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quinta-feira, 28 de dezembro de 2023

A última derrota de Satanás e o Juízo Final - VOZES

 Franklin Ferreira - Gazeta do Povo
 
Apocalipse
Cristo como juiz no Juízo Final, em vitral da Catedral de York, na Inglaterra.
Cristo como juiz no Juízo Final, em vitral da Catedral de York, na Inglaterra.| Foto: Wikimedia Commons/Domínio público
 
Apocalipse 20,1-15 está relacionado com os capítulos anteriores, que tratam do anúncio e da queda da Babilônia (Ap 17,1–19,5), e do juízo de Jesus contra as duas bestas e as forças ímpias do mundo no final da história (Ap 19,6-21). Agora, finalmente, o dragão também será derrubado para sempre. Como resume Simon Kistemaker: “O capítulo [20] apresenta quatro quadros que diferem entre si, porém estão intimamente relacionados. O primeiro [quadro] mostra a prisão de Satanás [20,1-3]. Então, depois de Satanás ser preso, vemos um quadro do que acontece aos santos [20,4-6]. O terceiro retrata a soltura e ruína de Satanás [20,7-10], e o último descreve o Dia do Juízo [20,11-15]. O primeiro e o segundo ocorrem contemporaneamente; o terceiro e o quarto seguem um ao outro sequencialmente”.

“Então vi descer do céu um anjo que tinha na mão a chave do abismo e uma grande corrente. Ele segurou o dragão, a antiga serpente, que é o diabo, Satanás, e o prendeu por mil anos. Lançou-o no abismo, fechou-o e pôs selo sobre ele, para que não mais enganasse as nações até se completarem os mil anos. Depois disso, é necessário que ele seja solto por um pouco de tempo.

Assim como a prisão do diabo é limitada a mil anos, o reinado intermediário dos santos é igualmente limitado.

Vi também tronos, e nestes sentaram-se aqueles aos quais foi dada autoridade para julgar. Vi ainda as almas dos que foram decapitados por terem dado testemunho de Jesus e proclamado a palavra de Deus. Estes são os que não adoraram a besta nem a sua imagem, e não receberam a sua marca na testa e na mão; e viveram e reinaram com Cristo durante mil anos. Os restantes dos mortos não reviveram até que se completassem os mil anos. Esta é a primeira ressurreição. Bem-aventurado e santo é aquele que tem parte na primeira ressurreição. Sobre esses a segunda morte não tem poder; pelo contrário, serão sacerdotes de Deus e de Cristo e reinarão com ele os mil anos.

Quando, porém, se completarem os mil anos, Satanás será solto da sua prisão e sairá para enganar as nações que estão nos quatro cantos da terra, Gogue e Magogue, a fim de reuni-las para a batalha. O número dessas é como a areia do mar. Marcharam, então, pela superfície da terra e cercaram o acampamento dos santos e a cidade amada. Porém, desceu fogo do céu e os consumiu. O diabo, que os tinha enganado, foi lançado no lago de fogo e enxofre, onde já se encontram a besta e o falso profeta; e serão atormentados de dia e de noite, para todo o sempre.

O abismo é uma restrição figurada, pela qual Satanás ficou impossibilitado de pôr em prática sua perversidade que tinha antes de sua restrição.

Vi um grande trono branco e aquele que está sentado nele. A terra e o céu fugiram da presença dele, e não se achou lugar para eles. Vi também os mortos, os grandes e os pequenos, que estavam em pé diante do trono. Então foram abertos livros. Ainda outro livro, o Livro da Vida, foi aberto. E os mortos foram julgados, segundo as suas obras, conforme o que estava escrito nos livros. O mar entregou os mortos que nele estavam. A morte e o inferno entregaram os mortos que neles havia. E foram julgados, um por um, segundo as suas obras. Então a morte e o inferno foram lançados no lago de fogo. Esta é a segunda morte, o lago de fogo. E, se alguém não foi achado inscrito no Livro da Vida, esse foi lançado no lago de fogo.

Estas imagens que João viu em seu exílio em Patmos, que precedem e sucedem a última batalha, parecem ser caleidoscópicas, sobrepostas, tremidas.

A prisão de Satanás
João viu descer do céu um anjo,
uma visão cheia de símbolos que ocorre antes da última batalha entre o Messias e seus inimigos na história (Ap 19,11-21). O anjo tem na mão a chave do abismo e uma grande corrente, o que indica capacidade para restringir as atividades do dragão, a antiga serpente (uma alusão ao Éden), Satanás (o “adversário”), o diabo (o “acusador”). O anjo segurou [...] e o prendeu por mil anos. Como escreveN. T. Wright: “A passagem que agora temos diante de nós [...] é a única passagem na Escritura em que um ‘milênio’ é sequer mencionado. Aqueles que buscam interpretações especulativas de profecias, é claro, pegam esses e outros trechos, tiram-nos (geralmente) de seus contextos reais e construíram uma cosmovisão bem diferente, na qual desempenham um papel muito mais importante do que eles têm na própria Escritura”. Se estes acontecimentos ocorrem antes do último combate contra a besta e o falso profeta, então o aprisionamento e os mil anos são a autoridade de Cristo que restringe o diabo de algum modo durante o período após sua morte, ressurreição e ascensão. Esse aprisionamento de Satanás não se refere a uma total cessação das suas atividades. Ele ainda está ativo, mas agora opera sob a restrição da autoridade de Cristo.

O abismo é uma restrição figurada, pela qual Satanás ficou impossibilitado de pôr em prática sua perversidade que tinha antes de sua restrição. Assim, até a hora designada por Deus, Satanás será incapaz de enganar as nações estrangeiras. Portanto, a prisão e a expulsão de Satanás estão relacionadas com a primeira vinda de Nosso Senhor Jesus Cristo. Em regiões onde foi permitido ao diabo exercer quase que poder ilimitado, durante os tempos do antigo Israel, ele é agora forçado a ver os servos de Jesus pouco a pouco ganhando território. Segundo William Hendriksen: “Num comparativamente breve período, o cristianismo se espalha por todo o sul da Europa. Logo ele conquista o continente. Pelos séculos que se seguem ele é proclamado em todos os lugares [do mundo] de modo que os confins da terra ouvem o evangelho daquele que foi crucificado e muitos dobram os joelhos diante dele. [...] A Bíblia já foi traduzida em [...] [cerca de] 1 mil línguas [e algumas partes foram traduzidas em 3,6 mil idiomas]. [...] Em alguns países, as verdades abençoadas do cristianismo afeta[ra]m a vida humana em todas as suas áreas: política, econômica, social e intelectual”.

Mas no fim da era de mil anos, imediatamente antes da volta de Cristo, Satanás interromperá a pregação do evangelho e lançará uma cortina de ilusão sobre as nações, com o objetivo de preparar o ataque devastador contra o povo de Deus. Portanto, o abismo representa uma esfera espiritual na qual Satanás ainda opera de modo restrito ao longo desta era, e o restringe para que ele não possa fazer o que fez no passado. Ele foi capaz de iludir muitos israelitas no passado, de modo que eles tiveram dificuldade em cumprir sua missão de ser uma luz salvadora para as nações. E a nação permaneceu sitiada pela opressão de nações estrangeiras que tentaram exterminá-la. Essa tentativa de destruir Israel culminou no ataque de Satanás a Jesus. Agora, preso, o diabo não será capaz de deter a pregação do evangelho nem o seu recebimento cada vez maior durante a maior parte da era que precede a volta de Jesus.

Ao fim desta era, o diabo será solto por um pouco de tempo. Portanto, os cristãos precisam ter em mente que a época durante a qual o povo de Deus será capaz de espalhar o evangelho em todos os lugares não durará indefinidamente; nem mesmo até o momento da segunda vinda de Cristo. E não há regiões desta terra, como Sudão, Paquistão, Etiópia, China, Coreia do Norte, Índia, Nicarágua e até mesmo na Europa ocidental e nas costas dos Estados Unidos, que parecem já estar entrando no pouco [...] tempo de Satanás?

O reinado dos santos
De onde vêm os exércitos do céu que seguiam aquele que é o Rei dos Reis e Senhor dos Senhores
(Ap 19,14-16)? João viu tronos no céu enquanto ao mesmo tempo Satanás está preso no abismo. E o que acontece no abismo ocorre simultaneamente ao que João viu no céu. E os que estão assentados nos tronos fazem parte do tribunal celestial de Deus, um cumprimento das promessas de que os vencedores exercerão autoridade com Cristo sobre as nações e se assentarão com ele em tronos (Ap 3,21). Esses são os decapitados por terem dado testemunho de Jesus e proclamado a palavra de Deus, que foram martirizados enquanto mantinham sua fé, a despeito de todo o tipo de sofrimentos e perseguições infligidos pelo Estado iníquo. Eles permaneceram fiéis até a morte. E são referidos como almas, para deixar claro que eles ainda aguardam a ressurreição do seu corpo glorificado. O primeiro grupo se refere literalmente a mártires, que são em seguida acompanhados nos tronos pelos restantes dos santos falecidos, os que não adoraram a besta nem a sua imagem, e não receberam a sua marca na testa e na mão. Esse segundo grupo incluiria todos os cristãos fiéis, quer isso se refira a mártires por causa da fé ou aqueles que sofrem outros tipos de perseguição.

