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quarta-feira, 7 de junho de 2023

O tiro no pé do governo Lula na CPMI do 8 de Janeiro

 Presidente da Comissão, que é da base, atua contra o PT...

Ao apresentar o plano de trabalho nesta terça, 6, a CPI mista do 8 de Janeiro – relacionada a um tema que todos sabem que a vítima é o governo Lula [vítima? ou interessado em conseguir meios para aumentar a repressão contra opositores? - nos moldes do incêndio do Reichstag.] – deixou transparecer que pode atrapalhar (e muito!) o PT.

E isso não tem nada a ver com a relatora da Comissão, a senadora Eliziane Gama, que tem sempre atuado no Parlamento com dedicação e coerência.

Não, não. Tem a ver com o presidente do colegiado, Arthur Maia. 

O deputado resolveu indeferir de bate-pronto um pedido que nem era para ele, mas que faz todo o sentido: substituição do colega André Fernandes, que (pasmem!) faz parte da CPMI e é, ao mesmo tempo, investigado pelo Supremo Tribunal Federal por envolvimento nos atos terroristas. [ser investigado, ou indiciado,  não é prova de culpa e sim, de inseção do órgão que investiga.]

Ora, em uma Câmara com 513 opções, a ideia é mesmo colocar uma raposa no meio do galinheiro? André Fernandes estará participando de uma investigação em que ele próprio é indiciado pela Polícia Federal.

O pedido era para a avaliação do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, mas Arthur Maia matou no peito e disse que não existe deputado pela metade na CPI dele. Era só o que faltava. Um péssimo sinal vindo do chefão da CPI que é de um partido que tem três ministérios na esplanada, o União Brasil. E por que esse assunto importa?

Justamente porque ele seria supostamente da base (taí um caso em que a palavra “suposta” – tão usada no jornalismo – precisa ser empoderada).

Trata-se de uma base ruim, falha e que tem levado o governo a sofrer em diversas votações. E agora, pior, sugere um presidente de CPI que aceita bolsonarista envolvido na tentativa de golpe, investigando golpistas.

Matheus Leitão - Blog em VEJA

sexta-feira, 11 de novembro de 2022

A novilíngua da transição - Revista Oeste

Augusto Nunes

Fake news de bom tamanho é a história da Folha contada pelo próprio jornal 

A velocidade com que foi servida avisa que a metamorfose estava no forno faz tempo —provavelmente, desde o fim do primeiro turno. E as mudanças foram produzidas para que tudo ficasse essencialmente igual, informaram as edições da Folha de S.Paulo já na primeira semana de novembro. 
Até 30 de outubro, o jornal fez o diabo para que Luiz Inácio Lula da Silva vencesse o duelo travado com Jair Bolsonaro. 
Agora, faz o que pode e o que é proibido para garantir ao ex-presidiário que promoveu a gênio da raça uma posse de monarca e um majestoso início de mandato — o terceiro e certamente o último. Para facilitar as coisas, o jornal luta para varrer da face do país Jair Bolsonaro e seus mais de 58,2 milhões de  eleitores.

Foto: Montagem Revista Oeste/Shutterstock

 Foto: Montagem Revista Oeste/Shutterstock 

Aos olhos de quem preza o convívio dos contrários, essa imensidão de gente equivale à metade dos brasileiros habilitados a escolher diretamente qualquer dos candidatos à Presidência da República (e tem todo o direito de fazer o que lhe der na telha).  
Na cabeça despótica da seita que se lixa para o Mensalão e o Petrolão, fora o resto, os inimigos encarnam o que há de mais tenebroso no planeta: o bolsonarismo, que seria o fascismo em sua versão mais medonha. 
Pertencem a uma subespécie que apoia o vírus chinês, o negacionismo científico, o negacionismo eleitoral, o golpismo, a distribuição de armas entre bebês de colo, a misoginia, a homofobia, o machismo, a canonização dos milicianos homicidas, a proclamação da escravatura
Um bolsonarista merece prisão perpétua. E Jair Bolsonaro não merece menos que a morte.[já tentaram e se houver chance tentarão de novo]
Foto: Montagem Revista Oeste/Shutterstock
É com isso que sonham publicamente dois colunistas da Folha. Os demais torcem para que o sonho se concretize
Não existe no bunker do jornal alguém que se atreva a digitar um único e escasso circunflexo que pareça favorável a Bolsonaro. 
Se algum distraído de nascença entrar nesse campo minado, e sussurrar algo semelhante às falas do contraponto imposto pelo PT e pelo TSE à Jovem Pan, não escapará do linchamento ao som do Lula Lá.  
Os militantes acampados nas páginas do jornal defendem sem disfarces a censura à imprensa. 
Liberdade de expressão não se aplica à desinformação, miam os democratas de picadeiro.

