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domingo, 2 de julho de 2023

Uma estrada perigosa - Percival Puggina

         Antigamente, editavam-se almanaques com intuito pedagógico destinados ao público infantil.  
Sempre incluíam afazeres, como o clássico “encontrar a diferença” entre duas imagens aparentemente idênticas. 
Outro, bem mais fácil, era o exercício de “juntar os pontinhos”. Enquanto a criança ia ligando ponto a ponto, desenhava um objeto qualquer. Na maior parte dos casos era desnecessário riscar para antever o que ali estava representado.

Penso que o brasileiro está nessa situação, juntando os pontinhos de um projeto que lhe impuseram, não se requerendo muito talento para saber que o desenho não é de boa inspiração.

Nas ditaduras e nos regimes totalitárioscomunismo, fascismo e nazismo – quem está no poder diz fazer com a melhor das intenções o mal que deveras faz. 
Hitler organizou o estado nazista para “defender a ordem, o Direito e a Liberdade”. 
Stalin foi um monstro e teve seus crimes revelados por Krushchev em 1956. Contudo, em anos bem recentes, comédias e obras sérias sobre seus crimes foram censuradas sob a alegação de “depreciarem a luta contra o fascismo”. 
Afinal, alegam os censores russos, sob Stalin a URSS venceu a guerra contra Hitler no front oriental. O elogio em boca própria, vitupério da censura, é a falsa nobreza de suas intenções.  Em 2018, a deputada russa e ex-atriz Yelena Drakova, conclamou: “Nós devemos começar a viver com leis dos tempos de guerra”.

Juntando os pontinhos do desenho que tenho diante dos olhos, observo que os ministros de nossas Cortes, como escrevi outro dia, iniciam suas manifestações, decisões e votos, apontando como bases supostas guerras institucionais terrorismo, golpismo, conspirações, fake news.  Bem ao gosto da deputada Yelena. São generais de uma guerra particular contra inimigos indefesos. E por aí vão novos pontinhos.

O presidente da República pontua a parte que lhe cabe com a calorosa e generosa recepção ao camarada Maduro e a proclamação do caráter relativo da democracia.  
Ora, tudo que é relativo atrela essa condição a algo que lhe é absoluto. 
É fácil entender o motivo pelo qual nenhum jornalista formulou diretamente a Lula a pergunta tão óbvia quanto urgente sobre qual a natureza desse poderoso absoluto. 
E vão os pontos desenhando a estrada.
 
Foi por coincidir com esse desenho que o Foro de São Paulo se reuniu em Brasília. 
Foi por isso que a presidente da sessão de abertura tanto agradeceu a Lula e que Lula declarou, entre alegres risos e aplausos, que não se importa de ser identificado como comunista. Fica bem enquadrado no desenho haver ele dito nessa manifestação oficial e formal aos camaradas presentes: “Aqui no Brasil, nós enfrentamos o discurso do costume, o discurso da família, o discurso do patriotismo. Ou seja, aqui nós enfrentamos o discurso de tudo aquilo que a gente aprendeu historicamente a combater”.  Vá juntando os pontinhos aí, caro leitor.

Novos pontos chegam e continuarão chegando cotidianamente, desenhando a perigosa estrada por onde somos conduzidos. Ponto a ponto, a esquerda festeja, e se diverte, e ressoa como o coral de Brecht na peça “A medida punitiva”. Enquanto junto pontos, leio o “Discurso da servidão voluntária”, obra de Etienne de la Boétie (1554). Com um trecho dele, encerro estas linhas e seus pontos.

Mas ó, bom Deus! Que fenômeno estranho é esse? Que nome devemos dar a ele? Qual a natureza desse infortúnio? Qual é o vício, ou melhor, qual a degradação? Ver uma infinita multidão não apenas obedecendo, mas levada ao servilismo? Não governada, mas tiranizada?”.

Percival Puggina (78), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org), colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.

 

 

domingo, 9 de abril de 2023

Quem tem medo da Unasul? - O Globo

Na noite em que Jair Bolsonaro foi eleito, Paulo Guedes deu uma amostra do que os novos ocupantes do poder pensavam sobre a América do Sul. Ele festejava a vitória num hotel da Barra da Tijuca, a poucos metros da casa do presidente eleito.Ao ouvir uma pergunta sobre o Mercosul, o futuro ministro acusou o bloco de ser dominado por “inclinações bolivarianas”. Em seguida, engrossou com uma repórter do jornal argentino Clarín. “O Mercosul não será prioridade. Era isso que você queria ouvir?”.

