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segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019

Dá para comparar as futricas dos filhos de Bolsonaro com o Mensalão e o Petrolão de Lula?

[o velho jornal está em fase terminal - no campo financeiro e mais ainda no moral - e espera que veiculando absurdos, que só ampliam a visão da sua decadência, sairá do buraco.

Mais um engano que comete na inútil tentativa de sair do abismo.]

O candidato a presidente da República Jair Bolsonaro passou a campanha inteira pregando a moralização da coisa pública, a partir de reformas, como a da Previdência, e de medidas que reduzam o alto índice de crimes, a corrupção e a impunidade no país.  Eleito, Bolsonaro anuncia que os projetos que podem e devem mudar os destinos do Brasil chegam ao Congresso Nacional nesta semana.

As manchetes dos jornais deveriam contemplar as reformas, mesmo com eventuais críticas para o aperfeiçoamento das propostas. Pelo menos, é o que se poderia esperar de uma imprensa séria, isenta, preocupada com o Brasil, após a trágica gestão do luloptismo e da tragédia ética e moral dos governos Lula-Dilma.

Pois, a Folha de São Paulo desta segunda-feira traz em manchete que as reformas protagonizadas por Paulo Guedes, Economia, e Sergio Moro, Justiça, têm a intenção única de desviar a atenção da crise no governo.  Dá para acreditar?

Pode-se comparar as futricas dos filhos de Bolsonaro com a bandalheira simbolizada pelos escândalos do Mensalão e do Petrolão? [claro que não; impossível comparar os arroubos, inconvenientes, de parlamentares que em função de empolgação temporária, pensam estar em uma monarquia e que são príncipes no reino que tem como monarca o pai deles.

A empolgação passará, logo cada um deles irá cuidar do mandato parlamentar que o povo lhes outorgou e assunto encerrado.] 

Bem, não deveria gerar surpresa o comportamento do jornal dos Frias.

A decadência moral do velho jornal se acelera a cada edição. 

[todos lembram que as vésperas do segundo turno das eleições presidenciais, com a vitória de JAIR BOLSONARO já reconhecida pela maior parte da imprensa, aquele velho jornal publicou como fato, uma matéria que apresentava suposições do que estava sendo feito em termos de disparo de fake news para mudar o resultado favorável ao atual presidente.
O escarcéu esperado ocorreu com os latidos de alguns cães e umas poucas galinhas lulopetistas e foi sepultado por falta de pés e cabeça.

Temos também o caso Queiroz -  em que 'movimentações atípicas' foram maximizadas, apresentadas como fato criminoso (contando o 'endosso' de uma emissora de TV) e depois de andar em círculos parou de ser citado.

Só os idiotas lulopetistas é que ainda não se convenceram de que aqueles latidos foram mais  uma tentativa contra o presidente Jair Bolsonara e que logo tudo está sepultado por falta de pés e cabeça.

Ou alguém acha que tivesse fundamento o MP estaria silencioso, inerte? - há quase 20 dias o assunto foi enviado pelo STF ao MP-RJ e caiu em silêncio.

Temos a convicção que Bolsonaro vai enquadrar seus pimpolhos e eles aprenderão a se portar como filhos do 'presidente da República' e deixar o comportamento que tantos dissabores tem causado e até certo ponto cômico de príncipes em uma monarquia que não existe.]

Transcrito Blog Rota 2014 - José Tomaz

 

domingo, 9 de setembro de 2018

Haddad vira presidenciável graças a escândalos

 [vale lembrar que sem escândalos PT não existiria; toda a história do perda total é fonte de escândalos.]

Em 2005, quando explodiu o mensalão, Lula deslocou Tarso Genro do comando do Ministério da Educação para a presidência do PT. Ao aceitar a missão, Tarso pediu que fosse acomodado no seu lugar Fernando Haddad, então secretário-executivo da pasta da Educação. Dona Norma, mãe de Haddad, soube pelo noticiário da promoção do filho. Telefonou-lhe para perguntar por que aceitara ser ministro de um governo em má situação. E Haddad: “Mãe, se a situação fosse boa, nunca me ofereceriam o ministério.” Lula encantou-se com sua gestão.

