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domingo, 11 de agosto de 2019

Racismo para todos - J R Guzzo - Veja

Vivemos um tempo em que não é mais preciso ser branco para ser racista. O racismo, hoje, está ao alcance de todos


Publicado na edição impressa de VEJA
O jovem vereador Fernando Holiday, de São Paulo, é uma vítima regular de ataques racistas praticados neste Brasil tão ansioso, hoje em dia, para policiar as mínimas suspeitas de discriminação racial. Holiday é negro. É também um político de direita — e, entre outras opiniões adequadas à sua visão do mundo, costuma dizer que é contra o sistema de cotas raciais que se propõe a diminuir as desigualdades existentes entre os negros e outras etnias. [o sistema de cotas raciais representa a institucionalização do racismo, por privilegiar determinadas etnias em detrimento de outras e também do mérito.]  Por causa disso é acusado em público de ser um “traidor” da sua raça, um “capitãozinho do mato” e daí para baixo. Insultar um negro com essas palavras é melhor do que chamá-lo depreto safado? Claro que não é — por que seria? Mas ninguém nos “movimentos negros” abre a boca para dar um pio em sua defesa; pelo jeito, acham que o vereador merece as ofensas que recebe. Cometeu o delito de falar coisas proibidas para alguém como ele.

Quer dizer que Holiday não pode ser contra as cotas — ou contra qualquer outra coisa que lhe der na telha em razão da cor da sua pele? Pelo fato de ter nascido negro não tem direito a ideias próprias? Não está autorizado a ser de direita, como ele mesmo se define? Não, não e não. Um negro no Brasil de hoje só pode ser contra aquilo que lhe permitem. Também não tem direito a pontos de vista pessoais. Enfim, tem de ser de esquerda, ou coisa parecida. O resultado prático disso aí é que pessoas como o vereador estão condenadas a viver numa senzala ideológica. A regra, ali, é clara: “Negro é para pensar como a gente manda”. Não se trata, apenas, de racismo explícito — o ato de permitir ou proibir um ser humano de fazer ou deixar de fazer algo por causa de sua cor (uma atriz brasileira foi proibida há pouco, aliás, de receber o papel principal de um filme em razão da cor da sua pele; não foi considerada negra o bastante). É também uma agressão à liberdade individual. Se não pode ser contra isso ou aquilo, o negro também não vai poder ser a favor; não é possível tirar a liberdade das pessoas por partes. Quando um pedaço vai embora, o resto vai junto.

É realmente curioso que se cometam atos de racismo acusando gente como Fernando Holiday de ser “racista” — justo ele, que é negro, pobre e nascido em São Paulo. Fazer objeções ao sistema de cotas, ou ao feriado da Consciência Negra, como ele faz, é uma prova de “racismo” pelo código em vigor no “movimento negro” ou na esquerda branca. Não seria possível, pelo menos, uma discussão do ponto de vista técnico, já que um assunto como as cotas está aberto a uma abordagem baseada em fatos objetivos? Não, não é possível. Fim de conversa. “Antigamente, quem acreditava que todos deveriam jogar com as mesmas regras e ser julgados pelos mesmos critérios era considerado um radical”, comenta Thomas Sowell, economista, filósofo político e cientista social americano. “Hoje é chamado de racista”.
“Não é possível tirar a liberdade das pessoas por partes. Quando um pedaço vai embora, o resto vai junto. É uma agressão à liberdade individual”.

Sowell, aos 89 anos, tem ideias claras sobre racismo e diversos outros temas — elas estão entre as mais luminosas que há por aí, e fazem dele um dos pensadores-chave da nossa época, nos Estados Unidos ou em qualquer lugar do mundo. No caso das cotas, acha que são ineficazes como ferramenta para a ascensão social, carimbam o negro como um cidadão diferente e eternizam sua situação de desigualdade. Acontece que Sowell é negro, e tem um problema sem solução — é um negro de direita e, aí, nada do que diz vale um tostão. A cor de sua pele não deveria proibi-lo de ter as ideias que quisesse. Mas não é assim, mesmo com um homem da sua estatura — segundo o “movimento negro”, Sowell é um “preto de alma branca” etc. A questão central, aqui, é a seguinte: que movimento é esse, na vida real? São organizações que aparecem na mídia como representantes da população negra do Brasil e do mundo. Mas não é isso.

