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segunda-feira, 2 de janeiro de 2017

O terrorismo é repugnante e deve ser combatido - mas, no país em que é proibido o porte de um canivete, um único homem mata 1/3 do número de vítimas de Istambul

Estado Islâmico reivindica massacre em boate de Istambul

Ataque deixou 39 pessoas mortas e 65 feridas; autor continua foragido 

O Estado Islâmico (EI) reivindicou nesta segunda-feira o ataque contra uma boate de Istambul na madrugada de domingo, na passagem do Ano Novo, no qual 39 pessoas morreram e 65 ficaram feridas. 

Flores são colocadas em frente a uma barreira policial na entrada da boate Reina, alvo de ataque, em Istambul - UMIT BEKTAS / REUTERS

Em um comunicado divulgado nas redes sociais, o grupo extremista afirmou que um dos "soldados do califado" cometeu o massacre na boate Reina, uma exclusiva casa noturna situada às margens do Bósforo.

O autor do massacre, que segue foragido, utilizou granadas e uma arma de fogo para atirar contra os clientes da boate, disse o texto. Dos 39 mortos, mais de 20 eram estrangeiros.  O comunicado acusa a Turquia, um país de maioria muçulmana, de ter se aliado aos cristãos, em alusão à incursão do Exército turco há quatro meses no Norte da Síria para combater o EI e as milícias curdas.

A emissora NTV noticiou que o atirador havia disparado entre 120 e 180 vezes durante sete minutos semeando pânico, fazendo com que algumas pessoas se jogassem nas geladas águas do Estreito de Bósforo para escapar do massacre.  O primeiro-ministro turco, Binali Yildrim, qualificou como "infundadas" as informações da imprensa de que o autor do massacre estaria fantasiado de Papai Noel. Ele explicou que o atirador havia deixado a arma no local e que havia se aproveitado do caos na boate para fugir.


Entre as vítimas fatais estrangeiras haveria, segundo as autoridades de cada país, pelo menos um cidadão belga-turco, uma israelense, três jordanianos, três libaneses, vários sauditas, um líbio, dois indianos, dois marroquinos, uma franco-tunisiana e um tunisiano. Entre os feridos estariam pelo menos quatro franceses e outros quatro marroquinos.

Em decorrência de uma série de atentados nos últimos meses, cerca de 17 mil policiais estavam de prontidão em Istambul durante o ano novo para prevenir atentados. 

Chacina durante festa de fim de ano deixa 13 mortos em Campinas

Homem invade casa, mata ex-mulher, filho e parentes e se mata em SP

Crime ocorreu na Rua Pompílio Morandi, na Vila Prost de Souza, próximo ao Shopping Unimart - Reprodução EPTV

[o famigerado 'estatuto do desarmamento' possibilita que apenas os assassinos portem armas - excluindo policiais, militares e agentes de segurança;
fosse o porte de armas livre, certamente o louco Sidnei não tentaria o massacre em massa, por saber que não seria o único armado e encontraria reação.]
 
O técnico de laboratório Sidnei Ramis de Araújo, de 46 anos, aproveitou a queima de fogos durante a virada do ano, pulou o muro de uma casa em Campinas (interior de SP) e matou 12 pessoas, entre elas sua ex-mulher Isamara Filier, de 41 anos, e o filho. Ele invadiu a casa disparando uma pistola 9 mm pouco antes da meia-noite, depois atirou contra a própria cabeça. O motivo do crime seria a separação do casal e uma disputa pela guarda do filho, João Victor Filier de Araújo, de 8 anos. 
 Poucos antes de ser morta, Isamara desejou um ano de felicidade. "Para 2017...saúde paz prosperidade e muitas alegrias", postou ela em uma rede social ontem à noite, horas antes do crime.  Com os disparos feitos por Sidnei, uma das vítimas, que festejavam a passagem do ano em família, chegou a pensar que estava ouvindo o barulho de fogos. Ela percebeu o que estava acontecendo ao ver uma das vítimas caindo ao chão. Só sobreviveu porque correu e se escondeu em um banheiro da casa, segundo a polícia.
 Isamara Filier e o filho, João Victor Filier de Araújo - Reprodução do Facebook
 
Sidnei planejou o crime e chegou a gravar um áudio, cujo conteúdo ainda não foi divulgado, pouco antes da chacina. A gravação foi encontrada em seu carro, estacionado perto da casa invadida, no Jardim Aurélia, bairro de classe média de Campinas. Além da pistola usada na chacina, o técnico estava com dois carregadores, munições, um canivete e dez artefatos, aparentemente explosivos, segundo a polícia. O material passará por análise.

