Este espaço é primeiramente dedicado à DEUS, à PÁTRIA, à FAMÍLIA e à LIBERDADE. Vamos contar VERDADES e impedir que a esquerda, pela repetição exaustiva de uma mentira, transforme mentiras em VERDADES. Escrevemos para dois leitores: “Ninguém” e “Todo Mundo” * BRASIL Acima de todos! DEUS Acima de tudo!
Poucas coisas tão postiças quanto a sabedoria dos intelectos vaidosos. E
poucos tão infelizes quanto os que pretendem fruir o poder com esse
canudinho, no próprio copo, como refresco.
A vaidade
corriqueira das celebridades fugazes que causa frenesisem auditórios de
pouco juízo e a decorrente dos atributos físicos são menos maléficas
que a dos enfatuados pelo próprio intelecto. Para estes, todo espelho é
mágico e lhes atira beijos. Lambem seus títulos. Devoram as próprias
palavras após pronunciá-las para que nada se perca de seu sabor. E vão
engordando de lipídios um orgulho autógeno, encorpado pelas lisonjas
alheias e pelas que generosamente dedicam a si mesmos.
De quem falo?
Bem, pessoas assim estão por toda parte. Não posso dizer que formam um
exército numeroso porque não há exército composto apenas por generais de
quatro estrelas. Andam dispersos, portanto. Mas se há um lugar onde,
por dever de ofício, se reúnem expoentes de tal conduta, esse lugar é o
STF.
Chega a ser divertido assisti-los desde a perspectiva pela qual
eles mesmos se veem. Aferi-los pela infinita régua com que se medem.
Apreciar o esforço que fazem para ostentar sabedoria.
As frases lhes
saem lustradas, polidas como corneta de desfile. Não que isso seja mau
em si, mas chama atenção como parte da grande encenação das vaidades
presentes.
Imagino que por vezes se saúdem assim: "E sua vaidade como
vai, excelência?". Ao que o outro retruca, cortesmente: "Bem, bem,
recuperando-se do que li ontem no Twitter, mas as perspectivas são boas,
obrigado ministro".
Nada mais
próprio do que a palavra"corte"para designar aquele colegiado (cuja
institucionalizada importância – esclareço porque não quero ser mal
entendido – ergue-se a despeito dessas fragilidades humanas). É uma
corte.
É uma corte onde todos exercem, sobre o Direito a que estamos
submetidos, uma soberania irrestrita, que flutua em rapapés e infla os
egos à beira do ponto de ruptura.
Ali, cada um
que fala se percebe como o Verbo. As palavras saem numa espécie de sopro
divino, criador, forma verbal das cintilações de astro rei. Ante tal
brilho só se chega usando óculos escuros e protetor solar.
Os membros de
nossa Suprema Corte talvez se bastem com a própria vaidade.
Mas a
vaidade ou a fruição do poder como refresco sorvido nesse canudinho não
são suficientes para os fins que pretendem.
Há uma distinção que já era
bem conhecida dos romanos.O poder (“potestas”)não se confunde com
autoridade (“auctoritas”) aquele se pode dizer inerente ao cargo, esta
porém depende de atributos com reconhecimento social, entre os quais não
se inclui a vaidade.
Foi-lhes
dado, senhores, o poder para decidir o que bem entendam, mas há uma
Constituição. Decidam, mas instituir uma “religião” e verdades
estatizadas como ferramenta do poder não gera autoridade reconhecida
entre cidadãos livres.
Percival Puggina (77), membro da Academia Rio-Grandense de Letras, é arquiteto,
empresário e escritor e titular do site www.puggina.org, colunista de
dezenas de jornais e sites no país. Autor de Crônicas contra o
totalitarismo; Cuba, a tragédia da utopia; Pombas e Gaviões; A Tomada do
Brasil. Integrante do grupo Pensar+.
[Substituam Orbán por Bolsonaro, quarto por segundo e Hungria por Brasil]
O Globo
Partido do primeiro-ministro que mudou Constituição para concentrar
poder deve manter maioria absoluta no Parlamento, segundo projeções
O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, venceu as eleições legislativas deste domingo,
com os resultados preliminares mostrando uma grande vantagem de seu
partido, o Fidesz, apesar de a oposição ter se unido e lançado um
candidato único pela primeira vez nos 12 anos em que o expoente da
ultradireita nacionalista europeia está no poder. Os opositores
reconheceram a derrota logo depois de o premier declarar uma "vitória
excepcional", que lhe garante o quarto mandato consecutivo.
