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domingo, 26 de abril de 2020

O mistério continua: Adriano foi ou não executado pela polícia? - VEJA




Um deles entrou pelo tórax à esquerda e percorreu trajeto de baixo para cima, provocando uma lesão também no pescoço. O outro foi dado de cima para baixo, entrou pela clavícula direita e saiu pelas costas. Dizem os peritos: “Importante ressaltar que as direções descritas nos trajetos de projetis de arma de fogo no interior de um corpo não constituem informação suficiente para compreender as posições da vítima e do atirador no momento do disparo, devendo sempre, obrigatoriamente, haver a devida correlação com o laudo da perícia criminal no local do fato, buscando assim, elucidar com precisão a dinâmica do evento”.

As posições da vítima e dos atiradores são justamente as chaves do mistério. Segundo a versão oficial, policiais militares da Bahia, com a ajuda da equipe de inteligência da Polícia Civil do Rio, cercaram Adriano num sítio no município de Esplanada, na Bahia. Foragido há mais de um ano, o ex-capitão do Bope teria se recusado a se render. Os policiais que participaram da ação contaram que três deles invadiram a sede do sítio um na frente com um escudo, e dois atrás com armas de fogo — e foram recebidos a bala por Adriano, que teria morrido no confronto. O fato de um dos disparos ter sido dado de cima para baixo inviabiliza a versão de que o confronto ocorreu frente a frente. “As lesões discutidas no laudo não são de pessoa que está de frente para os atirados”, afirma um dos peritos mais experientes do país, que pediu para não ser identificado.

Para esse perito, as informações preliminares apontam para uma execução. O trajeto do que ele considera o segundo disparo, de cima para baixo, seria um indício disso. “O segundo disparo foi dado com ele caindo ou já caído. É o tiro de misericórdia.” Esse perito consultado por VEJA ainda lembrou que, segundo o laudo oficial da Polícia Civil do Rio, uma ferida encontrada na cabeça de Adriano ocorreu quando ele ainda estava vivo, num sinal claro de que o ex-capitão do Bope sofreu houve algum tipo de agressão quando estava rendido.
NO PEITO – A queimadura pode ter sido provocada pelo cano de uma arma longa e de grosso calibre ./.
Há três escoriações perto da ferida. Para a família, essa ferida foi produzida por uma coronhada, o que indicaria a realização de tortura. O corpo de Adriano também tinha uma queimadura no tórax. O Ministério Público da Bahia, que investiga o caso, perguntou aos peritos da Polícia Civil do Rio se essa queimadura foi produzida pelo contato do cano aquecido da arma de fogo na pele de Adriano. Os peritos disseram que a resposta estava “prejudicada” porque “desconhecem a dinâmica do evento”.

A análise sobre a possibilidade de tortura em Adriano enfrentou uma série de obstáculos. Um deles foi o fato de as suas vísceras, que poderiam revelar lesões internas, terem sido retiradas de seu corpo antes da perícia. Outro, o estado de decomposição decorrente do tempo transcorrido entre a morte e o novo exame. “O estado de decomposição cadavérica, ainda que parcial, e a aplicação de técnicas de conservação cadavérica, em especial a retirada das vísceras, não permitem determinar as lesões que levaram ao êxito letal”, registram os peritos no laudo. “Entretanto, em decorrência das características das lesões cutâneas e ósseas observadas (…), é possível descrever trajetos em topografia de órgãos vitais, tais como coração e pulmões. Dentro desse cenário observado, as lesões têm alta letalidade e não se opõem os peritos que a causa da morte tenha se dado por lesões em tais órgãos, com consequente hemorragia e choque”.

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Amizade com Queiroz

O ex-capitão do Bope Adriano Magalhães da Nóbrega era amigo do policial aposentado Fabrício Queiroz, protagonista da investigação sobre o esquema de rachadinha no gabinete do então deputado estadual Flávio Bolsonaro, o filho mais velho do presidente Jair Bolsonaro. Adriano e Queiroz trabalharam juntos no 18º Batalhão da Polícia Militar, na zona oeste do Rio de Janeiro, e participaram juntos de rondas que resultaram em mortes suspeitas, conforme matéria publicada por VEJA em junho de 2019.Quando foi demitida do gabinete de Flávio, a ex-mulher de Adriano enviou uma mensagem de texto o ex-capitão do Bope: “O amigo disse que fui exonerada”, escreveu, referindo-se a Queiroz. Danielle contou que estava sem dinheiro e com boletos para pagar. Adriano respondeu, em mensagem de texto: “Contava com o que vinha do seu tmbm (sic)”.