Das vítimas, 11 morreram na casa. Uma outra pessoa morreu a caminho do hospital e três estão internadas, segundo a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo. De acordo com o boletim de ocorrência, quatro pessoas que estavam na festa não foram atingidas pelos disparos.  As investigações iniciais apontam que pelo menos 30 tiros foram disparados, que vizinhos também chegaram a confundir com fogos de artifício em comemoração ao Ano Novo. A polícia foi chamada após uma das vítimas, baleada na perna, conseguir pedir ajuda a vizinhos.

De acordo com informação dada pela família de Sidnei à Polícia Militar, o atirador sofria problemas psicológicos desde a separação da mulher. Segundo dados de processos judiciais, eles travavam uma disputa sobre as visitas do técnico ao filho pelo menos desde 2013. Sidnei trabalhava desde 1991 no Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais, em Campinas. Ele tinha em seu histórico profissional vários trabalhos publicados, além de participação em congressos e cursos feitos nos Estados Unidos, Holanda e Inglaterra.

Veja a lista de vítimas fatais da tragédia:


Isamara Filier, 41 anos, ex-mulher
João Victor Filier de Araújo, 8 anos,
Liliane Ferreira Donato, 44 anos;
Antonia Dalva Ferreira de Freitas, 62 anos;

Ana Luiza Ferreira, 52 anos;
Rafael Filier, 33 anos;
Abadia das Graças Ferreira, 56 anos;
Paulo de Almeida, 61 anos;

Larissa Ferreira de Almeida, 24 anos;
Carolina de Oliveira Batista, 26 anos;
Alessandra Ferreira de Freitas, 40 anos;
Luzia Maia Ferreira, 85 anos.

Fonte: O Globo



quinta-feira, 3 de setembro de 2015

Família de sobrevivente da chacina reclama de descaso do governo



Baleado num bar de Osasco no dia 13 de agosto, Amauri Custódio está à espera de uma cirurgia que, segundo seus familiares, não foi feita por falta de médico. 

Até agora, o apoio aos parentes se restringiu à oferta de um bilhete de ônibus 

O pintor Amauri José Custódio, de 54 anos, saiu de casa para ir a um armazém no fim da tarde de 13 de agosto no Jardim Munhoz, em Osasco. Antes de voltar, parou num bar da vizinhança para tomar uma última cerveja. Adormeceu na cadeira e ficou. Ao perceber que Amauri dormia,  um amigo que passava por ali tentou acordá-lo para ir embora. Amauri ensaiou um despertar e balbuciou: “Já vou”. Não foi. Estava dormindo quando homens encapuzados entraram no bar e balearam dez pessoas, ele inclusive. Amauri tombou o pescoço e permaneceu na cadeira. Uma vítima se fingiu de morta e, mais tarde, conseguiu escapar. Oito pessoas morreram. Na mesma noite, 19 vidas foram interrompidas em bairros da Grande São Paulo.

Chacina faz 19ª vítima

Amauri foi socorrido por dois de seus quatro filhos. Chegou ao hospital em estado gravíssimo. O tiro atravessou seu rosto e saiu pela nuca, quebrando seus dentes de cima. Os médicos duvidavam que ele voltaria a andar. Amauri passou por uma cirurgia no pescoço e ficou internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Agora, não corre mais risco de morte, está estável. Alimenta-se com a ajuda de uma sonda e se comunica com dificuldade, por meio de bilhetes (às vezes desconexos).
Segundo a família, Amauri está na fila para ser avaliado por um médico vascular. Precisa do diagnóstico antes de passar por outra cirurgia, a de reconstrução do maxilar. Seus parentes reclamam da demora no atendimento. “Há dias, eles dizem que estão procurando na rede um vascular e um buco [um cirurgião buco-maxilo-facial] para fazerem a cirurgia. Quanto tempo mais precisamos esperar? O que aconteceu com a gente não foi um acidente, foi uma tragédia. O mínimo que eles podem fazer é mostrar algum empenho”, diz Marli Sandra da Conceição Custódio, ex-mulher de Amauri. Procurada, a assessoria da Secretaria da Saúde informou que “está impedida pela família de comentar o estado de saúde do paciente”.


