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terça-feira, 30 de novembro de 2021

A farsa das instituições - Revista Oeste

J. R. Guzzo

O que poderia estar mais longe das necessidades reais de alguém do que um aglomerado como o Senado Federal, por exemplo?  

As instituições brasileiras, essa nebulosa de altas entidades que mandam no Brasil e são consideradas tão essenciais para a sobrevivência dos brasileiros quanto o oxigênio e a água encanada, são um veneno. Não há nada, hoje em dia, que faça tão mal ao país quanto a soma de Congresso, STF, Judiciário em geral, Ministério Público, alta burocracia e, acima de tudo, a ordem constitucional em vigor. Não se trata de um mal que pertence ao mundo das ideias. Trata-se de forças presentes no mundo das coisas, e que operam de maneira francamente destrutiva contra o progresso, a distribuição de oportunidades e as formas mais elementares de justiça na sociedade brasileira
Sua conduta provoca prejuízo concreto, material e permanente para todos os cidadãos que não têm nenhum tipo de função pública — e naturalmente, como sempre ocorre quando uma conta tem de ser paga por todos os que estão sentados à mesa, o peso maior cai em cima dos que têm menos. As instituições são um desastre conceitual da classe média para cima. Dali para baixo elas são um câncer.
 
O mal causado pela operação desastrosa das instituições parece uma coisa distante o que poderia estar mais longe das necessidades reais de alguém do que um aglomerado como o Senado Federal, por exemplo? 
Fica em Brasília. Lida com assuntos incompreensíveis para o cidadão comum. 
É ocupado por 81 desconhecidos da população; foram eleitos, por força do voto obrigatório, mas há anos os eleitores já esqueceram os seus nomes. Pouca gente seria capaz de dizer quais as suas funções. Não há notícia de que tenha produzido, nunca, alguma coisa de útil
Mas são ectoplasmas como os senadores da República, justamente, que levam as instituições brasileiras a serem a palhaçada perversa que são. Junto com muitos outros, eles forçam a máquina do Estado a funcionar decisivamente contra o interesse público — e é aí que operam como inimigos diretos da população. Não ajudam em nada. Prejudicam em tudo.

Um Supremo com dez talvez dê menos prejuízo que um Supremo com onze

O Senado, obviamente, não é o único nem o principal fator de degeneração progressiva das instituições. Apenas, neste preciso momento, é o que mais tem chamado atenção sobre sua própria ruindade. O que estão fazendo ali é simplesmente um escândalo
O presidente da Comissão de Justiça do Senado, que tem a seu cargo examinar as nomeações para uma série de cargos públicos de primeira grandeza, decidiu não colocar em apreciação o nome indicado para a vaga existente no STF. Por quê? Porque ele não quis e pronto. 
Não deu nenhum motivo decente para a sua recusa, que vem de ódios em via de processamento e interesses materiais contrariados; apenas proibiu que o nome apresentado pelo presidente da República fosse apreciado pelos demais senadores. Agora, pelo que foi noticiado, desistiu desse desvario e se prepara, afinal, para fazer o que já deveria ter feito desde o começo. Mas durante quatro meses impôs impunemente a sua vontade pessoal ao Estado brasileiro, com a plena cumplicidade do presidente do Senado e em meio à apatia dos demais. Por conta disso, ficou parada uma porção de outras nomeações e atos administrativos; a máquina oficial, que já anda a passo de lesma, passou a se mexer mais devagar ainda.
Na prática, levando-se em conta a situação miserável que existe no topo do aparelho estatal, essa aberração poderia até estar tendo as suas vantagens. Um Supremo com dez talvez dê menos prejuízo que um Supremo com onze; é como time de futebol que tem jogador expulso e continua jogando tão mal quanto jogava com a equipe completa — mas não piora, o que já é alguma coisa. 
O mesmo se pode dizer dos outros cargos em aberto. Se não há ninguém numa cadeira qualquer, é menos um para fazer coisa ruim. Mas a malignidade desse episódio está na comprovação, à vista de todos, de que uma nulidade em estado integral, como é o caso do senador em questão, pode travar o funcionamento normal das preciosas instituições que estão aí. Para que serve este monumento todo à democracia, se qualquer zé-mané com carteirinha de alguma coisa pode parar a procissão na hora que bem entende? Basta o sujeito ter caído dentro desta ou daquela parte da engrenagem-matriz da máquina pública e pronto — o motor para de funcionar. O problema não é o efeito. É o tamanho do abuso.