Trata-se, na verdade, de associações, “coletivos” e grupos privados, sem situação legal definida, ou o direito de representar a etnia negra — dentro da qual, aliás, não se sabe quem está ou não está. Seus dirigentes não são eleitos por ninguém, negros ou de qualquer cor, para falar por ninguém. As diretorias do “movimento negro” são escolhidas sem coisa alguma vagamente parecida com uma eleição livre; a população negra do Brasil não vota em nada disso. Os grupos não são abertos aos negros em geral — não admitem gente conservadora. Todos estão pendurados de alguma forma no Erário, em secretarias federais, estaduais e municipais de “Igualdade Racial”, com salário, aposentadoria e todo o resto. Não existe nada de novo nisso. “Há uma classe de negros que transformou num negócio a atividade de manter vivos, aos olhos do público, os problemas, as injustiças e os sofrimentos do povo negro”, dizia Booker T. Washington há mais de 100 anos. “Ao verem que conseguem ganhar a vida assim, desenvolveram o hábito de denunciar o racismo o tempo todo — eles não querem que os negros deixem de ter queixas, porque não querem perder os seus empregos”.

Booker T. Washington não era um adepto do branqueamento da sociedade, nem um racista militante, nem um integrante da elite branca. Nascido escravo no sul dos Estados Unidos, pouco antes da abolição, educador, escritor e conselheiro de presidentes, foi um dos primeiros negros a liderar o movimento contra a discriminação racial em seu país e no mundo. O fato, como diz ele, é que se tornou indispensável e lucrativo para muita gente manter o racismo vivo — repetindo, por exemplo, que o Brasil é “um dos países mais racistas do mundo” e outros disparates sem nenhuma comprovação por meio de fatos. “O racismo não morreu, mas está vivendo à base de aparelhos”, diz Sowell. “É mantido em vida por políticos, vigaristas raciais e pessoas que se sentem superiores por denunciar outras como racistas”. Obviamente o preconceito racial contra os negros está presente e ativo no Brasil — nunca deixará de estar, aqui e em qualquer país do mundo onde houver pessoas dispostas a desrespeitar a lei e cometer crimes. Obviamente, também, há gente se aproveitando disso para ganhar a vida, praticar demagogia política e levar vantagem.

Um dos desastres dessa situação é a guerra aos fatos e à liberdade do debate. É uma realidade histórica, por exemplo, que mais escravos brancos foram levados para a África, no correr dos séculos, do que escravos negros para os Estados Unidos. Na verdade, em 10 000 anos de história da civilização, houve muito mais escravos brancos e de outras etnias do que negros. Também não há registro de africanos trazidos para a América que não tenham sido escravizados primeiro por chefes, reis e delinquentes negros — e só depois vendidos a traficantes brancos. Tudo isso são apenas fatos. Trata-se de realidades neutras, e não de crenças ideológicas. Sua discussão aberta poderia ajudar a melhor compreensão de toda a tragédia da escravidão. Mas é proibido, pelo pensamento politicamente correto, tocar no assunto; a mera tentativa de dizer que tais fatos aconteceram é automaticamente acusada de um ato de racismo. Vivemos um tempo em que não é mais preciso ser branco para ser racista. O racismo, hoje, está ao alcance de todos.

sábado, 24 de fevereiro de 2018

O cidadão a sós

'Volta dos militares' para consertar tudo isso? Pode-se achar a pior opção - e tem tudo para dar errado - mas, na verdade, crescem motivos para pensar assim