Como estava dormindo no dia da chacina, Amauri não sabe o que o levou ao hospital. Num de seus bilhetes à família, perguntou: “Onde nós estamos. Bairro”. A família decidiu não dizer a verdade até que ele melhore. Contou outra versão. Disse que, bêbado, ele caiu, bateu o rosto e precisou passar por uma cirurgia. Em outro recado, Amauri pediu à filha que não se esquecesse de comprar álcool em gel para higienizar as mão, contaminadas pelo hospital, antes de pegar seu neto.

Depois de 21 dias da chacina, a família não recebeu nenhum telefonema do governo do Estado para prestar apoio. O único contato feito foi pelo município de Osasco. Uma assistente social da prefeitura, na última segunda-feira (dia 31), foi até a casa dos familiares de Amauri. Queria saber se precisam de ajuda. Como o carro do filho está quebrado, e a viagem até o hospital inclui três conduções para ir e outras três para voltar, a família reclamou do transporte para conduzi-los até o paciente. “Ela ofereceu um bilhete de ônibus, e só se nosso salário não ultrapasse um teto”, afirma Fabiano, um dos filhos. A Secretaria de Comunicação informou que, de acordo com a lei federal 8.472, é competência do município, e não do Estado, prestar assistência social aos familiares. “A gente não quer dinheiro. Não quer saber quem baleou meu pai. A gente só quer um médico. Só espera ser tratado com um pouco de dignidade”.


Fonte: Revista ÉPOCA


 

PM, PF e Exército compraram balas usadas em Osasco - conclusão bastante sábia da força-tarefa

Para força-tarefa que investiga os 19 assassinatos, a principal hipótese é que as munições foram desviadas ou roubadas

Parte das cápsulas apreendidas nos locais onde as vítimas da maior chacina de São Paulo foram mortas pertence a lotes comprados pela Polícia Militar, Polícia Federal e Exército Brasileiro. A informação foi prestada pela Companhia Brasileira de Cartuchos (CBC) à Corregedoria da Polícia Militar. O crime deixou dezenove mortos e cinco feridos, em 13 de agosto. Os ataques aconteceram em pelo menos dez locais diferentes, em Osasco e Barueri, na região metropolitana.

A corregedoria identificou que as cápsulas apreendidas são de calibre 9 milímetros (mm) e pertencem aos lotes UZZ18, BNT84, BIZ91, AAY68 e BAY18. A investigação pediu esclarecimento à empresa. No relatório, datado de 28 de agosto com o código DICOM 0986/15, a CBC informou que os dois últimos lotes (AAY69 e BAY18) foram comprados pela Polícia Militar de São Paulo, e encaminhados ao Centro de Suprimento e Manutenção de Armamento e Munição da corporação; já a Polícia Federal comprou os lotes UZZ18 e BNT 84, e mandou as munições para vários Estados, como Goiás, Roraima, Sergipe, além de Brasília; e o Exército Brasileiro adquiriu o BIZ91 e o entregou em "diferentes organizações militares". Todas as munições foram adquiridas entre 2006 e 2008.

Integrantes da força-tarefa que investiga a chacina consideram que a principal hipótese é que as munições podem ter sido desviadas ou roubadas e acabaram nas mãos de bandidos. [uma conclusão bastante inteligente.] Uma apuração vai tentar descobrir o verdadeiro motivo de as cápsulas compradas por autoridades policiais e militares terem sido usadas pelos autores da chacina.

Por meio de nota, a Polícia Federal informou que ainda não foi comunicada oficialmente sobre o fato e faltam informações no ofício que possam levar a uma pesquisa mais detalhada e a eventuais providências por parte da instituição. A Secretaria da Segurança Pública de São Paulo e o Exército Brasileiro não responderam as perguntas até o começo da noite de quarta-feira.

