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segunda-feira, 26 de fevereiro de 2018

Intervenção parcial

O governo é impopular, mas o Exército tem grande credibilidade. Se escolher atos espetaculares para tirar Temer do sufoco vai afundar com ele

A intervenção federal no Rio foi feita por um governo impopular. E feita apenas parcialmente. Deveria ser completa.

Não creio que seja o caso de defendê-la diante das teorias conspiratórias, de esquerda ou direita, que veem nela uma espécie de ataque ao seu projeto eleitoral. É inevitável que as pessoas fixadas na luta pelo poder interpretem tudo, mesmo um fato dessa dimensão social, como simples contador de votos. A intervenção está aí. O governo é impopular, mas o instrumento é o Exército, com grande credibilidade. Se escolher atos espetaculares para tirar Temer do sufoco vai afundar com ele. [o Exército não vai espetacularizar a intervenção e sim fazer o que for necessário;
com absoluta certa os especialistas de verdade, os militares - não os especialistas que 'planejam' e criticam a intervenção de uma mesa - estão analisando cada aspecto da missão e saberão o que deve ser feito - na hora de fazer, tem que prevalecer o fazer, e não a preocupação com filigranas jurídicas ou com o que vai pensar a turma que defende os direitos humanas - defesa realizada com mais denodo quando os direitos humanos que defendem são os dos bandidos.
Saberão o que,  o como,  o  quando onde fazer.
opções terão que ser feitas e certamente o cumprimento da missão estará sempre entre as primeiras escolhas.]
Logo, a primeira e modesta tese: o norte é a prática militar, com preparo e meios materiais necessários, e não o oportunismo político. Se prevalecer a superficialidade do governo, a batalha será perdida.  A intervenção tem de saber o que quer, para definir a hora de acabar. Isso não se define com uma data rígida no calendário, mas com a realização da tarefa: estabilizar a situação do Rio para que a polícia tome conta depois de reestruturada. É isso que fazem as intervenções, mesmo num país como o Haiti. Para reestruturar a polícia é preciso contar com a parte ainda não corrompida e pagar todos os salários em dia.

A maioria parece apoiar a intervenção. É fundamental respeitar a população, conquistar corações e mentes. Nesse sentido, foi um grande passo civilizatório o vídeo de três jovens orientando os negros a evitar a violência policial e a se defender, legalmente, dela. Está na rede. É um texto que deveria ser levado em conta, pois revela como as pessoas de bem se comportam nessa emergência.

Circulou uma notícia de que as favelas ocupadas por traficantes armados seriam considerados territórios hostis. É um equívoco, creio eu. As favelas são territórios amigos, ocupados por forças hostis. Parece um jogo de palavras, mas é uma diferença que implica em táticas e estratégias diversas.  A quarta modesta tese: como não foi realizada a intervenção completa, a Lava-Jato poderia avançar nos processos contra os políticos. Seria a maneira de combinar um ataque ao crime organizado em seus diferentes universos. Creio que fortaleceria o trabalho da intervenção.  Finalmente, algo que me parece também decisivo. Quem acha que é a única saída do momento, apesar de sua fragilidade, precisa ajudar.

O que significa ajudar? A sociedade já se move de muitas formas, inclusive, na internet, colaborando com aplicativos como Onde Tem Tiroteio, Fogo Cruzado e dezenas de outras iniciativas.  Isso vai depender também da intervenção. Se a visão for de aglutinar o esforço social, o general Braga precisa apresentar as linhas gerais de seu plano. Delas podem surgir uma indicação de como ajudar.  Compreendo que a esquerda diga que a violência foi superestimada pela mídia. O próprio general Braga derrapou no primeiro momento, ao afirmar que é muita mídia.

