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terça-feira, 28 de setembro de 2021

Crise migratória: EUA deportam 30 crianças brasileiras para o Haiti

Mais de 3,5 mil pessoas já foram deportadas para o país caribenho nos últimos dias

As crianças brasileiras têm, em sua maioria, até três anos de idade e estavam acompanhadas pelos pais haitianos, com quem fizeram a jornada para sair do Brasil e atravessar as Américas do Sul e Central até chegar à divisa entre México e Estados Unidos há pouco mais de uma semana. [cabe um esclarecimento: a manchete diz 'crianças brasileiras', só que as crianças estavam acompanhadas pelos pais haitianos e foram devolvidas ao país de origem dos seus pais.]

Desde que a crise estourou, cerca de 3,5 mil pessoas já foram embarcadas em voos americanos para Porto Príncipe, a capital haitiana. Ao descobrir para onde tinham sido levados, alguns haitianos reagiram com indignação e revolta e tentaram voltar à aeronave dos EUA. Além dos 30 menores de idade brasileiros deportados, 182 crianças chilenas estão na mesma condição.  "As crianças brasileiras não apresentavam qualquer problema maior, caso contrário, seriam encaminhadas para assistência específica", afirmou à BBC News Brasil Giuseppe Loprete, chefe da missão da OIM em território haitiano, que acompanha a situação dos deportados. Segundo Loprete, por terem pais haitianos, as crianças são também consideradas haitianas segundo as leis do país caribenho, embora não tivessem documentos para comprovar essa nacionalidade. "Eles podem obter documentos haitianos aqui, certidão de nascimento e carteira de identidade. As autoridades locais já informaram que irão facilitar isso. Mas enquanto eles estão fora do país, é difícil que consigam essa documentação", explicou Loprete.

Segundo a Constituição Federal, por terem nascido em território do Brasil, mesmo que de pais estrangeiros, os filhos dos haitianos são também considerados brasileiros natos. E por isso eles detinham apenas documentação brasileira ao serem encontrados e deportados pelos americanos.

De partida do Brasil
A partir de 2010, quando um terremoto devastou o Haiti e matou centenas de milhares de pessoas, o Brasil passou a ser destino de migração de haitianos. Entre 2010 e 2018, os dados da Polícia Federal apontam que em torno de 130 mil haitianos vieram ao Brasil, onde se estabeleceram e formaram família. O governo brasileiro criou um visto humanitário para atender às necessidades desses migrantes - mais tarde também estendido a sírios e afegãos.

Nos últimos anos, porém, a recessão brasileira e a desvalorização do câmbio, que achatou a renda remetida pelos haitianos aos familiares no país de origem, levaram muitos a migrarem para o Chile ou outros países da região. No ano passado, em um novo capítulo nessa jornada migratória, muitos grupos passaram a se destinar aos EUA, onde tentavam chegar atravessando mais de uma dezena de países a pé. Em março, a BBC News Brasil mostrou que o fluxo já se formava e vitimava pessoas como a haitiana Manite Dorlean, que, grávida de gêmeos, morreu afogada nas águas do Rio Grande em janeiro de 2021 depois de partir do Brasil ainda em 2019.

Esse ano, com dados ainda incompletos, o número de haitianos localizados por agentes americanos na fronteira (29,6 mil) já é 6,5 vezes maior do que o total de 2020. "Eles dizem que foram instruídos por outros haitianos que já passaram para os Estados Unidos e por isso também foram pra lá. Infelizmente, é assim que funciona", afirmou Loprete.

Em 2021, o Haiti enfrentou o assassinato do presidente do país, Jovenel Moïse, que aprofundou a instabilidade política, e um novo e potente terremoto, que deixou mais de duas mil pessoas mortas. Nesse contexto, a diáspora haitiana, tanto do próprio país quanto de outros na América Latina, se moveu para os EUA. Contribuiu para o fluxo a percepção de que a nova gestão democrata, de Joe Biden, teria uma abordagem mais simpática a migrantes.

Crise política nos EUA
A chegada em massa de haitianos, no entanto, detonou uma crise política nos EUA depois que o governo Biden, que prometia uma abordagem "humana" aos migrantes, recorreu aos mesmos instrumentos utilizados pelo ex-presidente Donald Trump para deportar rapidamente o maior contingente possível, sem dar a eles a chance de pedir por asilo ou refúgio em território americano. [a política do Biden de endurecimento do combate aos migrantes é notória, tanto que Kamala Harris, vice-presidente daquele país, foi bem clara quando em seu primeiro discurso como vice-presidente, Kamala Harris disse ao povo da Guatemala: 'Não venham para os EUA'.]