Isso tudo ocorre durante mil anos, que devem ser interpretados simbolicamente, uma referência a um longo tempo. Pois, como N. T. Wright afirma: “João usou todos os tipos de números simbólicos ao longo de seu livro. Seria muito estranho se ele, repetidamente, lançasse um número simbólico e redondo bastante óbvio, mas esperasse de nós que o compreendêssemos literalmente”. Assim, mil significa completude, a duração completa desta era aqui descrita. Aponta para a ideia de uma plenitude de tempo oferecida pela soberania de Deus, ao fim do qual certamente virá a vitória final dos cristãos que têm sofrido. Como Gordon Fee escreve: “João não está nesse momento interessado em um período de tempo como tal, conhecido como ‘o milênio’, embora o termo ‘mil anos’ apareça um total de quatro vezes nessas poucas frases. Em vez disso, os dois parágrafos [de 20,1-6], [e] ambos começam [...] com o verbo ‘eu vi’, são melhor entendidos juntos como um interlúdio entre a derrubada do triunvirato profano [...] delineado na seção anterior (19,11-21), e o julgamento final de todo mal, tanto demoníaco quanto humano, em 20,7-15. [...] Sua intenção geral parece ser uma palavra final de conforto para aqueles que ainda serão martirizados por sua devoção a Cristo, em vez de oferecer lealdade incondicional ao imperador”. E os santos falecidos viveram e reinaram com Cristo durante esse período, ao mesmo tempo em que Satanás está no abismo. A vindicação dos santos consiste na realeza que eles receberam nesse período. Mas apenas os que têm parte na primeira ressurreição vencerão a segunda morte, o juízo de Deus sobre os perdidos, e reinarão com Cristo. Isso significa que os restantes dos mortos, aqueles que não têm parte na primeira ressurreição, são os incrédulos em seu caminho para o juízo eterno.

O Cordeiro reconhece diante de Deus todos que estão inscritos no Livro, e todos identificados com sua justiça, morte e ressurreição, são sua possessão.

O exercício de juízo pelos santos e o fato de reinarem com Cristo ocorrem simultaneamente com a prisão de Satanás. Os santos nos tronos também recebem a felicidade de serem sacerdotes de Deus e de Cristo, de estarem protegidos contra a segunda morte, e de reinarem como reis com ele os mil anos. A primeira ressurreição é a trasladação da alma da terra para os tronos de Deus. É seguida, na segunda vinda de Cristo, pela ressurreição do corpo. Assim como a prisão do diabo é limitada a mil anos, o reinado intermediário dos santos é igualmente limitado, mas é seguido por uma etapa consumada de reinado na eternidade. A primeira ressurreição deve ser entendida como espiritual e a segunda como física. A primeira morte dos santos, que é física, os transfere para a primeira ressurreição no céu, que é espiritual. A segunda ressurreição dos ímpios, que é física, os transfere para a segunda morte, que é espiritual – e eterna. A primeira ressurreição é vivenciada apenas pelos cristãos, enquanto a segunda morte é vivenciada apenas pelos incrédulos. A primeira ressurreição, embora incompleta, inaugura uma ressurreição espiritual que será consumada mais tarde de uma forma física – e que João não chama de “segunda” ressurreição. Assim, é razoável interpretar a ascensão da alma na hora da morte à presença do Senhor como uma forma de ressurreição espiritual, em antecipação à ressurreição física e à consumação da vida eterna, que ocorrerão na volta do Senhor. Como afirma N. T. Wright: “A ressurreição, a eliminação da própria morte, dando ao povo de Deus novos corpos para viver no novo mundo de Deus, é a grande esperança do judaísmo antigo e do cristianismo clássico”.

Mas, segundo N. T. Wright, no que se refere ao período de mil anos, “nesse ponto, acima de tudo [...], não é necessário ser dogmático demais. Devemos guardar as coisas centrais que João deixou bem claras [em Apocalipse]: a vitória do Cordeiro e o chamado para compartilhar sua vitória por meio da fé e da paciência. Deus fará o que Deus quiser fazer. [...] Quem tem a vitória é o Deus criador, que o faz para derrotar e eliminar a própria morte e, assim, abrir caminho para o esplendor da criação renovada. Isso é o que importa”. Pois a confiança dos cristãos é que Deus não esqueceu dos seus! Os santos mártires são homenageados como reis e sacerdotes! Os santos redimidos de Deus experimentarão a primeira ressurreição! Portanto, todo o povo de Deus será feliz e santo e não experimentará a segunda morte!


A derrota final de Satanás
Mas, segundo João, Satanás foi restringido,
limitado na sua capacidade de enganar as nações para que juntem forças para atacar e aniquilar o povo de Deus, mas essa restrição é agora removida, e ele liderará um exército procedente de toda a terra, para a batalha. A reunião dessas forças hostis contra o povo de Deus é vista como cumprimento da profecia em Ezequiel 38–39 de que o rei Gogue e [o povo de] Magogue e muitos outros povos se reuniriam para combater Israel. Mas aqui Gogue e Magogue são equiparados a todas as nações em toda a terra. Esses nomes não têm nenhuma relação com qualquer cidade ou país contemporâneo. De acordo com William Hendriksen: “Todo o mundo iníquo perseguirá a Igreja. A perseguição será mundial. [...] O conflito aqui descrito não é entre nações ‘civilizadas’ e ‘incivilizadas’. É, simplesmente, o último ataque das forças do anticristo contra” o povo de Deus. O fato de o número das nações ser, como mencionado, como a areia do mar, ressalta a aparente esmagadora vantagem a seu favor contra os santos. Será que o tempo gasto com especulações de que nações serão Gogue e Magogue não termina por tirar a atenção da centralidade de Deus e de Cristo no Juízo Final e em seu triunfo total sobre todo o mal?

E essas nações marcharam [...] pela superfície [literalmente “largura”] da terra e cercaram o acampamento dos santos, uma alusão ao acampamento dos israelitas no deserto, e a cidade amada[por Deus], expressão usada em referência a Jerusalém. O acampamento dos santos é equiparado à cidade amada, o que enfatiza uma continuidade histórica, e que encontra sua consumação em Apocalipse 21–22. Porém, antes que as nações ataquem os santos, desceu fogo do céu e os consumiu, referência ao episódio do profeta Elias e dos soldados enviados para prendê-lo (2Rs 1,9-17) e, de modo figurado, ao Juízo Final, quando Deus sozinho salvará seu povo ao destruir os seus inimigos. Assim, de acordo com Richard Bauckham: “O objetivo teológico do milênio é unicamente demonstrar o triunfo dos mártires: aqueles que a besta matou são os que de fato viverão – [...] e aqueles que contestaram seu direito de governar e sofreram por isso são os mesmos que, no final de tudo, dominarão tão universalmente quanto ela – e por muito mais tempo: mil anos. Por fim, para provar que a vitória deles no reino de Cristo não pode ser novamente revertida pela impiedade, e que é a última palavra de Deus para o bem contra o mal, o diabo recebe uma última oportunidade de enganar as nações outra vez [...]. Todavia, essa não é uma repetição do governo da besta. A cidade dos santos prova ser inexpugnável”.

O diabo é destacado como aquele que enganou as nações, levando-as a atacar os santos. Portanto, Apocalipse 20,7-10 parece ser uma recapitulação de Apocalipse 19,17-21, o que torna improvável a suposição de que Satanás é lançado no fogo muito tempo depois de seus exércitos. Assim, a besta e o falso profeta foram lançados no lago de fogo e enxofre (Ap 19,20) ao mesmo tempo que o diabo. Os episódios são simultâneos e, assim, os mil anos devem referir-se aos acontecimentos que precedem a batalha final, ou seja, a atual era. Por fim, a trindade satânica sofrerá uma punição eterna, ou seja, serão atormentados de dia e de noite, para todo o sempre.

O dia do Juízo Final
Por fim, João viu um grande trono branco, maior que os demais tronos
. O trono branco indica a pureza e santidade do Juiz. O julgamento prestes a vir do trono é da parte de Deus, que julga não apenas para punir pelo pecado, mas também para vindicar o seu povo perseguido, a culminação do governo de Deus no julgamento final no fim da história. O plano de Deus se concretizou e foi completado e todo o mal será derrotado. A terra e o céu fugiram significa que, quando o dia do juízo chegar, a criação divina será afetada de tal maneira que a terra sofrerá uma completa mudança. Eventos catastróficos, de enormes proporções, acontecerão; o céu será enrolado como se faz com um rolo, para dar lugar aos novos céus e à nova terra. O que é descrito aqui não trata de destruição ou aniquilação, mas de renovação da criação. E não se achou lugar para eles se refere à destruição completa de todo o sistema mundial pecaminoso.

