De volta, o velho discurso de que impeachment é golpe
Golpe seria derrubar o presidente desrespeitando a lei. Até aqui, nada surgiu capaz de sustentar um pedido factível de deposição de Dilma. Portanto...
Animados com a queda do número de manifestantes que foram às ruas no último domingo, os porta-vozes informais do governo, e também os patrocinados para exercer tal papel, retomaram a velha cantilena do golpe. Sim, pedir o impeachment de Dilma, sem apresentar provas robustas de que ela incorreu em crime de responsabilidade como pede a lei, seria golpe. E, como sempre, golpe desejado pela elite branca de direita.Bobagem! Não seria golpe. Seria perda de tempo, apenas. A Constituição assegura a qualquer brasileiro o direito de dar entrada no Congresso a um pedido de impeachment contra o presidente da República. Por sinal, há vários pedidos por lá. Sempre há. E quase todos acabam arquivados sem produzir barulho.
Golpe seria derrubar o presidente desrespeitando a lei. Até aqui, nada surgiu capaz de sustentar um pedido factível de deposição de Dilma. Portanto... O que desejam os serviçais da presidente é incutirem o desânimo naqueles que se acham dispostos a ir às ruas quando convocados para protestar contra o governo.
Não levam em conta o que o Datafolha descobriu ouvindo manifestantes em São Paulo: a maioria estava ali para protestar contra a corrupção. Eram favoráveis ao impeachment, sim. Mas não se reuniram para pedi-lo. A corrupção era o principal alvo.
O que assistimos agora começou em junho de 2013 e passou por 15 de março último. Trata-se de um processo. Que ao fim e ao cabo poderá dar em nada ou em alguma coisa.
Por ora, não é relevante que o protesto de domingo tenha sido menor do que o anterior. A primavera política em diversos países sofreu marchas e contramarchas. A História se escreve assim. Às vésperas da reeleição de Dilma, quem imaginaria que 100 dias depois da nova posse ela abdicaria temporariamente do poder como fez? Hoje, quem poderá dizer o que o futuro reserva a ela?
Fonte: Blog do Noblat
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