Ele tem razão, de certa forma. Sou um velho jornalista. No século passado, as notícias eram produzidas apenas por profissionais. Hoje, não: a estrutura industrial ampliou seu alcance diante de milhares de colaboradores filmando tudo. Quem filma os tiroteios no morro? E os assaltantes que tentam enforcar uma velha? Não são repórteres. Nenhum dos atos violentos foi desmentido. Não houve fake news, uma vez que caindo no circuito industrial os dados foram checados.  Não se trata, portanto, apenas de muita mídia. São muitos fatos. De qualquer forma, ganhariam as redes sociais.
É com eles que vamos. Ou não vamos.

Fernando Gabeira -  Veja

 

sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

Infelizmente, para o Brasil, os sucessivos boicotes e sabotagens ao governo Temer, começam a dar resultado: Standard & Poor’s rebaixa nota de crédito do Brasil


Novo retrocesso

O rebaixamento da nota de crédito do Brasil pela S&P pegou o governo de surpresa. Na equipe econômica, a expectativa era que não houvesse qualquer decisão da agência este ano, por ser ano eleitoral, e também porque a reforma da Previdência continua em negociação no Congresso. A sequência de 11 altas seguidas na bolsa, há poucos dias, também mostra que no mercado o rebaixamento não era esperado. 

No comunicado, a S&P culpou a classe política. Disse que o andamento das reformas está acontecendo em ritmo mais lento do que o previsto e que há baixo apoio para essa agenda no Congresso. Para que o país volte a ter sua nota elevada, diz a agência, será preciso que o novo governo eleito “se articule e implemente uma sólida e sustentável correção fiscal, com apoio do Congresso”. Ou que as reformas microeconômicas aprovadas recentemente deem um forte impulso no PIB que melhore as receitas do governo.

[não foi surpresa  a  Standard & Poor’s rebaixar em três degraus a nota de crédito do Brasil.
Mesmo com a redução extraordinária da inflação, leve aumento no crescimento e redução no desemprego, não tem país cujo governo consiga resistir a atos sistemáticos, muitos feitos de forma proposital e outros nem tanto, para desacreditar o governo Temer.

Rodrigo Maia acerta quando atribui a mudança no rating às denúncias apresentadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o presidente Michel Temer (PMDB) ao longo do ano. “O que pesou foram duas denúncias que atrasaram a votação da [reforma da] Previdência. De fato, o governo ficou fraco após as denúncias”, afirmou, antes de ressaltar o papel da Casa presidida por ele.A Câmara votou dezenas de projetos que ajudaram o Brasil a sair da recessão”, complementou. (VEJA)

A tentativa de golpe contra Temer efetivada através das denúncias, sem provas, apresentadas por Janot, além de paralisar por vários meses a tramitação da Reforma da Previdência, abalou a credibilidade do presidente e da sua equipe econômica - credibilidade que é responsável pelo bom desempenho do governo 
Temer.

Sucessivas medidas judiciais adotadas contra atos do governo Temer - sem análise do mérito e sim buscando eventuais falhas processuais - passaram para o exterior a ideia que Temer não governa.
Exemplos:
- um presidente que promulga um Decreto de Indulto Natalino (medida que ocorre há dezenas de anos, expedida por vários presidentes e aceita normalmente como atribuição do presidente da República) e o mesmo é suspenso via liminar pela presidente do STF - estando aquela Corte em recesso;
- o presidente nomeia um ministro de Estado - dentro das exigências constitucionais - e a nomeação é suspensa por decisão liminar de um  Juiz de primeira instância, sem análise do mérito;
- o presidente edita uma Medida Provisória, providência que a Constituição Federal lhe atribui, e a mesma é suspensa, liminarmente, pela Justiça.
Várias outras ocorrências deixaram dúvidas, no Brasil e no Exterior, se Temer é presidente ou não, se governa ou não.
PARABÉNS !!! os que estão contra o Brasil, estão vencendo.]


