
daquele provérbio que apresenta o dilema dos ratos = qual deles irá colocar o guiso no gato.
Nos faz lembrar de uma manifestação, protesto, abaixo-assinado, ou qualquer outra coisa, denominada estamos juntos que reúne artistas em final de carreira, personalidades desconhecidas, intelectuais vagabundos.
Qual o valor de tal manifesto? em que vai contribuir para resolver os problemas do Brasil de agora e cuja resolução sempre será cobrada do presidente da República?
Agora buscam impedir que ele resolva, no futuro cobrarão dele a resolução.] para entender que não vale a pena sacrificar décadas de esforço para melhorar a imagem da instituição a fim de defender um ex-tenente fracassado e insubordinado que só pensa em livrar a cara da família cheia de rolos policiais.

Por falar em polícia, o governador João Doria deveria deixar a Polícia Militar nos quartéis no próximo domingo. As ruas ficam mais seguras sem a tropa engrossando as hostes bolsonaristas.

Hélio Schwartsman, colunista - Folha de S. Paulo



sexta-feira, 4 de outubro de 2019

O STF virou a matriz da “sensatez”, enquanto os sensatos estão todos errados Analista político

Adail Inglês

O Supremo Tribunal Federal se transformou na matriz de uma sensatez ideológica que agride e preocupa a sensatez, sem qualificativo. Impressiona a formação de uma maioria de sete entre onze ministros, tomando decisões que remetem para a insegurança jurídica e num agir autoritário que vai além das atribuições que a Constituição define ser missão da instituição a que esses senhores e senhora, da maioria dos sete, pertencem.

E decisões focadas para dificultar e anular decisões da mais vigorosa organização já formada no País para enfrentar e desbaratar as poderosas forças da corrupção e do crime organizado, que tomaram conta da administração pública, em seus três níveis de governo, com braços avançados na própria organização social da população, beirando mesmo a criação de uma cultura generalizada da desonestidade.

A Operação Lava Jato, que é aplaudida pela sociedade nacional, que resgatou a esperança das pessoas de bem, dos brasileiros sensatos, quanto a vantagem de ser honesto, investigando, denunciando, processando, condenando e prendendo figuras públicas e grandes empresários, tidos até então como poderosos e inatingíveis, virou alvo de ataque e de combate dos poderes da República, onde, justamente, deveria encontrar o maior apoio e incentivo em seu valoroso trabalho de restabelecimento da probidade administrativa. Ataque e combate que partem, à luz do dia, da Suprema Corte e do Poder Legislativo, tanto da Câmara dos Deputados, quanto do Senado da República.

A ''Casa dos horrores'' fez o Brasil Tremer


Da Suprema Corte, não há nenhum ministro denunciado e processado, pela simples razão de que eles não se permitem a serem investigados, não tendo o menor pudor em constranger membros do Senado da República, a cujo poder devem explicações, se solicitadas, para não avalizarem proposta de uma investigação, nos termos autorizados e permitidos pela Constituição Federal. Uma escandalosa quebra da independência dos Poderes da República, pela intervenção indevida e pela submissão do Legislativo ao Judiciário. Esse simples fato, confessado por próprios senadores, já deveria se constituir em razão suficiente para a formação e funcionamento de uma CPI, pela evidente demonstração da existência de malfeitos por parte de integrantes da Suprema Corte, que não se permitem a ser submetidos a uma investigação, com o que tornam claras suas ligações com o mundo da corrupção e do crime organizado. Dado o elevado respeito e crédito que o STF sempre mereceu da sociedade brasileira, ao menor indício de um desejo de investigação de um de seus membros, por parte da Casa do Congresso Nacional, que tem tal atribuição constitucional, deveria o próprio STF ser o primeiro a facilitar toda a investigação, de modo a assegurar o merecimento do respeito e crédito da sociedade brasileira. Como isso não aconteceu, esse respeito e crédito estão esvaziados, dando lugar a indignação e ao descrédito, banalizados, ao que parece, pela maioria dos sete, da formação de onze, diante das tomadas das últimas decisões.