Baile funk - Seu principal derivado, o estupro coletivo de garotas menores de idade, tornou-se símbolo de orgulho do “morro” (//Reprodução)

A intervenção do Exército no Rio de Janeiro, em mais uma tentativa de combater a ocupação armada da cidade pelos criminosos, recebeu a aprovação de 80% da população — é o que mostram os primeiros levantamentos feitos logo após a chegada das tropas federais a esse pedaço do território brasileiro onde o crime está em guerra aberta contra os cidadãos. Houve, naturalmente, reações preocupadas por parte de muita gente — e não apenas da esquerda. (Com aquele seu instinto que nunca falha na hora de ficar contra a opinião da maioria, o PT e sua periferia, automaticamente, escandalizaram-se com a intervenção. O que fizeram é o que sempre fazem quando se trata de escolher entre a criminalidade, que a seu ver toma parte nas “lutas populares”, e a ordem pública, que consideram coisa de “direita”: ficaram, de olhos fechados, a favor do crime.) Junto com a reação habitual dos nossos revolucionários, veio o espanto apreensivo de uma parte do Brasil “civilizado”. O apoio maciço à intervenção no Rio, segundo dizem, mostraria uma angustiante e apressada inclinação do brasileiro a acreditar que os militares são “a solução” para tudo crime, corrupção, incompetência e todas as demais taras do Estado e da sociedade no Brasil. Seria uma expectativa ruim, mesmo porque é impossível de ser atendida.



Não dá para medir com exatidão se os brasileiros acreditam mesmo em soluções militares. Mas, com certeza, uma população que há muito tempo não tem o mínimo motivo para levar a sério o governo, é insultada abertamente pelas decisões de um Supremo Tribunal Federal que presta vassalagem a condenados por corrupção e é tratada como débil mental pelo pior conjunto de deputados e senadores hoje presentes sobre a face da Terra não poderia mesmo pensar como se estivesse vivendo na Inglaterra. Que raio se pretende, então, que as pessoas achem? Está cada vez mais difícil para o cidadão, e daqui a pouco pode tornar-se impossível, ficar a sós vendo em silêncio os seus direitos mais básicos ser violados pelos criminosos, com a proteção de leis feitas para atender aos interesses de bandidos e seus defensores. Salvo os próprios criminosos à mão armada, as quadrilhas que roubam o Erário e o resto dos marginais em circulação por aí, ninguém pode permanecer calmo enquanto o sistema judiciário, a partir de seu degrau mais alto, solta sistematicamente quem deveria estar preso ou mantém fora da prisão quem foi condenado e deveria estar lá dentro. Para a população brasileira, no fim das contas, a situação criada no país é simplesmente incompreensível. “Volta dos militares” para consertar isso? Todo mundo está no direito de achar que se trata da pior opção, mesmo porque é o tipo da coisa que tem tudo para dar errado. Mas é inútil esconder que todo mundo também está no direito de achar exatamente o contrário. Na verdade, há um número cada vez maior de motivos concretos para pensar assim.

 
“Ninguém pode permanecer calmo enquanto o Judiciário solta quem deveria estar preso ou mantém fora da prisão quem deveria estar lá dentro”

O que querem, sinceramente, que o cidadão pense quando vê uma assassina que ajudou a matar o próprio pai a golpes de barra de ferro ser solta, com o apoio enfurecido do Ministério Público, para passar fora da prisão o Dia dos Pais justamente o Dia dos Pais? É a lei, dizem advogados, promotores e juízes — mas não lhes passa pela cabeça que uma coisa dessas está acima do entendimento de qualquer ser humano deste planeta. O recado que dão é o seguinte: se a lei é demente, problema seu. Obedeça e cale a boca. Como condenar alguém por sonhar com “os militares”, quando uma promotora de Justiça, que é paga (com todos os “adicionais”) para nos defender dos criminosos, diz que “bandido bom é bandido vivo, e com direitos”? [acrescentando uma indagação do Blog Prontidão Total:
O que querem, sinceramente, que o cidadão pense quando vê uma assassina que ajudou a matar sua enteada (Isabella Nardoni, cinco anos) seja liberada para passar fora da prisão exatamente o Dia das Crianças?] 