Por birra ideológica, o bolsonarismo torpedeou décadas de esforços pela integração regional. Hostilizou países vizinhos, esvaziou a cooperação econômica e ressuscitou a velha política de alinhamento automático aos Estados Unidos. Em abril de 2019, o capitão anunciou pelo Twitter que o Brasil sairia da União de Nações Sul-Americanas, a Unasul. [decisão acertadíssima.] Depois de quatro anos, o presidente Lula acaba de formalizar o retorno à entidade. [EXCELENTE!!! cada vez que o apedeuta presidente destrói alguma realização do presidente Bolsonaro, está também destruindo uma ponte que poderia levar o atual DESgoverno a um final menos infeliz; 
-  cada vez que o boquirroto presidente fala alguma coisa, destrói alguma realização do governo do capitão, e planeja construir algo (só planeja, realizar que é bom, nada) é mais um ponto para a oposição. Aliás, hoje recomendamos aos que querem ler algo criticando, com fundamentação, o DESgoverno atual,  de um texto do  jornal o Globo - parece até escrito pela oposição ao ex-presidiário.]

Apesar de terem muito em comum, os países da região levaram quase dois séculos para dividirem a mesma mesa. A primeira reunião dos 12 presidentes sul-americanos só aconteceu em 2000, por iniciativa de Fernando Henrique Cardoso.Oito anos depois, Lula assinaria o tratado de criação da Unasul. O subcontinente vivia uma maré de governos de centro-esquerda, mas a entidade estava longe de ser monolítica. Entre seus fundadores, figuravam o colombiano Alvaro Uribe e o paraguaio Nicanor Duarte.

Apesar da presença de conservadores, a direita brasileira estrilou. Olavo de Carvalho escreveu que a Unasul teria “poderes para impor o socialismo a todo o continente”. Nesta sexta, o deputado Kim Kataguiri definiu a Unasul como uma “associação de países de regime socialistas (sic), todos extremamente autoritários”. “Não se sabe se o órgão agirá como uma união soviética latina ou um fórum de ditadores do narcotráfico”, [pretendem ser uma URSS latina, uma associação de ditadores narcotraficantes e tudo o mais que não prestar] emendou o deputado Luiz Philippe de Orleans e Bragança.

Na última edição dos “Cadernos de Política Exterior”, a embaixadora Eugênia Barthelmess lançou a pergunta: “Quem tem medo da integração da América do Sul?”. A diplomata anotou que os 12 países da região têm PIB conjunto de US$ 3,6 trilhões. [incluindo o PIB do Brasil (PIB em 2022 do Brasil: US$ 1,92 trilhão)  sem o Brasil, o PIB da Unasul cai a menos da metade;
 e, se prosperar a ideia do Brasil se associar a Unasul, tal 'casamento' só dura até o final do governo Lula, evento que se aproxima a cada vez que o 'estadista de fundo de quintal' abre a boca.] representariam a quinta economia do mundo, atrás da Alemanha e à frente da Índia.

O potencial da cooperação não se limita à esfera comercial. Ao somar forças, os sul-americanos podem ampliar sua voz em negociações de temas como defesa, desenvolvimento, saúde e combate às mudanças climáticas. O Brasil é quem tem mais a ganhar com a atuação conjunta. O país concentra quase a metade do território, da população e da economia do subcontinente. A Unasul tem defeitos a serem corrigidos, mas abandoná-la foi uma atitude contrária ao interesse nacional. Para a embaixadora Barthelmess, a medida significou uma “abdicação de liderança brasileira”. “Em nome de rancores cultivados na esfera da política doméstica, sacrificaram-se princípios tradicionais de política exterior do país”, resumiu. [liderar não é, necessariamente, demonstração da importância do líder; muitas vezes, especialmente no caso da Unasul, os liderados são tão sem importância, que liderá-los compromete a imagem do líder.]