O enviado especial dos EUA para o Haiti, Daniel Foote, renunciou ao cargo em protesto contra o tratamento dispensado aos haitianos. Em uma carta pública à Casa Branca, ele disse que "não se associaria à decisão desumana e contraproducente dos Estados Unidos de deportar milhares de refugiados haitianos", citando as sucessivas crises humanitárias no país caribenho. Além disso, imagens de guardas de fronteira ameaçando avançar com cavalos sobre migrantes haitianos correram o mundo e alimentaram ainda mais críticas ao governo americano. Biden afirmou que se responsabilizava pessoalmente pelo ocorrido e determinou o fim do uso da cavalaria entre agentes de migração.

Em meio ao turbilhão, o secretário de Estado dos EUA Antony Blinken chegou a pedir ao chanceler brasileiro Carlos França, em reunião em Nova York, na semana passada, que o Brasil acolhesse parte dos haitianos que estavam na fronteira americana. O governo brasileiro, segundo um integrante do Itamaraty que esteve no encontro, recusou o pedido. "Cada um que cuide do seu Haiti", descreveu esse diplomata à reportagem, sobre o teor da resposta do Brasil aos americanos. [a crise migratória é um problema grave, cruel, mas temos que considerar que é DEVER de cada país priorizar a sobrevivência/subsistência dos seus naturais. 
O Brasil atravessa uma grave crise econômica agravada pelos efeitos nefastos da peste covid-19, que produziu graves problemas econômicos, com destaque para o desemprego herdado do  incompetente governo petista (que f . ... o Brasil por 13 anos) quase 13.000.000 e fatores naturais como crise hídrica e outros.
O Brasil não possui condições para receber emigrantes, visto que cada emprego ocupado por um emigrante equivale a MAIS UM BRASILEIRO DESEMPREGADO. Vale ressaltar que há uma certa, digamos, 'indústria' da emigração, como bem mostra o quinto parágrafo da matéria. Os emigrantes vem para o Brasil, são bem acolhidos, mas qualquer crise econômica eles partem para outros países - prática que não é utilizada pelos brasileiros, que padecem em solo pátrio as dificuldades. 
O Brasil obrigação,. até por ser um DEVER CRISTÃO, de acolher emigrantes, mas sem esquecer os brasileiros também necessitados - de nada adianta uma ação humanitária com os emigrantes e esquecer de ser humanitário com os brasileiros.]

Segundo a lei brasileira, migrantes que tenham recebido visto humanitário e ainda assim tenham deixado o país, perdem o direito a requerer novamente esse status especial.  A embaixada brasileira em Porto Príncipe já foi avisada pela OIM sobre a presença de crianças brasileiras deportadas no país, mas por enquanto não foi diretamente contatada por suas famílias.

À CNN americana, o ministro de relações exteriores do Haiti, Claude Joseph, afirmou: "pedimos solidariedade na região. Falei com minha embaixadora no Brasil e ela disse que os brasileiros estão dispostos a aceitá-los de volta com suas famílias". A BBC tentou contato com a embaixada haitiana em Brasília nesta segunda (27/9), mas não localizou um porta-voz.

Por lei, o Brasil é obrigado a repatriar - inclusive cobrindo os custos de viagem - cidadãos que estejam em risco no exterior e sem recursos para chegar ao Brasil. Reservadamente, dada a sensibilidade do tema, um embaixador brasileiro afirmou à BBC News Brasil que se as famílias dessas 30 crianças brasileiras expressarem o desejo para que isso aconteça, poderão deixar o Haiti e retornar ao Brasil. É possível que o número de menores brasileiros nessa situação aumente nos próximos dias, conforme mais aviões americanos com centenas de deportados aterrissem em Porto Príncipe.

 Mundo - Correio Braziliense


terça-feira, 24 de novembro de 2020

Coup D´Presse - Bolsonaro joga pólvora em companheiros de guerra - DefesaNet

Discurso do presidente como resposta à pressão de Joe Biden no problema das queimadas na Amazônia está mais para a história de crises de governo e o anedotário político

  Foi justamente sob o comando de generais dos Estados Unidos que os militares brasileiros tiveram um triunfo aplaudido no País e no exterior. Mais de 25 mil homens da Força Expedicionária Brasileira (FEB) integraram uma divisão do V Exército americano para forjar a saída dos alemães do norte da Itália na 2ª Guerra Mundial. Uma geração de pracinhas oriunda das periferias e dos cafezais enfrentou o gelo e o poder bélico dos nazistas num capítulo surpreendente da história bélica nacional.