O rebaixamento é uma derrota para a equipe econômica. Recentemente, o próprio ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, se reuniu com integrantes da Standard & Poor’s para apresentar os avanços conseguidos pelo governo. A notícia enfraquece o ministro, que se apresentava como uma pessoa com trânsito internacional, e pode dificultar suas aspirações para se candidatar à Presidência. A possível candidatura de Meirelles, na verdade, não ajudou em nada até aqui o andamento das reformas e começou a gerar atritos com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, que também se articula como pré-candidato.


O governo brasileiro agora está a três degraus do grau de investimento. Ou seja, está ainda mais longe o cenário em que o Brasil voltará ao seleto grupo dos países que são considerados seguros para se investir. Haverá impacto nos custos de captação das grandes empresas, que vinham caindo nos últimos meses. Uma das companhias que sentirá os efeitos será a Petrobras, apesar de a empresa ter reduzido de 4,3 para 3,16 vezes o seu endividamento sobre o fluxo de caixa e de já estar se financiando a juros menores.


O que fica claro na decisão da S&P é que a crise fiscal do país continua sem solução. A votação da reforma da Previdência que estava prevista para o ano passado foi atropelada pela conversa entre o presidente Michel Temer e o empresário Joesley Batista. De lá para cá, a principal agenda do Congresso passou a ser salvar o mandato do presidente, que conseguiu impedir o avanço de suas investigações por duas vezes.


Da perspectiva dos avaliadores de risco, o Brasil piorou muito nos últimos tempos. O governo Temer passou a fazer cada vez mais concessões onerosas sob o pretexto de aprovar a reforma da Previdência. Mas, não só a reforma pode não ser aprovada, como as anistias, o Refis e outros aumentos de gastos já batem nas contas. O governo não conseguiu aprovar a nova taxação sobre os fundos exclusivos nem conseguiu conter o aumento de salário do funcionalismo.


A crise atual é crônica. As projeções do próprio governo e do mercado financeiro são de que o país terá de sete a oito anos consecutivos de déficit primário, entre 2014 e 2021. Isso nunca aconteceu desde que o Banco Central iniciou a série histórica em 1991. Uma coisa é um número vermelho pontual, como aconteceu em 1997, outra coisa é ter uma sequência de quedas, sem perspectiva de volta.


Nos últimos dias, o temor fiscal cresceu com a ideia de se alterar e flexibilizar a regra de ouro. O governo circulou a informação de que cogitou a mudança e, posteriormente, afirmou apenas que adiou a discussão para depois da votação da reforma da Previdência. 

A nota do Ministério da Fazenda tentou encontrar o lado positivo da má notícia. Mas, evidentemente, que, por mais que no texto a S&P reconheça que houve avanços, ela rebaixou o governo e deixou o Brasil em situação pior do que estava antes. Não há como dourar essa pílula.


O importante é o país ter em mente, independentemente de qualquer agência de classificação de risco, que há uma emergência fiscal que precisa ser enfrentada. Não para se melhorar o rating, mas para que seja possível planejar o futuro.

Coluna da Míriam Leitão - Com Alvaro Gribel, de São Paulo


quinta-feira, 7 de setembro de 2017

Alvo das próprias flechas - Janot se enreda em armação com Joesley e coloca em xeque a credibilidade de Justiça



REVIGORADO O presidente Michel temer ganha novo fôlego político com a trapalhada de Janot


REVIRAVOLTA
Ainda na China, o presidente Michel Temer e sua comitiva comemoraram a flechada que Janot disparou contra o próprio peito. O advogado de Temer, Antônio Claudio Mariz de Oliveira, foi ligeiro. Na quarta-feira 6 entrou com um pedido no STF solicitando que o ministro Edson Facchin, relator da Lava Jato, determine a suspensão de nova denúncia ou de outros inquéritos que Janot venha a pedir contra o presidente até que o caso da delação armada seja esclarecido. “No presente caso, ou nos demais que eventualmente possam surgir, a atuação parcial, conflitante e passional de autoridades e o descrédito de colaboradores comprometerão a higidez de qualquer processo, em verdadeira afronta ao Estado Democrático de Direito”, escreveu Mariz. O criminalista voltou a pedir a suspeição de Janot para atuar em processos contra o presidente.