Bernardo M. Franco, jornalista - O Globo

 

quinta-feira, 28 de julho de 2022

Guerra do Pix - Por que os banqueiros andam assinando manifestos? - Gazeta do Povo

Alexandre Garcia

MDB lança Simone Tebet rumo ao vexame eleitoral
E hoje o MDB tem uma candidata à Presidência da República, a senadora Simone Tebet. A gente fica com pena, porque a estão jogando rumo a um vexame eleitoral, pois ela não é conhecida no país. E ela aceitou, é consensual. 
O PSDB ia dar o vice Jereissati, que caiu fora. 
Agora vão pegar um vice do Cidadania, antigo Partido Comunista, que está todo rachado. 
Dizem que é uma federação entre PSDB e Cidadania, isso não tem futuro, é uma pena.

Open banking


O Pix começou a funcionar no país em novembro de 2020. O sistema permite a realização de transferências eletrônicas de modo simplificado, superveloz e sem taxas, 24 horas por dia, sete dias por semana.| Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil

Eu não sei se vocês ouviram falar, só a elite está falando nisso, dos manifestos de banqueiros em favor da democracia. Agora tem o Pix; banqueiro deixou de cobrar taxa na hora de se transferir dinheiro de uma conta para outra. 
Na hora em que você paga uma conta, ou recebe, não custa mais nada, o banqueiro deve estar furioso.
 
Banqueiro é aquele pessoal que botou um homem pelado para as crianças olharem, aquele pessoal que fez uma propaganda contra carne, eles entendem muito de finanças, lucro, juros, mas acho que não entendem muito de gente
Daqui a pouco também tem empreiteiro reclamando que não paga mais propina para ter vantagem em empresa estatal, é só o que está faltando. 
Porque já teve uma cantora que esperneou em cima da bandeira nacional, pois Lei Rouanet acabou, né? Ela levou R$ 1,9 milhão em 2011... são coisas que estão acontecendo por aí.

Candidatura ou aliança? O que Bivar e o União Brasil vão fazer na disputa presidencial

Bolsonaro diz que defende a democracia e não precisa de “cartinha”

Advogados de direita pedem reunião com Fachin após encontro com profissionais do Prerrogativas

Ex-ministros do STF não sabem qual é a verdadeira ameaça à democracia
Eu fico triste quando vejo ex-ministros do Supremo que eu sempre admirei, mas que se mantiveram calados, omissos, enquanto cláusulas pétreas, direitos e garantias fundamentais do artigo 5.º da Constituição eram desrespeitados, e agora voltam a falar. Eu vejo a omissão, a tentativa de nos enganar, é mais ou menos uma ofensa, como se dissessem que somos ignorantes, burros, sem neurônios. Eles não sabem que “perigo à democracia” é uma ideologia que só funciona na base da ditadura, tirando a liberdade das pessoas físicas e jurídicas, uma ideologia que só funciona na antiga União Soviética – que, aliás, não funcionou, porque depois de oito décadas de aplicação a URSS não deu certo e teve de fechar. 

Cuba é a mesma coisa, virou o maior museu a céu aberto do mundo. 
Na Venezuela, os venezuelanos estão fugindo, comendo animais domésticos, com fome, fugindo para a Colômbia, para o Brasil
Não tiveram coragem de dizer isso, que é o pior perigo para a democracia é que esse tipo de ideologia chegue ao poder no Brasil. Que vergonha... A maior ofensa que podem nos fazer é pensar que nós não pensamos, que não temos o nosso mecanismo de censura, um filtro que não deixa passarem as tentativas de nos enganarem.
 
Por que os médicos aplaudiram Bolsonaro
Ontem eu estava no Conselho Federal de Medicina, que reúne mais de meio milhão de médicos desse país, recebeu a visita do presidente da República e o ovacionou, todos em pé no auditório lotado, chamando de “mito”. Por quê? Porque estiveram juntos para salvar vidas nessa pandemia, em que o genocida foi aquele que disse que não havia tratamento, que mandou ficar em casa, que não só eliminou vidas como também eliminou renda. 
Esse é o verdadeiro genocida. 
O que está havendo, então, é que com o passar do tempo, que é o senhor da razão, descobrimos o grande engodo que sofremos durante aquele período.
 
Alexandre Garcia, colunista - Gazeta do Povo - VOZES

terça-feira, 28 de junho de 2022

LULA QUER DESENTERRAR A URSS, FAZER A URSAL, E SUBSTITUIR PUTIN ? Sérgio Alves de Oliveira

É claro  que Fidel Castro e Lula da Silva tinham em mente o modelo político,econômico e social  da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas-URSS, instalada após a Revolução Bolchevique, de  outubro de 1917, em 1922,liderada por Vladimir Lenin, quando em 1990 "inventaram" de criar o Foro de São Paulo (Foro San Pablo),abrangendo toda a América Latina,onde implantariam ao que ousaram chamar "socialismo do século XXI",numa "Pàtria Grande".