O discurso do presidente Jair Bolsonaro de sugerir o uso da pólvora como resposta à pressão do democrata Joe Biden no problema das queimadas na Amazônia está mais para a história de crises de governo e o anedotário político. Posturas diversionistas de autoridades permeiam a trajetória do Exército brasileiro, que, desde o treinamento de um grupo de oficiais no Fort Leavenworth War School, no Kansas, em 1943, nunca deixou de pedir ajuda aos americanos para evoluir na doutrina e na tecnologia de guerra.

A aliança pioneira da turma dos generais Castelo Branco, Henrique Teixeira Lott e Zenóbio da Costa, gente que mandou no País, foi lembrada em março deste ano pelo ministro da Defesa. Fernando Azevedo comemorou, numa viagem de Bolsonaro à Flórida, um dos muitos pequenos acordos de cooperação firmados por governos brasileiros com a maior potência militar do mundo. “Temos os Estados Unidos como um parceiro importante. Estivemos juntos pela democracia e liberdade na Segunda Grande Guerra”, disse na época, um discurso padrão adotado nas últimas décadas.   O conflito mundial citado pelo ministro foi um hiato na história da caserna no Brasil. Antes e depois da presença da tropa na Europa, a cúpula militar só colecionou desgastes públicos nas suas vitórias nos territórios de países vizinhos e mesmo na repressão a populações sertanejas revoltadas.

Num museu no Forte de Copacabana, o Exército destaca os conflitos na Tríplice Fronteira (1864-1870) e em Canudos (1897) como momentos de sua história. Falta espaço para expor o uso político do emprego de tropas tanto no Império quanto na incipiente República. Essas guerras encobriram batalhas fratricidas pelo poder e crises econômicas ao custo de muito orçamento e sangue aqui e lá fora. Em Assunção, os brasileiros são acusados ainda hoje por massacres de crianças e saques – puseram nos navios até móveis de famílias paraguaias.
 
Já no interior baiano, a degola de sertanejos marcou a presença de oficiais na Caatinga. Essa prática seria usada também na Guerra do Contestado (1912-1916), onde os militares combateram caboclos que usavam facões esculpidos na madeira. A propósito, guerras assimétricas, em especial, costumam ser refluxos no tempo por excelência, reais ou imaginárias.

Guerra é um termo genérico, mas pode ser usado para relatar um caso recente em que os americanos jogaram militares brasileiros numa arapuca. O general da reserva Augusto Heleno Ribeiro, atual ministro do Gabinete de Segurança Institucional, conhece essa história. Em 2005, ele comandava a Missão de Paz das Nações Unidas no Haiti. No mês de julho daquele ano, cerca de 440 homens de sua tropa entraram em Cité Soleil, maior favela de Porto Príncipe, para caçar o criminoso Emmanuel Wilmer, o Dread. Heleno vivia pressionado. Os Estados Unidos criticavam uma suposta falta de agressividade no enfrentamento à violência no país caribenho.

 

 [Antes de tudo precisamos considerar que o comentário do presidente Bolsonaro foi mais para descontrair o ambiente - os Estados Unidos da América são aliados tradicionais do Brasil.

Óbvio que a disparidade de forças é enorme, mas cada guerra é uma guerra e a natureza do confronto [caso houvesse um) favorece em muito aos brasileiros - os EUA eram muitas vezes superiores as do Vietnam e eles perderam.

O imenso poderio militar dos norte-americanos jamais seria utilizado em  sua totalidade. Para começar, seriam descartados todo o armamento nuclear. E, por aí vai. Mas, pensar nisso é desperdiçar pensamento.]

Na operação de sete horas, cinco ou seis pessoas morreram, incluindo Dread, na estimativa do Exército Brasileiro. Entidades de direitos humanos ligadas ao ex-presidente Jean Bertrand Aristide, críticas da missão da ONU, calcularam 63 mortes. A agência Reuters estimou 70 vítimas fatais. Heleno contestou os números e reclamou de uma versão, segundo ele, política da história. De forma moderada, observadores internacionais avaliaram que um dos erros da operação foi não monitorar a favela nos dias seguintes. A falta de patrulha teria facilitado um acerto de contas local.

A guerra do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Haiti empoderou uma geração de “oficiais sem espada”. O País não conseguiu maior inserção nos fóruns internacionais, como desejava o governo. Mas os militares saíram de Porto Príncipe com a lição de que o quartel não forma dirigentes especializados em tornar competitiva a economia interna, mudar o jogo diplomático controlado por países desenvolvidos e atrair investimentos externos, preceitos para garantir a paz.