Decorridos 13 anos, Haddad está na bica de se tornar candidato ao Planalto graças a outro escândalo que marca a ruína petista: o petrolão. Nesta segunda-feira, o filho de dona Norma visitará Lula, em Curitiba. Se tudo correr como planejado, sairá da cela especial, finalmente, com o aval do preso mais ilustre da Lava Jato à sua conversão em cabeça da chapa presidencial do PT. A promoção precisa ocorrer no dia seguinte, 11 de setembro, quando vence o prazo fixado pela Justiça Eleitoral para a substituição de Lula.

Haddad terá, então, 28 dias para tocar uma campanha eleitoral sui generis, na qual o sucesso depende de sua capacidade de se autoanular. Terá de se apresentar como um candidato invisível —de modo que o eleitor consiga enxergar o Lula que há por trás dele. Em tais circunstâncias, o apelido de poste talvez seja inadequado. Haddad participa da eleição mais com um laranja de Lula. Para que a transfusão de votos ocorra na proporção desejada pelo petismo, o eleitorado precisaria acreditar que, votando no candidato em liberdade, estará elegendo o padrinho preso.

A escassez de tempo não é a única adversidade. Haddad herda uma equipe de campanha que não escolheu. Terá de tourear petistas que avaliam que ele não é o melhor Plano B —a começar pela presidente do PT, Gleisi Hoffmann, que queria a vaga para ela. Precisará molhar a camisa para evitar que parte dos votos de Lula escorra para Ciro Gomes e Marina Silva. De resto, entrará no jogo depois da facada que praticamente colocou Jair Bolsonaro no segundo turno, obrigando os outros candidatos a se engalfinhar pela vaga restante.

Na noite desta segunda, Haddad terá uma ideia do tamanho do seu desafio. O Datafolha divulgará uma pesquisa presidencial que captará os efeitos da primeira semana do horário eleitoral, dos primeiros debates, das sabatinas, do veto à candidatura de Lula e do atentado cometido contra Bolsonaro. Pesquisa do Ibope, divulgada na semana passada, colocou Haddad (6%) na quinta colocação, atrás de Bolsonaro (22%), Ciro Gomes (12%), Marina Silva (12%) e Geraldo Alckmin (9%). Nessa pesquisa, o laranja de Lula estava tecnicamente empatado com o candidato tucano.

De acordo com o lema da campanha petista, só a vitória do laranja de Lula será capaz de fazer “o Brasil feliz de novo”. Aposta-se que o apagão do governo de Michel Temer acenderá na cabeça do eleitor a memória dos melhores tempos da gestão de Lula, quando havia empregos, renda, crédito e consumo. Os adversários de Haddad se equipam para levar à vitrine outra realidade. Que a gestão Temer foi ruinosa, ninguém tem duvida. Mas planeja-se levar à vitrine também a ruína de Dilma Rousseff, que produziu desequilíbrio fiscal, recessão e desemprego.

Entre 2013 e 2016, a economia brasileira encolheu 6,8%.Na gestão empregocida de Dilma, o desemprego saltou de 6,4% para 11,2%. Foram ao olho da rua cerca de 12 milhões de trabalhadores. Deflagrada em 2014, a Lava Jato demonstrou que o único empreendimento que prosperava no Brasil era a corrupção. Agora, o PT tenta empurrar o espólio de Dilma para o gavetão do esquecimento. Os adversários cuidarão de instilar no eleitorado o receio de que Haddad, a nova criatura de Lula, vire uma nova Dilma.

Não será a primeira vez que Dilma assombra projetos políticos de Haddad. A gestão impopular da ex-gerentona de Lula conspirou contra a recondução de Haddad à prefeitura de São Paulo, em 2016. Em fevereiro daquele ano, quando se equipava para reivindicar a reeleição, Haddad distanciou-se de Dilma numa entrevista ao blog. Entre outras críticas, apontou “problemas de condução” da política econômica. Reveja um trecho abaixo. A íntegra está disponível aqui. Haddad não foi reeleito. O rival tucano João Doria prevaleceu no primeiro turno. Os rivais do PT talvez forcem Haddad a renovar em 2018 as ressalvas que fazia a Dilma há dois anos.

