Eu, e
vários Maracanãs lotados, estamos chocados com a ignorância, a
truculência, a insularidade intelectual e a desfaçatez em voga na
Republiqueta das Bananas.
O precipício é ético e moral!
E olha que
não estou me referindo exclusivamente a turma “progressista” do amor, a
idiotice e o achismo também encontram refúgio seguro nas mentes e nos
corações “direitistas”.
A vida é
como ela é, e grande parte de nossas “certezas”, de fato, não são
nossas, são de outros amigos, de conhecidos, de especialistas em quem
confiamos, mas nos quais não deveríamos acreditar cegamente, pois eles
também pertencem a determinadas tribos ideológicas.
Ninguém me
disse, eu estudei e bebi nas diversas fontes para crer que - aparenta a
maioria - os indivíduos interpretam as informações com base naquilo em
que querem acreditar, e que é congruente com os seus valores e suas
crenças.
Esse é o famoso viés da percepção seletiva.
Eu não “amo tudo isso”, porque esse negócio já passou do ponto e da racionalidade faz tempo.
Ainda bem que aprecio um cabelo comprido e ainda mantenho alguns para arrancar. Presumo que logo logo estarei como o meu falecido pai, escalvado!
É evidente
que esse “fenômeno” se dá em todas as esferas da vida social. Porém e
inegavelmente, na atual política brasileira, ele reina como um ditador.
Eu tenho - e
por vezes, sou advertido, para a atual moda do “cala boca” -, que me
resignar, a fim de preservar amigos e, similarmente, a saúde. Já não
disponho mais de furos nos cintos, e o piloto, como conhecemos, sumiu!
Tá ok, na
política a lógica da verdade objetiva não é a da objetiva verdade, e os
caridosos sentimentos se agigantam frente à razão.
O fúnebre
fato não diz respeito exclusivamente à perversidade na política,
conhecida, mas às milhões de pessoas que creem e idolatram bandidos.
Não estou
simplesmente apertando a ponta dos dedos no teclado para afirmar isso,
são os fatos, são os dados, são os julgamentos, enfim, é a ciência
(gargalhadas pela manhã fazem bem ao espírito). E os políticos, com
raras excepções, não buscam alcançar a grandeza do espírito humano.
Não aguento mais me fazer de paciente e idiota, porque não sou, na maioria das situações… Os caras e
as caras descolados passam tratorando os fatos, os dados, a realidade
como ela foi e é - não como eles gostariam que ela fosse - para mentir
na cara dura, e eu tenho que me fantasiar de porta, não, melhor de
hiena.
A cada dia
que passa nos gramados das camisas verde-amarelas e, presentemente, no
Qatar, estamos emburrecendo com os pés e com aquilo que deveríamos
encher nossas cabeças.
Eu sei, eu
sei, sei que não sou o dono da verdade. Mas aperta o cinto mais um
pouquinho aí: contra fatos não - deveria - há argumentos!
Todos nós erramos, como humanos somos falíveis.
Errar é
humano, mas no contexto da política tupiniquim, não só os políticos
culpam os outros, os adversários, pior, seus idólatras arranjam mentiras
românticas e verdades romanescas para se converterem em mais idiotas e
para tornarem pessoas razoáveis em supostos estúpidos.
Será que isso tem jeito?! Sério, eu acho que num futuro breve não tem não! Aliás, não há nada que não possa ficar pior.
Putz, sou um sujeito meio carente, será que vou ter que me consolar com o diálogo socrático, conversando comigo mesmo?
Site Percival Puggina - Alex Pipkin, PhD