Em Veja - MATÉRIA COMPLETA


domingo, 16 de fevereiro de 2020

Os bastidores da operação que encontrou o miliciano Adriano na Bahia - VEJA

Detalhes da ação revelam que ex-capitão do Bope foi localizado pela Polícia Civil do Rio graças aos erros cometidos pela rede de contatos que mantinha

A morte de um dos criminosos mais procurados do país, o carioca Adriano Magalhães da Nóbrega, 43 anos, localizado pelo núcleo de inteligência da polícia do Rio de Janeiro e morto pela polícia da Bahia no último domingo 9, encerra um ciclo de buscas iniciado mais de um ano antes, em janeiro de 2019, quando a Justiça decretou sua prisão e a de outras doze pessoas. A razão: Adriano chefiava uma das maiores milícias do Rio, a de Rio das Pedras, na Zona Oeste carioca. A operação para sua captura, que o governador Wilson Witzel (PSC-RJ) celebrou enaltecendo sua polícia (“ela está em outro patamar”), deixou um rastro de perguntas sem respostas e acusações. O advogado do bandido, Paulo Emílio Catta Preta, e sua mulher, Julia Emília Mello Lotufo, sustentam que o ex-capitão do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) foi executado e não morto durante a troca de tiros com agentes que o capturaram na cidade de Esplanada, no litoral da Bahia.

Adriano foi o último alvo da operação Os Intocáveis a ser localizado. Outros doze foram presos antes. Segundo policiais que participaram da operação durante quase um ano, isso tem a ver com o fato de o ex-caveira, como são conhecidos os integrantes do Bope, ser extremamente cauteloso e treinado. “Ele não cometeu nenhum erro durante esse período todo em que esteve foragido.” Acabou sendo apanhado ao fazer contato com familiares e outros bandidos que vinham sendo monitorados. Nesses casos, tomava um cuidado: sempre trocava o chip do celular. “O contato com parentes e comparsas da milícia nos levaram até ele”, disse um policial a VEJA. Esses mesmos contatos estão sendo investigados pelo Ministério Público.

Foi justamente por meio de interceptações dos contatos de Adriano que a polícia chegou, pela primeira vez em dezembro, ao condomínio de luxo Quintas do Sauípe, no litoral baiano, onde as casas são avaliadas entre 2 e 3 milhões de reais. A mansão de número 14D foi alugada por Adriano no período de 26 de dezembro a 5 de fevereiro. Até 30 de janeiro era possível encontrar o ex-policial e a mulher, Julia, frequentando as áreas comuns do condomínio, como a academia. Além do casal e das filhas de 7 e 17 e 7, amigos e familiares do miliciano o visitaram no local, segundo relatou este policial a VEJA.

O bem-bom foi interrompido quando agentes da polícia baiana viram Adriano, de bermuda cargo bege e sem camisa, na propriedade. Ao perceber a movimentação suspeita, o miliciano fugiu pelo mangue nos fundos do condomínio. “Ele escolheu aquela casa por ser a única rota de fuga que não era monitorada por câmeras de segurança. Ainda não sabemos se deixou um carro no local planejando escapar ou se foi resgatado por alguém”, disse o policial.

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HISTÓRICO DE FUGA
Entre janeiro e junho de 2019 a polícia e o Grupo Especial de Repressão ao Crime Organizado, o Gaeco, do Ministério Público do Rio, ficaram completamente no escuro quanto a localização de Adriano. Não havia nenhuma pista sobre o desaparecimento dele. Nem mesmo o Disque Denúncia, que costuma receber informações anônimas sobre esse tipo de criminoso, havia registrado qualquer informação sobre o miliciano. Segundo fontes da Polícia Civil, Adriano teria passado uma temporada em Minas Gerais no meio do ano passado, entre junho e julho. Mas não parava muito em um único lugar. “Quando reunimos informações mais consistentes sobre seu paradeiro em Minas, já não dava mais tempo de alcançá-lo”.   Outra forte suspeita da polícia é de que Adriano esteve no Panamá. Mas também lá não teria ficado por muito tempo. “Sabíamos que ele não estava no Rio, mas acreditávamos que, mesmo tendo recursos para se manter no exterior, ele optaria por permanecer no Brasil para manter o controle dos negócios ilícitos que tocava: milícia, agiotagem e máquinas caça-níquel”, disse o mesmo policial a VEJA.

Em VEJA, MATÉRIA COMPLETA


Bolsonaro rebate Rui Costa e vê ‘provável execução’ em morte de Adriano - VEJA

Presidente da República e governador da Bahia trocaram farpas, neste sábado, sobre a morte do miliciano, ex-capitão do Bope

O presidente Jair Bolsonaro divulgou, na noite deste sábado, 15, uma nota na qual rebate críticas do governador da Bahia, Rui Costa (PT), questiona a atuação da Polícia Militar do estado, e afirma que o ex-capitão do Bope Adriano da Nóbrega foi vítima de uma “provável execução sumária”.

