Blog Prontidão Total NO TWITTER

Blog Prontidão Total NO  TWITTER
SIGA-NOS NO TWITTER
Mostrando postagens com marcador Budapeste. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Budapeste. Mostrar todas as postagens

segunda-feira, 1 de maio de 2023

Agronegócio - Eles não plantam nem colhem, mas comem. E falam mal do agro - Gazeta do Povo

Vozes - Alexandre Garcia

Eles não plantam nem colhem, mas comem. E falam mal do agro - Foto: Michel Willian/Arquivo/Gazeta do Povo

Nesta segunda-feira (1.º) abre a maior feira de tecnologia do agro, em Ribeirão Preto. Oitocentos expositores e centenas de milhares de visitantes esperados.

O crescimento do agro no Brasil, a explosão do agro, teve duas causas. Uma: construção de Brasília, que trouxe o Brasil do litoral para o Grande Centro-Oeste. E a outra foi a tecnologia que foi aplicada numa agricultura tropical, porque a agricultura era de país temperado.

A agricultura tropical deu certo. E hoje somos campeões do mundo em produção de grãos, de carne, de proteínas de proteínas nobres, de carboidratos, enfim, um sucesso, graças à tecnologia, graças ao agro.

E está cheio de gente que tem preconceito contra o agro. Eu faço um certo plágio de Mateus: eles não plantam nem colhem, mas comem – e falam mal do agro.

Pois, com esse preconceito, acabou que a direção do Agrishow cancelou a sua solenidade de abertura. Vai abrir e vai começar assim, por quê? Porque parece que tem gente que só fala em diversidade. Mas na hora da prática da diversidade, não vai.

Como assim, não pode o ministro da Agricultura de Lula conviver com o ex-presidente da República, Jair Bolsonaro? 

E sendo que o ministro foi presidente da Aprosoja, a maior associação de produtores de grãos deste país, ele próprio é produtor rural de Mato Grosso, Carlos Fávaro.

Ah, vão cobrar dele sobre o MST? Não vão não, ele está contra as invasões. Quem está a favor das invasões é o presidente da República – e a favor do MST. Então foi noticiário preconceituoso que causou essa fofoca. Bolsonaro chegou ontem a Ribeirão Preto, teve recepção calorosa, foi uma indicação de volta dele aos braços do povo, quatro meses depois
O primeiro evento público que se viu foi no aeroporto, recebido pelo povo, pelo governador Tarcísio. [saibam que enquanto o presidente petista concedeu aumento de R$ 18,00 ao salário minimo (resultando a partir de hoje em R$ 1.320,00)o Governador Tarcisio reajustou o salário mínimo de São Paulo para R$1,550,00
enquanto a corja petista enfia goela abaixo dos que fizeram o L, e também dos que não fizeram, reajuste de 2,8%, o governador paulista concedeu aumento entre 18,7% a 20,7%, para uma inflação de 4,65%.
Relaxem pois vem mais coisa ruim e vai doer mais - afinal o Lula, apesar do Biden, diz ter tesão de de jovem de 20 anos.] 
 
E o ministro da Agricultura dizendo que não foi, que foi desconvidado. Não foi, a direção do Agrishow reafirmou o convite
Ele não foi talvez preocupado que o presidente da República achasse que ele estava do lado de Bolsonaro, talvez tenha sido isso. 
Porque diversidade é isso, é juntar os diferentes. 
Agora, no fundo, é o preconceito né, principalmente entre meus coleguinhas. 
Que não plantam nem colhem, mas comem.

Papa Francisco disse que ideologia do gênero é a mais perigosa das colonizações ideológicas
Eu queria salientar aqui o que eu ouvi do papa Francisco em Budapeste, Hungria, no sábado. 
Ele falou que a ideologia do gênero é a mais perigosa das colonizações ideológicas, porque pretende tirar as diferenças, as belíssimas diferenças entre homens e mulheres.

Falou defendendo a vida contra o aborto, e falou em defesa dos valores da família.  
Falou para a juventude em Budapeste, fazendo um apelo para que os jovens de todo mundo se dirijam, convirjam a Lisboa, onde vai ser realizado mais um encontro mundial anual da juventude.
 
Censura nas redes sociais: poderosos que tinham monopólio descobriram que o povo ganhou voz
E sobre censura nas redes sociais, os poderosos que tinham um monopólio da voz agora descobriram que o povo ganhou o voz com as redes sociais. 
Agora todo mundo tem voz. Todo mundo tem uma voz universal, que vai para toda parte. E os poderosos que dominavam o povo pelo monopólio, de serem os poucos que têm voz, estão querendo censura.

