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quarta-feira, 23 de agosto de 2023

Disparidade de armas! - Percival Puggina

         Quando postulam em juízo contra a desigualdade de condições a que consideram expostos seus clientes, os advogados usam a expressão “disparidade de armas”. Usarei então esse bordão para apontar o que vejo acontecer no Brasil com a liberdade de expressão no exclusivo e patrulhado território da opinião política.

O problema já começa por aí. Você pode opinar livremente sobre economia, psicologia, filosofia, temperatura dos mares, arquitetura esquimó, inteligência artificial ou boçal, mas se for falar sobre política nacional, quanto mais seus pés forem mantidos firmes no chão dos fatos, maior será o zelo de sua mente em relação ao que vai dizer.  
Na minha opinião, isso é muito ruim para a democracia.
 
O leitor deve lembrar que durante a campanha eleitoral, a censura funcionou a pleno
Verdadeira multidão de influenciadores digitais foi penalizada. 
Empresas de comunicação digital, não alinhadas com as ideias da esquerda, foram submetidas a várias formas de censura (inclusive prévia), ameaças, multas, desmonetizações e cancelamento de seus espaços, sob a alegação de estarem influenciando de modo indevido a opinião pública em detrimento de um dos candidatos.
 
Por quê? Porque há na lei eleitoral um impedimento ao custeio de campanhas por empresas privadas. 
Então, produções que gerassem benefícios de opinião a um candidato (sempre o mesmo) eram equiparadas a um aporte financeiro. 
As empresas que não quisessem um governo de esquerda, então, que não tratassem mais de política, enquanto as demais seguiram com sua campanha.
 
Desde o período eleitoral de 2018 e nos anos subsequentes, as mais poderosas empresas de comunicação do país agiram em aberta campanha contra um dos lados que se antagonizaram politicamente.Eu nunca vira algo tão intenso e escancarado. 

Foi assim durante a totalidade do mandato de Bolsonaro e assim seguiu durante a inteira campanha eleitoral
A memória nacional não registra, durante quatro anos, qualquer fiapo de matéria produzida pelo grupo conhecido como o “Consórcio” que contivesse meio adjetivo favorável ao então presidente da República. 
Nem se fale em “paridade de armas”.

A patrulha era realmente zarolha. As lunetas dos snipers da censura patrulhavam o espaço digital em busca de palavras porque estavam ali seus alvos: as malditas redes sociais que haviam levado Bolsonaro ao poder.

Sempre deixei claro que considerava isso muito ruim para a democracia, porque ela não prescinde da liberdade de opinião. Houve quem, ingenuamente, imaginasse que findo o pleito, consolidada a situação conforme desejada pelos donos do poder, a liberdade de expressão poderia retornar à normalidade própria das democracias. No entanto, para isso, seria imprescindível haver uma democracia.

As duas melhores provas de que ela morreu à míngua são:

- as propostas já formalizadas para acabar com o que ainda resta de relevância nas redes sociais, únicos veículos utilizáveis pelos eleitores oposicionistas;

2ª – o fato de que agora, em tempo comum, os líderes da oposição, que falam por 59 milhões de eleitores, são ignorados pela velha imprensa  e só são entrevistados pelos mesmos canais que foram politicamente silenciados durante o processo eleitoral.

De modo bem visível por quem tem olhos de ver, a liberdade e a democracia se aviltam com a disparidade de armas e aos golpes dos que se proclamam seus defensores.

Percival Puggina (78) é arquiteto, empresário, escritor, titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org, colunista de dezenas de jornais e sites no país.. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+. Membro da Academia Rio-Grandense de Letras.


quinta-feira, 27 de abril de 2023

A volta do trapalhão - Percival Puggina

A ONU era tão forte que em 1948 ela conseguiu criar o Estado de Israel, em 2023 ela não consegue criar o Estado Palestino (Lula).

        “Sem apresentar provas” (valho-me do bordão da Rede Globo), a bobagem acima, com intuito recriminatório, foi proferida pelo presidente do Brasil no dia do aniversário da Independência de Israel.  
Seguiram-se imediatos protestos e contestação da Embaixada de Israel no Brasil... Lula falava em Madrid no mesmo tom habitual de reitor de mesa de boteco com que sugeriu à Ucrânia entregar a Crimeia à Rússia.  