Segundo o secretário da Segurança Pública, Alexandre de Moraes, as principais suspeitas apontam para policiais militares e guardas municipais como responsáveis pela chacina. O motivo seriam as mortes do PM Avenilson Pereira de Oliveira, em Osasco, e do guarda-civil Jeferson Rodrigues da Silva, em Barueri, dias antes dos crimes. Ambos foram assassinados em assaltos e os seus colegas teriam se unido para vingar os assassinatos. Das dezenove vítimas, seis tinham passagens criminais por delitos considerados leves, como receptação e porte de drogas.[tanto a receptação quanto as drogas (tráfico, porte, uso, seja o que for) estimulam, para dizer o mínimo, furtos e roubos.
Só no Brasil, país da impunidade,  é que tais delitos são considerados leves.]

Até agora, apenas o soldado Fabrício Emmanuel Eleutério, que cumpria funções administrativas nas Rondas Ostensivas Tobias Aguiar (Rota), está preso por suspeita de participação na chacina. Ele foi reconhecido por fotos e pessoalmente por uma testemunha que sobreviveu a um dos ataques, na Rua Suzano, na Vila Menck, em Osasco. A Justiça Militar decretou a prisão preventiva dele. Os advogados do policial afirmam que ele é inocente.

Fonte: Estadao.com

sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Chacina da Grande São Paulo deixa, no mínimo, 20 mortos

Série de ataques deixa ao menos 20 mortos em Osasco e Barueri, na Grande São Paulo

Governador Geraldo Alckmin cancelou agenda para se reunir com secretário de Segurança Pública

Uma série de ataques em ruas de Osasco e Barueri, na região metropolitana de São Paulo, deixou ao menos 20 mortos na noite de quinta-feira. A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo disse, na manhã desta sexta-feira, ainda estar apurando a causa da violência e se os ataques, com intervalos de até duas horas e meia, foram coordenados, o que significaria uma chacina. Por enquanto ninguém ainda foi preso. 
 
 © Fornecido por Estadão Série de ataques em Osasco e Barueri deixa 20 mortos
O governador Geraldo Alckmin (PSDB) cancelou toda a sua agenda de hoje e convocou com o secretário de Segurança Pública, Alexandre de Moraes, para uma reunião de emergência no início da manhã, no Palácio dos Bandeirantes. Em seguida, Moraes deve se pronunciar sobre o caso na secretaria. O maior número de mortes foi em Osasco, onde ao menos 23 pessoas foram baleadas. As execuções começaram num bar da cidade, por volta das 20h30min. Neste bar, localizado na rua Antônio Benedito Ferreira, no bairro Jardim Munhoz Junior, foram mortas dez pessoas: quatro morreram no local e outras seis no Hospital Jardim Mutinga.

Depois da execução, houve pelo menos mais sete mortes em Osasco. Os ataques continuaram em Barueri, onde houve três assassinatos até por volta da 23h. O total de feridos foi seis, alguns estão no Hospital Municipal de Barueri.  Em alguns locais dos crimes, testemunhas disseram que os assassinos perguntavam por antecedentes criminais, o que definiria vida ou morte das pessoas. Um homem disse à TV Globo que a abordagem das vítimas era muito cruel. Os ataques foram realizados por homens que passaram atirando dentro de um carro, informaram testemunhas à Polícia Militar. 

Em Osasco, as vítimas foram atingidas nas ruas Antônio Benedito Ferreira, Cuiabá, Moacir Sales D'Ávila, Suzano, Vitantônio de Abril e Professora Sud Menucci e nas avenidas Eurico Cruz e Astor Palamin. Não há informações sobre os quadros clínicos dos feridos, socorridos por moradores e por unidades do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e levados a vários hospitais da região. Foi a noite mais violenta do ano em São Paulo. Essas cidades vêm sofrendo episódios constantes de violência.

domingo, 24 de maio de 2015

Enquanto for dada voz a pessoas como a educadora de vítimas da Candelária a bandidagem 'di menor' cometerá, impunemente, crimes e mais crimes

Família, escola e Estado falharam com suspeito de crime na Lagoa”, diz educadora de vítimas da Candelária

Fundadora do projeto onde estudavam crianças mortas na chacina da Candelária, a educadora Yvonne Bezerra de Mello diz que a história do adolescente suspeito de matar a facadas um médico na Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio, mostra como “a família, a escola e o Estado falharam”.