Para piorar as coisas, o culpado pela desordem é um senador que vem de Roraima, um Estado que, com 650 mil habitantes, tem dentro do Senado exatamente o mesmo peso que São Paulo, com 46 milhões; democracia brasileira é isso. A insignificância do personagem apenas torna a situação toda ainda mais absurda. Não apenas um indivíduo sozinho, por decisão pessoal, pode colocar os demais oitenta senadores de joelhos e sabotar o funcionamento do Estado. Esse indivíduo, justo ele, é o retrato acabado do político de opereta — um tipo que bem poderia servir de inspiração para um daqueles quadros de Chico Anísio sobre a vida pública brasileira. Não faz nenhum nexo que exerça qualquer função que tenha um mínimo de relevância para o interesse comum. Pessoalmente é um zero — mas, pela ordem constitucional vigente, um personagem minúsculo como ele está autorizado a provocar um desastre de mil.

Instituições que funcionam desse jeito tornam inevitáveis as desgraças centrais do Brasil de hoje

Essa calamidade, como em geral acontece, não veio sem os seus enfeites. Numa particularidade que deixa a situação ainda mais parecida com o Brasil institucional dos nossos tempos, o tal senador está envolvido até o talo num grosseiro episódio de “rachadinha” seis funcionárias da sua equipe, paga integralmente com dinheiro dos impostos, receberam durante cinco anos salários por volta dos R$ 14.000 por mês, mas só viam uns 10% disso. O esquema rendeu 2 milhões. O presidente da “Comissão de Justiça” nem se deu ao trabalho de desmentir. Disse que a história era com o seu “chefe de gabinete” — e voltou a bloquear a nomeação para o STF. Como tem status de antibolsonarista e, por consequência, virou figura-chave para a democracia, desfruta de imunidades completas por parte da mídia; pode matar a mãe, e não vai sair quase nada no jornal. O assunto apareceu, sumiu e todo mundo engoliu a explicação do “chefe de gabinete”. Um dia desses, pelo andar do cortejo, o homem ainda vai acabar sendo aplaudido de pé. “Rachadinha” e instituições — tudo a ver.

Instituições que funcionam desse jeito tornam inevitáveis as desgraças centrais do Brasil de hoje — desvio em massa dos recursos públicos para interesses privados, concentração de renda, um país governado o tempo todo para os sócios, amigos e donos do Estado, falta de oportunidades, desigualdade, subdesenvolvimento direto na veia, injustiça, prêmio a quem está nos galhos mais altos da árvore estatal, punição permanente para o trabalho. A calamidade do Senado é o retrato de uma sociedade inviável.

Leia também “Quem governa esta droga?”

J. R. Guzzo, colunista - Revista Oeste


terça-feira, 24 de agosto de 2021

Atual chefe de gabinete de Randolfe Rodrigues fez doações para a campanha do senador - Revista Oeste

Depois de eleito, o senador pelo Amapá [aquele que é o "herói", o "paladino" anticorrupção,  da CPI Covidão do Aziz e do Renan] contratou serviços de fornecedores de campanha, informa jornal 

A campanha do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) recebeu R$ 9 mil da família de seu atual chefe de gabinete, o economista Charles Chelala. Do total, R$ 2 mil foram direcionados para o custeio de serviços com motoristas, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Além disso, quatro fornecedores da candidatura de Randolfe em 2018 também foram contratados para prestar serviços, com dinheiro público, ao parlamentar depois de eleito. [é senador.... se de encrenqueiro o senhor passar a investigado.... como vai ficar a covidão?]

Segundo as informações do TSE, a mesma empresa que realizou pesquisas eleitorais na campanha de 2018, por R$ 26.208,00, recebeu R$ 29.222,00 em 2019. Trata-se da Eco Serviços, que consta na prestação de contas do parlamentar como “consultoria na área de pesquisa socioeconômica”. A mais recente pesquisa feita pela companhia, em julho deste ano, custou R$ 15 mil. É o que informou o portal R7, na segunda-feira 23, que aponta outros atores.