Mas por não ter  dado certo pelos aspectos econômicos, políticos e sociais, a URSS desintegrou-se  durante a gestão do Presidente Mikhail Gorbachev,nos anos 80,através da "Perestroika" (reconstrução), com suas antigas repúblicas integrantes (da "federação russa") adquirindo independência com autodeterminação..

Durante todo esse período da extinta URSS, todas as liberdades foram banidas e a pobreza do povo não melhorou muito em relação à época  dos "czares", exceção relativa aos membros do Partido Comunista e dos privilegiados da "Nomenklatura", funcionários dos altos escalões do governo,que podiam viver como se reis fossem. 
Só o que teve grande  desenvolvimento na antiga URSS foi a vitória que teve na corrida armamentista, praticamente "encostando " nos  Estados Unidos ,em relação ao  arsenal e à tecnologia dos armamentos nucleares. Os povos que compunham a URSS eram de "terceiro" mundo; mas o aparato bélico de "primeiro mundo". É hoje o que se repete na China.

Mas Lula e Fidel Castro "inventaram" de fazer uma URSS "independente", para a América Latina, a UNIÃO DAS REPÚBLICAS SOCIALISTAS DA AMÉRICA LATINA - URSAL, após o desmanche da "outra" URSS, por não ter dado certo. E por isso essas lideranças  terceiromundistas da América Latina  chegaram bem atrasadas no relógio da história,querendo implantar uma "união" de países comunistas que já havia sido experimentada no mundo,sem sucesso... [atualizando: segundo versões, a ideia original nascida de outras lideranças da América do Sul era criar a UNASUL - União de Nações Sul-Americanas, que chegou a ser constituída com vários países latino-americanos. Com a eleição do cocalero Morales para a presidência daquela União, deu m ..., alguns países caíram fora e Castro, o descondenado petista e outros resolveram recriar a URSS com sede na América Latina com a denominação de UNIÃO DAS REPÚBLICAS SOCIALISTAS DA AMÉRICA LATINA - URSAL, termo  que já existia de brincadeira e que mais uma vez m ...,]
 
Já ouvi versões esquerdistas circulando  por aí, que inclusive me deixaram estupefato, dando a entender que a atual insistência  de Vladimir Putin, em refazer a antiga União Soviética, reanexando as antigas repúblicas que compunham a URSS, inclusive a Ucrânia, poderia  estar atrelada à idéia de  Fidel Castro e Lula de fazer algo semelhante aqui pela América. Mas que na minha modesta não poderia ser chamada de  América "Latina",se fosse o caso, porém  de América "Latrina", que seria a melhor adjetivação relativa  aos países que caissem nessa armadilha comunista corrupta,  liderada por gente de muito baixo nível intelectual e moral, que jamais conseguiriam  fazer algo semelhante ou se equiparar a alguns dos grandes nomes que construiram, sustentaram, e depois "desmancharam" a União Soviética, e muito menos a Putin, que apesar da sua índole expansionista ilimitada  e radical, ou seja, colonialista, tem também inegavelmente inúmeres qualidades e virtudes de estadista, o que jamais poderia se dizer em relação às  atuais lideranças de "quinta categoria",que pretendem implantar a URSAL na América Latina.  [lembramos que apesar de presidir a Rússia, que sempre traz à memória a extinta e comunista URSS, Putin é mais da DIREITA verdadeira, do que muitos fantoches que se dizer de direita. 
Nos repetindo: abominamos, desprezamos, repudiamos o comunismo admiramos Putin e ele é um dos 'freios' as ideias esquerdistas, bizarras do tal Biden e outros que querem transformar o mundo em uma fossa esquerdista progressista. NÃO CONSEGUIRÃO.]                                                                                                                          
Por que a Rússia quer mais terras,se ela  já tem o maior território entre todos os países do mundo?

Os brasileiros devem  ficar muito atentos para a  armadilha  que os ladrões comunistas montaram para as eleições de outubro  próximo, e que tem todo o apoio e o patrocínio dos tribunais superiores, da grande mídia,  dos banqueiros inconsequentes espoliadores do povo. Se essa gente for vitoriosa no Brasil, após o comunismo já estar "acampado" em Cuba,Venezuela, Argentina,Chile,Colômbia e México,"eles" continuarão roubando e sacrificando como escravos as próximas gerações de brasileiros, com muita mentira e demagogia, como já fizeram de 1985 a 2018, quando assaltaram o erário em cerca de 10 trilhões de reais. 