O fato de que João viu os mortos, os grandes e os pequenos [...] em pé diante do trono assume que a última e grande ressurreição dos injustos e dos justos ocorreu. A visão de João assegura que o Juízo Final e a redenção última acontecerão. Os registros escritos nos livros, que contêm os julgamentos divinos, referem-se simbolicamente à memória de Deus, que nunca falha. Por outro lado, uma pessoa será julgada e declarada absolvida sobre esta base: se seu nome estiver registrado no Livro da Vida. A pureza desse momento divino final joga luz em meio a tantas visões obscuras e afirma a destruição final do mal. E notem o efeito da presença do Juiz! Como as pessoas ainda fazem piada do dia do juízo? O mar simboliza o domínio do mal. Se é assim, Deus agora força esse domínio maligno, assim como a morte e o inferno [Hades = lugar dos mortos], a liberar os seus cativos para serem julgados. Não me perguntem como isso se dará. Não está em nosso poder saber os detalhes. Somente Deus pode fazer milagres. Nossa preocupação deve ser nos preparar para aquele dia, quando todos estarão de pé para ouvir a palavra do Juiz.

Viver para sempre com o Senhor é a recompensa que ele outorga a seu povo, cujos nomes estão no Livro da Vida.

O fato de que a morte e o inferno [Hades = lugar dos mortos] foram lançados no lago de fogo significa que as forças que imperaram após a primeira morte, a morte física, agora cessam e são substituídas pela punição eterna no lago de fogo (vale de Hinom = Geena). Isso expressa o fato de que os incrédulos, mantidos anteriormente nos grilhões temporários da morte e do lugar dos mortos, serão entregues aos grilhões permanentes do lago de fogo, que é chamado por João de a segunda morte. A realidade do sofrimento da segunda morte é o ser alvo da eterna ira de Deus, ser expulso do acampamento dos santos e da sua cidade amada, enquanto os justos desfrutam das bênçãos de viverem nela. O alerta de William Hendriksen é importante: “Em nenhum lugar em toda a Bíblia lemos que haverá uma ressurreição dos corpos dos crentes antes dos mil anos e outra dos corpos dos não crentes, após os mil anos. Todos ressuscitam ao mesmo tempo. A Morte, a separação de alma e corpo, e o Hades, o estado de separação, agora cessam. Nem no novo céu nem na nova terra nem mesmo no inferno jamais haverá separação entre corpo e alma depois da segunda vinda de Cristo para julgamento. Portanto, [...] a Morte e o Hades [...] são lançados no lago de fogo. E qualquer cujo nome não tenha sido encontrado inscrito no Livro da Vida será também lançado no lago de fogo”.

A nota do Juízo Final soa mais uma vez: se alguém não foi achado inscrito no Livro da Vida, esse foi lançado no lago de fogo. Apesar da ameaça final, os santos encontram refúgio no Livro da Vida, onde estão escritos os nomes dos eleitos para a fé desde antes da fundação do mundo (Ap 13,8). Os santos são poupados do juízo. Eles não são julgados pelas suas obras más, porque o Cordeiro já sofreu por eles: ele foi morto no lugar dos santos. O Cordeiro reconhece diante de Deus todos que estão inscritos no Livro, e todos identificados com sua justiça, morte e ressurreição, são sua possessão. Viver para sempre com o Senhor é a recompensa que ele outorga a seu povo, cujos nomes estão no Livro da Vida.

Meditemos com seriedade na afirmação de Jonathan Edwards: “Consideremos bem que, se nossa vida não está na jornada rumo ao céu, então está na jornada para o inferno”. 
Qual relação que você mantém com Deus?
Você está em Cristo? 
Crê em Cristo? 
Pertence a Cristo? 
Você tem segurança de que seu nome está escrito no Livro da Vida? 
Você confia unicamente em Cristo?
Sua segurança de ser cristão é confirmada pelas evidências de uma nova vida?
Você está pronto a ser martirizado por Cristo? 
Essas são perguntas importantíssimas! Sua eternidade depende delas – que pode ser uma gloriosa eternidade no céu ou uma eternidade de punição no lago de fogo. Pense com muita atenção. Pense com muita seriedade. Pense agora mesmo sobre essas perguntas. No fim – onde você estará?

“Ó Poderosíssimo Deus e Pai misericordioso, que tens compaixão de todos os homens, e que não desejas a morte do pecador, porém seu arrependimento e salvação. Misericordiosamente perdoa-nos as nossas transgressões; recebe-nos e conforta-nos a nós que estamos entristecidos e mortificados com o peso de nossas culpas. Tua propensão é ter sempre misericórdia; só a ti pertence o perdoar os pecados. Perdoa-nos, portanto, bom Senhor, perdoa ao teu povo, que remiste; não entre em juízo com os teus servos, porém de tal maneira aparta de nós a tua ira, de nós que reconhecemos, humildes, as nossas transgressões e verdadeiramente nos arrependemos de nossas faltas, e assim apressa-te a ajudar-nos neste mundo, a fim de que vivamos para sempre neste mundo contigo no nosso mundo vindouro; mediante Jesus Cristo, nosso Senhor. Amém.”


sexta-feira, 23 de junho de 2023

Julgamento no TSE - Para incriminar Bolsonaro, acharam só cartão de vacina e reunião com embaixador - Alexandre Garcia

Vozes - Alexandre Garcia

Bolsonaro

O tão esperado julgamento de Jair Bolsonaro no Tribunal Superior Eleitoral, na quinta-feira, foi interrompido ao meio-dia pelo presidente do TSE, ministro Alexandre de Moraes, sob o argumento de que os ministros tinham outros compromissos à tarde.  
Houve tempo para a defesa e a acusação falarem
A acusação, em nome do PDT, afirma que Bolsonaro atentou contra as instituições brasileiras e praticou crime de abuso de poder econômico e político, ao convidar embaixadores para uma preleção sobre as urnas eletrônicas, dizendo que era preciso haver comprovante do voto para garantir a credibilidade, se houvesse dúvida. 
Eu temo que a eleição municipal continue com urnas sem o comprovante do voto, e fique sempre a mesma dúvida.
 
O defensor de Bolsonaro chegou a alegar que nem havia sido no período eleitoral que ocorreu a reunião
E que Bolsonaro fez o mesmo que o ministro Edson Fachin, quando ele era presidente do TSE: na mesma época, convidou os embaixadores para dizer que o presidente do Brasil tinha de reconhecer o resultado da eleição, ou seja, já insinuando que Bolsonaro não reconheceria o resultado das eleições – no que se enganou, pois ele só não passou a faixa.
 
Na semana que vem teremos a continuação, com o voto do relator, aquele que foi saudado pelo presidente Lula com tapinhas no rosto, o ministro Benedito Gonçalves. 
Ele vai ler seu relatório e está todo mundo curioso para saber como os ministros vão conseguir tornar Bolsonaro inelegível. Eu vi nas redes sociais as pessoas dizendo que “estão crucificando o Bolsonaro” – e acertaram, porque, se o crucificarem, convertem-no em Cristo e dão mais força à liderança dele
Ele vai como vítima, como mártir, porque não encontraram sítio de Atibaia, nem tríplex, nem “Instituto Bolsonaro”, nem dinheiro de empreiteira, nem dinheiro de Petrobras, nem superfaturamento.  
Não encontraram nada disso; sobrou só o cartão de vacina e ter dito para os embaixadores isso e aquilo.
 
Deputados do DF ouvem Gonçalves Dias
Por falar em cartão de vacina, a ministra Cármen Lúcia está perguntando à CPI mista se o tenente-coronel Cid será investigado ou testemunha – se ele for investigado, tem o direito de ficar calado.  
O general Gonçalves Dias, que era do Gabinete de Segurança Institucional de Lula, foi ouvido na Assembleia Legislativa do Distrito Federal, onde também há uma CPI. Ele disse que não sabe se Anderson Torres, que foi preso e tudo o mais, tem alguma responsabilidade nisso. 
E disse que alterou, sim, um relatório antes de enviá-lo para o Congresso porque o nome dele aparecia lá de forma indevida, pois ele não sabia das informações enviadas pela Abin. Afirmou ainda que não facilitou a invasão do Palácio do Planalto, que as imagens são imprecisas e desconexas, que ele impediu a depredação e prendeu 182 pessoas. Gonçalves Dias só vai para a CPMI do Congresso em agosto.
 
Lula afaga Cuba, e Argentina traz o pires na segunda-feira
O presidente Lula, na quinta-feira, falou num festival de rock no Campo de Marte, em Paris. 
Pena que ele se esqueceu de lembrar para o mundo inteiro que foi lá que um brasileiro fez um avião decolar sozinho pela primeira vez, e que o Brasil é o campeão de aviação desse mundo. 
Depois, Lula se encontrou com o ditador cubano e disse que é preciso estreitar as relações com Cuba.  
Vai fazer isso agora, na reunião do Foro de São Paulo, em Brasília. 
E na segunda-feira vem a Brasília, de novo, o presidente da Argentina, Alberto Fernández, pedir dinheiro. O BNDES está aí pra isso, né? 
Para compensar o fiasco econômico do governo socialista num país rico como a Argentina.

Conteúdo editado por: Marcio Antonio Campos

Alexandre Garcia, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


terça-feira, 4 de abril de 2023

Lula enganou até o papa Francisco - Gazeta do Povo

Vozes - Deltan Dallagnol

Justiça, política e fé

Lula enganou até o papa Francisco - Foto: EFE


Em entrevista que foi ao ar na última quinta-feira, o Papa Francisco questionou a condenação de Lula, dizendo que não existiam provas contra ele. O trecho com pouco mais de três minutos sobre o assunto, um dos tópicos de uma longa entrevista, pode ser conferido a partir do minuto 40.