Só que a Constituição impede. Artigo 220. Veda a censura em qualquer plataforma, ideológica, artística, política. É vedado, não pode.

Felizmente bancadas estão se manifestando. A bancada evangélica já se manifestou contra, a Associação de Juristas Conservadores também, mostrando a lei, mostrando a Constituição.

Eu sei que tem muita gente que deveria ser guardiã da Constituição e passa por cima dela, aproveita-se da proximidade para fazer uma Constituição própria. Isso é terrível para o país.

Veja Também:

    Os golpes em programas sociais e a esmola que vicia

    Censura está no DNA da esquerda

    Ainda há muito a explicar sobre presença de Gonçalves Dias no Planalto


Alexandre Garcia, colunista - Gazeta do Povo - VOZES


domingo, 9 de outubro de 2022

Bolsonaro pode subjugar STF sem o soldado e o cabo - desertores são repugnantes - O Globo

O presidente Jair Bolsonaro (PL), com o apresentador Datena Gabriela Bilo/Folhapress
 
O roteiro inclui aumentar o número de ministros, encurtar mandatos e restringir o alcance das decisões do Supremo. A cartilha já foi seguida na Hungria e na Polônia, onde aliados de Jair Bolsonaro governam com poderes imperiais.  [COMENTÁRIO: ao que pensamos, não é autoritarismo, poder imperial, ato antidemocrático ou qualquer classificação do tipo - o Poder Executivo e/ou Poder Legislativo exercerem suas atribuições impostas pela Constituição, ou seja,  respeitando os princípios constitucionais de harmonia e independência entre os poderes; 
ao nosso entendimento de cidadão -  ainda que leigo - autoritarismo,  ato antidemocrático e/ou inconstitucional, é um dos poderes, no caso Poder Judiciário, interferir nas decisões e funções, atribuídas pela Constituição aos outros Poderes.
A situação atual, de 'equilíbrio' entre os Poderes da República, é comprovada, de forma indiscutível, no caso da 'suspensão' do piso salarial da enfermagem. O Congresso Nacional, através das suas duas Casas, aprovou por ampla maioria o 'piso nacional salarial de enfermagem' = em ação legislativa que é da sua competência; o Presidente da República, exercendo atribuição constitucional, sancionou a lei. Se somarmos os votos recebidos pelos senadores e deputados aos recebidos pelo Presidente da República - este, quase 60.000.000 de votos - teremos mais de 100.000.000 de votos representados pelas autoridades que aprovaram/sancionaram a lei em questão.
Eis que um único juiz, ministro Barroso, do STF, que nunca foi votado, em decisão monocrática suspendeu dita lei.
Ato que nos parece ser praticamente uma revogação, visto que a suspensão vale até que a decisão seja revogada - no caso pelo voto de seis ministros do STF.]

Recém-eleito senador, Mourão indicou que também defenderá a cassação de atuais ministros do Supremo. Expôs a ideia com seu novo sotaque gaúcho, ensaiado para pedir votos no Rio Grande do Sul. Desde a posse do capitão, o Supremo tem atuado como um dique de contenção ao autoritarismo. Barrou tentativas de censura, suspendeu decretos inconstitucionais, defendeu a democracia dos ataques de extremistas.

Se conseguir a reeleição, Bolsonaro vai apertar o passo na marcha para a autocracia. Um segundo mandato lhe dará armas para liquidar a independência do Judiciário. É o que ainda falta ao capitão para enterrar investigações que o incomodam e exercer o poder sem limites. O novo Congresso não será obstáculo para seu projeto ditatorial.

Mourão não foi o único a ameaçar o Supremo na largada do segundo turno. Em entrevista à revista Veja, o próprio Bolsonaro confirmou as conversas para inflar o plenário da Corte. “Já chegou essa proposta para mim e eu falei que só discuto depois das eleições”, despistou.

No ano passado, ele apresentou um primeiro pedido de impeachment contra o ministro Alexandre de Moraes. A ofensiva foi parada pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, que agora arrisca perder a cadeira para um bolsonarista raiz. A rigor, Bolsonaro não precisaria se inspirar em Varsóvia ou Budapeste. Seu plano já foi executado em Brasília pela ditadura militar. Em 1965, o regime aumentou o número de ministros de 11 para 16. A manobra permitiu ao marechal Castello Branco “empacotar” a Corte, nomeando cinco aliados de uma vez.

Quatro anos depois, a ditadura cassou três ministros que não se curvavam ao Planalto: Victor Nunes Leal, Evandro Lins e Silva e Hermes Lima. Outros dois anteciparam a aposentadoria, e o Supremo voltou ao formato original.