Com a eventual "desgraça"de uma vitória comunista em outubro, [temos certeza, e a confiança em DEUS que nossas instituições - não as que estão a serviço dos inimigos do Brasil - não permitirão  que os comunistas voltem a governar o Brasil - nossa Bandeira jamais será vermelha.] pode-se ter absoluta certeza de que o Brasil assistirá não só a  uma política de implante do comunismo, mas também a instalação imediata de uma "Perestroika" própria, acomodando a vagabundagem corrupta nas posições privilegiadas das mais altas remunerações públicas, sempre às custas dos trabalhadores e empresários que efetivamente produzem as riquezas.e pagam extorsivos impostos.
 
Sérgio Alves de Oliveira - Advogado e Sociólogo
 

quinta-feira, 17 de março de 2022

Putin diz que Rússia ‘cuspirá traidores como moscas’ e sinaliza aumento da repressão interna - O Globo

Embora nem todos os olhos sejam azuis, todo sangue é vermelho.

Fala, que fez menção a uma 'quinta coluna', ocorre em meio a prisões de pessoas que criticam a guerra e isolamento político, econômico e diplomático do país

Com a guerra na Ucrânia entrando na sua quarta semana, o presidente russo Vladimir Putin elevou drasticamente o tom de seu discurso, e além de direcionar seus ataques às lideranças de Kiev, também atacou setores da população russa que chamou de "falsos patriotas" e "escória". A fala ocorre em meio ao aumento da repressão interna àqueles que discordam da guerra iniciada no final de fevereiro contra a Ucrânia — segundo lei aprovada na semana passada, quem mencionar a palavra "guerra", ao invés de "operação militar especial", nome oficial da ofensiva, está sujeito a multa e prisão. — Qualquer povo, e ainda mais o povo russo, sempre será capaz de distinguir verdadeiros patriotas da escória e dos traidores, e simplesmente cuspi-los como uma mosca que acidentalmente entrou em suas bocas — disse Putin, durante uma reunião, na noite de quarta-feira, para discutir medidas de apoio econômico às regiões. —  Estou convencido de que uma autopurificação tão natural e necessária da sociedade só fortalecerá nosso país, nossa solidariedade, coesão e prontidão para responder aos desafios.

Ofensiva: Zelensky pede à Alemanha que derrube o novo 'muro' que a Rússia levanta na Europa

Desde o início da guerra, cerca de 15 mil pessoas foram presas em protestos contra o governo, e um número ainda desconhecido de russos deixou o país rumo à Europa, EUA e outras nações da ex-URSS, como o Quirguistão e o Cazaquistão. Além do medo da repressão, muitos tentam escapar dos impactos das sanções impostas pelo Ocidente, que já começam a ter efeitos sensíveis na economia russa, em especial na inflação.

No discurso, Putin voltou a atacar os países do Ocidente, como havia feito em outro discurso a seus ministros mais cedo na  quarta, dizendo que eles "simplesmente não precisam de uma Rússia forte e soberana" e que não perdoarão o país por "defender seus interesses nacionais". Lembramos como eles apoiaram o separatismo, o terrorismo, encorajando terroristas e bandidos no norte do Cáucaso. Como nos anos 1990, início dos anos 2000, eles agora novamente, mais uma vez, querem repetir sua tentativa de nos pressionar, nos transformar em algo fraco, dependente, violar a nossa integridade territorial, desmembrar a Rússia da melhor maneira possível para eles. Não deu certo naquela época, e não vai dar certo agora — disse Putin.

Discurso oficial:Pesquisa revela o impacto da imprensa pró-Kremlin no apoio dos russos à guerra na Ucrânia

O presidente destinou ataques aos milionários russos que, hoje, vivem no exterior — alguns deles vêm se afastando do Kremlin e até criticando a forma como Putin vem conduzindo a invasão da Ucrânia. Para ele, eles são uma espécie de "quinta coluna", ou "traidores nacionais", que ganham dinheiro na Rússia e hoje gastam suas fortunas em outros países.— Não estou julgando de forma alguma aqueles que têm uma casa em Miami ou na Riviera Francesa, que não podem deixar de comer foie gras, ostras ou usufruir das chamadas liberdades de gênero. O problema não está nisso, mas  no fato de que muitas dessas pessoas estão mentalmente localizadas no exterior, e não aqui, não com nosso povo, não com a Rússia — afirmou o presidente. — Isto é o que eles pensam, que pertencem a uma casta superior, a uma raça superior.