O papa Francisco é uma das principais lideranças cristãs e religiosas do mundo.
Neste artigo, para além de expressar meu profundo respeito ao papa, apresento as informações que o papa não conhecia ao fazer seu comentário.

Primeiro, ser cristão e discípulo de Jesus me faz nutrir um profundo respeito pelo Papa. Eu me esforço para aprender diariamente com Jesus, meu maior mestre e inspiração. Busco fortalecer minha fé e minha prática todos os dias com exame de consciência, oração e leitura espiritual.

Jesus me ensinou que o propósito central da vida é amar a Deus e ao próximo. E foi por amor que entrei na Lava Jato e trabalhei manhãs, tardes e noites, com dedicação incansável e permanecendo firme mesmo diante de ameaças, ataques e retaliações.

Quem acha que meu objetivo na Lava Jato era prender pessoas está enganado
Meu propósito sempre foi defender os brasileiros que sofrem com o desvio de dinheiro público: com mortes em hospitais, uma educação pobre, falta de segurança e poucas oportunidades. Ao lutar por justiça, meu combustível sempre foi a compaixão.
Compaixão e indignação são duas faces da mesma moeda
Foi por compaixão que Jesus expressou sua indignação contra a corrupção dos governantes, virando as mesas do templo, o centro do governo judaico, por ter se transformado num covil de ladrões. Essa foi a única vez que a Bíblia descreve Jesus usando a força física contra a injustiça.

    E foi por amor que entrei na Lava Jato e trabalhei manhãs, tardes e noites, com dedicação incansável e permanecendo firme mesmo diante de ameaças, ataques e retaliações

O primeiro grande opositor da corrupção política brasileira foi um cristão, padre Antônio Vieira. Ele foi muito corajoso em confrontar os governantes corruptos brasileiros, debaixo do risco de vinganças e retaliações. Para ele, a corrupção era a origem das nossas doenças e o verdadeiro ladrão não era o de galinhas, mas o governante que roubava e despojava os povos.

A dor desses povos despojados, especialmente dos pobres, faz pulsar o coração de muitos cristãos como o do papa Francisco. Quando foi escolhido para ser o novo papa, dom Cláudio Hummes, arcebispo emérito de São Paulo, abraçou-o e disse “não se esqueça dos pobres”. Como o papa conta, esse se tornou o seu sonho, o de uma igreja que cuide dos pobres, o que foi a razão da escolha de seu nome papal, inspirado na vida de Francisco de Assis.

O cuidado dos pobres passa necessariamente pelo combate à corrupção.  
Políticos corruptos que sequestram o Estado usurpam os direitos de todos, mas quem mais sofre com isso são os pobres, justamente por dependerem mais dos serviços estatais de saúde, educação e segurança. Petrolão e Mensalão tiravam o dinheiro do povo que corria para farras de guardanapos, contas no exterior, malas em apartamentos, festas e triplex. É uma ilusão achar que quem rouba o país cuida dos pobres.

Justamente por isso o próprio papa Francisco afirmou, em 2017, que “a corrupção deve ser combatida com força. É um mal baseado na idolatria do dinheiro que fere a dignidade humana”. Em 2021, ele endureceu as regras contra a corrupção no próprio Vaticano.

No ano passado, o papa sublinhou que os cristãos não podem ser indiferentes à corrupção num mundo cheio de “condutas desonestas, políticas injustas e egoísmos que dominam as escolhas dos indivíduos e das instituições”. Somos chamados a fazer o bem, disse ele. Eu não poderia concordar mais.

Tendo expressado meu imenso respeito ao papa e que compartilho dos mesmos valores e princípios bíblicos que levam os cristãos a lutar contra a corrupção, devo dizer: o que existiu contra Lula foi um processo correto que fez valer a lei contra a corrupção, porque encontrou um caminhão de provas de que Lula era culpado de um esquema de desvios e lavagem de dinheiro.

Eu tenho certeza absoluta de que não foram levadas ao papa Francisco todas as informações que constam nas acusações e condenações, por isso vou retratar um pouco do conteúdo da Lava Jato que é de conhecimento público, mas é essencial para entender o caso Lula.

Acredito que não contaram ao papa que há provas do desvio de dezenas de bilhões de reais da Petrobras e de outros órgãos e ministérios por parte de pessoas nomeadas diretamente por Lula, que criminosos confessos devolveram 15 bilhões de reais e que as empreiteiras beneficiadas nos esquemas deram benefícios milionários para Lula.

Creio que o papa não soube, por exemplo, das adulterações documentais e provas que demonstraram, segundo a Justiça, que o triplex foi dado pela OAS para Lula como contrapartida de benefícios que este concedeu à empreiteira quando era presidente. Aposto que o papa não sabe, ainda, que a empreiteira OAS colocou cozinhas caríssimas no triplex e no sítio usados por Lula sem cobrar um real por isso de ninguém.

Será que informaram o papa de que as empreiteiras que investiram milhões na reforma do triplex e do sítio usado por Lula não faziam esse tipo de serviço pequeno para ninguém, mas sim construíam grandes obras de engenharia como pontes, usinas e estradas?

Soube o papa que as condenações de Lula mostraram que o dinheiro para essas obras que beneficiaram Lula não saiu do seu bolso, mas foram pagas por meio de obras cartelizadas, superfaturadas ou irregularmente concedidas pelo governo petista? 
Contaram para o papa que havia planilha para controlar os valores das propinas devidas e pagas ao governo?

Será que o papa sabe que Lula e seu partido jamais expulsaram José Dirceu, que era braço direito de Lula quando o esquema de corrupção Mensalão aconteceu e foi condenado por corrupção e lavagem de dinheiro, não só no Mensalão, mas também na Lava Jato? 

Será que o papa sabe que Lula elogiou recentemente Dirceu no aniversário do Partido dos Trabalhadores, como se fosse um político modelo?

Talvez não tenham contado ao papa que o apartamento do lado de onde Lula morava em São Bernardo do Campo foi comprado com dinheiro da Odebrecht e que ele quebrou a parede e passou a usar o apartamento como seu, conforme o Ministério Público apontou no terceiro processo contra Lula.

    Creio que o papa não soube, por exemplo, das adulterações documentais e provas que demonstraram, segundo a Justiça, que o triplex foi dado pela OAS para Lula como contrapartida de benefícios que este concedeu à empreiteira quando era presidente

Será que contaram ao papa que mais de duzentos criminosos confessaram seus crimes e devolveram valores que variaram entre poucos milhões até bilhões? Que um gerente da Petrobras e um ex-governador do Rio tinham 100 milhões de dólares cada em contas no exterior?

Será que o papa soube que dezessete empreiteiras reconheceram seus crimes, incluindo as que pagaram propinas a Lula, como a OAS que assinou acordo no valor de 1,9 bilhão de reais, e a Odebrecht que se comprometeu a devolver 2,7 bilhões de reais? E tomou conhecimento de que esse trabalho envolveu centenas de agentes públicos?

É importante contar para o papa que os processos contra Lula não foram uma armação. Foram movidos por um conjunto de quinze a vinte procuradores só na primeira instância, todos concursados, com grande experiência e respeitados pelos trabalhos que fizeram ao longo de sua história no Ministério Público.

E será que o papa sabe que vários desses procuradores que acusaram Lula e pediram sua condenação por crimes haviam votado em Lula, mas apresentaram a acusação para cumprir o seu dever com a verdade e a justiça? Será que o papa tem conhecimento de que dentre os procuradores havia vários progressistas?

Acredito que não relataram ao papa que Lula não foi condenado por corrupção e lavagem de dinheiro apenas por Moro, mas também por outra juíza, a Gabriela Hardt. E será que tem conhecimento de que quatro desembargadores mantiveram as condenações e de que quatro Ministros do Superior Tribunal de Justiça já haviam confirmado a primeira delas?

Será que o papa sabe que o Supremo Tribunal Federal não absolveu Lula nem analisou o mérito do seu caso, mas anulou o processo por questões formais, em uma decisão de 7 votos contra 4? E será que tomou conhecimento de que, dentre os 7 ministros vitoriosos, 4 foram nomeados pelo próprio Lula?

Papa Francisco é uma pessoa boa, correta e tenho certeza de que não sabe disso tudo. Na disputa de narrativas, as pessoas sofrem a influência de quem grita mais e mais alto. Lula e o PT sabem que uma mentira gritada mil vezes vira “verdade” e conseguiram iludir muita gente – até o papa.

E se você ficou chateado e quer parar de ir à igreja por conta disso, você está errado. Primeiro, porque a solução é outra: a disseminação das informações verdadeiras e o exercício da cidadania. O próprio papa disse em 2013 que “devemos estar sempre em guarda contra o engano”.

Segundo, porque a razão que nos une em igreja não é uma discussão sobre um caso criminal, mas o compromisso último da existência, a nossa fé em Cristo. O que nos une em igreja no fundo não são pessoas, mas Deus.

Meu propósito é amar e servir a Deus e aos homens, fazendo o meu melhor. 
Acredito no amor, na compaixão, na indignação santa e na justiça. 
Por isso, seguirei lutando com perseverança e com todas as forças pelo que eu amo e acredito, levando informações a todos para que o bem, a verdade e a justiça possam, no fim, prevalecer.