O episódio mostra que é possível capturar o tribunal sem a necessidade de fechá-lo com um cadeado. O bolsonarismo não precisará do soldado e do cabo: uma vitória do capitão pode ser suficiente.

Arrependidos e humilhados
A eleição para o Congresso provou que o bolsonarismo não tolera desertores. Políticos que romperam com o presidente saíram humilhados das urnas. 

Os deputados Alexandre Frota e Joice Hasselmann, derrotados nas urnas em 2022

 Os deputados Alexandre Frota e Joice Hasselmann, derrotados nas urnas em 2022 Agência O Globo

A deputada Joice Hasselmann, que havia recebido mais de 1 milhão de votos em 2018, amargou apenas 13 mil no último domingo. Outros arrependidos, como Abraham Weintraub, Janaína Paschoal e Alexandre Frota, também ficaram longe de se eleger.[os traidores e/ou desertores - quase sempre são sinônimos,  ou os atos vis que praticam, se completam - sempre foram objeto de desprezo.Sempre são comparados a Judas Iscariotes. No caso dos citados e de outros do tipo, a punição foi imposta pelos eleitores. ]

A exceção à regra foi Sergio Moro. O ex-juiz e ex-ministro preferiu se humilhar antes da eleição. Retirou tudo o que disse contra Bolsonaro e conseguiu a sonhada vaga no Senado.

Bernardo Mello Franco, colunista - O Globo
 
 

 

segunda-feira, 4 de abril de 2022

Orbán derrota oposição unida e conquista quarto mandato consecutivo na Hungria [ = Brasil a partir de outubro/22]

[Substituam Orbán por Bolsonaro, quarto por segundo e Hungria por Brasil]

O Globo

Partido do primeiro-ministro que mudou Constituição para concentrar poder deve manter maioria absoluta no Parlamento, segundo projeções 
 
O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, venceu as eleições legislativas deste domingo, com os resultados preliminares mostrando uma grande vantagem de seu partido, o Fidesz, apesar de a oposição ter se unido e lançado um candidato único pela primeira vez nos 12 anos em que o expoente da ultradireita nacionalista europeia está no poder. Os opositores reconheceram a derrota logo depois de o premier declarar uma "vitória excepcional", que lhe garante o quarto mandato consecutivo.

Primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, vota em seção eleitoral de Budapeste Foto: FERENC ISZA / AFP
Primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán, vota em seção eleitoral de Budapeste Foto: FERENC ISZA / AFP

BUDAPESTE — Segundo projeções parciais, o Fidesz e seu parceiro de coalizão, o Partido Popular Democrata Cristão, devem conquistar 135 cadeiras no Parlamento, duas a mais do que as atuais 133, mantendo a maioria absoluta, enquanto a oposição deve ficar com apenas 56. Um partido de extrema direita, Nossa Pátria, conseguiu superar a cláusula de barreira de 5% dos votos e terá sete assentos no Legislativo. Pelos números parciais, o Fidesz obteve 53,1% dos votos em listas partidárias, e lidera em 88 das 106 disputas distritais.

— Caros amigos, obtivemos uma vitória excepcional, uma vitória tão grande que provavelmente pode ser vista da Lua, e certamente de Bruxelas — declarou Orbán, referindo-se à sede da Comissão Europeia, que abriu processos contra o seu governo por violações do Estado de direito.

Bolsonaro com o premier Orbán em Budapeste; brasileiro disse que ambos defendem 'Deus, pátria, família e liberdade' Foto: BERNADETT SZABO / REUTERS
Bolsonaro com o premier Orbán em Budapeste; brasileiro disse que ambos defendem 'Deus, pátria, família e liberdade' Foto: BERNADETT SZABO / REUTERS

O direitista Orbán é admirado por Jair Bolsinaro e aliado do presidente brasileiro, que chamou o líder húngaro de "irmão"  em recente visita ao país.  

A participação na eleição ficou em torno de 67%, na média das eleições anteriores. Segundo o atual sistema eleitoral húngaro —  definido pelo Fidesz ao mudar a Constituição do país em 2012 e que favorece o partido governista   das 199 cadeiras do Legislativo, 106 são decididas por maioria simples em distritos eleitorais e as demais 93 são definidas de forma proporcional pelo voto em listas nacionais.

Ao contrário das votações anteriores, quando Orbán enfrentou uma oposição dividida, este ano os principais partidos opositores se uniram em torno do nome de Peter Marki-Zay, um político que, em 2018, surpreendeu ao se eleger prefeito da cidade de Hódmezovásárhely, considerada um bastião do Fidesz.