Blog do Josias de Souza

quarta-feira, 21 de junho de 2017

O que Joesley não disse

O Brasil quer saber por que o empresário preservou os reais parceiros de sua trajetória de pilhagens, os verdadeiros contatos de seu submundo

Nada de novo apresentou o senhor Joesley Batista em sua rumorosa entrevista à revista Época, na qual o dono da JBS se disse vítima de políticos corruptos. A mesma estratégia foi tentada por outros empresários implicados nos sucessivos escândalos que, desde a infausta era lulopetista, infortunam o Brasil. Digno de nota, contudo, foi o esforço do senhor Joesley Batista para livrar o ex-presidente Lula da Silva de qualquer responsabilidade direta pelo surto de corrupção. O empresário, cuja trajetória de sucesso está ligada a generosos benefícios estatais obtidos durante os governos petistas, limitou-se a atribuir a Lula e ao PT, genericamente, a “institucionalização da corrupção” no País, mas assegurou, pasme o leitor, que nunca teve alguma “conversa não republicana” com o chefão petista, a quem, segundo deu a entender, mal conhecia. Em compensação, o presidente Michel Temer, este sim, é o chefe “da maior e mais perigosa organização criminosa deste país”.

Manda o bom senso que se procure compreender o contexto em que os acontecimentos se dão, antes de lhes atribuir ares de fato verídico. No caso de Joesley Batista, desde sempre está claro que a palavra deste senhor deve ser recebida com muitas reservas, pois não são poucos os interesses em jogo – os dele próprio e os daqueles que o patrocinaram durante os governos petistas.  A entrevista aparece no momento em que se questionam os termos de sua delação premiada à Procuradoria-Geral da República. Como se sabe, o empresário não passará um único dia na cadeia depois de ter gravado clandestinamente uma conversa com Michel Temer, na qual o presidente, na interpretação do Ministério Público, teria se confessado corrupto. Ao reafirmar suas acusações a Temer, nos termos mais duros, Joesley Batista parece mais interessado em justificar o generoso perdão que recebeu do procurador-geral da República, Rodrigo Janot embora tenha, ele próprio, confessado centenas de crimes, que, em circunstâncias normais, lhe renderiam uma longa temporada na cadeia.

Na entrevista, o senhor Joesley Batista não se limitou a acusar Michel Temer. Sua intenção era demonstrar que “o problema (da corrupção) é estrutural, é pluripartidário”. Por essa razão, o empresário resolveu grampear o senador Aécio Neves, a quem ele chama de “número 2”, sendo que o “número 1” é Temer. Joesley Batista disse que precisava “fazer uma ação indiscutível para o entendimento da população e do Ministério Público”, isto é, armar um flagrante contra Aécio. O empresário, é claro, disse que sua missão era esclarecer que todos os políticos com os quais lidou são igualmente corruptos: “Se o Brasil não entendesse que o 2 era igual ao 1, o Brasil ia achar que a solução era substituir 1 por 2. Mas o 2 é do mesmo sistema”. Talvez o senhor Joesley Batista acredite que o País, em vez de questionar suas intenções, tenha de lhe ser grato.

Ao mesmo tempo, o senhor Joesley Batista espera que todos acreditem quando ele diz que teve contatos apenas esparsos com Lula da Silva e que só conversou sobre o pagamento de propinas para o PT com o então ministro da Fazenda, Guido Mantega. Naquela época, aparentemente o senhor Joesley Batista não se incomodava com a corrupção no governo, pois não gravou nenhuma conversa comprometedora com os petistas que o achacavam. E isso talvez se explique pelo fato de que, durante os governos petistas, a JBS saiu de um faturamento de R$ 4 bilhões em 2005, ano em que recebeu seu primeiro financiamento camarada do BNDES, para R$ 183 bilhões em 2016. O banco estatal de desenvolvimento tornou-se sócio da JBS, com 21% de participação, atrelando-se ao senhor Joesley Batista por razões que somente Lula da Silva pode explicar. O empresário, é claro, jura que “as relações com o BNDES foram absolutamente republicanas”.

Mas o senhor Joesley Batista terá a oportunidade de esclarecer na Justiça todos esses aspectos obscuros de suas acusações. Conforme nota oficial, o presidente Michel Temer decidiu processar o empresário, obrigando-o a explicar por que preservou, na delação e na entrevista, “os reais parceiros de sua trajetória de pilhagens, os verdadeiros contatos de seu submundo”. O Brasil também quer saber.