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 Nossas famílias em risco se não agirmos

Conteúdo editado por: Jônatas Dias Lima

Deltan Dallagnol, colunista - Gazeta do Povo


segunda-feira, 27 de fevereiro de 2023

“Pra que tanta democracia?”, perguntou a mãe aflita querendo visitar o filho doente

Na fila na entrada do Hospital de Base, a senhorinha reclama:

— Não sei pra que tanta democracia? Eu quero visitar meu filho e essa democracia… não pode assim, só pode assado! Se fosse ladrão, num tinha BO, entrava na manha.

[no Brasil não existe tanta democracia, no sentido de muita democracia, quanto a repórter quis fazer crer
segundo o atual presidente do Brasil, democracia em abundância existe na Venezuela =  óbvio que,  sendo o declarante um MENTIROSO PATOLÓGICO não temos motivo para considerar fato  o dito.
O que existe no Brasil é o USO EXCESSIVO por alguma autoridades, do recurso de invocar supostos atentados à democracia, os famosos atos antidemocráticos,  para violar principios que a democracia estabelece = quer prender alguém e não tem amparo legal, invoca a prática de um ato antidemocrático e joga um inocente na cadeia. 
 Pouco importa, se está destruindo a democracia a pretexto de conservá-la.]

Devo ter feito cara de paisagem mas logo entendi: a mãe aflita confundiu a palavra “burocracia” com “democracia”. Eu já tinha ouvido a mesma confusão numa fila de cartório.

A entrada de acompanhantes e visitantes no Base tem um conjunto de normas que se demora a entender. A razão é evitar a entrada de muita gente num ambiente hospitalar, o que não necessita de maiores explicações.

O desabafo da mãe irritada demonstra, antes de tudo, que a democracia está na boca do povo – o que já é alguma coisa. E há um fundo de verdade na confusão semântica: a democracia não é, como supõe o senso comum, um ambiente onde tudo pode. É muito sofisticada, a democracia. É burocrática. Exige de cada um paciência e respeito pelas normas estabelecidas, tem regras intrincadas, complexas, semoventes, algo bem complicado de entender – como a burocracia que dificultava a visita da mãe inquieta ao filho doente.

É bem velhinha a democracia ou aquilo que começou a se ensaiar como sendo a possibilidade de um grande grupo de pessoas dar palpite para a tomada de decisões de interesse coletivo. A história registra 500 anos antes de Cristo, nos anfiteatros de Atenas, como a data de surgimento da democracia ou daquilo que viria a ser a inspiração para a democracia.

Nos dicionários, democracia é o governo popular, a soberania popular, o que acaba quase sendo sinônimo de utopia, aquilo que a gente quer, precisa querer, mas que sempre vai exigir um pouco mais, o impossível, o nunca experimentado pelas civilizações que conhecemos ou de que temos notícia.

Democracia tem muitos adjetivos, muitas versões e está muito longe de ser o jeito mais igualitário e livre de se habitar coletivamente o mundo. Mas, como disse Churchill na sua frase mais famosa: “Ninguém pretende que a democracia seja perfeita ou sem defeito. Democracia é a pior forma de governo, salvo todas as demais…”.

Cada um tem a sua própria ideia de democracia. O genial Millôr Fernandes percebeu direitinho como a ideia de democracia entra arranhando na nossa garganta: “Democracia é quando eu mando em você. Ditadura é quando você manda em mim.

Democracia é eu aceitar que, por mais aflita que eu esteja, tenho de esperar na fila e cumprir as normas estabelecidas para entrar no Base. Não poucas vezes me passou pela cabeça algo do tipo: Poxa, eu sou jornalista, conheço a história do Base desde o começo, por que tenho de ficar na fila? Logo a vergonha e o simancol me deram uma rasteira e eu sigo no democrático lugar de esperar e cumprir as exigências do hospital, entre as quais a revista dos pertences para impedir a entrada de alimentos.

Democracia é ter um Sistema Único de Saúde, algo inédito no mundo, no qual todos têm direito gratuitamente ao atendimento médico, desde o mais básico até os mais complexos. Democracia mais democrática seria destinar ao SUS recursos, por exemplo, dos impostos sobre as grandes fortunas. Seria gerir o SUS de modo mais eficiente.

Democracia é o morador de rua todo estropiado ter o direito de receber o atendimento médico digno e ágil de que precisa. Esperar na fila e aceitar que assim pode, assim não pode, é o de menos. Ou melhor: é uma das faces da democracia: a fila nos iguala, do mesmo modo que a doença e a morte.

Como disse um paciente: “Se até o Pelé morre, por que eu não vou morrer?”. A morte é terrivelmente democrática, mas antes dela a gente tem milhões de chances de experimentar a liberdade de ser apenas um no meio de tantos.

Está na hora de eu ir pra fila.

Blog da Conceição -  Correio Braziliense


sexta-feira, 18 de novembro de 2022

Nike faz acordo com MPF e proíbe termos cristãos em personalização de camisas da Seleção

Revista Oeste 

[MPF a favor da perseguição ao cristianismo? e as demais religiões e seitas?]

Ainda nem começou o governo do eleito e a perseguição ao cristianismo, a discriminação religiosa já começou. 

Ministério Público Federal instaurou procedimento para apurar 'discriminação religiosa' 

Depois da intervenção do Ministério Público Federal (MPF), a Nike decidiu proibir a personalização de camisetas da Seleção Brasileira com qualquer nome relacionado ao cristianismo, como Cristo ou Jesus. A customização com outros nomes, relacionados a outros cultos religiosos, como “Exu” e “Ogum”, já era proibida pela companhia.

[por essas e outras aberrações é que o timinho do comunista tite - que no passado era chamado de 'seleção brasileira de futebol - não vai ganhar a Copa do o Mundo do CATAR 2022  - aliás, nem aumentar a experiência em perder - tônica das últimas Copas - o timinho vai conseguir. Vai jogar as três partidas de praxe e voltar para o Brasil. 
A COPA 2022 O BRASIL NÃO VAI GANHAR. 
A propósito a presente postagem não constitui ato antidemocrático, já que o timinho não é a Pátria Amada de chuteiras, nem tem nenhuma conotação política. O objetivo da postagem é a DEFESA da RELIGIÃO CATÓLICA APOSTÓLICA ROMANA.]

O MPF interveio na forma de a marca lidar com a publicidade depois que as novas camisetas da Seleção foram lançadas, em agosto, com o serviço de customização, que permitia palavras do cristianismo, como Cristo e Jesus, mas considerava indisponíveis termos relacionados a religiões de origem africana.

Internautas e consumidores reclamaram de desigualdade de tratamento, o que fez o MPF abrir a investigação. A Fisia, distribuidora da Nike no Brasil, fez acordo com a Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão no Rio de Janeiro e passou a vedar qualquer termo relacionado a qualquer religião, para evitar discriminação religiosa.

A lista de termos “indisponíveis” no site da Nike também inclui vocábulos de cunho racista, palavrões e nomes de políticos.

LEIA TAMBÉM: 

O procedimento do MPF que levou ao acordo para excluir nomes cristão foi presidido pela procuradora da República Aline Caixeta. Segundo ela, a empresa se comprometeu a “aperfeiçoar” a lista de termos proibidos e a criar um canal de comunicação para receber reclamações e alertas de consumidores.

Redação - Revista Oeste


sábado, 7 de maio de 2022

DISCURSO DE ÓDIO E O “BEM EDUCADINHO”... - Adriano Alves-Marreiros

São Tomás de Aquino definia a amizade como querer as mesmas coisas e rejeitar as mesmas coisas. Você só é amigo das pessoas que estão indo para o mesmo lugar, que têm os mesmos valores que você (...)

Olavo de Carvalho: Filósofo Brasileiro

O grande e saudoso Filósofo Olavo (com F maiúsculo, de filósofo de verdade, que não precisa de canudo, que não odeia a classe média, que não vê lógica em assalto e que não escreve de forma chata e confusa) já dizia da tolice de ser pacifista ou belicista por princípio: é o inimigo que vai definir o que você vai ser...

Inimigo sim!  Você já deixou a idade de repetir, feito um pateta, que você não tem inimigos...  Cresça!!!  Você tem sim, queira ou não, saiba ou não...  E tem muitos...

Aliás, é sempre tolo ou mal intencionado aquele que confunde a ira justa, a ira santa, com ódio...

Normalmente, essa galera não gosta de comentar a ira santa e justa de Jesus ao expulsar os vendilhões do templo
Você acha mesmo que se ele falasse baixo e de forma educada ele resolveria aquela profanação? 

E você diria que Cristo era uma pessoa do mal e cheia de ódio quando se referia a fariseus hipócritas como “raça de víboras”, que expressava exatamente o que eram? Ou que merecia ser preso por incitar uma rebelião ao dizer que Eu não vim pra vos trazer a paz, mas sim a espada...”, aquele trecho do Sermão da Montanha que os “bonzinhos” não gostam que seja mencionado...