A maior fornecedora da campanha de Randolfe, a Set Filmes, recebeu R$ 561.151,59 para fazer os programas de televisão do candidato em 2018. Em julho deste ano, a produtora recebeu R$ 16.300,00 para produzir a campanha “Onde tem Trabalho, tem Randolph”. Outros fornecedores de campanha, como a gráfica RMR de Almeida e a Aerotop, que fretou avião para o candidato na campanha, também prestaram serviços ao gabinete do político após a eleição.

Na prestação de contas do Senado, consta que foi feito fretamento aéreo usando a aeronave Sêneca III prefixo PT-RYT no dia 8 de maio, um sábado. O valor pago foi de R$ 8.900,00.

Leia também: “A CPI virou um monstro”, artigo publicado na Edição 72 da Revista Oeste


segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

A farra das passagens, liderada pelos ministros dos tribunais superiores

Na contramão do necessário ajuste fiscal, ministros de tribunais superiores torram R$ 5,7 milhões em viagens – destaque para a corte militar, que julga pouco e passeia muito 

 1 - José Barroso Filho Presidente do Superior Tribunal Militar (STM); 2 -Marcelo de Oliveira Mendonça Chefe de Gabinete do Presidente do STM; 3- Maria Elizabeth Guimarães Teixeira Rocha Ministra do STM; 4 -Tatiana Cochlar da Silva Araújo do Tribunal Superior Eleitoral (TSE)
[atenção para o esclarecimento sobre quem é o atual presidente do STM]

A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, começou a fechar a torneira do desperdício de dinheiro no Judiciário representado pelo auxílio-moradia, com o qual a União gasta anualmente R$ 437 milhões. Há, porém, outros canais usados por ministros de tribunais superiores por onde escorrem milhões de reais de recursos públicos. Recentemente, a ministra Cármen Lúcia constatou que os magistrados promovem uma verdadeira farra com a emissão de passagens aéreas e o famigerado pagamento de diárias a servidores que estão debaixo de suas asas, entre os quais integrantes do próprio STF. Só de passagens aéreas e diárias, os tribunais gastaram no ano passado um total de R$ 5,7 milhões.

O levantamento foi feito por ISTOÉ com base nas informações do sistema de transparência que consta no site de cada um dos quatro tribunais superiores: Supremo Tribunal Federal (STF), Superior Tribunal Militar (STM), Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e Superior Tribunal de Justiça (STJ). Os números mostram que os tribunais parecem fechar os olhos para a situação calamitosa das contas públicas do País e gastam sem dó. O campeão foi o STF, que pagou R$ 1,5 milhão com despesas com viagens no ano passado

Mas chama a atenção o segundo colocado no ranking dessas despesas. Em 12 meses, o STM consumiu R$ 1,2 milhão só de passagens e diárias. Ou seja, por pouco, o tribunal que julga questões militares não ficou em primeiro lugar no ranking da gastança aérea. Justamente um tribunal cuja produtividade não é lá essa locomotiva toda. Segundo o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o STM tem a menor demanda em relação aos outros primos – STJ, TST e TSE. Nem, por isso, os magistrados daquela corte militar se acanham. Se julgam pouco, os integrantes do STM viajam muito. O detalhamento das despesas milionárias com viagens da corte mostra que alguns gastos foram feitos em dólares. Tudo isso, segundo explicou a assessoria de comunicação, para que o STM adquirisse “mais saber jurídico” em viagens ao exterior, como se os meios de pesquisa online – e de graça – não estivessem ao alcance da mão para qualquer um. 