 Fonte: Editorial - O Estadão

terça-feira, 6 de outubro de 2015

A cruz do PT

O ex-ministro Gilberto Carvalho encontrou uma maneira, digamos, teológica para explicar por que o PT, um partido que se dizia diferente dos outros por ser ético e honesto, sucumbiu à mais grossa corrupção desde que chegou ao poder, numa escala inédita na história brasileira. Na exegese de Carvalho, talvez inspirado pelos sermões que ouviu quando foi seminarista, o PT pecou, embora com a melhor das intenções, e agora tem de “sofrer” para que a política nacional se redima.

“Temos a nossa cota de responsabilidade”, disse Carvalho, um dos principais ideólogos do PT, em entrevista à TV Brasil, reconhecendo que, por ter se envolvido em escândalos, o partido enfrenta a crescente hostilidade da opinião pública. “É duro ser apontado na rua, chamado de bandido, ter companheiros presos”, lamentou o ex-ministro de Lula.

No entanto, segundo o raciocínio de Carvalho, o sofrimento do PT terá valido a pena se as ações da polícia e da Justiça contra os corruptos desmontarem “um processo oligopólico que sempre existiu no Brasil” e reduzirem a corrupção que tomou a estrutura do Estado. Carvalho julga, assim, que o PT tem uma cruz a carregar, em nome da redenção nacional: “Se o preço que nós estivermos pagando for o preço necessário para se extirpar a corrupção no país, não tem problema. Nós vamos pagar esse preço”.

Carvalho explica o calvário petista como uma consequência da boa alma do partido. Segundo ele, o PT queria deflagrar um “processo virtuoso”, nome que ele deu à implementação da desastrosa política estatista que tinha a pretensão de acabar com a pobreza do país por decreto. Mas para Lula chegar “lá”, como dizia o jingle da campanha presidencial de 1989, foi preciso seguir “o exemplo da prática política dos partidos tradicionais que mais condenávamos”, afirmou Carvalho. “Não fosse a contratação do (marqueteiro) Duda Mendonça em 2002 a peso de ouro, provavelmente não teríamos ganhado as eleições e não teríamos feito tudo isso o que nós fizemos”, disse o ex-ministro em sua “autocrítica”. Mas não há arrependimento: “Postos os fatos na balança, acho que nós fizemos o caminho necessário para chegar ao governo, dentro de uma regra do jogo que estava estabelecida”.

Essa “regra do jogo”, explicou Carvalho, é aquela segundo a qual não se faz campanha eleitoral sem o dinheiro de empreiteiras e outros grandes grupos empresariais. O PT, então, teria despido as vestes de partido casto porque somente assim seria possível chegar ao poder e, então, realizar a missão salvadora para a qual se julgava (e ainda se julga) destinado. “Se você não mudar essa regra do jogo, nunca haverá partidos virtuosos”, disse o ex-ministro, considerando que não é possível fazer política sem sujar as mãos.

É claro que o PT, embora tenha aderido à corrupção, só o fez porque precisava mudar o país, segundo a lógica de Carvalho. Mas, uma vez no poder, disse o ex-ministro, o PT cometeu um “grande erro” ao não aproveitar a “correlação de forças favorável” para encaminhar uma reforma política “com muito vigor”, depois de “ter sofrido das dores do mensalão” e de perceber “que esse câncer da corrupção começava a se espalhar dentro do partido”. E Carvalho explica por que o PT não fez isso: “Talvez porque nós estávamos tão envolvidos em todo o processo de fazer a mudança do país, envolvidos na questão toda da obra de governo, que não nos demos conta”. Simples assim.

Mas a “autocrítica” dos petistas, como de hábito, é apenas um truque retórico para atacar os inimigos de sempre. Carvalho argumenta que as denúncias de corrupção contra o PT nada mais são do que o “mote que a elite usou, com todo o exército da mídia”, para impedir as reformas que o partido desejava promover. “O nosso erro foi dar a eles esse mote”, disse Carvalho. “Esse pessoal todo que nos acusa não tem moral, porque o nosso grande erro foi o de imitá-los.” Ou seja, para o PT, o problema não é ter se corrompido, mas sim ter dado oportunidade para que a “elite” o atacasse. É Barrabás querendo se passar por Cristo.