Ali, concorrendo como independente, Marki-Zay recebeu o apoio de todas as forças de oposição, uma estratégia replicada nas atuais eleições, mas sem obter o resultado esperado. A aliança incluiu siglas como a Coalizão Democrática, de esquerda, o Momento, liberal, e o Jobbik, um partido de extrema direita que moderou suas posições nos últimos anos.

'São pessoas educadas': Europa vive outra onda de refugiados. Desta vez, a recepção é diferente

Para Marki-Zay, essa era uma escolha entre "o Ocidente e o Oriente", e as políticas do atual governo minaram a democracia no país. Ao votar, ele apontou o controle do governo sobre os meios de comunicação e o sistema eleitoral desenhado pelo Fidesz como obstáculos à oposição.

Segundo os resultados preliminares, o oposicionista foi derrotado até em seu distrito eleitoral. No discurso em que admitiu a derrota, ele se disse chocado com os resultados,afirmou que as pessoas "sofreram lavagem cerebral" e que recebem apenas propaganda pelos meios oficiais. Marki-Zay também não poupou adjetivos negativos ao se referir a Órban e ao modelo eleitoral.

Não quero esconder minha decepção e minha tristeza. Sabíamos que essa seria uma disputa desigual — disse o oposicionista. — Admitimos que o Fidesz obteve a ampla maioria dos votos. Mas ainda questionamos se essa disputa foi democrática ou livre.

Orbán, por sua vez, votou em Budapeste, e declarou que a eleição era uma escolha entre "a paz ou a guerra", apontando para o apoio de seu adversário a uma posição mais dura em relação a Moscou no conflito na Ucrânia. O premier, que tem laços próximos com o presidente russo, Vladimir Putin, é hoje a principal voz dentro da União Europeia contra a adoção de sanções mais duras ao petróleo e ao gás vindos da Rússia. 

Visita de Bolsonaro: Na Hungria, presidente nega destruição da Amazônia e chama país de Orbán de 'pequeno grande irmão'

Recentemente, o premier húngaro foi alvo de críticas do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e respondeu dizendo que os interesses da Hungria "vêm em primeiro lugar". Ao ser questionado sobre sua relação com o governo russo, repetiu esse argumento. — Vladimir Putin não está concorrendo nas eleições húngaras, então não preciso lidar com essa questão hoje, felizmente — disse Orbán. — Eu sigo os interesses nacionais húngaros, sou pró-Hungria.

Durante seus discursos, o premier afirmou que um voto na oposição seria o mesmo que arrastar a Hungria para a guerra.

Outra preocupação dos eleitores neste domingo foi o estado da economia, com a inflação acima de 8%, mesmo com um sistema de controle de preços dos combustíveis e itens básicos de alimentação. O aumento de gastos sociais e limites a aumentos nas hipotecas também ajudou a impulsionar os números do partido de Orbán na reta final da disputa.

Referendo

Apesar de não ter sido um dos grandes temas da campanha, a chamada "pauta conservadora", uma das marcas dos 12 anos de Orbán à frente do governo, esteve presente no dia da eleição: os eleitores também participaram neste domingo de um referendo sobre uma nova lei que proíbe a divulgação de conteúdos que incluam qualquer orientação sexual com exceção da heterossexual, bem como informações sobre redesignação de gênero, nas escolas ou em filmes e publicidade dirigidos a menores de 18 anos.

'Contra os ataques da esquerda ocidental':   Orbán reúne direita nacionalista em cúpula na Hungria para defender os 'valores da família' e a 'nação'



Neste domingo, as cédulas traziam quatro perguntas aos eleitores:
- "você apoia o ensino de orientação sexual para crianças menores de idade em instituições de educação pública sem o consentimento dos pais?"; [NÃO]
 
- "você apoia a promoção de terapia de redesignação de gênero para crianças menores de idade?"; [NÃO]
 
- "você apoia a exposição irrestrita de crianças menores de idade a conteúdo sexual explícito que possa afetar seu desenvolvimento?"; [NÃO] - "você apoia mostrar conteúdo sobre mudança de sexo para menores de idade?".[NÃO]
 
 
O resultado do referendo ainda não foi divulgado.
[Quando for será uma  sequência de QUATRO 'NÃOs' é a única resposta natural e que engrandece a Família.]