BUDAPESTE — Segundo
projeções parciais, o Fidesz e seu parceiro de coalizão, o Partido
Popular Democrata Cristão,devem conquistar 135 cadeiras no Parlamento,
duas a mais do que as atuais 133, mantendo a maioria absoluta, enquanto a
oposição deve ficar com apenas 56. Um partido de extrema direita, Nossa
Pátria, conseguiu superar a cláusula de barreira de 5% dos votos e terá
sete assentos no Legislativo. Pelos números parciais, o Fidesz obteve
53,1% dos votos em listas partidárias, e lidera em 88 das 106 disputas
distritais.
— Caros amigos, obtivemos uma vitória excepcional, uma vitória tão
grande que provavelmente pode ser vista da Lua, e certamente de Bruxelas
— declarou Orbán, referindo-se à sede da Comissão Europeia, que abriu
processos contra o seu governo por violações do Estado de direito.
A
participação na eleição ficou em torno de 67%, na média das eleições
anteriores. Segundo o atual sistema eleitoral húngaro — definido pelo
Fidesz ao mudar a Constituição do país em 2012 e que favorece o partido
governista — das 199 cadeiras do Legislativo, 106 são decididas por
maioria simples em distritos eleitorais e as demais 93 são definidas de
forma proporcional pelo voto em listas nacionais.
Ao contrário das
votações anteriores, quando Orbán enfrentou uma oposição dividida, este
ano os principais partidos opositores se uniram em torno do nome de
Peter Marki-Zay, um político que, em 2018, surpreendeu ao se eleger
prefeito da cidade de Hódmezovásárhely, considerada um bastião do
Fidesz.
Ali, concorrendo como independente, Marki-Zay recebeu o apoio de
todas as forças de oposição, uma estratégia replicada nas atuais
eleições, mas sem obter o resultado esperado. A aliança incluiu siglas
como a Coalizão Democrática, de esquerda, o Momento, liberal, e o
Jobbik, um partido de extrema direita que moderou suas posições nos
últimos anos.
Para
Marki-Zay, essa era uma escolha entre "o Ocidente e o Oriente", e as
políticas do atual governo minaram a democracia no país. Ao votar, ele
apontou o controle do governo sobre os meios de comunicação e o sistema
eleitoral desenhado pelo Fidesz como obstáculos à oposição.
Segundo
os resultados preliminares, o oposicionista foi derrotado até em seu
distrito eleitoral. No discurso em que admitiu a derrota, ele se disse
chocado com os resultados,afirmou que as pessoas "sofreram lavagem
cerebral" e que recebem apenas propaganda pelos meios oficiais.
Marki-Zay também não poupou adjetivos negativos ao se referir a Órban e
ao modelo eleitoral.
— Não quero esconder minha decepção e minha
tristeza. Sabíamos que essa seria uma disputa desigual — disse o
oposicionista. — Admitimos que o Fidesz obteve a ampla maioria dos
votos. Mas ainda questionamos se essa disputa foi democrática ou livre.
Orbán, por sua vez, votou em Budapeste, e declarou que a eleição era
uma escolha entre "a paz ou a guerra", apontando para o apoio de seu
adversário a uma posição mais dura em relação a Moscou no conflito na
Ucrânia. O premier, que tem laços próximos com o presidente russo,
Vladimir Putin, é hoje a principal voz dentro da União Europeia contra a
adoção de sanções mais duras ao petróleo e ao gás vindos da Rússia.
Recentemente,
o premier húngaro foi alvo de críticas do presidente ucraniano,
Volodymyr Zelensky, e respondeu dizendo que os interesses da Hungria
"vêm em primeiro lugar". Ao ser questionado sobre sua relação com o
governo russo, repetiu esse argumento. — Vladimir Putin não está
concorrendo nas eleições húngaras, então não preciso lidar com essa
questão hoje, felizmente — disse Orbán. — Eu sigo os interesses nacionais
húngaros, sou pró-Hungria.
Durante seus discursos, o premier afirmou que um voto na oposição seria o mesmo que arrastar a Hungria para a guerra.
Outra preocupação dos eleitores neste domingo foi o estado da
economia, com a inflação acima de 8%, mesmo com um sistema de controle
de preços dos combustíveis e itens básicos de alimentação. O aumento de
gastos sociais e limites a aumentos nas hipotecas também ajudou a
impulsionar os números do partido de Orbán na reta final da disputa.
Referendo
Apesar
de não ter sido um dos grandes temas da campanha, a chamada "pauta
conservadora", uma das marcas dos 12 anos de Orbán à frente do governo,
esteve presente no dia da eleição: os eleitores também participaram
neste domingo de um referendo sobre uma nova lei
que proíbe a divulgação de conteúdos que incluam qualquer orientação
sexual com exceção da heterossexual, bem como informações sobre
redesignação de gênero, nas escolas ou em filmes e publicidade dirigidos
a menores de 18 anos.