Fonte: Editorial - O Estado de São Paulo - Estadão


domingo, 12 de julho de 2015

Sem proteção

Brasília é um centro de espionagem: foram invadidos 28 sistemas governamentais de comunicações. Dilma pode dizer que está tudo ‘superado’, mas o país continua vulnerável

“Bem-vindos ao clube” — ela poderia dizer à presidente e à dúzia de funcionários brasileiros que no fim de semana se descobriram na lista de “interesse primário" da Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos (NSA, na sigla em inglês). Lúcia sabe o que isso significa. 

No verão de 1997, o noticiário estava dominado pelo assassinato de Gianni Versace em Miami, tema incontornável para mulheres como Lúcia, em Washington, e Diana, em Paris, que conheciam e até vestiam Versace. Mas Diana telefonara para contar um segredo à amiga, mulher do embaixador do Brasil em Washington Paulo de Tarso Flecha de Lima: seu namorado comprara o anel de noivado. 

Dez dias depois, na madrugada de sábado 30 de agosto, a princesa Diana e o namorado Dodi al Fayed morreram num acidente de carro, em Paris. Mark Zaid, advogado dos Fayed, confirmou durante o inquérito que a NSA havia captado conversas entre Lúcia e Diana, “sobre escapadas sexuais em que a princesa estava envolvida".  Zaid, cuja reputação foi consolidada no processo contra o líder líbio Kadafi, pelo atentado terrorista de 1988 contra o avião da Pan Am, esclareceu recentemente: “A agência não monitorava Diana. Estava monitorando o Brasil, por causa das negociações sigilosas que aconteciam sobre as florestas tropicais brasileiras.” A mulher do embaixador caíra na malha das interceptações da NSA compartilhadas com Reino Unido, Canadá, Austrália e Nova Zelândia.

A lista divulgada sábado pelo Wikileaks confirma a rotina de espionagem sobre o Brasil. Documentos revelados em 2013 indicavam a dimensão da rede que em Brasília até hospedava — não se sabe se continua — uma força-tarefa da NSA e da CIA (“Special Collection Service") com capacidade para atualizar informes sobre a Petrobras a cada 72 horas, a partir da coleta na rede da empresa e do governo.

Às vezes, os grampos derivam em escândalos: na vida privada da princesa; na competição pela venda de radares para a Amazônia; ou na política, com Lula negociando o programa nuclear do Irã. O objetivo, atesta a codificação (S2C42 e S2C51) da NSA, é informar a um grupo (alguns no Congresso) de múltiplos interesses políticos e econômicos nas relações com o Brasil. 

Wikileaks não expôs o conteúdo dos arquivos, portanto permanece em segredo o teor das conversas captadas em Brasília. Com se sabe, tudo é gravado — inclusive coisas relevantes, como mostram registros recém-vazados sobre as apreensões do presidente François Hollande com o impacto da crise da Grécia na economia da França. Hollande e ministros foram grampeados na terça-feira 22 de maio de 2012 e o conteúdo foi classificado com raríssimo grau de sigilo no padrão NSA (“Gamma”), usado na Guerra Fria para gram

Brasília é um centro de espionagem, não só americana. Foram invadidos 28 sistemas governamentais de telefonia (fixa e celular) nos palácios, Banco Central e Itamaraty, além do avião presidencial, via centrais de rede, de computação (PABX) e de comunicação por satélite. Dilma pode dizer que está tudo “superado”. A conveniência não elimina o fato de que ela, o governo e a sociedade continuam tão vulneráveis e desprotegidos quanto estavam Lúcia e Diana na troca de segredos ao telefone.

Fonte: José Casado,  jornalista

terça-feira, 24 de março de 2015

O impeachment é um processo político



As muitas e incontornáveis razões políticas do impeachment
Nem com a maior dose de boa vontade e tolerância se consegue aceitar a tese de que a suprema mandatária, comercializada ao público como "gerentona", não fosse informada nem percebesse o sumiço de bilhões das contas públicas e o mágico e inebriante retorno dessa dinheirama a seu partido e seus parceiros.