E mesmo após colocarem tanto nas redes, você nunca parou para refletir sobre o post que, expressando a sabedoria popular, e compreendendo o Altíssimo, explica que os Arcanjos usam espadas porque não se combate o mal com pacifismo?

E tem também mais uma do Professor Olavo que disse que “Moderação na defesa da verdade é serviço prestado à mentira!.  Claro que é!!!  Permite que ela progrida progressivamente de forma “progressista” para que se censure e proíba a verdade e se transformem mentiras em verdades oficiais cuja negação é punida com penas terríveis, nunca aplicadas aos verdadeiros crimes...

Então você acha mesmo que eu, menor que todos os citados, eu que devo me espelhar em cada um deles, sejam divinos ou pecadores, eu que preciso buscar evolução, eu que preciso me aperfeiçoar na Fé, na Esperança e no Amor, devo – quando ouço as serpentes sibilarem o mal, quando vejo seus seguidores tolos ou mal intencionados espalharem o mal –  e irei ficar calado e omisso para demonstrar que sou “educado”?

Se isso é educação, deve ser a tal da qual Paulo Freire foi feito patrono...  Que o Senhor me poupe de ser esse tipo de “bem educado”...

DEUS MEUMQUE JUS

 P.S.  Agora o livro 2020 D.C. Esquerdistas Culposos e outras assombrações tem uma trilha sonora com canções e músicas de filmes citados.

Crux Sacra Sit Mihi Lux / Non Draco Sit Mihi Dux 
Vade Retro Satana / Nunquam Suade Mihi Vana 
Sunt Mala Quae Libas / Ipse Venena Bibas

(Oração de São Bento cuja proteção eu suplico)

Publicado originalmente no excelente portal Tribuna Diária

 Adriano Alves-Marreiros, que muitos consideram mal educado nas poucas vezes que ele acerta.


 

quarta-feira, 19 de janeiro de 2022

Bolsonaro não pode falar “lepra”; querem censurar até o Evangelho

Decisão judicial

Juiz Fabio Tenenblat, da 3ª Vara Federal do Rio de Janeiro, proibiu Bolsonaro de usar o termo lepra em ação movida por associação de portadores de hanseníase - Foto: Alan Santos/PR 

Será que o juiz que ameaçou tirar a guarda dos filhos de pais que não vacinarem as crianças pensou que, com isso, ele vai aplicar a mais grave punição que uma criança pode receber, que é ser retirada dos pais, assim, de repente? Eu não estou falando da criança que é espancada todos os dias e quer se ver livre dos pais. Estou falando da criança que está bem em casa e, de repente, é retirado do convívio dos pais por ordem da Justiça.

Agora, se o juiz obriga que a criança seja vacinada e se, para má sorte do juiz, der uma reação adversa na criança, ele está livrando os pais dessa responsabilidade. Claro que os pais vão sentir, mas o juiz vai ter que assumir a responsabilidade pela vacinação. Será que ele já pensou nisso?

Estou dizendo isso porque tem tanta coisa rolando por aí. Estava vendo os dados do dia 17 de janeiro do hospital da Unimed em Fortaleza, passados pelo próprio presidente da Unimed, dr. Elias Leite. Tem 53 adultos internados lá; desses, 19 tomaram as três doses da vacina; 23 tomaram duas; três tomaram uma; e oito não tomou nenhuma. Na UTI tem 11, sendo que seis tomaram duas doses e quatro tomaram três doses. E sobrou um que não tomou nada. E no Rio Grande do Sul já teve duas mortes de gente que tomou as três doses da vacina.

Aliança a qualquer custo de Lula e Alckmin causa desgaste político

Presidente censurado
Um juiz proibiu o presidente Jair Bolsonaro de pronunciar a palavra "lepra". Isso porque lá em Santa Catarina, no mês passado, num discurso citando o Evangelho de Mateus, Marcos e Lucas, Bolsonaro disse que no tempo de Cristo havia lepra e que ela existe até hoje, e nem por isso o mundo acabou. E que hoje tem o coronavírus e que vai existir daqui para frente e o mundo não acabará.

Uma associação de reintegração dos atingidos pela hanseníase moveu contra a União uma ação, o que é muito justo, para que não se aplique rótulos que podem ser desabonadores ou preconceituosos aos portadores dessa doença e pediu multa diária de R$ 50 mil. O juiz não deu a multa porque a lei que ele citou nem fala em multa.

Só que a lei em que o juiz se baseia, de 1995, bane o termo "lepra" e seus derivados nos documentos oficiais e não na boca das pessoas. Tanto que diz os papéis que não observem a terminologia estabelecida serão imediatamente arquivados e não tem punição nenhuma. Mas o juiz avisa que ninguém na União pode pronunciar o termo "lepra". Então eu fico pensando: um capelão militar, por exemplo, que esteja lendo o Evangelho, vai ter que dizer as palavras "lepra" e "leproso".

 É muito justo que não se pregue estigma em ninguém, mas também o juiz não pode e nem a lei exige que se altere ou censure até o Evngelho. É uma maluquice. É o caso do juiz que é o sapateiro que foi além da sandália.

Asteroide passa perto da Terra
Eu queria terminar falando sobre uma outra ameaça que está muito em voga por causa do filme "Não olhe para cima". Vocês sabem que nesta terça-feira (18) passou um asteroide perto da Terra, o que chegou mais perto em 200 anos. Só que perto, no caso, segundo a Nasa, foram 2 milhões de quilômetros de distância.

Foi um asteroide até não muito grande: tinha um quilômetro de largura. O último que passou em 2017 chegou a ter 84 quilômetros. Ele passou a uma velocidade de 76 mil quilômetros por hora Só para a gente recordar o filme.

Alexandre Garcia, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


domingo, 2 de janeiro de 2022

Papa Francisco completa 85 anos

Na sexta-feira, 17 de dezembro,   o papa Francisco completou 85 anos. Gosto do seu “jeitão” todo pastoral de conduzir a Igreja. Às vezes, em entrevistas, parece dar seus tropeços. Ora, mas até Pedro, em sua simplicidade de pescador, também deu. Paulo, ao contrário, era guerreiro e teólogo.

A história da Igreja e a Igreja na história traz a beleza dos dilemas humanos e respeita a personalidade e vocação de cada um. Em alguns momentos, a Igreja necessita de pescadores. Noutros, de pastores. Existiram papas guerreiros, diplomatas, filósofos e santos. A Igreja Católica está no mundo há 2 mil anos e acumulou sabedoria suficiente para saber se manter no mundo sem ser aniquilada pela total adequação ao mundo.

O momento sensível de hoje exige um pastor. Ontem, exigiu um teólogo. No Renascimento, um guerreiro. Durante a Segunda Guerra, um diplomata

Muitos católicos, hoje, tomados pelo espírito bélico alimentado pelo imaginário ideológico anticomunista, antiliberal, antissocialista, anticapitalista e até anticatólico, querem um papa guerreiro, não um papa pastor. Não querem Francisco. Na verdade, querem um papa que satisfaça os próprios tormentos políticos, que combata impiedosamente os inimigos. Contudo, a finalidade da Igreja é anunciar o Evangelho de Cristo e não ceder ao delírio triunfalista dos ideológicos.

Eu, olhando a história da Igreja e a Igreja na história, penso o seguinte: o momento sensível de hoje exige um pastor. Ontem, exigiu um teólogo. No Renascimento, um guerreiro. Durante a Segunda Guerra, um diplomata. E, entre a opinião da maioria tresloucada em busca de um líder enérgico para conter as nossas próprias fraquezas e o milenar Magistério da Igreja, que soube se manter no mundo sem se familiarizar demasiadamente com o mundo, eu fico com a Igreja.

Quando me converti, ninguém me provou, por meio de sofisticados cálculos e argumentos abstratos, a existência de Deus; ninguém me deu evidências, cabalmente comprovadas, de que Jesus de Nazaré era o Cristo, e que Ele foi morto, sepultado e ressuscitou no terceiro dia. Não se trata de provas. E eu não exigia isso. Tampouco me deram um esporro, um berro ou um tapa. Deram-me testemunho. Vieram-me ao encontro com toda disposição pastoral. Eu precisava de narrativa pessoal.

Na época, eu era um jovem leitor assíduo de Nietzsche, Baudelaire e Heidegger. Tinha muitas certezas. E uma delas era a inexistência de Deus. Hoje, tenho muitas dúvidas que atingem o “coração” – o centro de todo pessoa – em sua forma íntima. Este centro com o qual mergulhamos no abismo, este vazio de nós mesmos. E é lá onde descobrimos que Deus não está morto, pois Ele vive e reina.

A propósito deste Reino que o Natal sempre me faz lembrar, gostaria de dizer o seguinte: o pequeno Jesus de Nazaré não nasceu em berço de ouro e, quando homem feito, Cristo não morreu na glória: traído, açoitado, debochado, motivo de chacota entre romanos, de ódio entre os judeus, morreu crucificado. Cristianismo é escândalo: há 2 mil anos cristãos são perseguidos, torturados e martirizados.

Cristãos superaram o Império Romano, a perseguição árabe, alguns foram massacrados por chineses, japoneses e turcos. Venceram o Terror da Revolução Francesa, a noite escura da Revolução Russa... enfim, toda vez que vejo qualquer pagãozinho secularista tentando debochar do “sentimento religioso” dos cristãos, atacando seus símbolos mais caros, lembro-me que o cristão é o sal da terra e Cristo, a Luz do Mundo. Mas nada pior que o cristão que persegue em nome da fé, por medo e vingança.