(...)



 “Isso tudo nos mostra que estão usando a delação premiada para outra finalidade, para vingança política”  Gilmar Mendes, ministro do STF

A última flechada do ainda procurador-geral da República também mobilizou o Judiciário, particularmente o STF, corte que o falastrão Joesley Batista afirmou que iria dissolver. Segundo a presidente do Supremo Tribunal Federal, ministra Cármen Lúcia, a revelação feita pelo empresário “agride de maneira inédita a história do País”. Na noite da terça-feira 5, a ministra determinou que o caso fosse investigado com transparência e rapidez, para que não pairem dúvidas à sociedade sobre a idoneidade da suprema corte. 

Na mesma noite, o empresário Joesley Batista disse que a gravação, no que se refere aos ministros do STF não passava de bravata. Os ministros do STF Gilmar Mendes e Luiz Fux também foram enfáticos. “Isso tudo nos mostra que estão usando a delação premiada para outra finalidade, para perseguição política”, afirmou Mendes. Segundo o ministro, Janot “é o mais incompetente procurador-geral a ocupar o cargo”. Na tribuna do STF na tarde da quarta-feira 6, o ministro Fux foi incisivo: “Defendo que eles (Joesley e Saud) troquem o exílio de Nova York por um exílio na Papuda”, afirmou. 

(...)