Do total de R$ 1,2 milhão, mais de R$ 400 mil foram despesas do corpo de magistrados. Lideram o ranking os ministros José Barroso Filho (presidente do tribunal) e Maria Elizabeth Guimarães Teixeira Rocha. Juntos, eles gastaram do erário R$ 253 mil em 2017. [a BEM DA VERDADE: o atual presidente do STM é o ministro JOSÉ COÊLHO FERREIRA; 
Vale destacar que os líderes na gastança com viagens no STM são civis:
José Coêlho Ferreira e  Maria Elizabeth Guimarães Teixeira Rocha.
O STM é formado por quinze ministros, sendo dez militares e cinco civis.
Os dez militares são oficiais generais quatro estrelas, sendo quatro General de Exército, três Almirante de Esquadra e três Tenente-brigadeiro do ar;
os cinco civis são advogados, três indicados pela OAB, um Juiz-Auditor e um membro do Ministério Público MIlitar.
Não temos informações se o gastador é o presidente - o que isenta do título o ministro Barroso - ou se o  ministro Barroso faz jus ao título.]
Só de diárias e passagens, José Barroso Filho consumiu dos cofres públicos aproximadamente R$ 100 mil. Barroso raramente viaja desacompanhado. Quase sempre é assessorado nos eventos dos quais participa pelo seu chefe de gabinete, Marcelo de Oliveira Mendonça, o que faz com que os gastos das idas e vindas do juiz militar a outros estados e países dobrem. Em 24 de abril, os dois viajaram para Portugal e Espanha, onde participaram de congresso e conferência de direito constitucional e só retornaram no dia 7 de maio. Juntos, consumiram R$ 60 mil só em diárias nesse período. E mais R$ 12 mil em passagens.

Malas prontas
A ministra Maria Elizabeth Guimarães Teixeira Rocha também parece estar sempre de malas prontas. No ano passado, segundo a transparência do STM, ela recebeu R$ 40 mil de diárias e mais R$ 23,8 mil por sua estadia fora do país. Entre 25 de março e quatro de abril, consumiu R$ 31 mil dos recursos do tribunal com despesas de passagens e diárias para um seminário na Suécia durante 11 dias. Para se ter uma ideia do tamanho da discrepância, somente o gabinete de José Barroso Filho no STM gastou no mês de abril do ano passado R$ 80 mil em passagens e diárias. No mesmo mês, um total de 33 servidores do Supremo Tribunal Federal gastaram juntos R$ 128 mil.

O Superior Tribunal Militar conta com 54 magistrados e 800 servidores em seu quadro. Desse total, 15 são ministros. A principal tarefa da corte é julgar os crimes ocorridos no âmbito das Forças Armadas. Diferentemente da justiça comum, a demanda não é alta, pois o efetivo de militares das três forças é de 320 mil. Por isso, a assessoria do tribunal classifica como um “equívoco” comparar a produtividade do STM com a dos demais tribunais superiores, cuja rotina de trabalho chega a ser maior.

No Tribunal Superior Eleitoral (TSE) o desperdício de recurso público não fica para trás. Para ir a um congresso do TSE no último dia 15 de dezembro no Rio de Janeiro, Tatiana Cochlar da Silva Araújo não dormiu no ponto.Viajou para a cidade maravilhosa no dia 13 e só voltou a Brasília cinco dias depois. Com o dinheiro do contribuinte, claro.

IstoÉ

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

Lula: golpe de mestre?

A inclusão de Pertence na defesa de Lula tem poder simbólico e risco aritmético [o risco continua sendo o Supremo, que detém o poder da palavra final;  Sepúlveda é apenas e tão somente possuidor de um PASSADO brilhante que inclui ser  ex-ministro do Supremo, brilhante advogado, com amizades boas e ruins, e que está sendo escolhido para encerrar sua carreira sendo rábula de um criminoso condenado em segunda instância em uma ação penal e réu em outras sete ações.]

O ex-presidente Lula deu um golpe de mestre para tentar escapar da prisão depois de o TRF-4, de Porto Alegre, julgar os embargos de declaração contra sua condenação a 12 anos e 1 mês: a contratação do advogado José Paulo Sepúlveda Pertence, ex-presidente do Supremo.  Pertence é grande amigo de Lula e um dos ícones do Supremo, sempre citado e reverenciado nos votos de ministros dos mais diferentes estilos e correntes. Seu reforço na defesa de Lula não tem apenas esse significado, ou esse peso simbólico, mas pode ter resultados práticos.

Analistas da cena jurídica e política veem na inclusão de Pertence na defesa de Lula (pro bono ou não) uma possibilidade também de um novo equilíbrio de votos no STF quanto à questão mais sensível: a prisão já após segunda instância, ou seja, sem o processo passar pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), chegar ao Supremo e ser considerado “transitado em julgado”.