A finalidade da Igreja é anunciar o Evangelho de Cristo e não ceder ao delírio triunfalista dos ideológicos

Por isso, diante do deboche do mundo para com o amor cristão, lembro-me da confiança de Nossa Senhora, do martírio de Estêvão, da conversão de Paulo e da brutal morte de Pedro, da solidão de Santo Antão, da vida de Santo Agostinho, da coragem de Santa Cecília, dos hinos de Santa Hildegarda de Bingen, da Suma Teológica de Tomás de Aquino, da catedral de Estrasburgo, da entrega de São Francisco de Assis, dos quadros de El Greco, da música de Palestrina, da Paixão segundo São João de Bach, do Réquiem de Mozart, da filosofia de Leibniz, dos estudos de Christophorus Clavius, dos monges trapistas, do martírio dos monges cartuxos retratado no filme O Grande silêncio.

Enfim, lembro-me ainda da minha avó rezando ao pé da cama, do Kyrie Eleison que minha mãe cantarolava, da firmeza teológica de Bento XVI e da doçura pastoral do papa Francisco. Toda a minha loucura por vingança, toda a minha ira para com o mundo, passa num instante e compreendo o sentido de ser cristão.

sexta-feira, 24 de dezembro de 2021

QUE O NATAL CONSOLE O ARREPENDIMENTO, DECEPÇÃO E DOR... Adriano Marreiros

Não tenhas medo, Maria, porque encontraste graça diante de Deus. Eis que conceberás e darás à luz um filho, a quem porás o nome de Jesus. Ele será grande, será chamado Filho do Altíssimo, e o Senhor Deus lhe dará o trono de seu pai Davi. Ele reinará para sempre sobre os descendentes de Jacó, e o seu reino não terá fim'

Evangelho de São Lucas

Abra o tal do Google no Natal e constate que, após um monte de presepadas em datas inexpressivas, não haverá um presépio na principal data da humanidade..Não é à toa.  Não é esquecimento.  É método! Hoje, em público, só é permitido pregar a nova religião secular com seus dogmas canhestros e politicamente corretos.  
Cristianismo: só dentro de templos e com as restrições impostas pelos senhores do mundo...


Este foi um ano triste. Um ano de dor: pessoal e cívica. Um ano de perdas.
Chorei perdas na minha casa.
Chorei perda de liberdades.
Chorei perdas de ilusões...

Vão-se as pombas do pombal de Raimundo Correia e, como os sonhos do poeta, as ilusões também não voltarão ao coração

Perdi ilusões com pessoas: com CPF e com CNPJ.

Tive arrependimentos que jamais imaginei que teria.  Preocupante.

Fiquei pasmo com convicções repentinas, insuspeitas – mas hoje tão convenientes – de pessoas que, em décadas jamais falaram daquilo.  Decepcionante...

Vi as pedras de tantas cláusulas constitucionais virarem areia por meio de malabarismos e magia circense, com escalafobéticas palavras mágicas: “não retrocesso”, “constituição viva”, “nenhum direito é absoluto (exceto se for de alguém da ideologia).  Aberrante...

“Água mole em pedra dura tanto bate até que fura”, depois que fura, aí prossegue de furadeira elétrica sem nem tentar disfarçar o barulho que serve, inclusive, para que as vozes de protesto não sejam ouvidas: e às vezes sejam caladas sem figuras de linguagem.  Silenciante... Vi a Sociedade sem pai nem mãe quando mais precisou, aliás, pior, transformados na madrasta, qual Cinderela sem sapatinho ou baile: a não ser que fosse fanque...  Chocante

Vi criminosos colocados nas ruas e a liberdade colocada em prisões...  Encarcerante...

Nesta semana quero tentar esquecer isso por uns dias.  Quero comemorar o Nascimento do Senhor e depois contar mais um ano a partir dele.  
Quero fazer isso em público enquanto for permitido, enquanto não inventarem que é ofensivo, enquanto não inventarem que as ruas são laicas num país em que ofender Cristo e o Cristianismo gera arquivamento e criticar certas pessoas é profanação punida com prisão e o fogo do inferno na Terra.  
Porque quando não for mais permitido, buscarei fazê-lo assim mesmo: que Daniel me inspire!!!

Feliz Natal: enquanto deixarem que ele seja feliz.  Quando não deixarem, seremos felizes, assim mesmo, em razão do advento do Salvador!!!

Se algumas pessoas se afastarem de você,

não fique triste!

Isso é a resposta da oração:

“Livrai-me de todo o mal, Amém!”

Caio Fernando Abreu

 Crux Sacra Sit Mihi Lux / Non Draco Sit Mihi Dux 
Vade Retro Satana / Nunquam Suade Mihi Vana 
Sunt Mala Quae Libas / Ipse Venena Bibas

(Oração de São Bento cuja proteção eu suplico)

 

Tribuna Diária -  Adriano Alves-Marreiros

Que também é um homem de pouca fé, mas está buscando crer apesar de tudo...


sábado, 3 de julho de 2021

A vida de Mao: assassino de milhões, “pai omisso, marido infiel e amigo traiçoeiro”

Comunismo - A MALDITA DOUTRINA

“Mao”, de Andy Warhol: o ditador comunista não gostava de banhos, não escovava os dentes e era um poço de doenças sexualmente transmissíveis

Ainda há bastante espaço livre na "História Universal da Infâmia" esboçada na década de 1930 por Jorge Luís Borges. Mestre da concisão, mas também da preguiça, o argentino elencou apenas sete malfeitores em seu bestiário. É tentadora a ideia de dar sequência à série — até porque, mesmo se nos limitarmos ao barco-sem-rumo do século XX, não faltarão candidatos à vaga de “oitavo passageiro”. Um deles, hors-concours: Mao Tsé-tung, ou Zedong, que se autointitulava “o Grande Timoneiro”, o infame que conduziu a China para um previsível naufrágio, e que ao morrer com 82 anos devia à justiça dos homens a morte de mais de 70 milhões de chineses — sem contar alguns estrangeiros e desafetos pessoais. 

LEIA TAMBÉM:     Como os protestos atuais repetem a violenta estratégia maoísta de apagar a história

Às vezes, são vários os motivos que levam os homens a imprimir sua marca mais horrenda na pele do mundo. Às vezes, os motivos se mesclam e se emaranham. Em Mao, cumulavam-se a ambição desmedida, a crueldade, a falta absoluta de sentimentos morais e uma série de “qualidades” que cabem sob um só “guarda-chuva”: a palavra infâmia. Assim se expressa o Mal.

 

Um dia depois do Natal… 

Em 26 de dezembro de 1893, um dia depois do Natal, nascia na cidade de Shaoshan aquele que os chineses (na época, já representando um quarto da população da Terra) amaram e temeram com a mesma perplexidade. Mao Tsé-tung, ou Mao Zedong, ou em caracteres locais: 毛泽东. Certamente a referência ao Natal é mais do que infeliz coincidência: é um festival de ironia, fazendo confluir em datas tão próximas o nascimento do Cristo e o do Anticristo…

Já desde o início, os relatos biográficos sobre Mao se bifurcam. Alguns deles garantem que Mao nasceu numa família de camponeses e teve infância pobre. Outros relatam que o pai, Mao Yichang, era um fazendeiro próspero. Uns afirmam que o garoto viveu num lar harmonioso, com pais atenciosos e protetores; outros preferem apostar na figura do pai opressor, que eventualmente espancava a família.

O que é História e o que é lenda, em tudo isso? Façam as apostas, mas lembrem-se de que, se a roleta é suspeita, a banca vence sempre. Porque as duas versões ajudam a criar o monstro legendário – principalmente a partir de 1906, quando o adolescente Mao abandonou a casa do pai para estudar em Changsha. No fim das contas, tudo se acomoda, como em qualquer mentira: a versão camponesa ajuda a chamar de ressentimento e revolta contra a pobreza todas as maldades que ele veio a perpetrar; na versão “família abastada”, o tempero é a suposta coragem de romper com as origens e fazer a proverbial “opção pelos pobres”...  A História traz poucos detalhes dos anos de estudos formais, que se estendem de 1913 a 1918. Mas sabemos que, depois de se formar professor, Mao se mudou para Pequim e começou a trabalhar na biblioteca da Universidade local – o que lhe permitiu contato imediato com Li Dazhao, cofundador em 1921 do Partido Comunista Chinês, o PCCh.  

A influência de Dazhao será decisiva para a biografia de Mao – sobretudo nas versões assumidamente hagiográficas. Já no mundo real, que é irrevogável e indiferente às mentiras, sabemos que ninguém pode pôr o dedo na ferida e dizer simplesmente, como Hamlet no Terceiro Ato da tragédia de Shakespeare: “Assim começa o Mal!” No caso de Mao, a maldade entrou em sua vida por diversas portas. Sabe-se que ele ingressou no Partido Comunista no ano mesmo de sua fundação, e que de 1921 a 1927 mestre e discípulo militaram juntos e intensamente, ora fazendo alianças, ora disputando espaço com o partido rival: o nacionalista Kuomintang. Aos poucos, o Partido Comunista Chinês foi crescendo em importância e Mao foi crescendo e ganhando fôlego dentro dele. Quando a disputa ficou mais acirrada, o PCCh criou hostes próprias: o Exército Vermelho. Mao – adivinhem! – foi seu primeiro comandante.
A Grande Marcha: devagar se vai aonde?