Queriam a prova? Pois ela veio assim que terminaram as manifestações do domingo, país afora. A entrevista dos ministros Miguel Rossetto e José Eduardo Cardozo fez prova provada do inverso da tese que pretenderam apresentar. O governo é incorrigível! O que tinham a dizer? Nada que suscitasse consideração ou respeito. Ao contrário, mostraram a mesma falsa autossuficiência e a conhecida arrogância. Pacote de combate à corrupção? Me poupem!


Só o impeachment (palavra que em inglês significa acusação, impugnação) da presidente Dilma pode resolver a crise política instaurada no país. De que se acusa o governo? Por que impugná-lo como parte de um ato político devidamente constitucional e objeto de legislação específica?

Eis por quê:
1. A presidente perdeu quase totalmente apoio popular. Sua permanência no cargo, em tais condições, nada tem a ver com democracia, mas com Estado de Direito. A democracia, a vontade popular, não mais a sustenta. Não mais a referenda. O povo perdeu-lhe o apreço e o respeito. É graças à Constituição que a presidente permanece até que o rito político nela previsto, impugne sua presença na chefia do governo e do Estado brasileiro.

2. Dilma se esconde do povo. Onde vai, leva vaia Quando aparece na televisão não tem o que dizer exceto repetir o discurso de sua inescrupulosa campanha eleitoral e anunciar pacotes que só convêm ao seu partido e ao seu projeto de poder. E leva panelaço.

3. Não é admissível, não é probo, não é honesto mentir aos eleitores! É fraudulento vencer uma eleição contando à Nação, até o dia 26, mentiras que caem por terra no dia 27.
4. Nem com a maior dose de boa vontade e tolerância se consegue aceitar a tese de que a suprema mandatária, comercializada ao público como "gerentona", não fosse informada nem percebesse o sumiço de bilhões das contas públicas e o mágico e inebriante retorno dessa dinheirama a seu partido e seus parceiros.

5. Não é probo, não é decente, usar recursos públicos para criar no Brasil uma nova classe de bilionários - os bilionários do BNDES - privilegiados com muito dinheiro, a juros subsidiados por nós. Eles enriquecem e a diferença entre o juro subsidiado e o que o Tesouro paga vai para nosso débito.

6. Não é moralmente admissível perdoarem-se dívidas de governos ditatoriais para viabilizar a concessão de novos financiamentos que beneficiam empreiteiras amigas da corte e intermediário de muita conversa. É inaceitável que tais operações sejam registradas como sigilosas.

7. É ímprobo um governo que escolhe para diretorias de empresas estatais pessoas não apenas desonestas, mas que agiam sob voraz pressão partidária. Não pode ser acaso, então, o fato de dois sucessivos tesoureiros do PT terem ido hospedar-se na cadeia.
8. O partido da presidente não se penitencia ante os acontecimentos e promove gritarias para calar a oposição na CPI da Petrobras. Ou seja, a nação está sob comando de um governo e de partidos que defendem criminosos, como faziam seus militantes pagos na última sexta-feira. Como haverão de corrigir-se?

9. A compra da refinaria de Pasadena, longe de ser o maior escândalo do governo, foi autorizada por um conselho do qual Dilma era presidente. Foi considerada, na Bélgica, como o "negócio do ano" entre as empresas daquele país. E virou processo criminal nos Estados Unidos.

10. A refinaria Abreu Lima teve seus custos de construção elevados de R$ 2 bilhões para R$ 18 bilhões e algo assim só acontece quando a gestão pública atinge indescritível tolerância com a apropriação ilícita dos recursos públicos. Ou dos acionistas.

11. Nenhuma empresa privada conviveria 11 dias sequer com uma roubalheira do porte praticado na Petrobras durante 11 anos sem que, ela mesma, providenciasse o processo criminal dos responsáveis.

12. No início do primeiro mandato da presidente Dilma estouraram escândalos em oito (!) ministérios, sinalizando ilicitudes que já corriam, com fluidez e liberdade, desde os mandatos de Lula. 

13. Só não percebe o que estão fazendo com o país quem não se respeita nem se faz respeitar. O governo e a presidente não podem ser acusados de improbidade? Diga, então o contrário: diga que são probos...