Sem explicações aos leitores, o jornal substituiu “Orçamento secreto” por “emendas do relator” no dia em que Lula topou manter a gastança intocada

Há semanas, um editorialista desavisado pediu a Lula que revelasse logo o nome de quem será seu ministro da Economia. 
Foi repreendido pelo ombudsman
 Incomodar com tal cobrança a reencarnação de Nelson Mandela, comparou um colunista, é como exigir do técnico espanhol Pep Guardiola que divulgue antes do jogo a escalação do time. 
Guardiola, que aliás costuma antecipar os nomes de quem jogará, jamais promoveria a capitão da equipe um José Dirceu, como fez Lula no primeiro mandato. 
Só jornalistas de baixíssimo calibre poderiam parir as mudanças que aperfeiçoaram a novilíngua da  transição.

Até o fim de outubro, por exemplo, o atual presidente foi chicoteado por um aluvião de vogais e consoantes que lhe atribuíam a paternidade do crime de lesa-pátria: o “Orçamento secreto”, como a Folha sempre denominou o bilionário balaio de verbas distribuídas entre parlamentares pelo relator do Orçamento da União. Sem explicações aos leitores, sem sequer uma nota na seção Erramos, o jornal substituiu “Orçamento secreto” por “emendas do relator” no dia em que Lula topou manter a gastança intocada em troca da ampliação do bando de parceiros na Câmara Federal. 

Também subitamente a “PEC Kamicaze” virou “PEC da Transição”. O conteúdo é o mesmo: trata-se de um conjunto de medidas destinadas a bancar despesas adicionais sem que o governo se exponha a punições reservadas a quem ultrapassa o teto de gastos. O nome mudou depois que os dribles nas restrições legais ganharam a benção do presidente eleito. Lula é um estadista. Quem rima com kamicaze é Bolsonaro.

Tanto assim que nunca inspira manifestações de rua promovidas por seus eleitores. Na visão estrábica da Folha, ocorrem invariavelmente “atos antidemocráticos”, ou “mobilizações de viés golpista”. 
Também por isso, teve o mandato encurtado por outra invencionice dos linguistas de galinheiro que abundam na turma pautada por Alexandre de Moraes. Bolsonaro deixou de ser um presidente no exercício do cargo. Foi rebaixado a “incumbente”. Aprendi no dicionário que o palavrão quer dizer “titular de um cargo político”. Há um outro significado: “Algo que se inclina para baixo”. Foi decerto a segunda acepção que apressou sua anexação ao repertório vocabular do matutino cuja tiragem diária agoniza pouco acima de 60 mil  exemplares.

“Combater fake news não é censura”, recitam de meia em meia hora os reinventores da imprensa. E só é considerado jornalista quem milita na Folha ou em redações controladas por esquerdistas que confundem O Capital com Brasília. Os outros são blogueiros bolsonaristas, apresentadores bolsonaristas ou difusores de mentiras a serviço do Gabinete do Ódio.  

Merecem o silêncio ordenado por Alexandre de Moraes e seus Vigilantes da Suprema Verdade. Devem ser banidos das redes sociais, como exige a “agência de checagem” criada pelo jornal em adiantado estado de decomposição. É preciso exterminar a qualquer preço os propagadores de mentiras. Haja cinismo: uma das maiores fake news difundidas desde Gutenberg é a história da Folha contada pela Folha.

Nessa versão de Sessão da Tarde, o jornal nasceu de verdade em março de 1983, no primeiro comício da campanha das Diretas Já, que reivindicava a volta da eleição do presidente da República pelo voto popular.  Essa fantasia conveniente apaga o passado sombrio da empresa surgida há 100 anos. Desaparece, por exemplo, a fortuna extraída do terminal rodoviário instalado ilegalmente numa praça de São Paulo. Somem os veículos cedidos aos órgãos de repressão política pelo diretor de um vespertino pertencente ao mesmo grupo empresarial. E são enterrados em cova rasa fatos que deixariam envergonhado o mais inescrupuloso rufião da Boca do Lixo.