O que chamou a atenção é que houve dois movimentos simultâneos: enquanto a defesa anunciava o reforço de Pertence, as redes sociais espalhavam que ele é primo da presidente do Supremo, Cármen Lúcia, mineira como ele. Isso foi encarado como uma tentativa de acuar a ministra, que votou sempre a favor do cumprimento da pena após a segunda instância e poderia se considerar impedida para julgar um caso do “primo” Pertence.   A isso se soma uma outra questão: a chefe de gabinete do ministro Luiz Fux é casada com um filho de Pertence, o que poderia gerar o mesmo efeito: o de levar o ministro a se considerar impedido para julgar a questão. Como Cármen Lúcia, Fux também votou a favor da prisão após a segunda instância. [chefe de gabinete não vota e é demissível, da função, 'ad nutum'; mais comprometedor para o ministro Fux foi ter postergado por três anos o processo que cuida do 'auxílio-moradia',  que tem entre os favorecidos sua filha, desembargadora Marianna Fux, dona de dois apartamentos na cidade onde exerce suas funções judicantes.]

Pertence foi o patrono da indicação de Cármen Lúcia para o Supremo no governo do amigo Lula, cheio de elogios para aquela procuradora de Minas, que tinha sido boa aluna de Direito e cultivava a fama de ser dura e “de esquerda”. Um é de Sabará, a outra é de Espinosa, na região de Montes Claros, e um parente distante da ministra tinha o sobrenome Pertence. Por isso os dois se cumprimentavam como “primos” no Supremo, mas eles não são primos nem têm parentesco direto.

Aliás, já há um precedente para manter Cármen Lúcia no julgamento de questões que tenham Pertence na bancada de defesa. Ela julgou normalmente um processo contra o banqueiro André Esteves, que era defendido pelo ex-ministro, sem nenhum motivo para se declarar impedida.   A questão tem um aspecto praticamente aritmético. Como, em 2016, o plenário do Supremo aprovou, por seis a cinco, a prisão após condenação em segunda instância, qualquer mexida pode inverter o placar e impedir a prisão. Seria o caso, por exemplo, do impedimento de Cármen Lúcia e de Fux, dois dos votos vitoriosos. [a tendência, agora majoritária no Supremo, é que a questão decidida em 2016 não seja mais examinada.
Cármen Lúcia  se comprometeu, de público, a não pautar a matéria. E o ministro Marco Aurélio que poderia insistir que a questão fosse reexaminada, declarou, também de público, que não adotaria tal providência.
Assim, dificilmente a estratégia do condenado Lula será exitosa. Além do que, além desta condenação virão outras e outras, e algumas delas levarão Lula para a jaula.
É mera questão de tempo. E, pairando soberana sobre a tão falada questão: 'prender Lula hoje ou amanhã' está a LEI DA FICHA LIMPA, que de forma inconteste garante que o octa réu é inelegível.]

Uma das dúvidas que havia foi respondida nesta semana, quando o ministro Alexandre de Moraes, que assumiu na vaga de Teori Zavascki, morto em acidente aéreo, votou pela primeira vez sobre a questão e se manifestou a favor da prisão após a segunda instância num outro processo, o do deputado João Rodrigues (PSD-SC), condenado pelo mesmo tribunal de Lula, o TRF-4.   Isso tudo significa que os dois personagens-chave no destino de Lula no STF passam a ser Sepúlveda Pertence, [Sepúlveda Pertence, FOI presidente do Supremo, agora pretende aparecer - sempre a vontade de aparecer - na função de advogado de defesa;
advogado de defesa não vota e não faz milagres de mudar votos, quando a causa está perdida.
O lamentável é que Sepúlveda Pertence, que granjeou tanto respeito no meio jurídico, apesar de algumas amizades que mantém com criminosos condenados, tenha optado por encerrar sua carreira atuando como rábula.] que pode levar ao impedimento de Fux, e, ora, ora, o ministro Gilmar Mendes, que votou a favor da execução da pena em segunda instância, mas admitiu mais de um vez rever sua posição. [recente entrevista do ministro Gilmar Mendes aumentou as dúvidas sobre tão falado desejo de rever sua posição.] Logo, eis mais um dilema típico da confusão que o Brasil vive: Lula está nas mãos de um grande amigo, Pertence, e de um adversário público, Gilmar Mendes.