 MATÉRIA COMPLETA, clique aqui



segunda-feira, 18 de maio de 2015

Um brasileiro indignado estragou o almoço do ex-ministro Alexandre Padilha: VAMOS DENUNCIAR E OPRIMIR TODOS ELES EM PÚBLICO!



Um brasileiro indignado estragou o almoço do ex-ministro Alexandre Padilha: ‘Ele nos brindou com gastos de 1 bilhão que nós todos aqui, otários, pagamos até hoje’
 
“Atenção, pessoal”, ergue a voz o jovem de pé num salão do restaurante Varanda, na zona sul de São Paulo, depois de chamar a atenção dos clientes batendo numa taça que segura com a mão esquerda a faca que a direita empunha. “Temos aqui a ilustre presença do ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha, que nos brindou com o programa Mais Médicos, da presidente Dilma Rousseff…”, informa, voltando-se para a mesa no fundo.

Lá está o candidato a governador do PT surrado em outubro nas urnas paulistas ─ escoltado, evidentemente, pelo inevitável bando de assessores (ou amigos que também amam refeições financiadas pelos pagadores de impostos). O que parece uma saudação em seu começo se transforma numa curta e desconcertante manifestação de protesto com o lembrete que completa a frase.

Veja o VÍDEO:  Ex ministro Alexandre Padilha, ridicularizado em restaurante


A continuação do improviso lembra que Padilha é “responsável por gastos de 1 bilhão que nós todos aqui, otários, pagamos até hoje”. O mantra empoeirado que um dos acompanhantes do ex-ministro recita ─ “33 milhões foram atendidos” ─ é silenciado pelas vozes e palmas da plateia. “Parabéns, ministro!”, ouve-se o cumprimento sarcástico. Aconselhado pela prudência, o alvo da ironia permanece calado.

O incidente ocorrido nesta sexta-feira abreviou o almoço do atual Secretário de Relações Governamentais da prefeitura da capital. A julgar pela agenda oficial, sobrava-lhe tempo para saborear as carnes da estrelada churrascaria. As anotações divulgadas no site previam apenas um compromisso no turno da manhã: “09h00 – Despachos interno” ─ assim mesmo: interno, com a amputação sem anestesia do S que aparece em despachos. A tarde seria igualmente mansa: “15h00 – Reunião com Organizações Sociais – Padre Jaime – Local: Sociedade Santos Mártires – Jd. Ângela”. E só.

Os devotos da seita lulopetista foram desterrados há meses das ruas de São Paulo. E os sacerdotes celebrantes de missas negras, como atesta o vídeo, já não conseguem sequer almoçar em paz quando incursionam por lugares públicos. A cena protagonizada por um anônimo indignado é mais que um ato de protesto. É uma lição oportuníssima: em vez de esperar que a oposição oficial faça o que não fará, a oposição real deve fazer o que é preciso para que os farsantes entendam que a farra está chegando ao fim.


Ex ministro da saúde, Alexandre Padilha, flagrado almoçando num restaurante com a "elite branca paulista".
VAMOS DENUNCIAR E OPRIMIR TODOS ELES EM PÚBLICO!

terça-feira, 14 de abril de 2015

O impeachment da ainda presidente Dilma é constitucional e necessário para o BEM DO BRASIL

De volta, o velho discurso de que impeachment é golpe

Golpe seria derrubar o presidente desrespeitando a lei. Até aqui, nada surgiu capaz de sustentar um pedido factível de deposição de Dilma. Portanto... 