Sei bem que contra estas e muitas outras razões podem ser interpostos vários argumentos. Isso é da natureza do debate político e jurídico. No entanto, esse governo é incorrigível. Ele nada tem a oferecer daquilo que o Brasil precisa. Em defesa do interesse nacional, me posiciono entre os que consideram o impeachment viável, necessário e imposição da consciência nacional.


Fonte: Percival Puggina - www.puggina.org

sábado, 21 de março de 2015

Dilma encastelada

Enquanto os escândalos se sucedem, a presidente se isola com conselheiros palacianos, é tutelada por Lula e se mostra incapaz de fazer o governo andar 

A sequência de acontecimentos é avassaladora. Na tarde do domingo 15, dois milhões de brasileiros vãos às ruas gritar contra a presidente Dilma Rousseff. Na noite do mesmo dia, os ministros José Eduardo Cardozo e Miguel Rossetto, desalinhados nas roupas e desorientados nas ideias, rechaçam os protestos, enquanto as cidades clamam em mais um ruidoso panelaço. Na segunda-feira 16, Dilma faz um pronunciamento sobre as manifestações e ninguém, nem seu séquito, parece dar bola para o que ela diz

Ao contrário: enquanto a presidente fala, ouve-se panelaços em várias cidades do País. Na terça-feira 17, ela é informada que o escudeiro José Dirceu recebeu uma fortuna, em supostos serviços de consultoria, de empresas investigadas pela Operação Lava Jato. Também no dia 17, surge um documento atribuído ao ministro da Comunicação Social, Thomas Traumann, que espezinha o governo. Na quarta-feira 18, a rainha Dilma descobre que os súditos estão insatisfeitos. Segundo pesquisa do Instituto Datafolha, seus índices de rejeição estão próximos aos do ex-presidente Fernando Collor às vésperas do impeachment – palavra que, aqui e ali, começa a circular no País. Na quinta-feira 19, o ex-diretor da Petrobras Renato Duque depõe na CPI que apura malfeitos na estatal e que deve trazer elementos para incriminar gente graúda do PT, o partido da presidente. Na sexta-feira 20, o dólar dispara, a Bolsa cai e alguém revela que o desemprego avançaNo sábado, o que virá? E no domingo? O que a nação descobrirá nos próximos dias? O que as semanas reservam ao País? Onde isso tudo vai parar?

 Imagem que melhor retrata o circo no qual se transformou o Brasil, sob governos petralha - 'se não tem verba, use o verbo'

Mergulhada na mais grave crise política do Brasil desde a queda de Collor, em 1992,  a presidente Dilma está encastelada em um palácio que parece prestes a desmoronar. A presidente reage tibiamente. Não faz movimentos consistentes. Não toma uma decisão capaz de reverter ou, pelo menos, estancar – o ciclo de escândalos. É uma rainha à procura da coroa perdida. Em um artigo publicado no jornal O Estado de S. Paulo, o professor da USP Oliveiros Ferreira compara a presidente ao monarca Luís XIV. Foi ele quem disse “LÉtat cést moi” (“o Estado sou eu”). Por mais que comparações desse tipo sejam imprecisas, Dilma tem agido como se fosse a encarnação de uma soberana auto-suficiente, indiferente aos caos generalizado, incapaz de expressar um gesto qualquer de humildade, de lançar um movimento, de propor uma ação que traga alguma boa nova ao País. Oliveiros faz referências à política externa do governo brasileiro, política essa expressa nas inclinações pessoais da presidente e não nos interesses do Brasil. “LÉtat cést moi” diria uma Dilma confiante de seus propósitos. O País vai mal e a rainha encastelada não ceifa ministérios (em tempos de ajuste de contas, seria simbólico e altamente positivo enxugar a máquina), não assume os erros na condução da política econômica, não corta a corrupção pela raiz (até quando ela vai poupar antigos aliados?). 


 

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

Encurralada, Dilma aceita pedido de demissão de Graça Foster na Petrobras. Dilma, ajude o Brasil: peça ‘pra’ sair



Após sonora derrota na Câmara e vendo problemas do segundo mandato crescerem, presidente decide atacar escândalo na estatal e trocar diretoria da empresa
A presidenta do Brasil, Dilma Rousseff, encurralada em distintas frentes, políticas e econômicas, decidiu atacar uma: a da maior empresa pública da América Latina, a petroleira Petrobras, carcomida por sucessivos escândalos de corrupção. Rousseff decidiu hoje, segundo a agência Reuters, aceitar a renúncia de Graça Foster, a presidenta da mega empresa, com mais de 85.000 empregados. Graça Foster há meses já havia posto seu cargo à disposição, mas a chefe de Estado acabava sempre — até esta terça, quando as duas se reuniram — por respaldá-la. No entanto, ainda não há dia certo para a saída efetiva nem da executiva nem da diretoria, o que poderia demorar inclusive semanas. 