A Folha acaba de noticiar com o distanciamento de quem registra uma queda de temperatura no Alasca a proposta apresentada a Lula por Alexandre de Moraes: o ministro acha indispensável a aprovação, em regime de urgência urgentíssima, de um projeto de lei que submeta à censura o Google e outros espaços da internet. 

O fairplay faz sentido. Entre 1968 e 1975, a revista Veja, o Estadão e o Jornal do Brasil enfrentaram com bravura, altivez e inventividade a censura praticada por censores federais numa sala da redação. A Folha nunca soube o que é isso. Graças à autocensura praticada pelos próprios jornalistas, nunca foi publicada uma única vírgula que aborrecesse os donos do poder.

É o que acontecerá se as algemas que ameaçam a internet se estenderem a toda a imprensa. A Folha não vai precisar de censores externos. Os editores serão mais eficientes.

Leia também “O “Fora Lula!” só começou”

Augusto Nunes, colunista - Revista Oeste


quarta-feira, 5 de fevereiro de 2020

Congresso avança sobre espaços que Bolsonaro deixa abertos - VEJA - Blog dfo Noblat

Ricardo Noblat


Congresso avança sobre espaços que Bolsonaro deixa abertos - Em questão, a escolha de ministros do Supremo

Nada absurda a pretensão de deputados e senadores de que o Congresso ganhe maior protagonismo no processo de escolha dos ministros do Supremo Tribunal Federal.  [Câmara e Senado, tem elevado número de integrantes envolvidos em falcatruas e com grandes possibilidades de, se e quando indiciados, serem julgados pelo Supremo ou beneficiários diretos de decisões do STF.
Deixar que eles escolham integrantes do Supremo vai tornar mais política e ineficiente uma escolha que já não prima pelos bons resutados.
Sem esquecer - aqui não há nenhuma intenção de ofender - que a medida equivale a deixar a "raposa tomando conta do galinheiro".] 
Não existe uma receita única no mundo. Cada país tem a sua. Aqui, é o presidente da República quem escolhe. O nome é sabatinado pelo Senado e, uma vez aprovado, assume o cargo.  A sabatina é um mero ritual. Não há registro de nome que tenha sido recusado pelo Senado. Nos Estados Unidos ela é para valer, embora a vontade do presidente acabe também prevalecendo. O mandato de um ministro da Suprema Corte americana é vitalício. Aqui, o ministro é obrigado a se aposentar aos 75 anos . É por isso que Celso de Mello, em novembro, irá para casa.

Na Alemanha e em Portugal, os ministros cumprem mandatos de 12 anos. Na Espanha, de oito. Há países onde o chefe de Estado indica uma parcela dos ministros, e o parlamento, a outra.  A essa altura, não fosse Bolsonaro hostil à ideia de dividir o poder com os partidos e duvidoso o seu compromisso com a democracia, é possível que o Congresso tivesse outras preocupações.  Mas ele é hostil e não é confiável. Em um Supremo rachado ao meio como o que temos, o poder solitário do presidente de nomear um ministro pode se tornar um perigo. A manter-se o sistema atual, Bolsonaro terá a chance de nomear dois ministros para o Supremo até 2022. Antecipou que um deles será “terrivelmente evangélico”. O outro deverá ser Sérgio Moro. [o mais adequado e correto seria ministros com mandato de no máximo dez anos e aposentadoria compulsória atingindo aidade de 70 anos - a experiencia da idade de 75 anos não foi das mais exitosas. Idade de 70 anos, mandato de no máximo 10 anos - valendo para mandar o ministro para casa o que ocorrer primeiro.]

De um ministro de tribunal superior, exige-se notável conhecimento jurídico e conduta moral ilibada. [Não precisa ser advogado, sequer bacharel em direito] Não importa que religião professe ou se é ateu. O Estado brasileiro é laico. E ponto.
Lula já escolheu um ministro pela cor de sua pele – Joaquim Barbosa.  Dias Toffoli foi escolhido porque era ligado ao PT, embora  reprovado antes em dois concursos para juiz. O Congresso renovado em 2018 tem surpreendido até aqui pela sensatez da maioria das suas decisões. Fará muito bem ao país se perseverar nessa linha.