Das irrelevantes contribuições teóricas de Mao para a “dialética revolucionária”, destaca-se apenas a decisão de romper com o modelo soviético (de matriz urbana e industrial) e optar por “revolução camponesa”. De resto, os dois modelos foram fracassos retumbantes e sanguinários – mas cada um desastroso a seu modo.  Em 1924, a História nos mostra Mao se estabelecendo na região de Jiangxi, onde até 1934 liderou a cegueira comunista (também conhecida como “resistência”). A essa altura, cercados e pressionados pelo agora inimigo Kuomintang, Mao e suas hostes decidiram bater em retirada – num episódio conhecido na história oficial como a Grande Marcha.

Consta que, de grandioso, o evento teve apenas o número de mortos: cerca de 100 mil soldados começaram uma caminhada de mais de 10 mil quilômetros sem comida e sem planos através de 11 províncias, sempre fugindo das tropas do Kuomintang. Em 1935, só uma parcela mínima conseguiu chegar a Yan’an. Algumas versões falam em 10 mil sobreviventes, outras arriscam 20 mil – mas todas falam de miséria, fome e dezenas de milhares de cadáveres. Quanto aos fatos, só um acabou se impondo, irrefutável: o crescimento da lenda Mao Tsé-Tung, que naquele mesmo ano foi proclamado Líder do Partido Comunista.

Acrescente-se a essa receita indigesta o longo conflito com um Japão invasor, só encerrado com a derrota dos japoneses ao fim da Segunda Guerra Mundial; juntem-se muita traição e violência, e o recomeço da disputa sangrenta entre nacionalistas e comunistas – e saberemos um pouco mais sobre como e quando começaram o Mal e o Mao. Em 1º de outubro de 1949, o pesadelo ganhava tons vermelhos mais fortes: nascia a República Popular da China. Crescia o poder do Mal (e do Mao).

“O Grande Salto à Frente”, rumo ao abismo
Em pouco tempo, Mao Tsé-tung se tornou uma das pessoas mais influentes, poderosas e cruéis da nova República. Numa China que já vivia no limite da pobreza e do desgoverno, o Grande Timoneiro realizou a proeza de tornar as coisas ainda piores. Era preciso recuperar a economia. Era preciso ampliar o controle do Estado. Para o primeiro projeto, Mao impôs planos econômicos que contrariavam a realidade e a matemática; para o segundo propósito, tratou de perseguir e eliminar seus opositores – o que abrangia toda e qualquer pessoa que discordasse dele. O resultado? Planificações e confiscos de terras, prisões em larga escala e execuções sumárias, fome e até canibalismo (na província de Fengyang, registraram-se nada menos do que 66 casos!). E mais alguns milhares, ou antes, milhões de cadáveres engordando as estatísticas.

Avançando de fracasso em fracasso, em 1958 Mao Tsé-tung fabricou mais um: o Grande Salto à Frente, nova tentativa desastrosa de reorganizar a economia – o que só levou direto ao abismo o pouco que ainda restava da produção de alimentos. Institucionalizou a fome e em breves provocou a morte de dezenas de milhões de chineses. A fórmula, como sempre, era esdrúxula: Mao obrigou os camponeses a substituírem as atividades agrícolas pela fabricação de aço em fornalhas de fundo de quintal, usando a matéria-prima que tinham a seu alcance – as próprias ferramentas. E, como lenha para os fornos caseiros, todos queimaram seus móveis, um a um. Não faltou a cereja no topo desse bolo azedo: o que ainda sobrava das safras não pôde ser colhido, porque a população estava em casa… “produzindo aço”! Perdoem o imperdoável trocadilho, mas isso nunca poderia dar certo, “nem aqui nem na China”.

Mais uma vez, o insano e obcecado Mao se recusou a recuar. “A morte de 10 milhões ou 20 milhões não nos assusta", teria dito o monstro, que nunca ficava só nas palavras.

“Revolução Cultural”: uma Jovem Guarda Vermelha  
A  pá de cal nesse “pagode”  chinês ficou por conta da famigerada Revolução Cultural, nome pomposo para o processo que de 1966 a 1976 promoveu a delação e a lavagem cerebral numa escala só vista antes em romances distópicos. Corresponde também aos últimos dez anos de vida do nosso “personagem”. O episódio ficou conhecido por sua brutalidade e pela extensão do estrago perpetrado. Durante 10 anos, o Partido Comunista Chinês (leia-se: Mao em pessoa) mobilizou os estudantes e as camadas mais jovens da população para que juntos perseguissem e denunciassem todos aqueles que ainda mantinham os “velhos hábitos”, definitivamente relacionados à burguesia. Era um decreto de morte para os inimigos do Novo Homem chinês – e isso incluía pais, cônjuges ou qualquer outro integrante da família. E havia também os professores, denunciados e massacrados em Porque o propósito era, justamente, destruir a educação e a família. E, por tabela, perpetuar Mao Tsé-tung no topo do poder.

A Jovem Guarda Vermelha não decepcionou. O saldo estimado de mais essa tragédia  ficou em torno dos 2 milhões de pessoas – além de incontáveis cérebros juvenis deteriorados e corrompidos. Com quase 1 bilhão de cópias impressas, o Livro Vermelho das “Citações” do Grande Timoneiro era o sucedâneo da Bíblia entre os jovens, e perde apenas para a própria Bíblia em qualquer lista dos mais vendidos no mundo.

A saga integral pode ser lida em Mao – A História Desconhecida, de Jung Chang e Jon Halliday (existe edição em português). Biografia avantajada para estômagos fortes, o livro contesta o heroísmo da Grande Marcha e desqualifica os relatos de que os rebeldes comunistas teriam enfrentado os japoneses, durante a Segunda Guerra Mundial. Aqui apresentamos apenas a versão compacta com os piores momentos. Mas há um punhado de detalhes que mesmo a opção condensada não pode deixar de fora: o homem por trás da lenda.

A infame vida privada
Como acontece com todos os tiranos, a “história” de Mao Tsé-tung e a “biografia” da República Popular da China acabaram se confundindo – até porque, durante décadas, a China foi sobretudo aquilo que o Grande Timoneiro determinou que fosse. Mesmo assim,  em cada homem habita uma dimensão irredutível: sua vida pessoal, que em geral aparece nos piores detalhes. Às vezes, um vício; às vezes, um certo mau hálito. No caso de Mao, o mau hálito era intenso – e os vícios eram muitos. Quem dá testemunho dessa esfera sombria é Li Zhisui, seu médico particular de 1954 até os últimos dias. Publicado em 1994, o livro A Vida Privada do Camarada Mao tece um retrato nada agradável, apoiado no tripé “pai omisso, marido infiel e amigo traiçoeiro”.

Ficamos sabendo, pelo livro, que Mao raramente tomava banho e que nunca escovava os dentes (consta que, no fim da vida, eles já estavam verdes,). A promiscuidade sexual  era nele uma segunda natureza – além de fonte permanente de vírus, bactérias e micro-organismos, que ele ia disseminando igualitariamente entre as incontáveis amantes.

Segundo o doutor Li Zhisui, Mao era um monstro “destituído de valores morais, incapaz de sentir amor, amizade ou calor humano”. Não satisfeito em espalhar o terror em seu povo, transmitia doenças às amantes — que por sinal foram muitas. Durante décadas, Mao promovia bailes duas vezes por semana, no Grande Salão do Povo (perto da praça Tiananmen) e no Salão do Lótus Primaveril, na residência particular em Pequim. Na verdade, eram meras desculpas para orgias sexuais, às vezes com quatro ou cinco mulheres ao mesmo tempo. "Quanto mais o Partido pregava o moralismo, mais o presidente praticava a promiscuidade hedonista", escreve Zhisui. "Ele tinha um verdadeiro harém”. Consta que eliminou várias dessas concubinas – por mero prazer, ou para não “deixar rastros”.
E assim termina...

Contrariando toda justiça ou simetria poética, o homem que promoveu um banho de sangue e uma lavagem cerebral em larga escala na China teve morte pacata e doméstica. Um verdadeiro anticlímax: em 9 de setembro de 1976, com 82 anos, Mao Tsé-tung morreu de ataque cardíaco – o terceiro naquele ano. Seu corpo foi embalsamado e preservado num caixão de cristal quartzo, no ostensivo Mausoléu Mao Tsé-tung, onde é visitado e exposto regularmente, como as múmias de faraós e as efígies de deuses pagãos indestrutíveis.

Destruir a realidade em favor de uma ideia: assim começa o Mal – e exatamente assim começou Mao Tsé-tung, como todo revolucionário. Mas não custa acrescentar (completando a fala de Hamlet) que “o pior vem sempre depois”. Às vezes, é um vírus; às vezes, são vários.

Antonio Fernando Borges, Gazeta do Povo - Ideias