Na Câmara dos Deputados, fez-se uma maioria, sob o comando do dirigente da própria Casa, que está a legislar em interesse próprio, eis que há muitos na Casa investigados por sérias suspeitas de cometimentos de atos impróprios de um parlamentar, que tem a obrigação de representar a população. E isso se estende ao Senado da República também, ainda que, de alguma forma, no Senado, esteja a surgir um rasgo de esperança, a partir do Grupo “Muda, Senado”, reunindo senadores sensatos, comprometidos com a verdadeira razão de ser da Câmara Alta.

Os brasileiros sensatos, bem formados, honestos estão a demonstrar tristeza, decepção e preocupação, pelo perigo da inversão dos valores, a partir de poderes da República, como o STF e o Legislativo. Os cidadãos sensatos, todos eles, estão achando que estão marchando com o pé errado… Hoje, pelo STF que aí está à mostra, os crimes do Mensalão não teriam sido considerados crimes. E José Dirceu se manteria como “herói do povo brasileiro”. Ao lado de Lula, claro.

 Clique e visite Adail Inglês - Analista Político


sexta-feira, 14 de junho de 2019

Heleno se exalta ao falar de Lula: 'Tinha que tomar prisão perpétua'

 Heleno se exalta com fala de Lula sobre facada: "Canalhice típica desse sujeito"

'A barriga de Lula deve ter muita cachaça', disse o presidente sobre declarações do petista, que, em entrevista, levantou dúvidas sobre o ataque ao então candidato em Juiz de Fora

O presidente Jair Bolsonaro respondeu com ironia às declarações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que pôs em dúvida o atentado a faca sofrido pelo então candidato ao Palácio do Planalto em Juiz de Fora (MG), em setembro do ano passado. 

Durante café da manhã com jornalistas que cobrem o Palácio do Planalto, Bolsonaro disse que a barriga de Lula "deve ter muita cachaça ", rebatendo a menção do petista à ausência de sangue após o ataque contra ele. 
O presidente Jair Bolsonaro (PSL), criticou a atitude de ministros do Supremo ... (TRF-4), inclusive a prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. ... “Até onde eu saiba, presidiário só presta depoimento, não dá entrevista”, disse Bolsonaro.

As declarações do petista foram dadas em entrevista transmitida na quinta-feira pela emissora TVT
"Eu, sinceramente... aquela facada tem uma coisa muito estranha, uma facada que não aparece sangue, que o cara é protegido pelos seguranças do Bolsonaro", comentou Lula, na entrevista.

O  chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), General Heleno, que participava do encontro do presidente com jornalistas, comentou as declarações de Lula. "O presidente comentou que eu o trato de "senhor". Por que eu trato de 'senhor'? Porque eu quero dar o exemplo de uma instituição que, na minha opinião, se não é a mais importante do país, está entre as três mais importantes. É o presidente de um Poder eleito pelo povo, que merece o respeito de toda a sociedade", disse Heleno.
 

Em seguida, o general se exalta e passa a levantar a voz. Heleno diz ainda que Lula deveria "tomar prisão perpétua" e que o presidente da República é uma "instituição quase sagrada". No vídeo, Bolsonaro parece estar desconfortável com a situação. 


"Na minha opinião, e eu sempre tive essa opinião. É minha, hein? Não é do presidente, é minha: um presidente da República desonesto tinha que tomar uma prisão perpétua. Isso é um deboche com a sociedade. Um presidente da República desonesto destrói o conceito do país", rebateu.

"Isto é o cúmulo, ele ainda aventar a hipótese da facada ser mentira. E será que o câncer dele foi mentira? E o câncer da dona Dilma foi mentira? Alguém disse pra ele isso aí, teve peito de dizer isso pra ele? Isso é uma canalhice típica desse sujeito", disse antes de finalizar: "Não mereceu jamais ser presidente da República. O presidente da República é uma instituição quase sagrada. Eu tenho vergonha de um sujeito desse ter sido presidente da República", completou Heleno, que chegou a bater na mesa durante sua fala. 