Animados com a queda do número de manifestantes que foram às ruas no último domingo, os porta-vozes informais do governo, e também os patrocinados para exercer tal papel, retomaram a velha cantilena do golpe. Sim, pedir o impeachment de Dilma, sem apresentar provas robustas de que ela incorreu em crime de responsabilidade como pede a lei, seria golpe. E, como sempre, golpe desejado pela elite branca de direita.

Bobagem!  Não seria golpe. Seria perda de tempo, apenas. A Constituição assegura a qualquer brasileiro o direito de dar entrada no Congresso a um pedido de impeachment contra o presidente da República. Por sinal, há vários pedidos por lá. Sempre há. E quase todos acabam arquivados sem produzir barulho.

Golpe seria derrubar o presidente desrespeitando a lei. Até aqui, nada surgiu capaz de sustentar um pedido factível de deposição de Dilma. Portanto... O que desejam os serviçais da presidente é incutirem o desânimo naqueles que se acham dispostos a ir às ruas quando convocados para protestar contra o governo.

Não levam em conta o que o Datafolha descobriu ouvindo manifestantes em São Paulo: a maioria estava ali para protestar contra a corrupção. Eram favoráveis ao impeachment, sim. Mas não se reuniram para pedi-lo. A corrupção era o principal alvo.

O que assistimos agora começou em junho de 2013 e passou por 15 de março último. Trata-se de um processo. Que ao fim e ao cabo poderá dar em nada ou em alguma coisa.
Por ora, não é relevante que o protesto de domingo tenha sido menor do que o anterior. A primavera política em diversos países sofreu marchas e contramarchas.  A História se escreve assim. Às vésperas da reeleição de Dilma, quem imaginaria que 100 dias depois da nova posse ela abdicaria temporariamente do poder como fez? Hoje, quem poderá dizer o que o futuro reserva a ela?

Fonte: Blog do Noblat 
 

 

sábado, 21 de março de 2015

A crise é o PT! Não apenas os 51 milhões de eleitores de Aécio rejeitaram o PT. O que dizer dos 37 milhões que não votaram em nenhum dos dois?

Rui Falcão, presidente do PT, pede punição às redes de TV, que, segundo ele, deram publicidade às manifestações do dia 15. Confunde notícia com publicidade

Diz-se que uma foto vale mais que mil palavras – e um símbolo mais que mil fotos. Uma das primeiras providências que Lula tomou, ao chegar à Presidência da República, foi mandar recortar na grama do jardim do Palácio da Alvorada uma imensa estrela do PT e pintá-la de vermelho.

Estavam ali simbolizados os valores que pautariam os sucessivos governos petistas. Governo e partido – pior: Estado e partido – passaram a ser uma coisa só, numa linha de raciocínio segundo a qual o que é bom para o PT é bom para o Brasil.

Portanto, apenas o PT – e ninguém mais – sabe o que é bom para o Brasil. Dentro dessa lógica, cabem todo o Mensalão, o Petrolão e outras caixas pretas ainda não vasculhadas (BNDES, Eletrobras, Banco do Brasil, Caixa Econômica etc.). O PT inventou a corrupção do bem – e a defende com ódio sincero.

Ainda que a estrela ajardinada tenha sido removida semanas depois, em face das críticas que provocou, seu simbolismo mostrou-se irremovível. “O Brasil é nosso”, dizem os petistas. Lula, no recente ato da ABI, bradou que “a Petrobras é nossa” isto é, deles, que, com base nisso, a sugaram até a falência.

Num de seus inumeráveis arroubos de palanque, registrados no Youtube, Lula diz que só não descobriu o Brasil porque “não estava vivo naquela época”. Se estivesse, é o que se deduz, teria se antecipado a Pedro Álvares Cabral. Como não foi possível, joga ao lixo os 500 anos que o precederam e inaugura uma nova história. Esse sentimento de posse em relação ao país e suas instituições explica a, digamos assim, dificuldade do PT em aceitar a alternância no poder. São capazes, nas palavras da candidata Dilma Roussef, de “fazer o diabo” para ganhar as eleições. E fizeram e ganharam, mas o “diabo” mandou a conta, que aí está.