‘Sou uma patriota’:  Mulher que invadiu telejornal em protesto contra a guerra na Ucrânia recusa oferta de asilo da França

Nesta quinta-feira, ao ser questionado sobre as declarações do presidente, o secretário de Imprensa do Kremlin, Dmitry Peskov, confirmou que essa é mesmo a linha atual do governo russo.— Em momentos difíceis, muitas pessoas mostram suas verdadeiras cores. Muitas pessoas estão se revelando, como dizemos em russo, traidores — disse Peskov, em entrevista coletiva.

quarta-feira, 16 de março de 2022

FERTILIZANTES: IGNOMÍNIA DAS IGNOMÍNIAS - Sérgio Alves de Oliveira

O recente episódio da invasão da Ucrânia (ex-URSS) pelas forças armadas russas confirma o fato de que os preços de todas as coisas no Brasil “explodem” com mais rapidez do que as bombas e mísseis jogados nesse país pelos invasores comunistas.

Tanto isso é verdade  que se porventura houvesse um tipo qualquer de “Fórmula Um” de alta de preços no mundo, entre todos os países, certamente  ninguém conseguiria  tirar do Brasil a faixa de “Campeão”. Mas esse “campeão” remarca com toda a velocidade os seus preços, com ou sem justificativa válida.

Isso se dá meramente porque antes mesmo dos eventuais motivos da alta dos preços mundiais eclodirem, os “negociantes” contumazes da alta de preços nos mercados internacional e interno já se “anteciparam” e remarcaram os  preços de tudo que estiver relacionado, verdadeiramente, ou não, ao alegado motivo.

Porém essa atitude não é nenhuma novidade. A falta ou excesso de chuvas  também sempre é “motivo”, jamais para “baixa”,porém para a “alta”. Qualquer declaração de político ou autoridade importante que apresente algum “cheiro” de causar alguma “lesão” na economia, também  já é motivo de alguma “alta” qualquer. Alguma “baixa” de preços só se verifica em processos de “liquidação”, ou após uma super safra na produção rural de produtos perecíveis que não puderem ser armazenados para venda futura.

Jamais houve um só motivo mundial ou nacional para abaixar os preços de qualquer coisa. Além disso os cartéis de produtos industrializados, como o de lâmpadas “leds”, surgidas mais recentemente, gradativamente estão fazendo as lâmpadas durarem   menos, com objetivos muito claros  de mais rápida reposição, dentro de uma politica industrial absolutamente criminosa contra os consumidores,que chegam até a ter um falso ”código do consumidor” (fake news?)para “protegê-los”. 

 Esse tipo de malabarismo se repete e foi bem apanhado  no livro “A Trilateral:Nova Fase do Capitalismo Mundial”,escrito por Hugo Assmann,Theodore dos Santos e Noam Chomsky ”Antes” trabalharam em cima das lâmpadas incandescentes e fluorescentes, que estavam durando “demais” e tinham que durar menos, para mais rápida reposição e maior lucro. Agora é com  as lâmpadas “leds”,que já estão durando tão pouco  quanto duravam as incandescentes.

Voltando à “guerra” na Ucrânia, essa foi mais um motivo dos preços “explodirem” no Brasil,que certamente foi um dos mais impactados pela alta de preços mundial.

O maior impacto da alta internacional no Brasil se deu nos fertilizantes para “adubar” a terra e produzir alimentos para o povo e para os rebanhos,bem como exportar os excedentes,sabendo-se que as “commodities” se tornaram o carro-chefe da economia brasileira. Mas tudo depende dos ”fertilizantes”. Vital para o agronegócio,evidentemente. E a maior parte dos fertilizantes provém da Rússia, que devido à guerra, acabou prejudicando as importações, fazendo os produtores brasileiros entrarem em verdadeiro “pânico”com a falta do produto. Mas os “pés-de-alface” que tinham sido plantados e estavam na hora de colher também foram afetados nos seus preços. Tudo mais rápido que um relâmpago.