 
 



Por iG Último Segundo - Com informações da Agência O Globo |
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Chefe do GSI levantou a voz, bateu na mesa e afirmou que ex-presidente deveria "tomar prisão perpétua" por ser desonesto; assista ao vídeo

heleno
Marcos Corrêa/PR
Heleno rebateu fala de Lula sobre facada contra Bolsonaro
O presidente Jair Bolsonaro respondeu com ironia às declarações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que pôs em dúvida o atentado a faca sofrido pelo então candidato ao Palácio do Planalto em Juiz de Fora (MG), em setembro do ano passado.
Durante café da manhã com jornalistas que cobrem o Palácio do Planalto, Bolsonaro disse que a barriga de Lula "deve ter muita cachaça", rebatendo a menção do petista à ausência de sangue após o ataque contra ele. As declarações do petista foram dadas em entrevista transmitida na quinta-feira pela emissora TVT .
"Eu, sinceramente... aquela facada tem uma coisa muito estranha, uma facada que não aparece sangue, que o cara é protegido pelos seguranças do Bolsonaro", comentou Lula, na entrevista.
O  chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), General Heleno, que participava do encontro do presidente com jornalistas, comentou as declarações de Lula. "O presidente comentou que eu o trato de "senhor". Por que eu trato de 'senhor'? Porque eu quero dar o exemplo de uma instituição que, na minha opinião, se não é a mais importante do país, está entre as três mais importantes. É o presidente de um Poder eleito pelo povo, que merece o respeito de toda a sociedade", disse Heleno.
Em seguida, o general se exalta e passa a levantar a voz. Heleno diz ainda que Lula deveria "tomar prisão perpétua" e que o presidente da República é uma "instituição quase sagrada". No vídeo, Bolsonaro parece estar desconfortável com a situação. Assista: 


"Na minha opinião, e eu sempre tive essa opinião. É minha, hein? Não é do presidente, é minha: um presidente da República desonesto tinha que tomar uma prisão perpétua. Isso é um deboche com a sociedade. Um presidente da República desonesto destrói o conceito do país", rebateu.
Leia também: Heleno diz que saída de Santos Cruz do governo foi um "divórcio sem litígio"
"Isto é o cúmulo, ele ainda aventar a hipótese da facada ser mentira. E será que o câncer dele foi mentira? E o câncer da dona Dilma foi mentira? Alguém disse pra ele isso aí, teve peito de dizer isso pra ele? Isso é uma canalhice típica desse sujeito", disse antes de finalizar: "Não mereceu jamais ser presidente da República. O presidente da República é uma instituição quase sagrada. Eu tenho vergonha de um sujeito desse ter sido presidente da República", completou Heleno, que chegou a bater na mesa durante sua fala. 
Fonte: Último Segundo - iG @ https://ultimosegundo.ig.com.br/politica/2019-06-14/heleno-se-exalta-com-fala-de-lula-sobre-facada-canalhice-tipica-desse-sujeito.html

 
O presidente Jair Bolsonaro respondeu com ironia às declarações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que pôs em dúvida o atentado a faca sofrido pelo então candidato ao Palácio do Planalto em Juiz de Fora (MG), em setembro do ano passado.
Durante café da manhã com jornalistas que cobrem o Palácio do Planalto, Bolsonaro disse que a barriga de Lula "deve ter muita cachaça", rebatendo a menção do petista à ausência de sangue após o ataque contra ele. As declarações do petista foram dadas em entrevista transmitida na quinta-feira pela emissora TVT .
"Eu, sinceramente... aquela facada tem uma coisa muito estranha, uma facada que não aparece sangue, que o cara é protegido pelos seguranças do Bolsonaro", comentou Lula, na entrevista.
O  chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), General Heleno, que participava do encontro do presidente com jornalistas, comentou as declarações de Lula. "O presidente comentou que eu o trato de "senhor". Por que eu trato de 'senhor'? Porque eu quero dar o exemplo de uma instituição que, na minha opinião, se não é a mais importante do país, está entre as três mais importantes. É o presidente de um Poder eleito pelo povo, que merece o respeito de toda a sociedade", disse Heleno.
Fonte: Último Segundo - iG @ https://ultimosegundo.ig.com.br/politica/2019-06-14/heleno-se-exalta-com-fala-de-lula-sobre-facada-canalhice-tipica-desse-sujeito.html