Jaime Gold, de 57 anos, foi morto quando andava de bicicleta na Lagoa Rodrigo de Freitas, em um caso que chocou o país.  O principal suspeito do crime, de 16 anos, tem 15 anotações em seu histórico criminal e já havia sido internado em instituições para adolescentes pelo menos nove vezes. [indiscutivelmente um irrecuperável.]

Segundo a imprensa local, ele abandonou a escola em 2013, só viu o pai duas vezes na vida e, aos dez anos, foi encontrado perambulando pelas ruas do bairro do Leblon à noite com fome e sem dinheiro para voltar para casa - sua mãe foi notificada por abandono de incapaz. Após a última internação, que durou menos de um mês, no início deste ano - por furto de bicicletas na Zona Sul do Rio - foi encaminhado para uma instituição onde ficaria em semi-liberdade, mas acabou fugindo.

Yvonne, fundadora do Projeto Uerê, diz que a história do menino é um "retrato da falência do Brasil."

"Tudo falhou na vida dele, e é preciso perceber que parte da culpa também é nossa, é da sociedade", afirma. "A rua embrutece, torna a criança selvagem, a coloca em contato com a droga e gradualmente banaliza a violência e a morte”, completa.

Veja os principais trechos da entrevista:
BBC BrasilO Rio tem visto uma onda de esfaqueamentos e assaltos, muitos deles perpetrados por jovens e adolescentes. Quem são esses garotos? É possível traçar um perfil? Na sua experiência, o que leva um jovem a cometer crimes como estes?
Yvonne Bezerra de Mello - Estamos falando aqui de filhos de famílias onde invariavelmente falta o pai ou a mãe, e na minha escola, por exemplo, em 70% dos casos a ausência é paterna. São crianças criadas por tias, avós, parentes, pelos irmãos, e por mães negligentes, que muitas vezes consomem drogas, e que precisam sair para trabalhar, em geral como faxineiras em bairros da Zona Sul do Rio, o que as deixa praticamente o dia todo fora de casa.


Ler na íntegra......... BBC BRASIL




domingo, 19 de abril de 2015

Justiça tardia, mas merecida - os demais assassinos do garoto Kevin Spada permanecem impune

Corintiano que esteve preso na Bolívia é uma das vítimas da chacina

Homem de 34 anos foi preso em Oruro após a morte de Kevin Spada, atingido por um sinalizador na partida do time paulista contra o San José, pela Libertadores em 2013

Entre os oito mortos da chacina ocorrida na noite de ontem (18), na sede da torcida organizada do Corinthians Pavilhão 9, está Fábio Neves Domingos, 34 anos, um dos 12 torcedores presos em Oruro, na Bolívia, após a morte do torcedor Kevin Spada, em 2013. Spada foi morto por um sinalizador durante um jogo entre o Corinthians e o San José, válido pela Taça Libertadores da América.

Além de Domingos, os outros mortos são: Ricardo Júnior Leonel do Prado, 34 anos; André Luiz Santos de Oliveira, 29 anos; Marco Antônio Corassa Júnior, 19 anos; Matheus Fonseca de Oliveira, 19 anos; Jhonatan Fernando Garvillo Massa, 21 anos; e Mydras Schmidt Rizzo, 38 anos. Segundo a Secretaria de Segurança Pública, um homem que também morreu na chacina ainda não foi identificado.

O caso está sendo investigado pelo Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Até o momento, não se sabe o que motivou o crime, mas a polícia não acredita que ele tenha sido motivado por briga entre torcidas. Na tarde de hoje (19), o Corinthians enfrentará o Palmeiras em uma das semifinais do Campeonato Paulista.

Segundo a Polícia Militar, o crime ocorreu por volta das 23h. Sete corpos foram encontrados baleados dentro da sede da Pavilhão 9, na Ponte dos Remédios, zona oeste da capital. Uma oitava vítima foi levada ao Hospital das Clínicas, mas não resistiu aos ferimentos.

Por meio das redes sociais, o Corinthians estampou uma imagem de luto. A Gaviões da Fiel, a principal torcida organizada do Corinthians, lamentou as mortes: “Era para ser um domingo de muita alegria, mas não será. As arquibancadas estão de "luto pela perda dos nossos oito irmãos”, escreveu a Gaviões no Twitter.  