Mas o inacreditável em tudo isso é que o Brasil possui reservas de POTÁSSIO, que se trata do principal insumo dos fertilizantes,abaixo do  seu próprio solo,não só para sua total autossuficiência,porém para exportar a garantir comida para grande parte do mundo por muito tempo.

Só mesmo um “burro” poderia conceber a necessidade brasileira de importar água doce para matar a sede do povo e dos seus rebanhos,[prezado articulista: lembramos que uma ex-presidente, petista   = destacamos o 'petista' apenas para mostrar o quanto podem ser ignorantes (descartamos o 'burro', por ser ofensivo aos muares,dotados de inteligência superior a de grande parte dos eleitores petistas)propôs engarrafar  vento. Assim, era só alguém perguntas sua opinião sobre importar água e ela aprovaria.] já que nesse item o Brasil tem as maiores reservas do mundo, nos seus rios,lagos,lençóis  d’água e aquíferos ,dentre outras diversas fontes.

Por esse motivo a “necessidade” de importar fertilizantes é tão “burra” quanto seria a necessidade de importar água doce.

Como o povo brasileiro pode tolerar que tudo isso esteja acontecendo? Não seria o caso de “Paredón” para todos os nefastos responsáveis por esses absurdos? E que estão espalhados na política , “encostados” nos Três Poderes Constitucionais, nos partidos de esquerda, no Ministério Público, nos organismos “ambientalistas” cegos e mal-intencionados, e na própria “Justiça”,que convalida todas essas barbaridades?

Mas idêntica “ignominia” que se passa com os fertilizantes, porém por motivos diversos, se dá em relação aos combustíveis derivados do petróleo, também altamente impactados com a guerra na Ucrânia. Nem havia ainda explodido o primeiro míssil russo na Ucrânia e as bombas de combustível  (lógico)j estavam remarcando os seus preços,na base do tal “preço internacional”,cotado em dólares americanos. 

[Excelente abordagem; cabe ressaltar que apesar do êxito dos exploradores em reduzir a durabilidade das 'leds', uma vantagem de preço vai permanecer, sem esquecer que o superior rendimento em termos de capacidade de iluminação, compensa com folgas o custos das antigas incandescentes e reduz, substancialmente, o valor da conta de energia = especialmente, nesses tempos de bandeiras coloridas. 
Outro ponto a ser abordado, aproveitando a matéria como 'gancho',  é o truque da redução da quantidade sempre em proporção maior que a havida no preço.
Essa redução se torna mais presente  no sabão em pó, papel higiênico,  achocolatados, etc.]

Essa  incrível ”ligeireza” da Petrobrás em reajustas os preços dos combustíveis a níveis “internacionais”, certamente se dá pelo fato da estatal ter abandonado completamente o espírito da sua criação,mais conhecido como “O Petróleo é Nosso”,dos anos 40 e 50.   Hoje a Petrobrás serve muito mais aos interesses dos seus INVESTIDORES,seus acionistas -  privados,do que aos consumidores e povo brasileiro. Como explicar que na vizinha Venezuela,por exemplo,tão autossuficiente em petróleo quanto o  Brasil,mas sem os “parasitas” de investidores buscando lucros nas suas costas, pode vender gasolina de modo que o consumidor encha o tanque do seu carro com o valor equivalente a 5 (cinco) reais?

Sérgio Alves de Oliveira - Advogado e Sociólogo


sábado, 12 de março de 2022

É Rússia, não URSS - Carlos Alberto Sardenberg

Muita gente, lá fora e aqui, está cometendo um grande equívoco: pensar a Rússia como se fosse a União Soviética. Não é.

No tempo da URSS, Moscou tinha uma mensagem não apenas para a Europa, mas para o mundo todo. O marxismo soviético era uma construção completa: definia desde a organização da sociedade política, da produção e distribuição de riqueza até a vida cultural.

Mais importante: essa ideologia era partilhada pelo mundo afora. Nos países já no âmbito da URSS, havia partidos, militância e apoios locais ao marxismo soviético.

Não se tratava de uma “simples” dominação externa, mas de identidade ideológica, pelo menos de parte das populações. Mais ainda: nos países que estavam na órbita do Ocidente, em muitos havia partidos comunistas de sólida representação popular. Itália e França, por exemplo.