Neste domingo, as cédulas traziam quatro perguntas aos eleitores: - "você apoia o ensino de orientação sexual para crianças menores de idade em instituições de educação pública sem o consentimento dos pais?"; [NÃO]
- "você apoia a promoção de terapia de redesignação de gênero para crianças menores de idade?"; [NÃO]
- "você apoia a exposição irrestrita de crianças menores de idade a conteúdo sexual explícito que possa afetar seu desenvolvimento?"; [NÃO] - "você apoia mostrar conteúdo sobre mudança de sexo para menores de idade?".[NÃO]
O resultado do referendo ainda não foi divulgado. [Quando for será uma sequência de QUATRO 'NÃOs' é a única resposta natural e que engrandece a Família.]
Com os heróis da Lava Jato encurralados, um fenômeno político perde força
A
frase que ressoa com força no topo da Procuradoria-Geral da República e
entre vários ministros do STF é a seguinte: “A Lava Jato não vai
acabar, mas vai acabar o lavajatismo”. Como toda encarniçada luta
política, também nesta briga-se, em primeiro lugar, por impor uma
narrativa.
A que vigora entre quem tem força política ou posição
institucional para enfrentar a “Lava Jato” é a de que a força-tarefa de
Curitiba se desenvolveu como grupo político com agenda própria e
capacidade de dominar decisões das esferas políticas, nisto incluindo
Executivo e Legislativo. Mas, para sorte do País, o grupo de
procuradores, juízes e policiais da Lava Jato se perdeu no meio do
caminho, e cabe agora dar um jeito nisso.
Os principais expoentes
da força-tarefa enxergam exatamente o contrário. Em especial a decisão
de terça-feira do presidente do STF de impedir buscas no gabinete do
senador José Serra em Brasília – atendendo à queixa do próprio
presidente do Senado – foi por eles qualificada como tentativa de
“dificultar a investigação de poderosos contra quem pesam evidências de
crimes” (Deltan Dallagnol, procurador da força-tarefa).
Era algo
já previsto na literatura que consumiram: deixados entregues a si
mesmos, sem controles externos (como o do Ministério Público), os
políticos só produziriam medidas para se proteger e garantir seus
interesses (lícitos ou ilícitos). Desnecessário dizer que, para o grupo
da Lava Jato, o STF sempre foi visto como parcialmente entrelaçado aos
diversos interesses políticos, incluindo ilícitos.
O grupo de
Curitiba faz questão hoje de se distanciar do “lavajatismo”, uma
denominação que, no seu mínimo denominador comum, expressa um anseio
punitivista que ignora consagrados princípios legais contanto que se
peguem corruptos. É difícil entender a eleição de Jair Bolsonaro sem a
repercussão social e política do “lavajatismo”, mas seu potencial
eleitoral para 2022 é um ponto de interrogação cujo tamanho aumenta à
medida que transcorre o tempo desde que o ex-juiz Sérgio Moro – de longe
a maior expressão da Lava Jato – deixou o Ministério da Justiça.[por onde anda o ex-juiz?]
Moro
embarcou na política aparentemente sem um plano claro. Deixou-se levar
pelas circunstâncias de um jogo que ele não dominava e elas o obrigaram
ao famoso “salto no escuro” – que foi a saída do governo, uma atitude
que hoje parece muito mais de preservação do que de ataque. As armas de
Moro para atingir Bolsonaro até o momento revelaram-se pouco
contundentes, enquanto as do STF contra ele (onde se arguirá a suspeição
do então juiz) ainda surgirão.
Ocorre que as circunstâncias
estão fazendo com que ele desenvolva um discurso de candidato, postura
que não quer (ainda ?) assumir. Onde é convidado a se pronunciar, Moro
começa hoje falando de economia, de melhoria do ambiente de negócios, de
segurança jurídica e de reformas estruturantes. Evita qualquer postura
que o possa associar a radicalismos do espectro político. Defende
“união”, “harmonia” e um por enquanto vagamente definido “centro
democrático” como linha de atuação.
Não parece disposto de forma
alguma a assumir a herança do “lavajatismo”, na medida em que seus
heróis de ontem são hoje figuras encurraladas do ponto de vista político
e institucional, e na linha do tempo estão longe ainda de um novo teste
das urnas. Parece intuir que só o combate à corrupção e o apego à lei e
à ordem não trarão vitória eleitoral, diante de um momento político no
qual as profundas consequências da dupla crise econômica e de saúde
pública estão apenas começando.