Eliane Cantanhêde - O Estado de S. Paulo

terça-feira, 9 de janeiro de 2018

Chefe de gabinete do presidente do TRF4 pede prisão de Lula

Postagem de servidora no Facebook levou petistas a contestarem legitimidade da corte em analisar processo que pode tornar ex-presidente inelegível

A chefe de gabinete da presidência do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, Daniela Tagliari Kreling Lau, publicou em sua página pessoal do Facebook uma petição online em apoio à condenação e à prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A corte vai julgar o recurso do ex-presidente no dia 24 de janeiro contra a sentença do juiz Sergio Moro no caso do tríplex do Guarujá.


A publicação feita na quarta-feira passada levou vários petistas às redes sociais para contestar a imparcialidade do tribunal em analisar o caso depois da postura da servidora.
No Twitter, a presidente nacional do PT, senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), escreveu que Lula é alvo de “perseguição e ativismo político” dentro do TRF4. [os petistas são tão SEM NOÇÃO que consideram uma manifestação PESSOAL, feita em rede social, por uma servidora administrativa da presidência do TRF-4, expressão de parcialidade daquela Corte de Justiça.
Quem vai julgar o recurso do condenado Lula - confirmando e majorando a sentença que lhe foi imposta pelo juiz Sergio Moro - são os três desembargadores que compõem a turma daquele Tribunal.
Os funcionários do TRF-4 - não está sendo feita referência a membros do Poder Judiciário que integram aquele Tribunal - são cidadãos e possuem o legítimo direito de expressar suas opiniões, desde que não o façam nas dependências daquele TRF.
Da mesma forma, podem se manifestar livremente em redes sociais, desde que em páginas que não sejam do TRF-4, não seja em horário de trabalho.
A ré Gleisi Hoffmann faria melhor se cuidasse de sua defesa em vez de preocupar com Lula - ele já acabou, é um preso condenado, o TRF-4 muito provavelmente aumentará sua sentença, novas condenações virão.
A ré Gleisi deve cuidar que logo chegará sua vez e vai puxar cadeia igual Lula.]

O deputado federal, Pepe Vargas (PT-RS) também criticou a postura da servidora do tribunal. No Twitter, Vargas citou uma entrevista concedida pelo presidente da Corte, Carlos Eduardo Thompson Flores Lenz, ao jornal O Estado de S. Paulo, na qual ele afirmou que a sentença de Moro contra Lula “é tecnicamente irrepreensível”.  “Já não bastava seu chefe ter dito sobre a sentença condenatória de Lula sem provas, que ela era perfeita antes de lê-la. O Golpe continua #EleiçãoSemLulaÉFraude”, afirmou o parlamentar. [esse deputado pode esquecer essa hashtag ridícula e tentar ser candidato a vereador, já que deputado federal não será reeleito, inclusiva pela abundância de falta de projetos que caracterizou seu mandato parlamentar.]
 
Em nota, o TRF4 informou que a servidora exerceu o direito à manifestação“A servidora Daniela Tagliari Krelin Lau, fora do seu horário de trabalho e em caráter absolutamente dissociado das funções do cargo que atualmente ocupa nesta Corte, exerceu direito constitucionalmente assegurado a todo e a qualquer brasileiro”, diz o texto.

Revista VEJA

 

 

terça-feira, 12 de setembro de 2017

Golpe! Delator da JBS confirma conversas com a PGR de Janot antes de Joesley gravar Temer

Francisco de Assis e Silva confirma encontro com Eduardo Pelella, o faz-tudo do procurador-geral, antes de açougueiro de casaca e má gramática gravar o presidente

Escrevi ontem aqui um post cujo titulo era este: “Miller avisou: não cai sozinho; se for para a cadeia, dá-se como certo que Janot vira um alvo”. Pois é…
O que se comenta em Brasília é que, ao negar a decretação da prisão temporária de Marcelo Miller —ؙ o que é, em si, uma humilhação para um procurador que era braço-direito do chefão do MPF —, Edson Fachin, ministro do Supremo, estava apenas prestando um favor a Rodrigo Janot. Aliás, seria um favor também a si mesmo. Mas isso ficará para outro post.