MATÉRIA COMPLETA em Isto É

quinta-feira, 22 de junho de 2017

Eles não acreditam nas reformas


Até ontem, o senador Hélio José (PMDB-DF) tinha "duas indicaçõezinhas" no governo federal, dois diretores em órgãos regionais situados em Brasília. Perdeu os dois, demitidos logo após o senador ter votado contra a reforma trabalhista proposta pelo governo. Dizendo-se vítima de chantagem, retaliação e perseguição, Hélio José pediu a renúncia do "podre " e "corrupto" presidente Temer. Acrescentou que ele, senador, não participaria de um balcão de negócios.
[Ao votar contra o Brasil o senador Helio José  conseguiu se tornar mais conhecido do que o foi em toda sua vida política.
Aliás, o senador sempre se destacou por feitos negativos.
Foi - e continua sendo, já que ninguém conseguiu superá-lo em falta de desempenho - candidato a deputado distrital pelo DF com o pior desempenho em votos: Foi candidato ao cargo de Deputado Distrital do Distrito Federal pelo Partido Social Democrático (PSD) nas eleições de 2014, recebeu apenas 6 votos e não foi eleito;
Se tornou senador da República por ter sido eleito em 2010 suplente do ex-senador Rollemberg - que atualmente desgoverna o DF;
Foi diretor da CUT, iniciou a carreira política pelo PT, logo após eleito suplente de senador deixou o PT e
se envolveu em uma polêmica com o titular após Rollemberg acusá-lo de pedofilia ... - Veja mais em https://eleicoes.uol.com.br/2014/noticias/2014/10/26/candidato-a-deputado-que-recebeu-so-6-votos-em-2014-vira-senador-pelo-df.htm?cmpid=copiaecola
se envolveu em uma polêmica com o titular após Rollemberg acusá-lo de pedofilia
Outro feito que o destaca é que já declarou, documentado em áudio e vídeo, que nomeava para o governo até 'melancia'.
Ultimamente, com o crescimento da fila de parlamentares querendo aparecer fazendo bobagens ele deu uma 'sumida' - foi para o final da fila - mas, agora resolveu ficar em destaque fazendo o que sabe: BOBAGEM.] 
Durante o pleito de quatro anos atrás, se envolveu em uma polêmica com o titular após Rollemberg acusá-lo de pedofilia... - Veja mais em https://eleicoes.uol.com.br/2014/noticias/2014/10/26/candidato-a-deputado-que-recebeu-so-6-votos-em-2014-vira-senador-pelo-df.htm?cmpid=copiaecola
Durante o pleito de quatro anos atrás, se envolveu em uma polêmica com o titular após Rollemberg acusá-lo de pedofilia... - Veja mais em https://eleicoes.uol.com.br/2014/noticias/2014/10/26/candidato-a-deputado-que-recebeu-so-6-votos-em-2014-vira-senador-pelo-df.htm?cmpid=copiaecola
Que as nomeações eram um negócio, não há dúvida. Ao demitir os dois diretores, em clara resposta ao voto oposicionista do senador, o governo Temer admitiu que eles haviam sido nomeados não por competência ou para aplicar um programa partidário, mas para que seu padrinho votasse com a base. Dando um voto decisivo contra a reforma trabalhista, numa comissão do Senado, Hélio José rompeu os termos do contrato, dando ao governo o direito de cancelar todo o negócio. Simples assim. Eis um lamentável sistema de administração pública mais uma vez funcionando às claras, sem constrangimento de seus agentes. [convenhamos que um sistema político que permite que um cidadão que em toda sua vida pública recebeu apenas SEIS VOTOS, seja senador da República, esse País é uma 'república bananeira'.
Um país desse, ainda chamado BRASIL merece ser governado por um Lula, por uma Dilma e outros do mesmo naipe.]
Por que, então, o senador teria ficado tão revoltado com a perda dos "carguinhos"? É que a coisa vai mais longe. Parlamentares se julgam no direito de fazer indicações, grandes e pequenas, pelo simples fato de serem políticos eleitos. Eles argumentam:  foram eleitos para governar e isso inclui nomear pessoas para a gestão. Na teoria, parece certo. Na prática, errado. Seria certo se os apadrinhados fossem nomeados por suas qualidades para aplicar um determinado programa de governo. Ora, o programa do governo Temer tem como objetivo central a aprovação das reformas trabalhista e previdenciária. O senador Hélio José não apenas se declara contra a reforma trabalhista, como considera a administração corrupta e podre.
Como podia participar desse governo ou dessa base partidária? Como podia achar normal indicar correligionários para uma administração que condena? De outro lado, líderes parlamentares do governo Temer sabiam que o senador tinha aquelas posições oposicionistas. Por que, então, aceitaram nomear seus apadrinhados?  Porque  eles, todos, não estão ligando a mínima para as reformas ou para programas. O presidente Temer e seus aliados se agarram às reformas porque é o único caminho que lhes resta para manter o governo vivo. Temer e seu pessoal do PMDB participaram anos a fio do governo petista, sendo, portanto, cúmplices da política econômica que provocou o desastre do qual o país tenta sair. Desde quando o senador Romero Jucá é um líder reformista?
De outro lado, o senador Hélio José só é contra as reformas porque está em Brasília, território dominado pelas corporações, tão eficientes quanto barulhentas na defesa de seus interesses. Por isso não se incomodou nem um pouco em colocar gente sua para participar de um governo sem "vergonha na cara". Simplesmente, encostou a barriga no balcão de negócios. Não é exceção por lá.  Aliás, na mesma votação da reforma da trabalhista, no Senado, deu-se um bate-boca inédito: a ex-petista Marta Suplicy, agora reformista, contra a ex-ruralista Kátia Abreu, agora uma dura esquerdista.  Vamos falar francamente: só a equipe econômica acredita nas reformas, no programa de equilíbrio das contas públicas, na necessidade e eficiência das privatizações. E o público sabe disso.
Querem a prova? Simples: o que depende quase exclusivamente da equipe econômica funciona bem. Exemplo: o Banco Central de Ilan Goldfajn.  Sua política monetária de controle da inflação e busca da estabilidade financeira tem a maior credibilidade.  Hoje, o BC divulga seu Relatório de Inflação - e todo mundo vai receber o documento como uma peça verdadeira e crível. Reparem: não que todos concordem com as análises cegamente. Mas todos sabem que aquela é uma palavra independente, competente, séria e capaz de colocar a inflação na meta, com a mais baixa taxa de juros possível. Do mesmo modo, todo mundo entende que o ministro Henrique Meirelles está falando sério quando diz que o país vai quebrar se não fizer as reformas.
O problema está no outro lado: a votação dessas reformas depende de gente que está pensando em "indicaçõezinhas" ou em escapar da Lava Jato e sobreviver.   Esse é o problema das reformas. Não é que sejam impopulares ou politicamente inviáveis. Inviáveis e impopulares são muitos, mas muitos dos que as defendem no Congresso. Não é que as pessoas não entendam a necessidade das reformas. Não são idiotas. Ao contrário, entendem muito bem os interesses nada republicanos que estão envolvidos. Resumo: um bom programa precisa de um líder confiável. Este é o nosso maior impasse político.