Em outros países, havia PCs ilegais, mas muito atuantes, especialmente no setor cultural.  Em Moscou, existia uma universidade onde só estudavam alunos de outros países. Uma escola séria, competente no ensino de história, política e cultura, do ponto de vista do marxismo soviético.

A guerra fria, portanto, era uma disputa entre duas articuladas visões de mundo.

Uma dessas visões simplesmente veio abaixo. O socialismo soviético morreu – e por ação de suas populações locais. Reparem: o muro ruiu sem que o Ocidente precisasse dar um tiro.

Não houve invasão do Leste, nenhuma conquista. Apenas as populações locais, quando puderam ver o que acontecia no outro lado do mundo, decidiram mudar de vida e de regime. Para o marxismo soviético, foi uma vergonha como os alemães orientais correram para comprar Coca-Cola em Berlim.

Como os ex-socialistas se arrumaram? Pessoal da Europa Leste entendeu rapidamente que o melhor negócio era entrar para a União Europeia um mar de prosperidade. Bastava olhar como Espanha e Portugal saíram da pobreza com a entrada na UE.

A China, sempre mais competente, já percebera a mudança – e introduzia o capitalismo e a propriedade privada, base de sua ascensão, ainda que com forte controle estatal.

As opções ficaram assim, simplificando: qual capitalismo se vai seguir, com mais ou menos Estado?

Na política, também simplificou: ou a democracia ou a ditadura.

A Rússia de Putin é o quê? Um capitalismo de compadres,”crony capitalism”, e uma ditadura assassina. E um maluco que se acha na “Grande Rússia”.

Para o ex-soviéticos, bastava entrar na União Europeia em busca de prosperidade. Não se interessavam pela OTAN, muito menos hostilizar a Rússia.

Por que, a um determinado momento, resolveram entrar para a OTAN? Por causa das ameaças de Putin, quando ele conseguiu dar uma arrumada na Rússia.

Em resumo – a URSS tinha uma proposta para o mundoum baita equívoco, como se viu depois. Mas brilhou durante muito tempo.

A Rússia de Putin tem o que? Ameaças imperialistas.

Portanto, chega dessa história de avanço da OTAN para o Leste. Foram as populações do Leste que, democraticamente, fizeram sua opção.

Azar da Ucrânia, que se atrasou com aquele ditador pró-russo. Aliás, reparem: só ficam com a Rússia os ditadores, incluindo os nossos aqui da América Latina. A Rússia não foi ameaçada. Ela é a ameaça. E Putin vai cair do mesmo modo que caíram os outros: pela reação de seu próprio povo.

Portanto, chega de comparar a invasão da Ucrânia com os casos de Iraque, Líbia, Síria, Afeganistão – estados incentivadores de terrorismo. EUA e Europa têm seus pecados, mas não se pode compará-los com essa Rússia de Putin.

A Europa abriu-se a negócios com as empresas russas.
Companhias e investidores ocidentais foram para a Rússia. Empresas russas se instalaram na Europa.

Por que Putin simplesmente não deixou essa integração prosseguir? A melhor hipótese: ele temia que a “excessiva” ligação com o Ocidente mostrasse aos russos onde a vida é melhor.
[lembrando: - um dos pilares do Ocidente, os EUA, tem um presidente que iniciou seu mandato, assinando ordens executivas favorecendo o aborto, limitando a autoridade das polícias e por aí vai;
-  o Zelinsky todo dia reúne jornalistas apoiadores e repete aquele monótono lenga-lenga de que o pessoal da Ucrânia é valente, não vai se render, que mais sanções precisam ser aplicadas contra a Rússia,o espaço aéreo da Ucrânia deve ser declarado 'zona de exclusão' = uma forma malandra de tentar envolver outros países na 'sua' guerra, etc, etc.
Encerra o palavrório e no dia seguinte repete tudo, com um detalhe inaceitável: mais ucranianos mortos.
Tal situação impõe a retirada imediata do Zelinsky, um plebiscito supervisionado pela ONU para que o POVO UCRANIANO decida soberanamente qual destino quer
O que não pode continuar é que para satisfazer a vaidade do presidente ucraniano, mais ucranianos continuem morrendo.]

E Putin simplesmente não podia se juntar à União Europeia: seu regime não passa nos critérios de democracia e legislação de direitos humanos. Sobrou o que? Uma tentativa de formar um império de ditadores.

Carlos Alberto Sardenberg,  jornalista 

 Coluna publicada em O Globo - Economia 12 de março de 2022