Fonte: Correio Braziliense

 

terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

O bando do Fuzilão



Faz tempo que a bandidagem e o universo das drogas saíram das cidades grandes para aterrorizar o interior
Prefeito acorda aí! Mataram os policiais e a cidade tá na mão dos bandidos. Era madrugada e o povo estava todo desperto, assustado e encolhido. Os policiais não estavam mortos. Só fugiram, quando um grupo de 20 bandidões, armados com fuzis e, no maior alarde, tomaram de assalto a cidade.


Caixas eletrônicos da agência do Banco do Brasil no Centro de Pedregulho, SP (Imagem: Stella Reis / EPTV)
O alvo eram caixas eletrônicas. Todas devidamente explodidas e esvaziadas. “Ganho” rápido. Ninguém ferido. Um puta susto coletivo. Para ninguém se meter a herói, a operação foi toda acompanhada de rajadas de tiros pro alto. Aconteceu em dezembro passado, na pequena cidade de Pedregulho, no interior de São Paulo. Só virou notícia agora, domingo, 8 de fevereiro. Deu na imprensa é verdade, não?

Pedregulho tem 15 mil habitantes. Na mesma época, contava a matéria, 10 outras cidades do mesmo porte, nas vizinhanças da rica Ribeirão Preto, também viveram suas madrugadas de faroeste caipira. A maioria delas é defendida por dois PMs! Sem fuzis, claro. Os fuzis dos invasores – batizados de Bando do Fuzilão - perfuram até blindados

Não há outra saída se não dar no pé, como bem fizeram os PMs de Pedregulho. Lá no interior de Minas, onde nasci, nos idos de antigamente, quando se indignava com alguma barbaridade, meu avô bradava: “Mas onde nós estamos?”  Estamos no século 21. 

Pedregulho é de São Paulo, o estado mais rico do país – onde também de dia falta água e de noite falta luz. (No Rio também. Em Minas Gerais e Espírito Santo idem). Mas lá em SP, agora, tem cangaço como nos tempos do Lampião, que atuava longe, no nordeste pobre e, então, seco. Diz a lenda que ele tirava dos ricos e dividia com os pobres.

Romantizado no imaginário popular, o Rei do Cangaço, seria bandidinho nos dias de agora. O novo cangaço paulista, do Bando do Fuzilão, até pelo seu poder de fogo, não tem qualquer romance. O dinheiro roubado às claras financia compra de mais e melhores armas, drogas e outras bandidagens e barbáries. Há anos - e muitas eleições vividas – que a Segurança é apontada como principal preocupação da população, que é o coletivo de nós, os peões desse jogo/jogado. Também é tema recorrente de suprapartidárias promessas eleitorais. Balela. A coisa só piora.

Se hoje temos mais eficiência em prender e até condenar bandidagens de colarinho branco, o time da corrupção e assemelhados, na chamada segurança pública do dia a dia a coisa degringola em ritmo acelerado de confrontos armados, chacinas, sem mocinhos, mas com polícia-bandido, balas perdidas, tortura, sequestros e cangaços.

Faz tempo que a bandidagem e o universo das drogas saíram das cidades grandes para aterrorizar o interior, num vale tudo explícito de ações como do Bando do Fuzilão. Serão presos, serão mortos e outros virão pelo óbvio – não há decisão política, no macro e no micro, de combate real contra a violência e suas principais causas: o internacional e poderoso business das drogas e das armas. (Perdi a conta de quantas vezes já escrevi sobre isso).

Enquanto não nos atinge diretamente, somos eternos compadecidos das vítimas que, todo dia, relatam suas tragédias em rede nacional. Pequenos grupos vão as ruas bradar contra a violência. Movimentos sociais fazem campanhas contra a impunidade. Parlamentares prometem novas leis.

Governantes, também compadecidos (?), juram providências e “rigorosa apuração e punição exemplar aos culpados”. (Aliás, alguma apuração/investigação pode não ser rigorosa? Punições não deveriam sempre ser exemplares?) Balela. De verdade mesmo, eles fingem que farão, nós fingimos que acreditamos. Enquanto isso... fuzilões fuzilam.

Fonte: Tânia Fusco – Blog do Noblat