Por quê? Porque Miller estaria disposto a dar com a língua nos dentes e a contar tudo o que sabe. Vale dizer: iria confirmar que Janot sempre soube de tudo e que toda a operação que resultou na gravação da conversa do presidente foi armada com o conhecimento da cúpula da PGR, muito especialmente… Janot!
Verdade ou mentira? A ver. O fato é que as razões para a prisão de Miller estavam mais do que dadas — e prisão preventiva, não a temporária —, mas Fachin a evitou, não é?

Ocorre que nem foi preciso que Miller contasse o que sabe. Um dos delatores da JBS, Francisco de Assis e Silva, afirmou que esteve com ninguém menos do que Eduardo Pelella, este , sim, uma verdadeira sombra de Janot. Se Miller era o seu homem de confiança nos assuntos ligados ao MPF, Pelella, o chefe de gabinete, está na conta do assessor pessoal, do Sombra, do carregador de malas. Janot é seu guia espiritual. É seu ídolo. É o seu Don Giovanni do direito achado no arbítrio. Assim como aquele tinha o seu faz tudo, o Leporello, Janot tem o seu “Lepelella”.

Sim, Assis e Silva diz ter estado com o Sombra de Janot cinco dias antes daquele 7 de março, quando Joesley gravou a conversa com o presidente da República. Mais de uma vez, Janot negou que o MPF tivesse participado da armação. Na verdade, Assis e Silva disse ter tido mais de três encontros com o Leporello de Don Janot… O homem da JBS diz ter ouvido do promotor Sérgio Bruno, também da Força Tarefa, que “uma coisa era ter a gravação de um deputado, e outra, do presidente”.
Entenderam?
Pois é… Na conhecida conversa safada entre Joesley e Saud, este pergunta àquele se era Miller quem contara a coisa toda a Janot, já que o dono da JBS insistia que o procurador-geral sempre soubera de tudo. E Joesley deu a seguinte resposta: “Nós falamos pro Anselmo. O Anselmo que falou pro Pelella, que falou pra não sei quem lá, que falou pro Janot. O Janot está sabendo. Aí o Janot, espertão, o que o Janot falou? Bota pra foder. Bota pra foder. Põe pressão neles para eles entregam tudo”.

Já disse neste post quem é Pelella. “Anselmo” é o procurador Anselmo Lopes, da Operação Greenfield.
Documento
Atenção! A armação foi de tal natureza que houve até um documento! Informa a Folha:
“Assis e Silva afirmou que no encontro do dia 2 de março, participaram, além dos dois, Sérgio Bruno, a advogada Fernanda Tórtima, que também atuava para a JBS, e mais uma pessoa da qual ele não se recorda. Foi levado para a reunião, ainda segundo o delator, um documento com 13 itens detalhados sobre o que os executivos interessados em colaborar poderiam revelar. No depoimento, ele também fala que a JBS levou para a PGR três premissas: rapidez, sigilo e continuação dos irmãos Joesley e Wesley Batista à frente da direção da empresa. De acordo com os fatos narrados por Assis e Silva, esse teria sido o segundo contato com o grupo de Janot, mas o primeiro pessoalmente.”

Eis aí!
Será que os delatores da JBS devem ser levados a sério, a ponto de se montar uma operação para derrubar o presidente da República, mas tem de ser ignorados quando evidenciam que Janot e sua turma participaram do que pode ser caracterizado como um golpe?

No dia 18, Janot entrega o cargo. Vai querer ficar lotado como subprocurador em algum lugar, talvez no STJ (Superior Tribunal de Justiça), órgão que tratou no bico da chuteira, não é? Afinal, o tribunal foi fonte permanente de suspeições, acusações e aleivosias durante o reinado de Don Janot. E por que não se aposenta logo? Porque ele vai buscar manter o foro especial, que seus rapazolas chamam de “foro privilegiado”.
E a ambição política?
Ainda voltarei a isso, mas convenham: Janot contribuiu para liquidar com a carreira de muita gente, mas ele não está melhor na fita, não. Está deixando a Procuradoria Geral da República pela porta dos fundos.
A tentativa de golpear o governo Temer está mais evidenciada do que nunca.