 [atualizando: a Petrobras já se manifestou via Nota Oficial oficial que o Conselho de Administração escolherá nova diretoria na próxima sexta-feira.]

Na semana passada, foi divulgado que o valor desviado pelo esquema de corrupção que afeta a empresa de cima abaixo somado a certos projetos ineficientes chega a 88 bilhões de reais. Isso, segundo vários especialistas da imprensa brasileira, pesou negativamente na destituição de Foster, que estava há três anos no cargo e que até agora tem atuado, além de principal gestora de uma gigantesca empresa surrupiada, como escudo político da presidenta.

Bastou que o jornal Folha de S. Paulo publicasse a renúncia de Foster em sua edição digital para que as ações da petrolífera disparassem mais de 10%. No fim do ano passado, durante um café da manhã com jornalistas em Brasília, Rousseff defendeu Foster e afirmou que não pretendia substitui-la. “Eu a conheço. E sei de sua seriedade e de sua correção”, afirmou. Mas dois meses, com o atual turbilhão de más notícias que afligem o Governo de Rousseff, é muito tempo.  A hemorragia dos recursos da Petrobras é enorme: em 2010 valia 380,2 bilhões de reais. Quatro anos depois, resultado, em grande parte, de investimentos mal calculados e das denúncias de corrupção que a corroem, seu valor é 2,3 vezes menor: 112 bilhões de reais. Ainda tem lucro, embora os ganhos do terceiro trimestre de 2014 tenham mostrado queda de 9,07% em relação ao mesmo período de 2013, segundo o balanço publicado na quarta-feira, que não inclui os valores desviados.

Enquanto isso, os escândalos continuam surgindo. Nesta terça-feira, Julio Camargo, um dos acusados de subornar funcionários de altos cargos da Petrobras que, presos, se dispuseram a denunciar o esquema de corrupção, afirmava que pagou 12 milhões de reais para conseguir concessões de obras e acrescentou que o pagamento de propinas para a estatal por parte das concessionárias era “uma realidade institucionalizada”.

O problema da Petrobras não é o único que afeta a presidenta, que tomou posse em 1o de janeiro. De fato, o ano acabou com a economia paralisada, com o PIB pouco acima de zero. O FMI calcula que o Brasil, um dos países emergentes que anos atrás impressionava o mundo com expansão acima de 6%, apenas deve superar um anêmico 0,3%. A exportação de matérias-primas está estagnada e a indústria encolhe: de fato, a produção industrial recuou 3,2% ano passado, o pior resultado desde 2009.

E tudo será pior se não chover. E muito. A maior seca em 80 anos ameaça com um racionamento de água de cinco dias por semana os habitantes da maior cidade do país, São Paulo, se as represas não encherem antes do mês de abril. Muitos moradores de bairros de periferia veem como a torneira seca durante várias horas por dia, há bares e restaurantes que já contratam regularmente caminhões-pipa e a demanda de galões gigantes de plástico disparou com a ameaça, cada vez mais certa, de que toda essa megalópole fique seca. As consequências não serão apenas sociais.

Também serão econômicas. A seca encarece os preços dos alimentos, prejudica a indústria já ferida e, além disso, afetará o abastecimento (e o preço) da energia elétrica. Tudo isso repercutirá automaticamente no calcanhar de Aquiles da economia brasileira, a inflação, que já se encontra no limite tolerado pelo Governo, de 6,5%. Os especialistas arriscam que, além disso, se não começar a chover, apenas na indústria, o impacto da seca significará um corte de 0,6% do PIB.

Como se fosse pouco, domingo Dilma sofreu uma derrota política na Câmara dos Deputados, onde Eduardo Cunha foi eleito presidente da casa, um velho adversário que pressagia, para a presidenta, uma difícil relação com o legislativo.

Fonte: El País