Por sua vez, Bolsonaro alimenta uma guerra permanente para encobrir questões políticas e familiares e salvar seu governo  – é o caso das rachadinhas, que envolve o filho e senador, Flávio (Republicanos-RJ).  O discurso da pólvora, uma das batalhas desse conflito travado pelo presidente, foi recebido com deboche pelo embaixador americano. Todd Chapman, nomeado por Donald Trump, divulgou vídeo do Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos para lembrar que a força está de prontidão em tempos de crise. Numa interpretação livre, evidenciou que, antes de uma suposta relação de amizade de seu chefe e Bolsonaro, existem interesses históricos. A embaixada afirmou que o vídeo estava sendo preparado havia uma semana e não tem relação com o presidente.

É, dentro desses limites, que os militares brasileiros tentam há décadas ter proveitos da parceria com Washington e expandir a indústria de defesa nacional como um aliado preferencial da OTAN, a Organização do Tratado do Atlântico Norte.  No front imaginário do presidente, a prioridade nos interesses particulares é pólvora que só chamuscou mesmo as fardas dos militares do lado de cá do campo de guerra, que chancelam o seu governo. No rastilho da semana, Bolsonaro ainda atacou a vacina da covid-19 e ironizou os brasileiros preocupados com a pandemia. Até o momento, pelo menos 163 mil pessoas morreram vítimas da doença. 

Coup D´Presse - DefesaNet - MATÉRIA COMPLETA

sexta-feira, 22 de maio de 2015

Brasil no HAITI - Mais uma obra genial de Lula: gasto de R$ 1,3 bilhão; ganho militar e político zero,

BRASIL NO HAITI – Mais uma obra genial de Lula: gasto de R$ 1,3 bilhão; ganho militar e político zero, soldados doentes e 130 mil imigrantes miseráveis

Chegará ao fim, ao término de 2016, o que nunca deveria ter começado: a participação brasileira na Missão de Paz da ONU que atua no Haiti. O Brasil chefia a dita-cuja. Não é uma decisão tomada em Brasília. Na verdade, a ONU fará até o fim do ano que vem a retirada total, e, assim, o contingente de 1.343 brasileiros voltará para casa. Até o fim do ano, será reduzido a 850. As informações foram prestadas pelo ministro da Defesa, Jaques Wagner, durante audiência no Senado nesta quinta.

A aventura brasileira no Haiti começou em 2004, naquele esforço buliçoso de Lula para demonstrar que o nosso país havia mudado de patamar no cenário internacional. Aceitar a missão era parte do esforço em favor de um assento permanente no Conselho de Segurança da ONU, o que acabou, como se sabe, não acontecendo. Não fosse o desinteresse das cinco potências em mexer na composição — refiro-me a EUA, Rússia, França, Reino Unido e China —, há a política externa caduca do Itamaraty nos últimos 12 anos.

O que foi que o Brasil ganhou com a ação no Haiti? Resposta: nada! Na verdade, torrou, segundo o ministro, até agora, R$ 2,3 bilhões. A ONU ressarciu R$ 1 bilhão, e o resto foi para o ralo.  E o que fazem os nossos homens no Haiti? Cuidam da paz? Com alguma frequência, tiveram, coitados!, de se meter em guerra entre bandidos comuns e a Polícia Nacional do Haiti (PNH). Uma das missões dos nossos pobres soldados foi pacificar a maior favela de Porto Príncipe. Ou por outra: em terras nativas, os nossos soldados não atuam em favelas; em solo estrangeiro, sim.

O que ganharam as Forças Armadas brasileiras? Tecnologia? Não. Experiência em conflitos internacionais? Não. Respeito do mundo em razão de seu esforço? Ninguém dá bola para o Haiti. Torramos, então, por nada R$ 1,3 bilhão; muitos dos nossos soldados contraíram chikungunya e pusemos o país na rota da emigração em massa de haitianos. Lula mandou mil e poucos soldados para o Haiti, e o Haiti mandou muitos milhares de haitianos para cá. Só neste ano, já entraram, pela rota do Acre, 6.146. O governador daquele Estado, Tião Viana (PT), teve uma ideia para resolver o seu problema: mandá-los para São Paulo.

Desde a crise política que acabou resultando no envio de brasileiros para aquele país, estima-se em pelo menos 130 mil o número de haitianos que entraram no Brasil a esmagadora maioria chegou por intermédio da rede criminosa que faz tráfico de pessoas.  
E esse é o resumo de mais uma ideia genial parida pela mente divinal de Luiz Inácio Lula da Silva

O país torrou R$ 1,3 bilhão, teve um ganho militar e político igual a zero e recebeu 130 mil imigrantes, que vieram compartilhar a vida miserável dos nossos pobres.

Parabéns, Lula! Não é qualquer um que realiza tantos prodígios com uma só estupidez.

Por: Reinaldo Azevedo - Blog na Revista VEJA