A insistência com que o PT repete que venceu as eleições sugere que ele mesmo não está convencido disso. Venceu, mas como? Mediante compromissos que não está cumprindo e não terá como cumprir. Não só: venceu por estreita margem, que, numa pesquisa, indicaria empate técnico.

Não apenas os 51 milhões de eleitores de Aécio rejeitaram o PT. O que dizer dos 37 milhões que não votaram em nenhum dos dois? De que lado estão? Dilma não parece ter entendido que, na soma total, foi eleita por uma minoria – e mesmo esta acabou frustrada pelo descumprimento das promessas eleitorais. Isso explica o fato de estar refém de vaias, manifestações e panelaços. Para se locomover, precisa acionar um vasto aparato de blindagem, que contrasta com o fato de estar no terceiro mês deste segundo mandato. O “Fora FHC”, acionado menos de um mês após a posse de Fernando Henrique - reeleito no primeiro turno, em 1999 -, não foi um grito das ruas. Foi concebido por alguns aloprados do PT, sob o comando do então governador gaúcho Tarso Genro. Não prosperou exatamente porque faltou o grito das ruas. Agora, acontece o contrário: os tucanos se opõem ao “Fora Dilma”, enquanto as ruas bradam por ele. Que governador petista se disporia às vaias de sua base e do adversário como aconteceu quinta-feira passada, em Goiânia, com o governador tucano Marcone Perillo – para defender a presidente em nome da tolerância política?

O sentimento petista de posse legítima e definitiva do país dificulta a negociação da crise. Documento interno vazado da Secretaria de Comunicação da Presidência da República recomenda que se invista nos blogs sujos aqueles pagos com dinheiro público para difamar adversários e nos “guerrilheiros” (sic) virtuais.

Rui Falcão, presidente do PT, pede punição às redes de TV, que, segundo ele, deram publicidade às manifestações do dia 15. Confunde notícia com publicidade: se a notícia é boa, é jornalismo; se é ruim, é publicidade golpista. Como não noticiar dois milhões de pessoas nas ruas do país contra o governo?

O fracasso das manifestações do partido no dia 13 indica que já não manda nas ruas. O “exército do Stédile” carece de mão de obra. Não bastam sanduíche de mortadela e cachê. Sem classe média a mesma que levou o PT ao poder e hoje o abandona -, não há movimento nas ruas, não há revolução, não há nada. [retificando: na maior parte das cidades, os gatos pingados que saíram às ruas para formar o 'exército de Stédile', foram vítima da mania petista de enganar, ludibriar, roubar = pelo prazer de roubar enganam os próprios comparsas: se venderam por R$ 50, condução e um sanduba de mortadela e receberam um pão com margarina.]  
 
Marx, Lênin, Stalin, Fidel Castro, Che Guevara eram todos de classe média. É onde se produz e se põe em cena a chamada massa crítica de qualquer sociedade, à direita ou à esquerda.  A “elite branca” termo racista (e, portanto, criminoso) com que o PT busca satanizar a classe média e apostar na divisão do país é responsável pela construção do PT, que não possui (nunca possuiu) um único negro em seu comando.

Lá estão os olhos azuis de Marta Suplicy, João Pedro Stédile, Guido Mantega, Gleisi Hoffmann, Renato Duque, entre outros. O mesmo partido que diz ter levado 20 milhões à classe média agora a abomina e discrimina racialmente.  Um partido nutrido nas elites acadêmicas de São Paulo tem tanta legitimidade para rejeitar a “elite branca” quanto para defender a Petrobras. E o resultado de tanta contradição para não “largar o osso” (vide Cid Gomes) é que o partido não vê saída para a crise – e por um motivo simples: ele próprio é a crise.

Por: Ruy Fabiano, jornalista - O Globo