Blog do Noblat - Ricardo Noblat, jornalista - VEJA

[Sugerimos  ler: Há uma Constituinten não declarada.]

 

sábado, 25 de agosto de 2018

Ciro não ficou envergonhado com o que Lula e Dilma fizeram na Venezuela

O candidato do PDT acha que os refugiadas do regime chavista são oprimidos apenas pelos brasileiros de Roraima

Depois de qualificar de “desumanidade” e “canalhice” os ataques de moradores da cidade de Paracaima a venezuelanos refugiados em Roraima, Ciro Gomes caprichou na frase concebida para virar manchete: “Pela primeira vez senti vergonha de ser brasileiro”. Pela primeira vez, convém ressaltar. [E o Brasil sente de longa data a vergonha de Ciro Gomes ser brasileiro.
E a vergonha se estende ao Ceará, por ter tido o azar de Ciro Gomes - paulista de Pindamonhangaba -  se declarar cearense.]


O país agora sabe, portanto, que Ciro não ficou envergonhado com outras agressões impostas por brasileiros bem mais conhecidos que os envolvidos nas agressões em Roraima às vítimas da ditadura bolivariana. O Brasil decente, por exemplo, sentiu vergonha a cada aparição de Lula nos palanques de Hugo Chávez, ou a cada afago de Dilma Rousseff em Nicolás Maduro.

A diáspora venezuelana não teria alcançado as dimensões que hoje exibe sem o apoio incondicional dos governos do PT aos socialistas de galinheiro que arruinaram a economia do país vizinho e assassinaram o Estado Democrático de Direito. Nada disso fez Ciro Gomes sentir vergonha de ser brasileiro.
Como confessou no começo de julho, Ciro apoiou Lula durante 16 anos “sem faltar um só dia”. O apoio incondicional foi mantido mesmo nos dias em que Lula fez o diabo como comparsa dos responsáveis pela tragédia da Venezuela.

Blog do Augusto Nunes - Veja
 

quarta-feira, 28 de março de 2018

Lula quis transformar o Brasil em galinheiro e agora colhe os ovos, diz Bolsonaro




Presidenciável foi carregado nos ombros pelos simpatizantes em São José dos Pinhais e recebeu faixa presidencial

Bolsonaro sugere que tiros em caravana foram dados por petistas

Pré-candidato diz que Lula 'colhe ovos' por tentar transformar país em 'galinheiro'

O deputado federal Jair Bolsonaro (PSL-RJ) sugeriu, nesta quarta-feira, que os três tiros que atingiram dois ônibus da caravana do ex-presidente Lula no Paraná foram disparados pelos próprios petistas. O presidenciável foi recebido por apoiadores no Aeroporto Internacional Afonso Pena, em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba. — Foram eles que deram (os tiros) — disse o deputado, ao ser questionado pelo GLOBO sobre o que achava do ataque sofrido pela caravana petista, sem apresentar provas que sustentassem sua aquisição. 
 
O GLOBO procurou a polícia de Laranjeiras do Sul, mas foi informado que o delegado responsável pela investigação do ataque à caravana petista não poderia dar entrevistas.  A mobilização começou por volta das 9h, quando cerca de 25 pessoas estavam no saguão do aeroporto. O deputado chegou pouco antes das 12h, quando já havia mais gente à sua espera, e seguiu para o carro de som sem falar com a imprensa. Nem a polícia nem os apoiadores do político divulgaram estimativa de público.
A passagem do deputado pelo aeroporto teve empurra-empurra. Uma mulher chegou a cair em meio à multidão, mas levantou prontamente. Vestindo uma faixa verde e amarela, similar à utilizada pelo presidente da República e entregue por um simpatizante, Bolsonaro discursou de cima de um carro de som.

O Lula quis transformar o Brasil num galinheiro, agora esse crápula colhe ovos pelo Brasil todo —, disse Bolsonaro, em referência indireta a ovada que atingiu a caravana de Lula no sul do país.
A recepção foi convocada pela internet pelo deputado federal Fernando Francischini (SDD). Ele rejeitou acusações de petistas de que os tiros teriam sido disparados por alguém ligado a Bolsonaro.
— (Atiraram) contra uma caravana de bandidos.

Folha de S. Paulo e O Globo