 Fonte: Blog do Reinaldo Azevedo

Saiba mais:  PELA ORDEM! Óculos escuros de Janot são expressão do apagão institucional da PGR

Parece não haver mais espaço para a desmoralização do procurador-geral. Mas ele é criativo e sempre pode dar outro passo!


quinta-feira, 10 de agosto de 2017

INsegurança pública no DF - Delegado e chefe de gabinete da Secretaria de Justiça do DF agride idoso

Após ser insultado, Haendel, que é delegado da Polícia Civil, empurra e derruba o homem no chão 

O delegado da Polícia Civil Haendel da Silva Fonseca, que também é chefe de gabinete do secretário de Justiça e Cidadania, Arthur Bernardes (PSD), foi filmado agredindo um idoso em um estacionamento, no Recanto das Emas.

 No vídeo, divulgado por Whatsapp na noite desta quarta-feira (9/8), mostra o ataque de fúria de Haendel, que, após ser insultado, derruba o idoso no chão. "Você tá doido, rapá? Você tá falando é com um polícia. Respeita, encosta ali",gritou.
Em nota, a Secretaria de Justiça e Cidadania afirmou que "determinou ao servidor que preste as informações sobre o fato e suas circunstâncias, para adoção das providências cabíveis". O Correio entrou em contato com a Polícia Civil do Distrito Federal, mas até a última atualização da reportagem não obteve resposta. 

Fonte: Correio Braziliense

 

sábado, 4 de julho de 2015

Os arquivos de Ricardo Pessoa

Exclusivo: as provas que Ricardo Pessoa entregou à Justiça

VEJA desta semana apresenta os documentos e planilhas em que o empreiteiro Ricardo Pessoa registrava as transações do petrolão – entre elas o dinheiro entregue à campanha de Dilma

 O engenheiro Ricardo Pessoa, dono da construtora UTC, é famoso por sua grande capacidade de organização - característica imprescindível para alguém que exercia uma função vital no chamado "clube do bilhão".

 Manoel de Araújo: um “funcionário da Presidência” em busca de “doações”(VEJA/VEJA)

Ele foi apontado pelos investigadores como o chefe do grupo que durante a última década operou o maior esquema de desvio de dinheiro público da história do país. O empreiteiro entregou à Justiça dezenas de planilhas com movimentações financeiras, manuscritos de reuniões e agendas que fazem do seu acordo de delação um dos mais contundentes e importantes da Operação Lava-Jato. O material constitui um verdadeiro inventário da corrupção. Em uma série de depoimentos aos investigadores do Ministério Público, Pessoa detalhou o que fez, viu e ouviu como personagem central do escândalo da Petrobras. Na sequência, apresentou os documentos que, segundo ele, provam tudo o que disse.
 O documento em que Ricardo Pessoa registrou a 'doação legal' à campanha de Dilma e os nomes do tesoureiro Edinho Silva e seu braço-direito Manoel de Araujo(VEJA.com/VEJA)

​​VEJA teve acesso ao arquivo do empreiteiro. Um dos alvos é a campanha de Dilma de 2014 e seu tesoureiro, Edinho Silva, o atual ministro da Comunicação Social. Segundo o delator, ele doou 7,5 milhões de reais à campanha depois de ser convencido por Edinho Silva. "O senhor tem obras no governo e na Petrobras, então o senhor tem que contribuir. O senhor quer continuar tendo?", disse o tesoureiro em uma reunião. O empreiteiro contou que não interpretou como ameaça, mas como uma "persuasão bastante elegante". Na dúvida, "para evitar entraves" nos seus negócios com a Petrobras, decidiu colaborar para que o "sistema vigente" continuasse funcionando -  um achaque educado. Mas há outro complicador para Edinho: quem apareceu em nome dele para fechar os detalhes da "doação", segundo Pessoa, foi Manoel de Araujo Sobrinho, o atual chefe de gabinete do ministro. Em plena atividade eleitoral, Manoel se apresentava aos empresários como funcionário da Presidência da República. Era outro recado elegante para que o alvo da "persuasão" soubesse com quem realmente estava falando. 

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