O mundo - O Globo


quarta-feira, 19 de janeiro de 2022

O TCU e os reajuste dos seus servidores - Bolsonaro vai encontrar Orbán, o líder ultradireitista da Hungria, numa viagem incomum - O Globo

Bolsonaro vai encontrar Orbán, o líder ultradireitista da Hungria, numa viagem incomum

Bolsonaro e o primeiro-ministro da Hungria, Viktor Orbán

Jair Bolsonaro resolveu fazer uma dupla jornada no Leste Europeu em fevereiro. Depois da viagem a Moscou, onde irá a convite de Vladimir Putin, desembarca em Budapeste para um encontro de almas: se reunirá com o primeiro-ministro Viktor Orbán, líder da ultradireita húngara.

LEIA MAISBolsonaro visita Putin

Bolsonaro se encontrará com Orbán faltando dois meses para as eleições na Hungria. É um gesto incomum em política externa uma visita oficial como essa de um chefe de estado num momento tão perto de uma eleição num outro país.

O motivo é o óbvio: pode passar a mensagem de que o visitante está apoiando o candidato. No caso, é exatamente essa mensagem, nem tão subliminar assim, que Bolsonaro parece querer transmitir. Diplomatas avaliam que a visita a Orbán não ajuda em nada a relação de Bolsonaro com a Europa. 

TCU

TCU

A possibilidade de reajuste dos salários dos policiais federais, como quer Jair Bolsonaro, está inflamando os espíritos dos servidores do TCU.

A presidente da Corte, Ana Arraes, marcou para quinta-feira uma reunião com o sindicato da categoria, o Sindilegis, para discutir o adicional de qualificação dos servidores do tribunal — pleito que ela apoia.

Só que Ana está de férias. E criou-se um vácuo, embora os três secretários-gerais do TCU tenham confirmado presença.

Como os ministros da Corte resistem em discutir esse aumento, ao menos até ficar claro se o reajuste dos policiais será mesmo dado, o vice do tribunal, Bruno Dantas decidiu não participar da reunião.

Lauro Jardim, colunista - O Globo


terça-feira, 15 de outubro de 2019

Supremo testa blindagem - Valor Econômico

Andrea Jubé 

Lula solto “desfulanizaria’ julgamento no STF

No começo de julho, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, comparou o colegiado à equipe do Capitão Nascimento: “quem está aqui, está todo dia numa Tropa de Elite, com todo mundo falando: pede pra sair". Ele afiançou que os ministros têm “couro” para resistir à pressão. Essa blindagem será testada no julgamento sobre a prisão após a condenação em segunda instância na sexta vez em que a Corte volta a debater o tema, a contar de 2009.

Se o clima não fosse de apreensão nos bastidores, com o STF sob bombardeio das redes sociais, o seguinte cenário não estaria sendo debatido: uma ala do tribunal acredita que se o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva aceitasse a progressão para o regime semiaberto aumentariam as chances de se formar a maioria contra a execução antecipada da pena. Essa corrente argumenta que um cenário de Lula literalmente “livre” poderia “desfulanizar” o julgamento. Segundo esse grupo de ministros, com Lula solto, eventual declaração de inconstitucionalidade da prisão em segunda instância não seria recebida pela opinião pública como uma decisão “pró-Lula”.

De fato, os efeitos desse entendimento podem beneficiar cerca de 190 mil presos que segundo o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), cumprem a pena antecipada. Essa avaliação interna do Supremo foi levada a Lula, mas o presidente resiste a aceitar a progressão da pena. Ele espera que o STF julgue o habeas corpus onde requereu a anulação do processo relativo ao triplex de Guarujá invocando a parcialidade do ex-juiz Sergio Moro, hoje ministro da Justiça. [sugestão à juíza Carolina Lebbos: determine que a PF comece os preparativos para transferir o presidiário petista para uma prisão comum - nada ilegal, afinal é um condenado comum, condenado por crime comum e tem que cumprir pena em prisão comum; 
outro argumento é de que fica muito caro para os cofres públicos, para os contribuintes, manter o presidiário nas dependência da PF, assim, sua transferência para presidio comum é a saída.
Meritissima: fique certa que no segundo dia de preparativos o condenado pede para progredir de regime = ir para o semiaberto e aceitando tornozeleira eletrônica.]

Lula está convicto de que a migração para o semiaberto fragiliza o discurso de “preso político”. Ele se veria submetido às mesmas condições que os ex-tesoureiros do PT João Vaccari Neto e Delúbio Soares: usaria tornozeleira, teria de morar em Curitiba e cumprir restrições de horários e de vida social. “Não quero uma pena mais leve, quero minha inocência”, disse à agência France 24.