quarta-feira, 25 de maio de 2016

Temer, a solução que virou problema

Em apenas 12 dias o vice-presidente agravou a crise política e mutilou a credibilidade do seu governo :  A Dilma foi afastada para permitir a Temer cumprir sua obrigação essencial: é recuperar a credibilidade da economia; 

a missão dos militares é manter a Ordem,  o que inclui vigiar os bandidos do MST e outras organizações criminosas pró Dilma, a Afastada.

O resto pode ser considerado detalhe.]
Temer pareceu uma solução e tornou-se um problema porque, depois da revelação do conteúdo da escandalosa conversa do senador Romero Jucá com o ex-colega Sérgio Machado, cobriu-o com os seguintes adjetivos: “competente”, dotado de “imensa capacidade política” e “excepcional” formulador de medidas econômicas.

Segundo Temer, o ministro “solicitou” seu afastamento. Tudo bem, fez isso, depois de se aconselhar com Elvis Presley, que está vivo. Sua ausência estaria relacionada com “informações divulgadas pela imprensa”. Falso. O repórter Rubens Valente não divulgou apenas informações, transcreveu áudios e colocou-os na rede. Jucá tentou embaralhar a discussão e foi prontamente desmentido pela própria voz.

Temer nomeou Jucá para o Ministério do Planejamento sabendo quem ele era. O doutor celebrizou-se comemorando de mãos dadas com o notável Eduardo Cunha o fugaz rompimento do PMDB com o governo. É impossível acreditar no que o governo disse na segunda-feira, mas é plausível supor que Temer e Jucá, homem de “imensa capacidade política”, compartilhem visões da crise. O senador foi repetidamente apresentado como um dos cinco grandes conselheiros do vice-presidente, integrante do seu “estado-maior”.

Em sua conversa com Machado, Jucá produziu um retrato perfeito e acabado da oligarquia política ferida pela Lava-Jato: “Tem que resolver essa porra. Tem que mudar o governo pra poder estancar essa sangria”.
Pergunte-se, o que quer “essa porra”?
“Acabar com a classe política para ressurgir, construir uma nova casta, pura.”

Desde que aderiu à fritura da Dilma Rousseff,  a Afastada, Temer deu diversos sinais de antipatia objetiva e simpatia retórica pela Lava-Jato. Pena.  Um trecho da fala de Jucá é significativo e preocupante:
“Estou conversando com os generais, comandantes militares. Está tudo tranquilo, os caras dizem que vão garantir. Estão monitorando o MST, não sei o quê, para não perturbar.”

Jucá teve seu momento de vivandeira.
Os “caras” garantem a ordem no cumprimento da Constituição e não precisavam conversar com o doutor para reiterar esse compromisso. É bom que monitorem o MST e aquilo que Lula chamou de “o exército” de João Pedro Stédile. Contudo, salta aos olhos que, para Jucá, era conveniente misturar a manutenção da ordem com uma trama política escandalosa em relação à qual os militares nada podem fazer, pois a Lava-Jato é assunto do Judiciário.