Cada vez que põe os pés fora do Brasil, vestindo a fantasia de “líder dos povos” que pediu emprestada a Stálin, Lula me faz lembrar o comediante britânico Peter Sellers pegando um copo e derrubando a cristaleira, ou acendendo um cigarro e explodindo a casa do vizinho.  

Lula atravessou a vida no desempenho da miserável tarefa de falar mal dos outrosde tudo e de todos como forma de afirmar sua suposta superioridade. Isso não é incomum. 
Há muitas pessoas assim e a política as atrai porque os ingênuos caem nessa como peixinhos que vão parar no aquário comendo ração.
 
Contudo, não é graças a esse longo treinamento em destruição de reputações que Lula e seus consectários estão sempre atacando algo ou alguém. Não!  
É que simplesmente nunca aprenderam a falar de modo positivo, sustentável, nem mesmo sobre o conjunto sistematizado de suas crenças e afirmações. 
isso, elas nunca passam de um amontoado de contradições em que os fins com que se embalam as promessas são antagônicos aos meios utilizados.

Assim como o presidente da APEX-Brasil vai à China e critica o agronegócio brasileiro, Lula vai à Espanha e diz, em encontro com empresários, que é impossível investir no Brasil. Tal conduta eleva o petismo a seu estado de bem-aventurança e é o motivo pelo qual a atual diplomacia brasileira quer dar lições ao mundo e não perde oportunidade de criticar o próprio país.

Atribuem a Juca Chaves a frase: “Quando a esquerda perde uma eleição, ela tenta destruir o país. Quando ganha, consegue”. 
Está sendo escrito o quinto volume desse curso de estupidez política. 
É óbvio que um governo com essa mentalidade, com o passado que tem e o futuro que prenuncia, precisa submeter sua oposição à mordaça da censura.

Percival Puggina (78), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto, empresário e escritor e titular do site Liberais e Conservadores (www.puggina.org), colunista de dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do Brasil. Integrante do grupo Pensar+.


terça-feira, 29 de junho de 2021

Bolsonaro comemora morte de Lázaro: "CPF cancelado!" e ironiza: "ele não morreu de covid"

No último dia 19, o presidente homenageou e desejou sorte aos policiais que buscavam o assassino

Pelo Twitter, Jair Bolsonaro comemorou a morte de Lázaro Barbosa, o serial killer de Goiás, baleado numa troca de tiros com policiais militares.

“LÁZARO: CPF CANCELADO!”, postou o presidente no Twitter, repetindo o bordão usado por apresentadores de programas policiais para celebrar a morte de criminosos.

Depois, parabenizou os policiais que participaram da ação. “Parabéns aos heróis da PM-GO por darem fim ao terror praticado pelo marginal Lázaro, que humilhou e assassinou homens e mulheres a sangue frio. O Brasil agradece! Menos um para amedrontar as famílias de bem. Suas matou, sim, não teve uma segunda chance. Bom dia a todos!”

No último dia 19, Bolsonaro homenageou e desejou sorte aos policiais que buscavam o assassino.

Tenho certeza que brevemente Lázaro estará, no mínimo, atrás das grades”, disse o presidente em vídeo divulgado na redes.

 

Bolsonaro comenta morte de Lázaro e ironiza: 'ele não morreu de Covid?'

Jair Bolsonaro voltou a comentar no fim da tarde desta segunda (28), diante de apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada, a morte do assassino Lázaro Barbosa em uma troca de tiros com os PMs que o cercavam em Goiás.

“Tem gente chorando pelo Lázaro aí. Ele não morreu de Covid, não? Não estou debochando de ninguém, não”, disse o presidente, em tom irônico.

Mais cedo, conforme publicamos, Bolsonaro usou um bordão de apresentadores de programas policiais para celebrar a morte do maníaco (“CPF cancelado!”) e deu parabéns aos policiais que participaram da ação.

O Antagonista