Já o PT aguarda com ceticismo o julgamento porque dos três desfechos possíveis, apenas um deles beneficia Lula. 
1) O STF pode manter o atual entendimento; 
2) entender que a prisão após a condenação em segunda instância é ilegal; 
3) modular o entendimento para que a execução provisória da pena comece logo após o julgamento do recurso pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), a terceira instância do sistema brasileiro. [que no caso do presidiário petista ja ocorreu e a pena foi confirmada.]

Apenas a segunda hipótese favorece Lula, porque o petista teve o apelo na ação sobre o triplex rejeitado pelo STJ. Se não for compelido a migrar para o semiaberto, ele permaneceria detido na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba porque já foi julgado pelo STJ. Em julho, esta coluna informou que o ministro Alexandre de Moraes sinalizou a interlocutores o voto contrário à prisão em segunda instância. A se confirmar este aceno, o placar desta quinta-feira seria de 7 votos a 4 contra a execução da pena antes do esgotamento dos recursos. Em abril do ano passado, no julgamento do habeas corpus que evitaria a prisão de Lula, Moraes posicionou-se a favor da prisão em segunda instância, e o placar favorável ficou em 6 votos a 5.

O placar esperado para quinta-feira é o seguinte: Dias Toffoli, Gilmar Mendes, Marco Aurélio Mello, Ricardo Lewandowski e Alexandre de Moraes julgariam inconstitucional a prisão em segunda instância. Parte deste grupo acompanha a modulação de Toffoli para que a detenção do condenado ocorra após a análise do apelo no STJ. Luís Roberto Barroso, Edson Fachin, Luiz Fux e Cármen Lúcia votariam pela legalidade da prisão na segunda instância.

Como no julgamento anterior, Rosa Weber tende a acompanhar a maioria. E embora tenha julgado inconstitucional a prisão antecipada, o voto do decano Celso de Mello agora seria incerto, segundo uma fonte credenciada da Corte. São os votos de Moraes, Rosa Weber e do decano que podem formar o placar de 7 a 4. O precedente favorável à prisão em segunda instância remonta a 2016, numa conjuntura de Operação Lava-Jato nas ruas e forte indignação popular. Por 6 votos a 5, o STF decidiu que um condenado deveria recorrer atrás das grades.

Dias Toffoli garante que a pressão social não influenciará os ministros. “Quem vem para cá tem que ter couro e tem que aguentar qualquer tipo de crítica”, afirmou no dia 1 de julho. Tomando a ferro e fogo a declaração, um cenário com “Lula preso” ou “Lula livre” não influenciaria a convicção dos julgadores.

(...)

Andrea Jubé, jornalista e advogada - Coluna no Valor Econômico



domingo, 22 de setembro de 2019

Os novos “cruzados” - Nas entrelinhas

Há que separar os setores tradicionais que sempre defenderam o caráter laico do Estado daqueles que ambicionam uma espécie de nova teocracia”


No contexto da participação do Brasil na cena internacional, cujo ponto crucial será o discurso do presidente Jair Bolsonaro na Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), no próximo dia 24 de setembro, um sinal preocupante foi a participação do governo brasileiro na Cúpula da Demografia, em Budapeste, na qual o primeiro-ministro húngaro Viktor Orbán, sugeriu uma espécie de cruzada antiglobalização e em defesa do cristianismo mais conservador. O Brasil foi representado pela ministra dos Direitos Humanos, Damares Alves, que reiterou a disposição de o governo brasileiro liderar um bloco ultra-conservador na ONU. [O Brasil precisa acabar com a valorização sem motivo desse discurso de abertura da assembleia-geral da ONU. 
A ONU é o exemplo mais perfeito de ditadura da minoria.]

Como se sabe, as cruzadas foram movimentos militares que partiram da Europa Ocidental com objetivo de conquistar a Palestina e tomar Jerusalém, que estava sob controle dos turcos muçulmanos. Foram nove cruzadas, um movimento quase permanente, que mobilizou a nobreza, camponeses e desocupados por mais de 200 anos, e se transformou numa alternativa de ascensão política, econômica e social. Ironicamente, ajudaram a acabar com o isolamento das sociedades feudais e fortalecer o comércio entre Oriente e Ocidente, principalmente no mar Mediterrâneo.    Hoje, a expressão tem significado mais político e ideológico do que militar.