Felizmente, Machado era um grampo ambulante. Ele chocou o país com a conversa e haverá de chocá-lo muito mais revelando o que sabe do PSDB, do PMDB e da Transpetro, que presidiu por dez anos, abençoado por Lula e pelo PT.  A primeira quinzena do atual governo pode ser malvadamente comparada à lua de mel de Marcello Mastroiani com Claudia Cardinale no filme “Il Bell'Antonio”.

A ideia de que o atual governo possa aumentar impostos, mexer em leis trabalhistas e alterar os prazos para as aposentadorias de quem já está no mercado de trabalho é uma perigosa ilusão. Se Temer tivesse formado o ministério de notáveis prometido pelo seu departamento de efeitos especiais, talvez isso tivesse sido possível. Jucá, um investigado pela Lava-Jato, deixou o ministério e, no seu lugar, interinamente, ficou um cidadão investigado pela Operação Zelotes.

Fonte: Elio Gaspari, jornalista - O Globo

domingo, 4 de outubro de 2015

Reforma e crise

 [Dilma faça um favor ao Brasil e mais a você mesma: Renuncie - a renúncia e sua saída imediata do Brasil poderá evitar que você seja a Clara Petacci do século XXI.

Aliás é ver qualquer foto tua ao lado do teu 'criador' e lembrar imediatamente do Duce e da amante.]

Dilma passou por cima do presidente do partido e decidiu estabelecer negociação direta com Leonardo Picciani

Engana-se quem pensa que a reforma ministerial terá o misterioso condão de levar o Congresso Nacional à aprovação da CPMF ou a evitar o processo de impeachment. Seria nada mais do que a ilusão da aparência. O processo de impeachment pode ser eventualmente um pouco postergado, tudo dependendo de fatores que escapam completamente do controle da presidência. Em todo caso, a jogada da presidente foi de alto risco, pois terminou criando problemas no PMDB, sob a suposição de que estaria contentando suas diferentes alas. 

Em todos esses anos petistas, o PMDB, apesar de seus problemas, tem sido um poderoso fator de estabilidade institucional e de moderação política, impedindo excessos político-sociais e advogando pela unidade do país. E se adotou esse rumo, isto em muito se deve à atuação de seu presidente, Michel Temer, também vice-presidente da República. Note-se que, sob a sua liderança, o partido conseguiu conciliar suas desavenças internas, mantendo-as sob controle. Publicamente, o partido sempre tem aparecido unido, procurando resolver seus problemas internamente. Foi, neste sentido, particularmente bem-sucedido, ganhando credibilidade e legitimidade. 

Ora, o que fez a presidente da República? Resolveu implodir essa união, como se ela devesse dar agora as cartas. Passou literalmente por cima do presidente do partido e decidiu estabelecer uma negociação direta com o deputado Leonardo Picciani, representante do baixo clero, em particular carioca. O recado dado foi o de que o deputado não mais deveria passar pelo seu presidente partidário e vice-presidente da República, passando a falar diretamente com ela. A presidente decidiu por seu vice de lado, apesar de declarações públicas de apreço. Alienou um aliado decisivo!

Ficou, agora, refém desta ala particularmente fisiológica do PMDB, não tendo mais nenhum escudo. Será obrigada a fazer a política miúda, aquela que diz desprezar. [diz desprezar mas ela é tão miúda que a chamada política miúda e sua atitude foi mais baixa e traiçoeira do que a habitual no chamado baixo clero.] E o fará sem nenhum anteparo. De imediato, teve de engolir suas indicações para o Ministério, entre elas a da Saúde. Observe-se que o partido teria nomes qualificados para essa pasta, como os dos deputados Osmar Terra e Tarcísio Perondi, ambos médicos, entre outros. Evidentemente que a escolha não poderia, dadas as condições existentes, recair sobre eles.