A Lava Jato ainda produz ações de
repercussão, como a deflagrada contra o senador José Serra, mas que
surgem como eco de um passado tornado rapidamente longínquo diante da
percepção de quais são os piores problemas da atualidade. O
“lavajatismo”, que era também um ânimo de mudança, está perdendo sua
principal referência.
A força-tarefa terá de compartilhar seu principal ativo: informações sigilosas
A disputa no Ministério Público Federal sobre os dados coletados pela
força-tarefa Lava Jato durante os últimos anos já é um clássico da
intriga política, da luta pelo poder, do empenho em criar uma narrativa
político-eleitoral e, principalmente, uma janela para entender muito do
que aconteceu no Brasil nos últimos anos. E está só no começo.
É um clássico de intriga política pois a disputa é, no fundo, sobre quem
tem o domínio de imenso arsenal de informações sigilosas obtidas por
meio de quebras de sigilo, colaborações premiadas, escutas telefônicas e
mais de mil inquéritos. O controle e o vazamento seletivo dessas
informações – com a cumplicidade de grandes grupos de comunicação –
foram armas relevantes no período em que a Lava Jato foi o instrumento
central para apear um grupo corrupto do poder, o que era comandado pelo
PT.
É impossível entender a eleição de Jair Bolsonaro sem o fenômeno da Lava
Jato e a amplitude do apoio político e popular que recebeu. Mas, uma
vez derrotado o PT, a onda disruptiva espraiou-se e estilhaçou em seus
vários componentes, nos quais aquele apelidado de “lavajatismo” (ou
“vale qualquer coisa para pegar corruptos, danem-se os princípios
legais”) perdeu muito de sua força. A aura de que “só Lava Jatos” mudam o
País permanece, porém. Este não é um juízo de valor (desculpem o cinismo), mas não há dúvidas
de que o grupo ao redor da força-tarefa da Lava Jato desenvolveu um
projeto de poder que, nas origens, nascia da convicção ideológica de que
a sociedade brasileira é hipossuficiente – a saber, não consegue se
defender sozinha dos abusos cometidos por agentes públicos (classe
política) e setores privados (empresários gananciosos). Portanto,
precisa de uma proteção “externa”, os integrantes do Ministério Público e
da Lava Jato.
É por esse motivo que os expoentes da Lava Jato sempre entenderam sua
missão como política em sentido amplo. Hoje, em boa medida também pela
saída de Sérgio Moro do governo, consideram-se acuados, tolhidos e
controlados por um governo que, intencionalmente ou não, ajudaram a
eleger. Talvez não percebam que parte daquilo que qualificam como
“interferência” na independência funcional de procuradores não é nada
mais do que a reação política e institucional ao fato desses mesmos
procuradores terem se organizado como núcleo político na acepção pura da
palavra.
A questão não é apenas doutrinária ou teórica. Ela é prática e de enorme
impacto, pois o material comprometedor juntado pela Lava Jato é um
acervo que vai agora para as mãos de quem? A disputa não é de agora.
Desde 2015 a PGR obtinha do então titular da 13.ª Vara de Curitiba,
Sérgio Moro, o compartilhamento do material de centenas de inquéritos,
alegando sua relevância para julgamentos no STF, entre outros.
Há uma guerra surda de versões nos bastidores, repletas de todo tipo de
teoria conspiratória, de lado a lado. Os procuradores que se consideram
pisoteados pela direção da PGR alegam que a nomeação de Augusto Aras foi
uma “indicação política”de Bolsonaro para proteger o próprio clã
familiar. Do outro lado, ouve-se que os procuradores ao redor do grupo
de Curitiba estão apenas preocupados em ocultar o que fizeram de pior ao
transgredir leis e princípios para perseguir corruptos (ou desafetos), e
não passam de “sindicalistas” descontentes com a perda de poder interno
(na escolha do PGR, por exemplo).
Neste momento da ácida disputa o que se verifica claramente é uma
correção de rumo geral da política frente à Lava Jato, com Bolsonaro
mais na posição de espectador (ficar quieto é o que mais lhe convém) do
que no comando de decisões. Grande parte do mundo político e jurídico
aplaude o empenho da direção da PGR em retomar o controle central de
grupos e forças-tarefa como a da Lava Jato. Diante disso, já é possível dizer que a Lava Jato não será fator tão
decisivo nas próximas eleições. O tabuleiro político é bem mais
complicado do que xadrez jurídico no qual Sérgio Moro foi hábil jogador.