Em Portugal, que liderou uma das cruzadas, a morte do jovem rei Dom Sebastião, em 1578, na batalha de Alcácer-Quibir, deu origem ao sebastianismo, um movimento místico-secular que ocorreu durante a segunda metade do séc. XVI. Como não possuía herdeiros, o trono de Portugal ficou sob o manto do poderoso rei Filipe II, da Espanha. Criou-se uma lenda de que o Rei ainda estaria vivo, esperando o momento certo para retomar o trono e afastar o rei estrangeiro. O mito sebastianista nada mais é do que a esperança de chegada de um salvador, mesmo que fosse necessário um verdadeiro milagre, como a ressurreição do rei morto, D. Sebastião, o Desejado.

No Brasil, o sebastianismo popular se manifestou na crença de chegada de um “rei bom” e até hoje está presente em manifestações folclóricas, como a Folia de Reis. Influenciou movimentos populares de Norte a Sul, sendo o mais significativo o de Canudos, no sertão da Bahia, no qual Antonio Conselheiro pregava que D. Sebastião retornaria dos mortos para restaurar a monarquia no Brasil, o que foi motivo para a intervenção do Exército. Foram necessárias quatro campanhas militares para derrotar os jagunços de Canudos. O livro Os Sertões, de Euclides da Cunha, narra em detalhes essa tragédia nacional.

Neopentecostais
O mito sebastianista se manifesta de diferentes formas, mas todas têm como ponto de referência o surgimento de um “salvador da pátria”. Por isso mesmo, serve de caldo de cultura para o nosso velho populismo. Não à toa, o presidente Jair Bolsonaro é chamado de “Mito” por seus seguidores mais apaixonados. A facada que recebeu em plena campanha eleitoral e as quatro cirurgias dela decorrentes reforçam essa ideia no imaginário de seus seguidores. A forte relação de Bolsonaro com as igrejas neopentecostais também alimenta seu carisma, ainda mais por causa do forte engajamento político dessas correntes na política, que ultrapassou a fronteira entre o desejo de reconhecimento e o efetivo exercício do poder.

Há que separar, porém, os setores tradicionais que sempre defenderam o caráter laico do Estado, até por causa dos antigos vínculos entre a Igreja Católica e o Estado, daqueles que ambicionam uma espécie de nova teocracia. Depois do fracasso dos calvinistas franceses, nas invasões do Rio de Janeiro (1555) e Maranhão (1594), o protestantismo chegou ao Brasil no começo do século XIX, com os anglicanos (1816), devido à presença inglesa após a Abertura dos Portos(1808) por Dom João VI. Graças à liberdade religiosa, depois vieram congregacionistas (1855), presbiterianos (1859), metodistas (1867), batistas (1881), episcopais (1889) e luteranos (1900).

Mesmo com a Congregação Cristã do Brasil (1910) e a Assembléia de Deus (1911), somente na década de 1950, o movimento pentecostal brasileiro se fragmentou, com o surgimento das igrejas Evangelho Quadrangular (1954), Igreja do Nazareno (1958) e Cristã de Nova Vida (1960). A cisão desses movimentos deu origem às organizações pentecostais brasileiras: Brasil para Cristo (1955), do missionário Manoel de Mello e Silva; Deus é Amor (1962), de David M Miranda; e Casa da Bênção (1964), de Doriel de Oliveira.

O movimento que dá mais sustentação a Bolsonaro, porém, é formado por igrejas pentecostais que fazem uso intensivo dos meios de comunicação, com ênfase em milagres, curas e prosperidade pessoal: Igreja Universal do Reino de Deus (1977), de Edir Macedo; Igreja da Graça de Deus (1980), de R.R. Soares; a Renascer em Cristo (1986), de Estevam e Sônia Ernandes; Sara Nossa Terra (1992), de Robson Rodovalho; e Poder de Deus (1998), de Valdemiro Santiago.  [em  todas essas igrejas pentecostais, o que mais se observa é a abundância de denominações e que cada igreja é propriedade de alguém - os fiéis podem até não receberem milagres, curas e prosperidade pessoal, mas, os proprietários com certeza recebem e muito, especialmente, prosperidade pessoal em suas finanças.

Os tempos em que havia vínculos sólidos entre a Igreja Católica Apostólica Romana - que não se dividiu, por estar amparada no DECRETO DIVINO: ."E eu te declaro: tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja; as portas do inferno não prevalecerão contra ela.19. Eu te darei as chaves do Reino dos Céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus”. Evangelho de São Mateus 16,18-19 - as situações eram mais definidas.]


Hoje, devido à nova legislação eleitoral, se transformaram em poderosas forças políticas, que vão disputar as prefeituras nas próximas eleições municipais, como no Rio de Janeiro, em razão da facilidade de montar chapas de vereadores e levantar recursos financeiros, ao lado do desgaste dos partidos.