De imediato, fruto desta desunião provocada pela presidente, 22 deputados de uma bancada de 66 do PMDB lançaram um manifesto contra essas “negociações” e se colocaram na oposição. Um terço da bancada já se afastou desta nova configuração partidária, sem falar dos que não se expressaram publicamente e, contudo, apenas aguardam o melhor momento para saltarem de um barco que está afundando. 

As denúncias de que o deputado Eduardo Cunha possui contas na Suíça só tendem a piorar a situação da presidente da República. E isto por que o deputado está convencido de que se trata de uma grande orquestração organizada pela presidente e pelo PT. Independentemente de sua culpa ou não, a seu favor joga a celeridade do processo contra ele, que não ganha a mesma velocidade quando se trata de outros políticos petistas importantes envolvidos na Lava-Jato. Ferido desta maneira, ele tende a centrar fogo na presidente e em seu partido, pondo ainda mais combustão a um processo de impeachment. Se cair, fará tudo para levar a presidente e o seu partido consigo. O ambiente, neste sentido, piora não apenas para ele, mas também para os seus adversários. 

No cronograma da crise, será votado muito provavelmente entre os dias 7 e 9 o parecer do ministro Nardes relativo às contas da presidente. Tudo indica que a decisão do TCU será pela sua rejeição. Os dados técnicos seriam maciços, inquestionáveis. As mais de mil páginas da AGU, em defesa do governo, não teriam produzido nenhum argumento convincente. Uma vez votado, será encaminhado ao Congresso, que pode acatá-lo ou não. Se acatar, estará aberto um processo de crime por responsabilidade administrativa. Contudo, do ponto de vista político, a não aprovação das contas pelo TCU já é da maior relevância. O cenário estaria armado para o início do processo de impeachment. 

Outro fator da maior importância, em conexão com a decisão do TCU, reside no pedido de impeachment apresentado por Hélio Bicudo e Miguel Reale Junior, que estaria muito bem embasado. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, se não mudar de opinião até lá, indeferirá o pedido. Um recurso seria interposto por deputados. Uma vez aceito, bastaria, para o início do processo de impeachment, que ele fosse aprovado pela maioria simples dos deputados presentes no plenário, algo que não seria difícil de ser conseguido. Não é necessária uma maioria simples absoluta em cujo cômputo entraria o total dos deputados da Câmara. 

O fator decisivo aqui seria o comparecimento dos cidadãos deste país às ruas. Se grandes manifestações forem realizadas, a pressão popular seria enorme, podendo, mesmo, tornar-se insuportável para a presidente e o seu partido. Atos parlamentares seriam acompanhados por manifestações de rua, criando uma consonância e sintonia entre o Congresso e a sociedade. Um cenário completamente diferente então se desenharia, com novos protagonistas entrando na cena pública. Alianças de bastidores como a tecida pela presidente desmoronariam imediatamente. [esse Leonardo Picciani só é maior que a Dilma, por ser impossível alguém ser mais anão político que ela.] Cada deputado estaria preocupado somente com a sua própria sobrevivência. Entre os seus eleitores e uma frágil aliança, a decisão já estaria tomada de antemão. 

Talvez aqui possa ocorrer um cenário que obrigue a presidente a renunciar. Collor também disse que não renunciaria, porém se viu forçado a isto, uma vez que a lógica política ganhou corpo próprio, fugindo de seu controle. E isto apesar de uma reforma ministerial que era, em muito, superior a esta que está sendo feita pela presidente. Até o presidente Lula encontraria o seu limite, preocupando-se exclusivamente com sua própria sobrevivência e criando condições para candidatar-se em 2018. A presidente pode tornar-se um estorvo para os seus planos. 

Por: Denis Lerrer Rosenfield é professor de Filosofia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul - O Globo