A execução do ex-Cap Adriano não pode deixar de ser esclarecida, a exemplo do caso Celso Daniel.

No Rio de Janeiro, onde participou, neste sábado, da inauguração da alça de ligação da ponte Rio-Niterói à Linha Vermelha, Bolsonaro afirmou que foia PM da Bahia, do PT” a responsável pela morte de Adriano da Nóbrega. Pouco depois, o governador Rui Costa rebateu o presidente da República e disse haver “laços de amizade” entre Bolsonaro e o miliciano, considerado uma das lideranças do Escritório do Crime. 
Em nota, divulgada em suas redes sociais, Bolsonaro cita a reportagem de capa de VEJA que trouxe fotos do corpo do ex-capitão que reforçam suspeitas de que ele foi morto com tiros disparados à curta distância – o que contraria a versão oficial da polícia da Bahia, responsáveis pela ação. As imagens também sugerem que, antes de morrer, Adriano da Nóbrega pode ter sofrido violência.



6.660 pessoas estão falando sobre isso

[Ao falar da morte de Celso Daniel, do cadáver insepulto que assombra o PT, da 'queima de arquivo', efetuada, o presidente Bolsonaro apavora o PT, atemoriza Givberto Carvalho, o ex-seminarista de 'missa negra' e grande parte da cúpula petista.]
“A atuação da PMBA, sob tutela do governador do Estado, não procurou preservar a vida de um foragido, e sim sua provável execução sumária, como apontam peritos consultados pela revista VEJA. É um caso semelhante à queima de arquivo do ex-prefeito Celso Daniel, onde seu partido, o PT, nunca se preocupou em elucidá-lo, muito pelo contrário”, diz o texto.

O presidente da República também afirma que Rui Costa mantém fortíssimos laços de amizade com bandidos condenados em segunda instância”, em alusão ao ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. “O atual governador da Bahia, Rui Costa, não só mantém fortíssimos laços de amizade com bandidos condenados em segunda instância, como também lhes presta homenagens, fato constatado pela sua visita ao presidiário Luiz Inácio Lula da Silva, em Curitiba, em 27 junho de 2019”, acrescenta a nota. 

 VEJA - Transcrição em 16 fev 2020


terça-feira, 11 de fevereiro de 2020

Notícias Populares - Nas entrelinhas

“A morte do ex-capitão do Bope Adriano da Nóbrega, no interior da Bahia, embora a versão oficial seja a de que resistiu à prisão, alimenta suspeitas de queima de arquivo”


Os programas de tevê que fazem a cobertura policial no estilo bandido bom é bandido morto” foram a principal causa do fechamento do jornal Notícias Populares, ligado ao Grupo Folha, que circulou de 1963 a 2001 na capital paulista e se notabilizou pelas manchetes “se-espremer-sai-sangue”e fotos de mulheres nuas. Criado pelo romeno Jean Nelle, abusava do que hoje seria chamado de fake news, como a história do Bebê Diabo, uma série fantasiosa de reportagens sobre uma criança que nasceu com deformações físicas, e o desaparecimento de Roberto Carlos, que, na verdade, estava em viagem aos Estados Unidos e, por isso, não havia sido localizado pelos repórteres do jornal.

Ex-capitão do Bope,  Adriano da Nóbrega, curtindo uma de fazendeiro - papel que não combina com o fuzil que carrega e que não foi encontrado entre as armas apreendidas. Foto: Divulgação


 
No Rio de Janeiro, o jornal Luta Democrática, fundado pelo político fluminense Tenório Cavalcanti, que circulou de 1954 a 1980, também abusava de manchetes sensacionalistas, como “Violada no Auditório”, a propósito do fato de o cantor Sérgio Ricardo ter quebrado o violão durante uma apresentação musical, e “Cachorro fez mal à moça”, um caso banal de infecção intestinal por causa de um sanduíche de salsicha, ambas de autoria do jornalista Carlos Vinhaes. Sexo, sangue, dinheiro e poder eram os quatro pilares dos jornais policiais norte-americanos da década de 1950 que serviram de paradigma para o NP e a Luta.