Nas Entrelinhas - Luiz Carlos Azedo - CB

segunda-feira, 9 de setembro de 2019

30 anos, amanhã - O Globo

Demétrio Magnoli - O Globo

Orbán nasceu da derrubada de um muro e transformou-se no principal arauto da construção de muros

Há 30 anos, entre a noite de 10 de setembro de 1989 e a manhã seguinte, o êxodo começou. Milhares de alemães do leste com vistos de turismo cruzaram a fronteira entre Hungria e Áustria. Na passagem, cada motorista recebeu pouco mais de US$ 25 doados pela Cruz Vermelha para pagar o combustível até a Alemanha Ocidental. Ali, começou a ruir o Muro de Berlim, que desabaria dois meses depois, no 9 de novembro. A história inteira, relida hoje, é um conto sobre a indignidade e o declínio de valores.

O ponto de partida situa-se pouco antes, no 27 de agosto, quando o governo comunista húngaro cedeu à pressão e cortou a cerca erguida na fronteira com a Áustria. Vivia-se o ocaso de uma era. Da capital da Tchecoslováquia, vinham os ecos de uma grande manifestação em memória do 21º aniversário da invasão soviética que arrasou a Primavera de Praga. Dos países bálticos, as imagens de uma corrente humana de dois milhões de letões, estonianos e lituanos que exigiam liberdade e independência. Mas a ruptura física da cerca húngara de arame farpado, um ato simbólico protagonizado pelos ministros do Exterior da Hungria e da Áustria, assinalou a quebra da Cortina de Ferro.

No 27 de agosto, um estudante húngaro acompanhava as notícias de longe, na Universidade de Oxford. Chamava-se Viktor Orbán, tinha 26 anos e beneficiava-se de uma bolsa concedida pela Fundação Soros. No ano anterior, ele tinha ajudado a fundar o Fidesz, um partido oposicionista ilegal, democrático e liberal. De volta a seu país, fez carreira política meteórica, elegendo-se primeiro-ministro em 1998. Hoje, o líder que nasceu da derrubada de um muro converteu-se no principal arauto da construção de muros. Orbán é a face icônica da Europa xenófoba que invoca o direito do sangue para implantar barreiras de arame farpado diante de refugiados do Oriente Médio e do norte da África.

São dois capítulos distintos. No seu mandato original, até 2002, Orbán conservou-se fiel aos princípios liberal-democráticos, conduzindo as negociações de acesso da Hungria à União Europeia. Já no segundo mandato, iniciado em 2010, vestiu as roupagens de um nacionalista conservador, armando os canhões paralelos da islamofobia e do antissemitismo. Então, a pólvora da “civilização cristã” passou a impulsionar seus obuses dirigidos contra dois alvos: os imigrantes e a globalização.

Os imigrantes são os refugiados sem rosto que vêm de terras devastadas pela violência. A globalização tem, na propaganda estatal emanada de Orbán, o rosto do investidor George Soros, seu antigo patrono, retratado como o “judeu errante”, o “judeu sem pátria”, o manipulador inescrupuloso dos destinos do mundo. A direita nacionalista atual (inclusive a brasileira) oculta suas raízes antissemitas atrás de um alinhamento completo com o governo israelense de Benjamin Netanyahu. Mas o líder húngaro fala tudo, expondo o lado oculto da lua.

“Democracia iliberal” — eis o rótulo de Orbán para o sistema de governo que instalou. “Conhecendo o presidente por bons 25 ou 30 anos, posso dizer-lhe que ele adoraria ter a situação que tem Orbán”, confessou David Cornstein, velho amigo de Donald Trump e embaixador americano em Budapeste. O chefe do governo húngaro manietou a imprensa, subordinou o Judiciário e enfrentou, com sucesso, a política de abertura aos refugiados ensaiada pela alemã Angela Merkel em 2015. Nesse percurso, transformou-se no farol dos partidos da direita nacionalista europeia.

A Praça do Parlamento, em Budapeste, perdeu a estátua de Imre Nagy, o líder da revolução democrática húngara de 1956, erguida em 1996 e removida em 2018 por uma ordem de Orbán destinada a agradar a seu aliado Vladimir Putin. A Universidade Centro-Europeia, melhor instituição de ensino superior da Hungria, financiada pela Fundação Soros, está sendo expulsa do país por injunções do governo. De certo modo, a Hungria restabelece a cerca de arame farpado cortada há 30 anos. Orbán não economiza elogios ao governo de um país distante:  
“A mais apta definição da democracia cristã moderna pode ser vista no Brasil, não na Europa”.
 
Demetrio Magnoli, jornalista - O Globo