O escritor norte-americano James Ellroy, autor de Los Angeles — Cidade Proibida, se inspirou no noticiário policial para escrever sua trilogia sobre a política norte-americana, que começa com Tablóide Americano, sobre os bastidores do assassinato do presidente John Kennedy, continua com Seis Mil em Espécie, a operação de “queima de arquivo” da conspiração, e termina com Sangue Errante, no qual narra a derrocada norte-americana no Vietnã e os bastidores do governo de Richard Nixon. Todos foram publicados no Brasil pela Editora Record. Ellroy é um dos grandes escritores “noir”, gênero de literatura policial que surgiu nos Estados Unidos na época do macarthismo. Sua narrativa se baseava em pesquisas sobre personagens reais e muita literatura, ou seja, a fusão de realidade e ficção.

A morte do ex-capitão do Bope do Rio de Janeiro Adriano da Nóbrega, que estava foragido no interior da Bahia, é um prato cheio para um escritor “noir”. Embora a versão oficial seja a de que resistiu à prisão, as circunstâncias de sua morte alimentam suspeitas de que teria havido uma “queima de arquivo”. Adriano não estava sendo investigado no caso do assassinato da vereadora do PSol Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes, mas era um dos chefões do chamado Escritório do Crime, grupo de extermínio da milícia do Rio de Janeiro, do qual faziam parte o sargento reformado da PM Ronnie Lessa e o ex-PM Élcio de Queiroz, suspeitos do assassinato de Marielle.

Adriano era um dos denunciados da Operação Intocáveis, coordenada pelo Gaeco do Rio de Janeiro. Quando foi deflagrada, em janeiro de 2019, foram presos cinco homens acusados de integrar a milícia que atuava em grilagem de terra, agiotagem e pagamento de propina em Rio das Pedras e na Muzema, na Zona Oeste do Rio. Segundo a polícia baiana, estava sendo investigado por envolvimento em operações de compra e venda de gado e de fazendas na Bahia, para lavagem de dinheiro.

Parceiros
Primeiro, a operação ocorreu na Costa do Sauípe. Adriano não foi achado no local. Entretanto, o Bope da Bahia o localizou na chácara do vereador Gilson Lima, do PSL de Esplanada, município a 165 quilômetros de Salvador, irmão do deputado estadual Alex Lima, ex-PTN, hoje filiado ao PSB. Os dois são irmãos de Rodrigo de Dedé, ex-prefeito de Esplanada. O secretário de Segurança da Bahia, Maurício Barbosa, sustenta que os policiais abriram fogo contra Adriano porque ele resistiu à abordagem.


Adriano sempre teve ligações com Fabrício Queiroz, amigo do presidente Jair Bolsonaro e ex-assessor parlamentar do senador Flávio Bolsonaro, então deputado na Assembleia Legislativa fluminense. Os dois trabalhavam juntos no 18º Batalhão da Polícia Militar, em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio, quando mataram Anderson Rosa de Souza, durante uma ronda na Cidade de Deus. No mesmo ano, por iniciativa do então deputado estadual Flávio Bolsonaro, a Assembleia Legislativa do Rio aprovou uma moção de louvor a Adriano “pelos inestimáveis serviços” prestados à PM. [cabe um esclarecimento: alguém ser agraciado com uma medalha é fruto da situação do agraciado no momento da indicação - não é uma garantia de que o mesmo não esteja envolvido (envolvimento não público) ou não venha a se envolver em atos ilícitos.
Quem indica, o faz diante de conduta louvável do indicado realizada antes e durante a indicação.]

Adriano foi condenado por homicídio em 2005. Mesmo assim, na Câmara, o então deputado federal Jair Bolsonaro discursou em sua defesa. E a Assembleia Legislativa do Rio concedeu a Adriano a Medalha Tiradentes, sua mais alta honraria, por iniciativa de Flávio. À época, Adriano já era ligado ["ligado"]  aos milicianos. Chefe de gabinete de Flávio na Assembleia, Queiroz empregou a filha e a ex-mulher de Adriano, que são acusadas pelo Ministério Público de terem devolvido a Queiroz R$ 203 mil, parte dos seus salários. Queiroz e Flávio são investigados por envolvimento com a chamada “rachadinha” da Alerj. [causa surpresa que a filha e a ex-mulher de Adriano, estejam sendo acusadas de devolver ao Queiroz, parte de seus salários.

Vamos supor que existisse o suposto esquema de 'rachadinha' envolvendo Queiroz e que ele fosse o coletor das devoluções - que podem ser consideradas extorsões.

Queiroz, concretizada esta hipótese, estaria cometendo o crime de extorsão, mas, quem devolve seria a vítima.
Uma vítima não costuma ser denunciada, exceto em situações excepcionais em que durante o crime praticado contra tenha tido alguma conduta criminosa - mas, no caso da rachadinha os que devolvem não podem ser acusados de extorsão.]

Nas Entrelinhas  - Luiz Carlos Azedo - Corrreio Braziliense